segunda-feira, 18 de março de 2024

Transportes elétricos ultrapassam energias renováveis e lideram transição

BNEF: Transportes elétricos ultrapassam energias renováveis e lideram investimentos na transição.
Mobilidade elétrica ultrapassa renováveis

Investimento em mobilidade elétrica é recorde

O investimento global na transição energética de baixo carbono aumentou 17% em 2023, atingindo US$ 1,77 trilhão, de acordo com o Energy Transition Investment Trends 2024, relatório foi publicado em 31/01/24 pela fornecedora de pesquisas BloombergNEF (BNEF). Este número representa um novo nível recorde de investimento anual e demonstra a resiliência da transição para energias limpas num ano de turbulência geopolítica, taxas de juros elevadas e inflação de custos.

O relatório concluiu que os transportes elétricos são agora o maior setor de gastos na transição energética, com incremento de 36% em 2023, para US$ 634 bilhões. Este valor inclui gastos com carros elétricos, ônibus, veículos de duas e três rodas e veículos comerciais, bem como a infraestrutura associada.

Os transportes elétricos ultrapassaram o setor de energias renováveis, que registou um aumento de 8%, para US$ 623 bilhões. Este valor reflete o investimento na construção de instalações de produção de energia renovável, como centrais eólicas, solares e geotérmicas, e centrais de produção de biocombustíveis – entre outras coisas. O investimento na rede elétrica foi o terceiro maior contribuinte, com US$ 310 bilhões. As redes são um facilitador fundamental para a transição energética e o investimento nelas terá de aumentar nos próximos anos.

“O ano passado trouxe novos recordes para o investimento global em energias renováveis. O forte crescimento nos EUA e na Europa impulsionou a ascensão global, mesmo quando a China, o maior mercado mundial de energias renováveis, fraquejou, registrou uma queda de 11%. Apesar de um ano de notícias difíceis, uma quantidade recorde de capacidade eólica offshore também atingiu o fechamento financeiro”, disse Meredith Annex, head de energia limpa da BNEF e coautora do relatório.

Houve também um forte crescimento em áreas emergentes como o hidrogênio (com o investimento triplicando ano após ano), captura e armazenamento de carbono (quase duplicando) e armazenamento de energia (até 76%).

Destaque foi a China

De longe, o maior país para investimento foi a China, com US$ 676 bilhões investidos em 2023 – o equivalente a 38% do total global. Embora a China continue dominante, sua liderança foi reduzida. Em conjunto, a União Europeia, os EUA e o Reino Unido ultrapassaram a China com US$ 718 bilhões em investimentos – um número que não conseguiram alcançar em 2022. O investimento nos EUA aumentou 22% em termos anuais, para US$ 303 bilhões, à medida que os efeitos da Lei de Redução da Inflação começaram a ser sentidos.

O nível atual de investimentos em tecnologias de energia limpa não é nem de longe suficiente para colocar o mundo no caminho certo para a neutralidade carbônica até a metade do século. De acordo com o relatório, os investimentos na transição energética deveriam representar uma média de US$ 4,8 trilhões por ano, entre 2024 e 2030, para se alinhar com o Cenário Net Zero da BNEF, uma trajetória alinhada pelo Acordo de Paris a partir do New Energy Outlook 2022. Isto é quase três vezes o investimento total observado em 2023.

“O nosso relatório mostra a rapidez com que as oportunidades de energia limpa estão crescendo e, no entanto, o quão longe ainda estamos”, disse Albert Cheung, vice-CEO da BNEF. “Os gastos com investimentos na transição energética cresceram 17% no ano passado, mas precisam crescer mais de 170% se quisermos chegar ao Net Zero nos próximos anos. Só uma ação determinada por parte dos políticos que tomam decisões pode desbloquear este tipo de mudança radical”.

Além disso, o relatório da BNEF concluiu que o investimento na cadeia global de fornecimento de energia limpa, incluindo fábricas de equipamentos e produção de metais para baterias para tecnologias energéticas, atingiu um novo recorde de US$ 135 bilhões em 2023 (contra apenas US$ 46 bilhões em 2020), e deverá aumentar ainda mais nos próximos dois anos.

A BNEF prevê que este valor aumente para US$ 259 bilhões até 2025, com base nos planos de investimento atualmente anunciados. Nos próximos dois anos, apenas o setor eólico necessitará de aumento no seu investimento na cadeia de abastecimento para entrar no caminho certo para uma trajetória Net Zero; as outras áreas estão investindo em ritmo suficiente.

Antoine Vagneur-Jones, head de Comércio e Cadeias de Suprimentos da BNEF, afirmou: “O investimento abundante na cadeia de abastecimento deverá continuar a reduzir os preços dos equipamentos na maioria dos setores, o que é uma boa notícia para a transição energética. Mas o excesso de oferta que se segue anuncia uma era de margens reduzidas para os fabricantes de energia solar e de baterias”.

Além de acompanhar o financiamento para a implantação de energia limpa e o investimento na cadeia de abastecimento de energia limpa, o relatório Energy Transition Investment Trends 2024 também acompanha dois outros tipos de financiamento:

Aumento de capital em tecnologia climática: capital levantado por empresas focadas no clima e na transição energética (US$ 84 bilhões em 2023)

Este número diminuiu nos últimos dois anos, uma vez que o aumento das taxas de juro tornou mais difícil para as empresas angariar capital. As empresas arrecadaram US$ 168 bilhões em 2021 e US$ 127 bilhões em 2022.

As empresas focadas na energia limpa angariaram mais capital do que qualquer outro setor em 2023, com US$ 49 bilhões.

As empresas do setor de transportes limpos foram as que registaram uma queda mais acentuada no financiamento, de US$ 47 bilhões obtidos em 2022 para apenas US$ 18 bilhões em 2023. Os transportes continuaram a ser o segundo maior setor de financiamento, seguido pela Indústria, Edifícios, Agricultura e “Clima e Carbono”.

Emissão de dívida de transição energética: dívida emitida por empresas e governos para financiar a transição energética (US$ 824 bilhões em 2023)

Este valor aumentou 4% em 2023, depois de ter caído 10% em 2022. A estabilização ou queda das taxas de juros em vários mercados ajudou as empresas e os governos a aumentar a dívida para fins de transição energética e estas tendências refletem o mercado mais amplo.

Os serviços públicos levantaram a maior dívida para a transição energética (US$ 328 bilhões), seguidos pelas instituições financeiras (US$ 176 bilhões) e pelos governos (US$ 141 bilhões).

A emissão de dívida de transição energética das empresas de petróleo e gás caiu para US$ 8,3 bilhões, abaixo dos US$ 17,5 bilhões em 2022. (paranoaenergia)

sábado, 16 de março de 2024

Transportes elétricos ultrapassam energias renováveis e lideram investimentos

BNEF: Transportes elétricos ultrapassam energias renováveis e lideram investimentos na transição.
Relatório mostra que setor teve aumento de 36% nos investimentos e que 2023 trouxe recordes nos investimentos globais.

Os transportes elétricos ultrapassaram o setor de energias renováveis, que registou um aumento de 8%, para US$ 623 bilhões. O montante traduz o investimento na construção de instalações de produção de energia renovável, como centrais eólicas, solares e geotérmicas, e centrais de produção de biocombustíveis.

Veículos elétricos receberam maior parte dos investimentos de energia limpa em 2023

Geração de energia renovável ficou em segundo lugar, com US$ 623 bilhões e um crescimento de 8%.

Estação carrega bateria de veículos elétricos com energia solar fotovoltaica.

Os investimentos globais em energia limpa aumentaram 17% no ano passado, atingindo US$ 1,8 trilhão, dos quais US$ 634 bilhões estavam associados à mobilidade elétrica, calcula levantamento da BloombergNEF.

Divulgado em 30/01/24, o relatório aponta que os gastos globais em veículos elétricos subiram 36%, tornando-o o setor que mais recebeu dinheiro. A geração de energia renovável ficou em segundo lugar, com US$ 623 bilhões e um crescimento de 8%.

A geração de energia renovável ficou em segundo lugar, com US$ 623 bilhões e um crescimento de 8%. Investidores também destinaram US$ 310 bilhões para redes elétricas, que vão escoar a eletricidade gerada a partir de novos parques eólicos e solares que estão entrando em operação.

Além disso, o mercado de hidrogênio de baixo carbono movimentou US$ 10,4 bilhões, o triplo em relação a 2022, em sinal de interesse crescente na tecnologia, embora ainda não tenha ganhado escala, analisa a BNEF.

Quando adicionados os investimentos na expansão das cadeias de fornecimento de energia limpa, e mais US$ 900 bilhões em financiamento, a conta de recursos envolvidos na transição chega a cerca de US$ 2,8 trilhões em 2023.

Eletrificação ganha força

A previsão para 2024 é de mais um ano de recorde de vendas. A consultoria espera que 16,7 milhões de carros eletrificados entrem em circulação e mais um milhão de VEs comerciais.

Isso significa uma participação de cerca de 20% no comércio global de carros de passeio.

No total, 57 milhões de eletrificados devem estar nas estradas até o final do ano, correspondendo a mais de 4% da frota – o que já está começando a impactar o consumo de combustíveis em alguns países.

Recorde de 1,6 milhão de conectores públicos para carregamento devem ser adicionados em 2024, em comparação com 1,2 milhão em 2023.

…nos mesmos mercados de sempre

Quase 60% das vendas globais de eletrificados previstas para 2024 serão na China.

Europa e Estados Unidos – segundo e terceiro maiores mercados, respectivamente – devem experimentar uma desaceleração por conta da combinação de incentivos fiscais reduzidos, desafios na cadeia de suprimentos e fabricação, além de inflação.

BNEF também aponta que as eleições nos EUA podem afetar negativamente as vendas se o ex-presidente Donald Trump for eleito em novembro/24.

A eletrificação dos transportes é necessária e vai acontecer

Insuficiente

Apesar de estarem alcançando os da indústria fóssil, os aportes de recursos para instalar energia renovável, comprar veículos elétricos e desenvolver o mercado de hidrogênio ainda estão bem abaixo dos US$ 4,8 trilhões/ano estimados como necessários para alinhar a transição à meta de limitar o aquecimento do planeta a 1,5°C até 2100.

A BNEF alerta que os governos precisam fazer ainda mais nos próximos anos, e cita como exemplo a Lei de Redução da Inflação (IRA, em inglês), sancionada por Joe Biden nos EUA, que ajudou a alavancar o crescimento de 22% nos investimentos renováveis.

1ª publicação Os efeitos também chegam ao mercado de trabalho. Projeções da consultoria Hayman-Woodward apontam para um crescimento de 51% no número de vagas para técnicos em energia solar nos EUA (de 2019 a 2029) e de quase 45% para técnicos em manutenção de turbinas eólicas (2022-2032).

Brasil na rota do lítio

O projeto coloca o Brasil na rota de produção de lítio para baterias e abre a possibilidade de transformar o Vale do Jequitinhonha, uma das regiões de mais baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do estado de Minas Gerais e do Brasil, em referência mundial na produção de Lítio Verde.

Matéria-prima crítica para fabricação das baterias dos veículos elétricos, o lítio deve ver sua demanda crescer vertiginosamente, em mais de 40 vezes até 2040, segundo projeção da Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês).

O mundo já começa a assistir uma corrida pelo mineral e o Brasil pode ser um fornecedor a preços competitivos, afirmam executivos.

Mesmo com o derretimento dos preços do mineral na cotação internacional, que em 2023 chegou a cair 80%, a lucratividade do lítio brasileiro deve se manter estável, avalia Marc Fogassa, CEO da Atlas Lithium, com sede nos Estados Unidos.

“Os preços do hidróxido de lítio, do carbonato de lítio e do espodumênio caíram entre 70% e 80%. Nós da Atlas não estamos preocupados, porque acreditamos que o nosso produto vai continuar sendo um produto de alta qualidade e relativo baixo custo”, diz o executivo à agência epbr.

A Atlas é uma das quatro mineradoras que anunciaram projetos de exploração no Vale Jequitinhonha, em Minas Gerais, quando o país lançou a iniciativa Lithium Valley Brazil, na bolsa de valores de Nova York, em maio de 2023.

A empresa prevê o início da produção no Vale do Jequitinhonha no quarto trimestre de 2024, com a meta de produzir até 150 mil toneladas por ano de concentrado de lítio – também chamado de concentrado de espodumênio –, e dobrar a capacidade no ano seguinte.

Segundo Fogassa, os custos de extração e da operação da planta de lítio na região são muito baixos e devem ser ainda mais competitivos que de outros grandes produtores mundiais, como a Austrália.

Risco de investimento fóssil

Análise do Carbon Tracker alerta investidores que injetam capital no setor de petróleo e gás sobre os riscos financeiros associados à transição energética e à redução da demanda por combustíveis fósseis. Segundo o think tank sediado em Londres, a transição gera riscos para as taxas de retorno e pode afetar o fluxo de caixa dos projetos, que podem ter quedas bruscas com a redução dos preços das commodities fósseis.

Alavanca para transição?

Para o CEO da consultoria Eurasia Group, Ian Bremmer, a produção de combustíveis fósseis é uma alavanca para garantir a transição energética no Brasil e no mundo. Durante o lançamento do B20 Brasil, fórum de diálogo empresarial do G20, na segunda-feira (29/1), no Rio de Janeiro, o executivo afirmou que o Brasil está muito melhor posicionado para se tornar uma economia de baixo carbono do que países ricos.

Indústria confiante

23 de 29 setores da indústria iniciaram 2024 otimistas, aponta levantamento da CNI. Em janeiro/2024, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) por setor mostrou que em todos os portes da indústria e na maioria das regiões e dos setores industriais, os empresários iniciaram o ano com visão positiva sobre o desempenho da economia e de suas próprias empresas. Foram consultadas 1.962 indústrias.

Finanças verdes

O Banco Central Europeu indicou em 30/01/24 que pode tornar sua política monetária mais verde como parte de um novo esforço para levar em conta as mudanças climáticas. Ativistas pedem há anos que o BCE anexe metas climáticas aos seus empréstimos de longo prazo e pare de comprar títulos de empresas poluidoras. (epbr)

quinta-feira, 14 de março de 2024

Transição energética é muito lenta para impedir a mudança climática

Pesquisadores concluíram que praticamente nenhum país está se movendo suficientemente rápido para evitar o aquecimento global de 1,5°C ou mesmo 2°C. A produção de energia renovável está aumentando a cada ano.
Pesquisadores concluíram que praticamente nenhum país está se movendo suficientemente rápido para evitar o aquecimento global de 1,5°C ou mesmo 2°C.

A produção de energia renovável está aumentando a cada ano. Mas depois de analisar as taxas de crescimento da energia eólica e solar em 60 países, pesquisadores da Chalmers University of Technology e da Lund University na Suécia e da Central European University em Viena, Áustria, concluíram que praticamente nenhum país está se movendo suficientemente rápido para evitar o aquecimento global de 1,5°C ou mesmo 2°C.

“Esta é a primeira vez que a taxa máxima de crescimento em cada país foi medida com precisão e mostra a enorme escala do desafio de substituir as fontes de energia tradicionais por renováveis, bem como a necessidade de explorar diversas tecnologias e cenários”, diz Jessica Jewell, Professora Associada de Transições de Energia na Chalmers University of Technology.

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) identificou cenários energéticos compatíveis com a manutenção do aquecimento global abaixo de 1,5°C ou 2°C. A maioria destes cenários preveem um crescimento muito rápido de eletricidade renovável: em média, cerca de 1,4% do fornecimento de eletricidade total global por ano, tanto para energia eólica e solar poder, e mais de 3% em cenários de energia solar mais ambiciosas. Mas as novas descobertas dos pesquisadores mostram que alcançar um crescimento tão rápido só foi possível para alguns países.

Medir e prever o crescimento de novas tecnologias, como as energias renováveis, é difícil, pois elas não crescem linearmente. Em vez disso, o crescimento geralmente segue a chamada curva S – no início acelera exponencialmente, depois se estabiliza em crescimento linear por um tempo e, no final, desacelera à medida que o mercado fica saturado.

“Criamos um novo método – usar modelos matemáticos para medir a inclinação da curva S, ou seja, a taxa máxima de crescimento alcançada em seu ponto mais acentuado. É uma maneira inteiramente nova de olhar para o crescimento de novas tecnologias “, diz Jessica Jewell.

Ao analisar os 60 maiores países, os pesquisadores descobriram que a taxa máxima de crescimento para a energia eólica onshore é em média 0,8% do fornecimento total de eletricidade por ano e 0,6% em média para a energia solar – muito mais baixa do que nos cenários recomendados pelo IPCC. O crescimento sustentado mais rápido do que 2% ao ano para a energia eólica e 1,5% para a energia solar só ocorreu em países menores como Portugal, Irlanda e Chile.

“É provável que um crescimento mais rápido seja mais fácil de alcançar em países menores e mais homogêneos, em vez de em grandes sistemas diversos”, disse Jessica Jewell.

É preciso adaptar a geração de energia atual às mudanças climáticas.

“Entre os países maiores, apenas a Alemanha foi capaz de sustentar o crescimento da energia eólica onshore comparável aos cenários de estabilização climática mediana. Em outras palavras, para permanecer no caminho para as metas climáticas, o mundo inteiro deve construir energia eólica tão rápido quanto a Alemanha construiu recentemente. Pode haver limites para a velocidade de expansão do vento e da energia solar e, portanto, devemos analisar sistematicamente a viabilidade de outras soluções climáticas, especialmente para economias asiáticas de rápido crescimento, como Índia e China “, disse Aleh Cherp, professor de Ciências Ambientais e Política na Central European University e na Lund University. (ecodebate)

terça-feira, 12 de março de 2024

CCEE divulga primeiro resultado de Exportação de Vertimento Turbinável

Primeiro processo competitivo de Exportação de Vertimento Turbinável foi realizado em janeiro de 2023.
Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) disponibilizou os resultados do primeiro processo competitivo de Exportação de Vertimento Turbinável, realizado em janeiro de 2023.

Para consultar os resultados, clique aqui.

Exportação de Vertimento Turbinável

Lançado em outubro/2022, o novo processo competitivo é realizado em parceria com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e foi implementado pela Portaria nº 49/2022, do Ministério de Minas e Energia (MME). O objetivo é que a energia vertida – ou seja, energia não utilizada para atendimento do Sistema Interligado Nacional (SIN) e que seria desperdiçada – pelas usinas participantes do Mecanismo de Realocação de Energia (MRE) seja direcionada à uma nova transação comercial com países vizinhos.

Hidrelétrica de Marimbondo

Usinas do Rio Grande vertem energia turbinável

No início de 2023, Furnas, principal reservatório da cascata do rio, verteu quase sempre acima de mil m³/s, gerando menos de da capacidade.

Dinâmica

A operação ocorre diariamente e é restrita aos agentes comercializadores associados à CCEE com perfil cadastrado para exportação. Durante o processo competitivo, os lances para compra da energia remanescente com origem nas usinas do MRE respeitarão um preço mínimo, que é calculado pela CCEE considerando a média ponderada do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) de cada submercado na proporção da Garantia Física Sazonalizada do MRE de cada submercado. Além disso, é adicionado um benefício percentual mínimo ao processo que, atualmente, é de 10%. Conforme divulgação anterior, está prevista, ainda, a abertura de um período com participação social dos agentes do setor, com intuito de debater a metodologia de cálculo do preço mínimo.

Em um segundo momento, as ofertas serão submetidas à análise do ONS, que observará critérios como: (i) a demanda no país vizinho; (ii) a capacidade de transmissão pelas conversoras e da rede de transmissão do SIN; (iii) o montante disponível de energia vertida turbinável não alocável no SIN (iv) e, por fim, os montantes e valores vencedores do processo competitivo.

(ccee.org)

domingo, 10 de março de 2024

Volume de água utilizável para energia atinge recorde histórico

Quantidade de energia não utilizada nos reservatórios do SIN já é quase 4 vezes superior à de todo o ano de 2022.
A análise por subsistema indica que 3 deles apresentaram crescimento nas cargas em junho de 2023 comparadas com as do mesmo mês de 2022: Norte, Nordeste e Sudeste/Centro-Oeste com 2,3%; na foto, usina hidrelétrica de Itaipu.

O volume de água utilizável para energia em 2023 é o maior desde 2000, ano de início da série histórica. Dados do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) indicam que, depois de um intenso período de chuvas, a quantidade de energia vertida turbinável (não utilizada) nos reservatórios do SIN (Sistema Interligado Nacional) é quase 4 vezes superior à de todo o ano de 2022.

A carga de energia do SIN verificada em junho de 2023 ficou em 71.077 MWmédios –avanço de 3,8% ante o mesmo período de 2022, segundo o ONS. No acumulado dos últimos 12 meses, o SIN registrou expansão de 2,0%.

Carga de energia

Análise por subsistema indica que 3 deles apresentaram crescimento nas cargas em junho/2023 comparadas com as do mesmo mês de 2022: Norte, 13,8% (7.057 MWmédios), Nordeste, 8,7% (11.921 MWmédios) e Sudeste/Centro-Oeste com 2,3% (39.918 MWmédios). A região Sul registrou retração de 0,9% (12.181 MWmédios).

Acumulado últimos 12 meses, regiões registraram avanço: Norte (10,9%), Nordeste (2,2%), Sul (1,4%) e Sudeste/Centro-Oeste (0,9%).

Segundo o ONS, os resultados se devem a diferentes fatores. “As temperaturas amenas no Sudeste/Centro-Oeste, típicas para essa época do ano, e o menor volume de precipitação nos subsistemas Norte e Nordeste influenciaram a carga em junho”, disse o órgão.

“Ainda houve influência de fatores econômicos, com a melhora de indicadores de confiança acompanhados e utilizados para auxiliar a análise do comportamento da carga”, declarou. (poder360)