sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Brasil pode ter sua matriz energética limpa

O Brasil pode ter sua matriz energética majoritariamente limpa até 2050 – se quiser
Energia limpa para revolucionar o futuro
O Brasil pode ter sua matriz energética majoritariamente limpa até 2050 – se quiser. É o que mostra a 3ª edição do relatório [R] evolução Energética, elaborado pelo Greenpeace.
A participação das fontes renováveis pode ser 47% maior na matriz energética brasileira, nos próximos 40 anos, do que o projetado pela política atual do governo. Segundo o relatório [R] evolução Energética, divulgado hoje pelo Greenpeace,  a matriz pode contar com 66,5% de fontes como vento, sol e biomassa para alimentar os setores elétrico, industrial e de transportes em 2050.
Ao considerar apenas a matriz elétrica, a projeção é ainda mais dramática: 92% da eletricidade que alimentará o Brasil em quatro décadas podem ser limpas. Atualmente, esse cenário e a tradição nacional de renováveis neste setor estão em risco devido a decisões equivocadas da administração federal, que tem abraçado fontes sujas, como o carvão.
Em sua 3a edição no Brasil, o [R] evolução Energética propõe uma matriz energética limpa e sustentável com base nos recursos disponíveis e tecnologias atuais. Este cenário atende à necessidade futura de energia para o país e concilia crescimento econômico com preservação ambiental.
O estudo também demonstra como o uso racional e eficiente de energia em edifícios, indústrias e meios de transporte pode reduzir a dependência dos combustíveis fósseis. Pelo cenário [R] evolução Energética, a demanda de energia é 25% menor em 2050 quando comparada com o cenário de referência, mesmo se o PIB crescer anualmente entre 2,5% e 3,7%.
O documento também indica caminhos para reduzir as emissões de CO2 do país. O conjunto de medidas proposto contribuiria para um corte de 60% dessas emissões até 2050 – de 777 milhões de toneladas por ano pelo cenário de referência para 312 milhões de toneladas pelo cenário proposto.
Até 2040, é possível abdicar da energia produzida pelas usinas nucleares, térmicas movidas a óleo combustível e carvão mineral, e evitar a construção de novas grandes hidrelétricas na Amazônia. Também é possível crescer sem explorar reservas não convencionais de gás e óleo, como o gás de xisto ou o pré-sal.
Para tornar isso realidade, o [R] evolução Energética prevê um significativo aumento do uso de fontes renováveis – serão 396 gigawatts de eletricidade em 2050 instalados, principalmente, por meio das fontes eólica, solar fotovoltaica, solar heliotérmica, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas.
Em termos de investimento, a construção de menos termelétricas e a maior participação de renováveis poupará R$ 1,11 trilhão até 2050. Isso porque, apesar de um investimento maior – R$ 2,39 trilhões até 2050, R$ 690 bilhões a mais do que o governo pretende despender no mesmo período – as vantagens econômicas ficam evidentes ao se colocar na conta os altos gastos com combustíveis fósseis previstos no cenário de referência. Afinal, vento e sol são de graça, ao contrário de gás e óleo combustível.
Para o setor de transporte, o cenário prevê a necessidade que uma radical mudança do modal – hoje muito centrada no uso rodoviário e no automóvel – para o transporte por trilhos e coletivo. Também a indústria precisa adotar padrões mais rígidos de eficiência, com veículos menores e motores que consomem menos combustível. As energias renováveis responderão por 40% do consumo de combustíveis no setor de transporte até 2050. A participação da eletricidade chegará a 7% no mesmo ano.
“É técnica e economicamente possível atender à crescente demanda de energia do país de modo limpo e sustentável. E, neste sentido, o Revolução Energética é uma provocação pública pois tudo depende de vontade e visão política”, diz Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de Clima e Energia do Greenpeace no Brasil.
“A iminência de uma crise climática coloca desafios sem precedentes a todas as nações. Há um forte movimento mundial para se reduzir a dependência dos combustíveis fósseis e aumentar a participação das energias renováveis”, diz Sven Teske, diretor de energias renováveis do Greenpeace Internacional. “O Brasil tem recursos naturais de sobra para se tornar uma potência energética limpa. Ao contrário do que acontecia no passado, as energias renováveis – em especial a solar fotovoltaica e eólica – são mais competitivas que o carvão e ainda utilizam recursos locais e criam mais empregos. Utilizar mais renováveis agora é mais uma vantagem econômica que um fardo e reduz a dependência de combustíveis importados”, conclui Teske. (EcoDebate)
 
 

Eólica, solar e biomassa na matriz energética

Greenpeace: eólica, solar e biomassa podem representar 65,5% da matriz energética do Brasil em 2050
A participação das fontes renováveis - eólica, biomassa e solar - na matriz energética brasileira nos próximos 40 anos pode ser 47% maior do que o projetado pelo governo, segundo relatório do Greenpeace. A 3ª edição do relatório [R] evolução Energética, divulgado em 27/08/13, aponta que a matriz poderá contar com 66,5% de participação dessas fontes para alimentar os setores elétrico, industrial e de transportes em 2050.
Ao considerar apenas a matriz elétrica, a projeção do estudo é ainda maior: 92% da eletricidade do país podem ser limpas até 2050. Para o Greenpeace, atualmente, esse cenário e a tradição de renováveis nesse setor estão em risco devido a decisões equivocadas da administração federal, que tem abraçado fontes sujas, como o carvão. "Hoje o país está em uma encruzilhada, tem que recorrer a fontes sujas como o carvão. Se for perguntar ao governo o porquê das térmicas a carvão, ele vai dizer que as conexões das eólicas não ficaram prontas, que as térmicas a gás não saem e que a solar não é viável economicamente", declarou Ricardo Baitelo, coordenador da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil. Para ele, o ideal é que em 2050 haja um equilíbrio entre hidrelétricas, eólica e solar. "Hoje, essencialmente, a matriz elétrica é hidrelétrica e as outras fontes são complementares", apontou.
Ainda segundo o relatório, até 2040 é possível abdicar da energia produzida pelas usinas nucleares, térmicas movidas a óleo combustível e carvão mineral, e evitar a construção de novas grandes hidrelétricas na Amazônia. Também é possível crescer, de acordo com o documento, sem explorar reservas não convencionais de gás e óleo, como o gás de xisto ou o pré-sal. Para tornar isso realidade, o [R]evolução Energética prevê um significativo aumento do uso de fontes renováveis, tendo instalado 396 GW em 2050 principalmente por meio das fontes eólica, solar fotovoltaica, solar heliotérmica, biomassa e PCHs.
"Em termos de investimento, a construção de menos térmicas e a maior participação de renováveis poupará R$ 1,11 trilhão até 2050. Isso porque, apesar de um investimento maior, em torno de R$ 2,39 trilhões no período - R$ 690 bilhões a mais do que o governo pretende despender até 2050 - as vantagens econômicas ficam evidentes ao se colocar na conta os altos gastos com combustíveis fósseis. Afinal, o vento e o sol são de graça, ao contrário do gás e óleo combustível", explicou Baitelo.
Quanto a segurança energética, Sven Teske, diretor de energias renováveis do Greenpeace Internacional, afirmou que no Brasil, a eólica e a biomassa podem gerar energia no período seco, enquanto as hidrelétricas seriam mais utilizadas no período úmido. "A solar no Brasil pode ser usada o ano inteiro. A insolação no Brasil é muito maior que na Alemanha", comentou Teske.
O estudo também demonstra que o uso racional e eficiente de energia em edifícios, indústrias e meios de transporte pode reduzir a dependência dos combustíveis fósseis. Pelo relatório, a demanda de energia é 25% menor em 2050 quando comparada com o cenário de referência, mesmo se o PIB crescer anualmente entre 2,5% e 3,7%. O documento também indica caminhos para reduzir as emissões de CO2 do país. O conjunto de medidas proposto contribuiria para um corte de 60% dessas emissões até 2050 - 777 milhões de toneladas por ano pelo cenário de referência para 312 milhões de toneladas por ano pelo cenário proposto.
"É técnica e economicamente possível atender à crescente demanda de energia do país de modo limpo e sustentável. E, nesse sentido, o Revolução Energética é uma provocação pública pois tudo depende de vontade e visão política", disse Baitelo. Para Teske, o Brasil tem recursos naturais de sobra para se tornar uma potência energética limpa. "Ao contrário do que acontecia no passado, as energia renováveis - em especial a solar fotovoltaica e eólica - são mais competitivas que o carvão e ainda utilizam recursos locais e criam mais empregos", analisou. (canalenergia)

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Energia eólica, hidráulica e gás natural

Interação energia eólica, hidráulica e gás natural
Ainda no inicio deste ano, estávamos envolvidos em pesquisas europeias sobre a integração das indústrias de eletricidade e gás natural, nas quais um dos problemas mais discutidos é a necessidade de construir estocagem elétrica. Nos últimos dez anos, com a introdução de energia eólica, as térmicas a gás se tornaram o mecanismo preferencial de “backup” do sistema (o uso das térmicas passou a responder de maneira complementar a geração eólica).
No entanto, a introdução massiva de produção eólica, e as grandes necessidades de resposta muito rápida associadas a esta, gerou a necessidade de dispor, em alguma medida, de estocagem elétrica para complementar o sistema de forma mais segura e econômica. No momento, a maneira mais econômica de estocar algo de eletricidade (energia, não potência) é a através da energia hidráulica. Por exemplo, é cada vez mais frequente na Europa a proposta de usar usinas fio d’água combinadas com usinas de bombeio puro.
Na maior parte destas discussões europeias, o mundo ideal seria um sistema com reservatórios de grande porte. A postagem de Losekann na semana passada (“Desafio do setor elétrico brasileiro: novo papel dos reservatório”), chamou a atenção sobre os complexos problemas do “mundo ideal” europeu (que pode ser observado no Brasil), nos permitindo observar que a definição do papel dos reservatórios no mercado elétrico nacional se tornou um tema central, e provavelmente retornará toda vez que a decisão sobre a quantidade das reservas hidráulicas for colocada em questão.
Um dos motivos para se pensar no papel da estocagem no sistema elétrico é a interação que esta terá com a energia eólica. A energia eólica vai jogar um papel relevante no futuro do sistema elétrico brasileiro. Os projetos de novos parques eólicos apresentados para o próximo leilão somam uma capacidade de 8.999 (MW) e segundo as projeções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) no Plano Decenal de Expansão de Energia, a capacidade instalada deve crescer de 1.403 MW (2011) para 15.563 MW (2021), o que faria da energia eólica a segunda fonte de energia elétrica no país (com 8,5% da capacidade instalada de geração nacional). Nesse contexto, o sistema brasileiro enfrenta um conjunto de decisões particulares de um sistema com reservatórios, que em grande medida não são tão relevantes em outros sistemas mais térmicos.
O problema da definição da geração de backup pode se relacionar também com o velho problema “potência firme ou energia firme”. Num sistema térmico, supondo um fluxo de combustível mais ou menos fiável, a limitação é a capacidade (“potência”) das usinas. Num sistema hidrelétrico com estocagem, a limitação é o reservatório (“energia”). Tradicionalmente, os sistemas elétricos mais térmicos, quando a limitação é de potência, precisam de uma coordenação de curto prazo muito precisa (porque não há estocagem). Nos sistemas elétricos mais hidráulicos, as necessidades principais são de coordenação intertemporal, i.e. quando gastar a água. Dessas características técnicas são derivados sistemas de coordenação muito diferentes. Na Europa e Estados Unidos (sistemas tipicamente térmicos), é preciso escolher entre um número grande de usinas com diferentes custos aproximadamente no mesmo período. No Brasil, a escolha se dá entre usinas com aproximadamente o mesmo custo, mas em diferentes períodos.
Nesta postagem, discutiremos se a energia eólica implica mudanças conceptuais na análise tradicional, ou somente mudam os parâmetros do problema. Observamos que, se as características de “sistema térmico” se mantiverem, a reação da Europa ante a introdução de energia eólica responde à lógica tradicional. O vento introduz variabilidade, e portanto, os prazos que se consideram “aproximadamente o mesmo período” tornam-se mais curtos. O Brasil possui estocagem. Sua participação é menor do que observada há alguns anos, mas comparativamente muito maior que a estocagem na Europa. Nessa perspectiva, o problema no Brasil se refere às reservas de longo prazo e como será impactada pelo aumento das incertezas relativas a produção eólica. Certamente, não são as mesmas questões, mas até onde são diferentes ainda esta em aberto. O “backup” necessário no Brasil se refere às incertezas de médio prazo característico da geração hidráulica. Isso pode significar maior presença de tecnologias a gás, o que faz com que os períodos com “aproximadamente o mesmo custo” sejam menores. Nesse caso, é preciso contar com mecanismos de coordenação adequados que considerem a alocação intertemporal de custos.
O problema nos sistemas “térmicos”; Europa - A importância da energia eólica nos países Europeus vem transformando o parque gerador. Nos últimos 10 anos a geração eólica nos países da União Europeia cresceu de 1.913 milhares de toneladas equivalentes de petróleo (TEP) para 15.930 milhares de TEP, como observado na figura abaixo, sendo a Alemanha, a Espanha e a Inglaterra os países com maior produção eólica (em 2011).
A principal característica da geração eólica do ponto de vista operacional do sistema é a incapacidade de gerenciar a produção: as máquinas produzem quando há vento e os agentes são incapazes de influir nesta dinâmica (quando, quanto, onde). Como consequência a relação quantidade produzida/capacidade no ano tende a ser baixa (na Alemanha entre 2002 e 2009 esta relação variou anualmente entre 17% e 21%[1],[2]). Ademais com as técnicas atuais tão pouco é fácil prever a produção de forma razoavelmente precisa para horizontes maiores que umas poucas horas. Em um horizonte de 48 horas os erros de previsão variam na media entre 10% e 20% da capacidade instalada. Os erros diminuem com a aproximação do tempo real, com uma hora de antecedência, os erros de previsão caem para 4% a 5%[3].
Deste modo, os mercados elétricos europeus, que tipicamente fechavam a grande maioria das suas operações no chamado mercado diário (às 24 horas de um determinado dia são definidas na manhã do dia anterior), começaram a se encontrar com uma grande quantidade de plantas de geração que não são mais capazes de realizar uma oferta precisa em este horizonte temporal. Devido à grande margem de erro das previsões meteorológicas chaves para a oferta das plantas eólicas, os agentes acabam se limitando a realizar uma oferta aproximada e corrigir os erros nos horizontes de mais curto prazo.
Os mercados mais próximos do tempo real, que eram tipicamente dedicados a ajustes da demanda ou situações excepcionais (problemas técnicos, por exemplo), se converteram em mercados onde se realizam uma parte relevante da cassação da energia total do sistema. Com a introdução massiva de eólicas no mercado elétrico há um deslocamento importante do mercado elétrico para prazos cada vez mais curtos.
O problema gerado por este deslocamento do mercado está nas implicações técnicas. Grande parte do dos geradores de eletricidade podem organizar a sua produção para responder as necessidades detectadas no mercado diário. Isto é, os grupos possuem suficiente flexibilidade para negociar sua energia no mercado diário e ajustar sua produção aos resultados destes, de modo que o produto coincide (em grande parte) com os contratos. Contudo, nem todos geradores possuem flexibilidade para seguir as decisões de mais curto prazo.
Por exemplo, a geração a carvão é uma tecnologia que não consegue entrar em operação (de forma economicamente eficiente) com decisões geradas com poucas horas de antecedência. Neste sentido o encurtamento dos horizontes de negociações diminuem as possibilidades de escolha da tecnologia que será despachada e frequentemente possuem implicações sobre os custos do sistema.
As características da geração eólica permitem variações de produção que podem chegar a 100% da sua geração programada. Ademais estas variações ocorrem em intervalos muito curtos de tempo – uma hora ou poucas horas. Por exemplo, o sistema espanhol experimentou em 2009 flutuações eólicas da ordem de 7000 MW. Por comparar, os desvios da demanda em relação ao programado raramente passam os 100 MW. Estas variações tendem a crescer com aumento do uso de eólicas no sistema.
Diferença da produção eólica (em MW) real e programada: Espanha
Quando a geração eólica aumenta rapidamente, outros geradores têm de ser capazes de baixar a produção para compensar. Quando a geração eólica cai deve haver outras tecnologias capazes de aumentar a sua produção para substituir a queda da eólica. Caso esta substituição não ocorra, o sistema se torna instável e pode gerar mesmo a queda do sistema. Como somente parte dos geradores de eletricidade é capaz de responder em prazos tão curtos, este nível de flexibilidade requer uma energia mais rápida que só uma parte das tecnologias é capaz de prover. Estas tecnologias possuem custos mais elevados, o que implica custos adicionais se comparado com cenário com desvios conhecidos no mercado diário.
Em resumo, o problema da energia eólica na Europa não é somente a grande variabilidade da produção e a pouca antecedência com que as variações são conhecidas. O outro fator central é a falta de potência instalada com capacidade de resposta. A falta de estocagem elétrica (principalmente hidrelétricas) faz com que se precise geração termelétrica. Nesse caso, se precisa de geração rápida. É um “problema de potência”.
O problema “hidráulico”: Qual é o backup que o Brasil precisa? - A peça chave da lógica anterior (análise dos sistemas térmicos com penetração de energia eólica) é que o sistema tem um “problema de potência”: a limitação de combustível para gerar eletricidade é relativamente pouco importante, dado que o problema central é a limitação de capacidade (neste caso, a capacidade de resposta rápida). Porém, tradicionalmente o Brasil enfrentava um “problema de energia”. Os reservatórios de grande porte faziam que a limitação de capacidade fosse relativamente pouco importante. O problema central era a limitação de disponibilidade de combustível, particularmente de água.
Nesse contexto, a decisão central na operação de um sistema baseado em energia hidrelétrica é a escolha entre gastar a água hoje ou estocá-la para produzir amanhã. Na maioria dos sistemas com mais penetração de tecnologias térmicas, essa escolha está na mão das empresas proprietárias das usinas. No Brasil, a escolha está na mão do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O problema pode ser esquematizado como na figura embaixo:
Figura 1: Esquema das escolhas do uso da estocagem das hidroelétricas
Nesse contexto, o valor da água era definido principalmente pela relação de estimativas em cada período entre o risco de verter a água e o risco de racionamento. As usinas termelétricas foram introduzidas como medida de segurança adicional para evitar o racionamento. A escolha então ficava como em a figura embaixo:
Figura 2: Esquema das escolhas do uso de tecnologias
A nova situação no Brasil, onde uma grande parte da produção de eletricidade usa tecnologias com grande volatilidade, faz com que o sistema elétrico possa apresentar maiores “pontas de carga”. A aparição de pontas de carga, parecido com o observado nos sistemas europeus, parece crescer. Neste sentido o problema parece não apresentar mudanças estruturais, mas sim na sua dimensão.
Se os recursos hidrelétricos são destinados a cobrir as pontas (as variações de curto prazo), o nível dos reservatórios decresce. Então, o sistema fica numa posição de risco de que no futuro as chuvas sejam escassas. Para evitá-lo, a solução é a introdução de geração alternativa disponível (como as térmicas) quando as chuvas são escassas. Sendo assim, o raciocínio é formalmente o mesmo que o anterior à introdução de energia eólica. A única mudança é que os níveis de backup devem agora considerar também as variações da geração eólica, e como consequência temos o aumento da dimensão do problema. De outra maneira, pode-se considerar que o problema europeu é geração de “backup” para energia eólica. No Brasil, o problema é a geração de “backup” para a energia hidráulica. Os problemas são diferentes, contudo em ambos os casos as térmicas a gás tiveram um papel importante. No apartado embaixo analisamos alguns dos elementos centrais do problema.
Uso de usina de gás natural: como obter a informação? – O problema de como definir o “backup” da energia eólica é complexo. Mas permitam-nos fazer a suposição de que as usinas a gás natural jogarão um papel relevante no backup dos reservatórios. Mesmo assim, não é simples desenhar o mecanismo pelo qual o ONS pode fazer a otimização (escolha) de quando consumir os recursos de gás e água. Num sistema de grande presença de usinas hidrelétricas, as usinas a gás natural não podem ser consideradas mais só como centrais “limitadas por potência”. Os preços do combustível vão influir na definição do “valor da água”. Na figura 2, a decisão entre produzir com água hoje ou amanhã depende muito do preço do gás natural.
Na escolha representada na figura 2, a produção com as usinas hidrelétricas está substituindo á produção das usinas a gás em um dos dois períodos. Usando um argumento de arbitragem, o valor da água em um determinado período vai ser o seu custo de oportunidade: o custo que o sistema teria se não produzisse com água, mas com termelétricas a gás. Isto é, o preço do gás natural usado para produzir eletricidade nesse período. O problema para o ONS é que o cálculo desse preço do gás é extremamente difícil. Teria que ser feita a comparação entre o preço de gás natural spot e de longo prazo, incluindo produção nacional, possíveis contratos take-or-pay, diferentes cláusulas dos contratos, diferentes possibilidades de arbitragem, preços de transporte de gás nacional, de estocagem de gás, etc.
Os mecanismos de coordenação entre os sistemas de gás e elétrico tornam-se mais relevantes na nova situação. Quando os volumeis de gás eram relativamente reduzidos, as necessidades de otimização intertemporal do gás eram menores também. Mas quando o gás tem uma presença relevante no sistema elétrico, a coordenação é central. E uma das necessidades da nova situação é que o ONS tenha as informações completas dos preços do gás natural nos diferentes períodos. Neste sentido, mesmo que os períodos de decisões sejam distintos, o problema da interação gás e eletricidade e a necessidade de coordenação entre as indústrias não se torna tão distante dos problemas observados na Europa.
Nesse contexto parece importante desenhar um mecanismo que permita aos agentes do sistema de gás natural enviar, com um horizonte longo suficiente (de forma que seja possível a coordenação da logística envolvida, e.g. um ano, ou menos inclusive), uma curva definindo o preço do gás para geração elétrica. Estes preços devem ser capazes de realmente refletir as condições da indústria de gás natural. Desta forma, o ONS seria capaz de incluir os preços futuros do gás (incluindo o risco e a logística estimada pelos agentes do sistema de gás) na decisão entre consumo de água ou de gás natural. Um mecanismo frequente usado para facilitar o intercambio de informações entre diversos agentes é o leilão. O uso de leilões para revelar preços de gás e eletricidade no médio prazo não é uma novidade (Europa e EUA possuem vários exemplos interessantes). O uso deste mecanismo no Brasil deveria ser melhor analisado, podendo potencialmente contribuir para a coordenação entre a indústria de gás e eletricidade. (ambienteenergia)



Truque para economizar combustível

Uma publicação no Facebook escrita por um engenheiro de segurança que trabalha numa refinaria está fazendo sucesso na rede social, registando já milhares de compartilhamento. A lista reúne diversos truques que todos podem colocar em prática na hora de abastecer o carro e desta forma a economizar um pouco de dinheiro.
Truques para abastecer um automóvel e poupar.
O autor deste texto trabalha numa refinaria há 31 anos.
Truques de um Engenheiro de Segurança para abastecer os veículos!
Interessante!
Assim que você levar a sério e passar a aplicar os truques que a seguir são explicados, passará a aproveitar ao máximo o seu combustível e, portanto, o seu dinheiro…
Espero que lhe sejam proveitosos.
1.º Truque: Encher o tanque sempre pela manhã, o mais cedo possível. A temperatura ambiente e do solo é mais baixa. Todos os postos de combustíveis têm os seus depósitos debaixo terra. Ao estar mais fria, a terra, a densidade da gasolina e do diesel é menor. O contrário se passa durante o dia, quando a temperatura do solo sobe, e os combustíveis tendem a expandir-se. Por isso, se você enche o tanque ao meio dia, pela tarde ou ao anoitecer, o litro de combustível não será um litro exatamente. Na indústria petrolífera a gravidade específica e a temperatura de um solo tem um papel muito importante. Onde eu trabalho cada carregamento de combustível nos caminhões é cuidadosamente controlada no que diz respeito à temperatura. Para que, cada galão vertido no depósito (cisterna) do caminhão seja exato.
2.º Truque: Quando for pessoalmente encher o tanque, não aperte a pistola ao máximo (pedir o mesmo ao abastecedor no caso de ser servido). Segundo a pressão que se exerça sobre a pistola, a velocidade pode ser lenta, média ou alta. Prefira sempre o modo mais lento e poupará mais dinheiro. Ao encher mais lentamente, cria-se menos vapor e, a maior parte do combustível vertido converte-se num cheio real, eficaz. Todas as mangueiras vertedoras de combustível devolvem o vapor para o depósito.
Se encherem o tanque apertando a pistola ao máximo uma percentagem do precioso líquido que entra no tanque do seu veículo transforma-se em vapor do combustível, já contabilizado, volta pela mangueira de combustível (surtidor) ao depósito da estação. Isso faz com que, os postos consigam recuperar parte do combustível vendido, e o cliente acaba pagando como se tivesse recebido a real quantidade contabilizada, menos combustível no tanque, pagando mais dinheiro.
3. º Truque: Encher o tanque antes que este baixe da metade. Quanto mais combustível tenha no depósito, menos ar há dentro do mesmo. O combustível evapora-se mais rapidamente do que você pensa. Os grandes depósitos cisterna das refinarias têm tetos flutuantes no interior, mantendo o ar separado do combustível, com o objetivo de manter a evaporação ao mínimo.
4.º Truque: Não encher o tanque quando o posto de combustíveis estiver sendo reabastecido e nem imediatamente depois. Se você chega ao posto de combustíveis e vê um caminhão tanque que está abastecendo os depósitos subterrâneos do mesmo, ou os acaba de reabastecer, evite, se puder abastecer no dito posto nesse momento. Ao reabastecer os depósitos, o combustível é jorrado dentro do depósito, isso faz com que o combustível ainda restante nos mesmos seja agitado e os sedimentos assentados no fundo acabam ficando em suspensão por um tempo. Assim sendo você corre o risco de abastecer o tanque com combustível sujo. (preguicaalheia)

Saiba os truques para economizar combustível

Forma de condução pode gerar até 30% de economia no combustível
Com o litro da gasolina custando, em alguns lugares, mais de R$ 3 (e o litro do etanol quase R$ 2) economizar combustível é a palavra de ordem para qualquer consumidor que tenha dó da sua carteira. O fato é que mudança de postura na direção pode gerar uma economia de combustível de até 30%, segundo dados da Fiat.
Alguns mitos e verdades sobre o consumo de combustível. Segundo Sandro Soares, da engenharia de produto da Fiat, dirigir com janelas abertas aumenta sim o consumo de combustível. Assim como rodar com a pressão do pneu baixo ou esticar as marchas. Por outro lado, é falsa a máxima de que carros com transmissão automática consomem mais combustíveis ou de que não compensa desligar o motor durante um congestionamento.
De acordo com Sandro Soares, apenas 25% da energia produzida por um motor é gasto para mover um veículo. O restante se perde por diversas partes do carro. Somente o escapamento consome outros 25% da energia. Cerca de 20% são gastos com o arrefecimento do motor. Ou seja, manter o motor em ordem e o escapamento funcionando adequadamente são fundamentais para que o consumo de combustível não aumente.
Na prática
Durante o workshop Techno Day sobre Eficiência Energética, realizado pela Fiat na semana passada com jornalistas, foi possível perceber na prática a diferença no consumo entre um carro com a manutenção em dia e outro desregulado.
Em um teste, dois Fiat Bravo foram colocados em uma reta e em um mesmo ponto, a uma velocidade de 60 km/h, a marcha foi desengatada. O primeiro veículo, com a manutenção em dia, parou quase 200 metros à frente do segundo veículo, que tinha desgastes na suspensão, estava com os pneus descalibrados, trazia os bicos injetores sujos e o motor desregulado.
No segundo teste, percorrendo o mesmo trajeto, os mesmos carros apresentaram consumos de combustível distintos. Enquanto o modelo com a manutenção em dia fez uma média de 15,4 km/l o Bravo desregulado chegou a apenas 11,5 km/l. Uma diferença de 33,9%. Ou seja, vale a pena gastar um pouco para manter a manutenção do carro em dia. A carteira agradece.
Por isso, separamos dez dicas que ajudarão você a economizar combustível. Confira acima. (yahoo)


segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Falta monitoramento na área de risco em Fukushima

Para físico do Greenpeace, falta monitoramento adequado na área de risco da usina de Fukushima
‘Controle em Fukushima é insuficiente’, diz físico do Greenpeace.
Cerca de 300 toneladas de água altamente radioativa vazaram de um tanque de armazenamento na usina nuclear. Segundo Heinz Smital, falta de monitoramento adequado na área de risco complica situação.
A operadora Tepco, responsável pela usina de Fukushima, encontrou nesta quinta-feira (22/08) novos focos de radiação perto dos tanques de armazenamento de água contaminada. A descoberta elevou os temores de novos vazamentos, já elevados desde a véspera, quando foi anunciado que 300 toneladas de água radioativa haviam vazado nos últimos dias.
Para Heinz Smital, físico nuclear e especialista do Greenpeace da Alemanha, há uma falha sistemática de vigilância na usina. Em entrevista à DW, ele diz que a queda no nível de água radioativa nos tanques deveria ter sido detectada bem mais cedo.
“É necessário um maior monitoramento dessas centenas de tanques, cada um com mil toneladas de líquido altamente radioativo. O controle ainda é insuficiente”, afirma.
DW: O vazamento radioativo das últimas semanas foi considerado o maior desde a catástrofe com os reatores de Fukushima, em março de 2011. Qual é a real seriedade do incidente?
Heinz Smital: É um incidente grave e que poderia ter sido evitado. Em princípio, o importante era manter a água em tanques de aço. O vazamento só foi descoberto depois que o nível da água diminuiu em metros dentro do tanque. Isso mostra que o monitoramento foi totalmente inadequado.
O que deveria ser feito?
Seria preciso aumentar a vigilância. O líquido é altamente radioativo, e uma queda no nível de água deveria ter sido detectada bem mais cedo, e não depois de uma grande quantidade ter desaparecido. Pelas contas, foram cerca de 300 toneladas, e a radiação é de 80 milhões de becquerel por litro – um nível muito elevado.
O que significa esse valor para uma pessoa?
Essa é uma dose direta que foi medida em 100 millisieverts por hora perto da água vazada. Uma pessoa aguentaria por pouco tempo essas condições. O limite normal para a população é de 1 milisievert por ano – no caso de trabalhadores de usinas, 20 millisieverts. Isto significa que uma pessoa receberia uma dose muito elevada em uma hora, mas que só suportaria cerca de cinco minutos no local. Segundo a autoridade reguladora nuclear japonesa, os níveis de radiação fora da usina em Fukushima estão inalterados.
Qual a credibilidade desta declaração?
A água provavelmente se infiltrou no solo, mas provavelmente há também fluxos de águas subterrâneas. Isso significa que a radiação fora da usina aumentará cada vez mais com o tempo. O que não se pode esquecer é que, mesmo que tenha vazado muita radiação, a maior parte ainda continua nos reatores. Apenas uma pequena porcentagem foi libertada. E caso aumente a quantidade de água subterrânea, pode ser que estas fontes alcancem distâncias mais longas.
Qual a probabilidade de a água contaminada chegar ao Pacífico?
Sempre houve sinais de que radioatividade é descarregada no mar. A Tepco ainda tentou negar o fato, embora existam evidências. Há algumas semanas, a Tepco acabou admitindo que, há dois anos, cerca de 300 toneladas de líquido altamente radioativo são descarregadas no mar todos os dias. A partir do momento em que a substância foi depositada no mar, ela se espalhou. No entanto, o efeito de distribuição não foi tão grande como esperado. Nos anos 50 e 70 havia a esperança de que resíduos nucleares se diluiriam de tal maneira que não haveria mais perigo de contaminação. Mas isso não é verdade. Por meio de correntes oceânicas e pela absorção feita por plantas e pelo plâncton, a radioatividade pode aumentar.
Ainda de acordo com a Tepco, o conteúdo do tanque danificado será bombeado para tanques intactos. Além disso, o solo radioativo e água vazada devem ser removidos.
Isso é o suficiente?
Esta é a medida a ser tomada, se não se sabe a origem do vazamento. Mas, no geral, é necessário um maior monitoramento dessas centenas de tanques, cada um com mil toneladas de líquido altamente radioativo. O controle ainda é insuficiente. Desde o início, a gestão da crise financeira e a política de informação da Tepco e do governo japonês receberam críticas pesadas.
O acidente pode servir como lição para o Japão?
Enquanto o foco for ativar novos reatores, a experiência nuclear, que está em atividade no momento no Japão, continuará a ser utilizada incorretamente. O governo vai continuar tentado minimizar a gravidade da situação em Fukushima. Mas os fatos vão voltar a aparecer. É uma situação muito difícil, que deve ser encarada de outra forma. (EcoDebate)

Fukushima eleva índices de contaminação do mar

Operadora da usina nuclear de Fukushima eleva índices de contaminação do mar e luta para conter vazamentos.
Usina de Fukushima, após o desastre nuclear - Em 11/03/11, o mundo soube da tragédia de Fukushima: um fortíssimo terremoto e um tsunami de grandes proporções, a que se seguiu a explosão de uma usina nuclear com todas as consequências de um acidente nuclear: a difusão de radioatividade, que permanecerá ativa durante anos, ameaçando muitas gerações.
Em meio a uma batalha para conter vazamentos, a operadora da usina nuclear de Fukushima, Tokyo Electric Power (Tepco), estima que desde o início da crise atômica, em 2011, até 30 trilhões de becquerels de material radioativo da central podem ter atingido o mar.
Segundo a Tepco, podem ter vazado para a baía artificial em frente aos reatores da usina até 10 trilhões de becquerels de estrôncio e 20 trilhões de becquerels de césio desde a crise atômica originada após o tsunami de 2011.
O cálculo aproximado da operadora, que é muito superior ao limite permitido, foi realizado após a análise dos níveis radioativos detectados na água em frente à usina e nos vazamentos ocorridos desde o acidente.
No entanto, a operadora realizou a avaliação excluindo os dois primeiros meses da crise nuclear. Estimativas divulgadas durante este período revelaram que cerca de 15 trilhões de becquerels podem ter vazado da central para o mar.
Além disso, a Tepco admitiu recentemente um novo vazamento, de 300 toneladas de água altamente contaminada de um dos mais de 1.000 tanques que existem na central para reter água poluída.
Os analistas da usina também não descartam que este novo vazamento, que se une aos existentes no líquido sob os reatores atômicos, possa ter chegado ao mar através de um sulco localizado a 50 metros do tanque defeituoso.
A enorme quantidade de água radioativa acumulada sob os reatores da central, que aumenta em cerca de 400 toneladas diárias devido ao vazamento dos aquíferos ao redor da usina, representa o principal desafio dos 3.500 operários que trabalham para pôr fim à crise.
Em seus trabalhos para selar a usina, processo que deverá durar mais de 40 anos, os técnicos da central utilizam a água armazenada no processo para esfriar os reatores, algo imprescindível para mantê-los estáveis.
Segundo o governo, a central vaza ao mar cerca de 300 toneladas de água radioativa, algo que representa um grave problema tanto ambiental como para a indústria pesqueira da região.
Uma das cooperativas de pesca da cidade de Iwaki, ao sul da central de Fukushima, anunciou ontem que finalmente abandonará seus planos para retomar a atividade na área. A organização esperava voltar a pescar em 5 de setembro como um teste para avaliar se a atividade poderia ser reiniciada.
“Achamos que nossa decisão é lógica, após ter escutado que estão ocorrendo vazamentos de água contaminada ao mar um dia após outro”, disse à agência “Kyodo” o representante da cooperativa, Masakazu Yabuki.
Diante da gravidade dos vazamentos radioativos, a Autoridade de Regulação Nuclear do Japão (NRA) propôs elevar o problema de água contaminada para o nível de alerta 3 na Escala Internacional Nuclear e de Fatos Radiológicos (INES), o que representa o pior incidente em Fukushima desde a explosão da crise, em 2011. (EcoDebate)


Água radioativa em Fukushima é “incidente grave”

Japão classificou fuga de água radioativa em Fukushima como “incidente grave”
A autoridade de Regulação Nuclear do Japão classificou em 21/08/13 a fuga de água radioativa na central de Fukushima como “incidente grave”, de nível 3, o mais elevado que declarado nos últimos dois anos.
Esta reavaliação da gravidade da fuga de água, de nível um para três, segundo a escala internacional de incidentes nucleares das Nações Unidas (INES) - que varia entre zero e sete, sendo este o nível mais grave -, surge um dia depois de a Tokyo Electric Power (TEPCO) ter informado que 300 toneladas de água radioativa deverá ter vertido de um tanque na central de Fukushima Daiichi.
A TEPCO indicou que acredita que a fuga de água continua hoje a verificar-se e que ainda não identificou a sua origem, não tendo, no entanto, sido registadas alterações significativas nos níveis de radiação no exterior da central nuclear.
"Estamos a retirar a camada superior do solo contaminado com a água  radioativa que verteu e a retirar a restante água do tanque que registou  problemas", disse um porta-voz da TEPCO, citado pela agência AFP ao salientar  que a empresa "está a fazer o seu melhor para evitar a dispersão da contaminação  para áreas no exterior da central, incluindo o mar".
A TEPCO deparou-se com vários incidentes na central de Fukushima desde  o início do acidente, em março de 2011, na sequência de um sismo e 'tsunami',  incluindo várias fugas de água radioativa, mas esta foi a pior registada  desde então.
Em Fukushima Daiichi acumulam-se grandes quantidades de água radioativa  devido à contínua injeção de água nos reatores para arrefecê-los.
Os problemas levaram o Governo japonês e o organismo regulador da indústria  a anunciarem um maior envolvimento direto nos trabalhos de limpeza em Fukushima,  em vez de deixarem esta tarefa apenas à responsabilidade da TEPCO.
Os incidentes em Fukushima Daiichi foram classificados como de nível  sete, o mesmo de Chernobil, em 1986, tendo estes sido os dois acidentes  mais graves já ocorridos, segundo a escala INES.
Não há qualquer morte oficial confirmada na sequência do acidente de  Fukushima, mas várias áreas da província japonesa, nomeadamente em redor  da central nuclear, foram evacuadas, continuando milhares de pessoas sem  saber quando e se poderão regressar a casa. (sicnoticias)



Câncer de tireoide em pessoas de Fukushima

Especialistas constatam câncer de tireoide em pessoas expostas à radiação após o acidente de Fukushima.
Usina de Fukushima, após o desastre nuclear – Em 11 de março de 2011, o mundo soube da tragédia de Fukushima: um fortíssimo terremoto e um tsunami de grandes proporções, a que se seguiu a explosão de uma usina nuclear com todas as consequências de um acidente nuclear: a difusão de radioatividade, que permanecerá ativa durante anos, ameaçando muitas gerações.
Especialistas concluíram que após os acidentes radioativos na Usina Nuclear de Fukushima Daiichi, no Nordeste do Japão, foram constatados casos de câncer de tireoide em 18 pessoas e sintomas da doença em 25 – todas com menos de 18 anos. A pesquisa envolve a análise de 360 mil crianças e adolescentes com menos de 18 anos.
O coordenador da comissão que faz o estudo, Hakuto Hoshi, disse que não pode confirmar se os casos têm relação direta com o acidente nuclear de Fukushima. Segundo ele, foi criado um grupo de especialistas para analisar exaustivamente a situação.
Em julho, um balanço divulgado indicava 12 casos de câncer de tireoide e 15 suspeitos por apresentarem características da doença. Em 2011, por meio de exames em 40 mil crianças e adolescentes, foram detectados sete casos de câncer de tireoide em decorrência da exposição à radiação. Em 2012, foram constatados cinco casos em grupo de 134 mil crianças e adolescentes.
No final de maio, a Organização das Nações Unidas (ONU) apresentou estudo preliminar do Comitê Científico sobre os Efeitos da Radiação Atômica (cuja sigla é Unscear) que concluiu que os níveis de radiação em Fukushima foram inferiores aos registrados em Chernobyl, no Norte da Ucrânia, que sofreu um acidente de gravidade semelhante em 1986.
Em 2011, o Japão sofreu uma série de terremotos, seguidos por tsunami, que provocaram vazamentos e explosões em Fukushima. Em decorrência dos acidentes radioativos, o governo do Japão esvaziou as cidades em torno da usina e passou a monitorar os moradores da região. (EcoDebate)


sábado, 24 de agosto de 2013

Contaminação do mar e contenção de vazamentos

Tepco eleva índices de contaminação do mar e luta para conter vazamentos
Em meio a uma batalha para conter vazamentos, a operadora da usina nuclear de Fukushima, Tokyo Electric Power (Tepco), estima que desde o início da crise atômica, em 2011, até 30 trilhões de becquerels de material radioativo da central podem ter atingido o mar.
Segundo a Tepco, podem ter vazado para a baía artificial em frente aos reatores da usina até 10 trilhões de becquerels de estrôncio e 20 trilhões de becquerels de césio desde a crise atômica originada após o tsunami de 2011.
O cálculo aproximado da operadora, que é muito superior ao limite permitido, foi realizado após a análise dos níveis radioativos detectados na água em frente à usina e nos vazamentos ocorridos desde o acidente.
No entanto, a operadora realizou a avaliação excluindo os dois primeiros meses da crise nuclear. Estimativas divulgadas durante este período revelaram que cerca de 15 trilhões de becquerels podem ter vazado da central para o mar.
Além disso, a Tepco admitiu recentemente um novo vazamento, de 300 toneladas de água altamente contaminada de um dos mais de 1.000 tanques que existem na central para reter água poluída.
Os analistas da usina também não descartam que este novo vazamento, que se une aos existentes no líquido sob os reatores atômicos, possa ter chegado ao mar através de um sulco localizado a 50 metros do tanque defeituoso.
A enorme quantidade de água radioativa acumulada sob os reatores da central, que aumenta em cerca de 400 toneladas diárias devido ao vazamento dos aquíferos ao redor da usina, representa o principal desafio dos 3.500 operários que trabalham para pôr fim à crise.
Em seus trabalhos para selar a usina, processo que deverá durar mais de 40 anos, os técnicos da central utilizam a água armazenada no processo para esfriar os reatores, algo imprescindível para mantê-los estáveis.
Segundo o governo, a central vaza ao mar cerca de 300 toneladas de água radioativa, algo que representa um grave problema tanto ambiental como para a indústria pesqueira da região.
Uma das cooperativas de pesca da cidade de Iwaki, ao sul da central de Fukushima, anunciou ontem que finalmente abandonará seus planos para retomar a atividade na área. A organização esperava voltar a pescar em 5 de setembro como um teste para avaliar se a atividade poderia ser reiniciada.
"Achamos que nossa decisão é lógica, após ter escutado que estão ocorrendo vazamentos de água contaminada ao mar um dia após outro", disse à agência "Kyodo" o representante da cooperativa, Masakazu Yabuki.
Diante da gravidade dos vazamentos radioativos, a Autoridade de Regulação Nuclear do Japão (NRA) propôs elevar o problema de água contaminada para o nível de alerta 3 na Escala Internacional Nuclear e de Fatos Radiológicos (INES), o que representa o pior incidente em Fukushima desde a explosão da crise, em 2011. (terra)

Japão e o novo vazamento de água radioativa

Japão teme novo vazamento de água radioativa
A agência reguladora de energia nuclear no Japão admitiu em 21/08/13 que o vazamento de água contaminada por radioatividade da usina atômica de Fukushima, revelado no dia anterior pela operadora do setor, foi um ‘incidente sério’ e pode ser o início de um novo desastre ambiental.
Segundo a autoridade de Regulação Nuclear (ARN), a possibilidade de novos vazamentos de líquido radioativo de outros tanques é a ‘maior preocupação’. A Tokyo Electric Power (Tepco) – cuja habilidade em lidar com o acidente nuclear causado pelo terremoto seguido de tsunami, de março de 2011, está sendo questionada pela reguladora do setor – afirmou em 20/08/13, que 300 toneladas de água (3 milhões de litros) vazaram no solo, mas não teriam contaminado o mar.
A Tepco, porém, voltou atrás e admitiu que o líquido radioativo pode ter contaminado o oceano. A ARN afirmou em 21/08/13 que o vazamento foi mais grave do que o anunciado anteriormente pela operadora – elevando a sua intensidade do grau 1 (“anomalia”), para o 3 (“incidente sério”), em uma escala que vai até o nível 7.
A radiação emitida pela água contaminada foi de 100 milisievert por hora, que equivale à exposição máxima permitida a funcionários de usinas nucleares em cinco anos.
Temores
O vazamento anunciado em 20/08/13 foi o quinto desde que as instalações de Fukushima foram danificadas e aumenta as preocupações de que incidentes semelhantes possam ocorrer.
“Esse é o nosso maior medo. Temos de permanecer alertas. Deveríamos ter levado em conta que um incidente que ocorreu uma vez poderia causar outro”, afirmou o presidente da agência reguladora japonesa, Shunichi Tanaka. (OESP)

Poças de água radioativa em Fukushima

Operadora detecta poças de água radioativa em Fukushima
A Tokyo Electric Power (Tepco), operadora da usina nuclear de Fukushima, no Japão, detectou a presença de poças de água radioativa junto aos tanques de armazenamento deste material, as quais poderiam ser fruto de novos vazamentos, informou em 20/08/13 a agência Kyodo.
Devido ao alto nível de radiação detectado sobre as poças, de 100 milisievert por hora, a Tepco admitiu que o líquido encontrado poderia ser de água filtrada dos tanques, usado justamente para armazenar o material usado previamente para esfriar os reatores.
A operadora estima que o volume destas poças seja de 120 litros e, inclusive, negou que esta água tenha vazado ao oceano, em frente à central.
No entanto, a Autoridade de Regulação Nuclear japonesa (NRA) ordenou uma exaustiva avaliação no local, já que, apesar de haver uma barreira em torno do espaço ocupado pelos tanques para evitar possíveis vazamentos, é provável que a água possa ter saído por uma das válvulas de drenagem que não foi fechada.
Como uma das poças foi encontrada fora do perímetro que rodeia os tanques, a NRA teme que a água possa ter vazado ao mar através de alguma tubulação.
Atualmente, o maior desafio na central de Fukushima, consideravelmente afetada pelo terremoto de março de 2011, é a acumulação de água contaminada nos porões dos edifícios dos reatores, que aumenta aproximadamente 400 toneladas diárias.
Este acumulo provém do liquido utilizado para refrigerar as unidades e da água subterrânea proveniente das zonas contíguas, que também é filtrada.
No último dia 7 de agosto, o governo japonês advertiu que ao menos 300 toneladas de água radioativa vazavam diariamente ao mar, enquanto a TEPCO tomou medidas como a construção de um muro isolante sob a terra e a extração do líquido mediante ao bombeamento.
Além disso, junto ao governo, que decidiu se envolver para solucionar o problema, a operadora adotou outras soluções, como a de congelar o solo ao redor dos reatores para bloquear a passagem da água. (terra)

Vazamento de 300t de água radioativa em Fukushima

Tepco confirma vazamento de 300 t de água radioativa em Fukushima
A Tokyo Electric Power (TEPCO), operadora da acidentada usina nuclear de Fukushima, admitiu nesta terça-feira que aproximadamente 300 toneladas de água radioativa vazaram dos tanques de armazenamento do líquido usado para resfriar os reatores da central.
Em uma entrevista coletiva, realizada horas depois que operários da usina detectassem poças de água radioativa junto os mencionados tanques, a TEPCO explicou que a quantidade do vazamento é bastante superior aos 120 litros estimados inicialmente.
A operadora também detalhou que materiais que emitem radiação beta também foram identificados na água vazada e, inclusive, com níveis extremamente altos, de 80 milhões de becquerel por litro.
Em declarações recolhidas pela agência Kyodo, um porta-voz da operadora acrescentou que a água provavelmente deve ter vazado ao solo, mas que ainda precisam averiguar exatamente onde se encontra a origem deste vazamento.
No entanto, a Autoridade de Regulação Nuclear (NRA) pediu uma avaliação mais exaustiva, já que a água contaminada pode ter vazado ao mar, em frente à central, através de algum duto.
O vazamento confirmado hoje se soma ao problema do acumulo de água contaminada nos porões dos edifícios dos reatores, que aumenta a cerca de 400 toneladas diárias e representa o principal desafio para a desativação segura da centra, consideravelmente afetada pelo terremoto e tsunami de março de 2011.
Essa acumulação citada é a soma do líquido utilizado para refrigerar as unidades com a água subterrânea proveniente das zonas contíguas, que também penetra nos edifícios.
No último dia 7 de agosto, a NRA advertiu que aproximadamente 300 toneladas de água radioativa haviam vazado ao mar por um dos porões, fato que fez com que a TEPCO tomasse algumas medidas de emergência, como a construção de um muro isolante sob a terra e extração do líquido mediante a um bombeamento.
Além disso, a operadora, junto com o governo, que decidiu atuar para solucionar o problema, adotou outras soluções, como a de congelar o solo ao redor dos reatores para bloquear a passagem de água. (terra)

Aumento de câncer de tireoide em Fukushima

Exames mostram aumento de câncer de tireoide em jovens de Fukushima
Os exames médicos que estão sendo realizados para comprovar o impacto da crise nuclear e da radiação nos habitantes de Fukushima mostram 18 casos de jovens diagnosticados com câncer de tireoide.
Segundo a emissora estatal NHK, desde o início da crise nuclear na central, em março de 2011, até o momento, o comitê encarregado de realizar os exames médicos em Fukushima já analisou cerca de 360 mil crianças (menores de 18 anos) da região.
Além dos 18 casos de câncer de tireoide, outros 25 jovens apresentaram sintomas desta mesma doença. O número é superior ao apresentado no início de julho, quando o estudo detectou 12 casos e diagnosticou outros 15 com sintomas da doença.
Estes dados também são superiores aos de outros estudos realizados em 2011, quando 40 mil menores da província foram analisados, dos quais sete foram diagnosticados com câncer de tireoide. Em 2012, após a análise de 134 mil menores, cinco casos foram confirmados.
Segundo os analistas, as substâncias radioativas emitidas pela central, que de maneira contínua registra vazamentos de água radioativa ao mar e a superfície, podem se acumular nas glândulas tireoide das crianças, o que aumenta o risco de um possível câncer.
No entanto, o diretor do comitê, Hakuto Hoshi, assegurou à "NHK" que não pode confirmar que os casos de câncer tenham uma relação direta com o acidente nuclear de Fukushima, embora tenham decidido criar um grupo de analistas para analisar exaustivamente a situação.
Hoshi também confirmou que sua equipe revisará cuidadosamente os dados acumulados de radiação e cada caso de maneira individual para poder oferecer uma explicação pormenorizada da situação aos residentes da província.
No final de maio, a ONU apresentou um relatório preliminar elaborado pelou Comitê Científico sobre os Efeitos da Radiação Atômica (Unscear), o qual revelou níveis muito inferiores de radiação em Fukushima em relação ao da tragédia nuclear de Chernobyl (1986).
Além disso, o relatório revelou que o Comitê não espera um aumento de casos de câncer pelo acidente de Fukushima devido à rápida evacuação da população após a catástrofe, o que reduziu, segundo seus cálculos, em até dez vezes as possibilidades da proliferação desta doença. (terra)

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Vazamento de água radioativa de Fukushima

Japão considera grave vazamento de água radioativa de Fukushima
As autoridades do Japão qualificaram em 21/08/13 de "nível 3" - correspondente a um "incidente grave" na escala internacional de eventos nucleares (Ines) - o vazamento de 300 toneladas de água altamente radioativa da central de Fukushima nos últimos dias.
A classificação de nível 3 da escala de 0 a 7 corresponde ao "vazamento de grande volume de material radioativo no interior da instalação". O acidente de Fukushima, em 11/03/11, atingiu o nível 7, o mais elevado e que define "efeitos consideráveis para a saúde e o meio ambiente".
Cerca de 300 toneladas de água radioativa vazaram de um tanque da usina nuclear japonesa, e segundo a operadora do complexo, a Tokyo Electric Power Company (TEPCO), há poças com níveis extremamente elevados de radiação, de 100 millisieverts por hora.
"Isso significa que, em uma hora, você fica exposto ao nível de radiação permitido para um trabalhador de uma usina nuclear em cinco anos", informou um porta-voz da empresa em 20/08/13.
Desde o tsunami que atingiu Fukushima, afetando os sistemas de refrigeração do reator e provocando colapsos, já ocorreram quatro vazamentos similares de tanques do mesmo tipo. Porém, o vazamento mais recente é o pior em termos de volume, disse o porta-voz da TEPCO.
A companhia admitiu que a água tóxica pode contaminar as águas subterrâneas e desaguar no Oceano Pacífico "a longo prazo", mas disse estar trabalhando para evitar que isso ocorra.
"Estamos transferindo a água contaminada de um tanque com problema de vazamento para tanques intactos, recuperando a água que vazou e o solo em torno dela. Também estamos reforçando as barragens existentes em torno dos tanques", disse o porta-voz, enquanto a região enfrentava uma chuva pesada em 20/08/13.
A TEPCO, que enfrenta enormes custos de limpeza, tem lutado para resolver o problema do grande volume de água radioativa acumulada em função da contínua injeção para resfriar os reatores. A empresa admitiu em julho, pela primeira vez, que as águas subterrâneas radioativas haviam deixado o local do vazamento.
Os problemas levaram o governo japonês e sua instituição reguladora nuclear a afirmar que ficariam mais diretamente envolvidos na limpeza de Fukushima, ao invés de deixá-la por conta da operadora.
Enquanto ninguém é oficialmente registrado como vítima fatal em decorrência direta dos colapsos dos reatores de Fukushima, as grandes áreas em torno da usina tiveram que ser abandonadas.
Dezenas de milhares de pessoas ainda não puderam retornar para as suas casas. (terra)

300 ton de água radioativa vazou em Fukushima

300 toneladas de água radioativa vazaram de um tanque da usina nuclear de Fukushima
Operadora de Fukushima anuncia grande vazamento radioativo – Cerca de 300 toneladas de água radioativa vazaram de um tanque da usina nuclear japonesa de Fukushima, no pior acidente desde o início da crise causada pela destruição da central após o terremoto seguido de tsunami de março de 2011, informou a operadora.
A Tokyo Electric Power Company (TEPCO) afirmou que o vazamento provavelmente continuará nesta terça-feira, em Fukushima, e que a fonte do problema ainda não havia sido identificada.
A companhia indicou que havia poças com níveis extremamente elevados de radiação – cerca de 100 millisieverts por hora -, que foram encontradas perto dos tanques de água da usina.
“Isso significa que, em uma hora, você fica exposto ao nível de radiação permitido para um trabalhador de uma usina nuclear em cinco anos”, informou um porta-voz da empresa, em uma coletiva de imprensa.
Mais tarde, a empresa afirmou que tinha identificado o tanque que estava com defeito, mas ainda tinha que encontrar o local do vazamento.
“Instruímos a TEPCO a encontrar a fonte da água contaminada e selar o ponto de vazamento”, disse um funcionário da Autoridade de Regulação Nuclear à AFP.
“Também os instruímos a recuperar os solos contaminados para evitar uma expansão maior da água tóxica, e a reforçar o controle do ambiente ao redor. Não houve alterações significativas nos níveis de radiação fora da usina”, acrescentou a fonte.
Desde o tsunami causado pelo terremoto que atingiu Fukushima, em março de 2011, afetando os sistemas de refrigeração do reator e provocando colapsos, já houve quatro vazamentos similares de tanques do mesmo tipo. Porém, o vazamento mais recente foi o pior em termos de volume, disse o porta-voz da TEPCO.
A companhia admitiu que a água tóxica pode contaminar as águas subterrâneas e desaguar no Oceano Pacífico “a longo prazo”, mas disse estar trabalhando para evitar que isso ocorra.
“Estamos transferindo a água contaminada de um tanque com problema de vazamento para tanques intactos, recuperando a água que vazou e o solo em torno dela. Também estamos reforçando as barragens existentes em torno dos tanques”, disse o porta-voz, enquanto a região enfrenta uma chuva pesada em 20/08/13.
Até agora, quatro toneladas de água derramada foram recuperadas desde 19/08/13 à noite, quando a TEPCO começou a operação de recuperação, afirmou a empresa, que tem enfrentado uma série de incidentes, incluindo vários vazamentos de água radioativa, após o pior desastre nuclear de uma geração.
A empresa, que enfrenta enormes custos de limpeza, tem lutado para resolver o problema da enorme quantidade de água radioativa acumulada em função da contínua injeção para resfriar os reatores.
A TEPCO admitiu em julho, pela primeira vez, que as águas subterrâneas radioativas haviam deixado o local do vazamento.
Os problemas levaram o governo japonês e sua instituição reguladora nuclear a afirmar que ficariam mais diretamente envolvidos na limpeza de Fukushima, ao invés de deixá-la por conta da operadora.
Enquanto ninguém é oficialmente registrado como vítima fatal em decorrência direta dos colapsos dos reatores de Fukushima, as grandes áreas em torno da usina tiveram que ser abandonadas.
Dezenas de milhares de pessoas ainda não puderam retornar para as suas casas. (EcoDebate)

Poças radioativas em água na usina nuclear de Fukushima

Detectadas poças radioativas perto de tanques de armazenamento de água na usina nuclear de Fukushima.
Poças com níveis extremamente altos de radiação foram encontradas perto de tanques de armazenamento de água na usina nuclear de Fukushima, alertou em 19/08/13 o órgão operador e regulador do setor atômico no Japão.
O nível radioativo, medido cerca de 50 centímetros acima da água tóxica, era de cerca de 100 milisieverts por hora, noticiou a agência de notícias Kyodo, citando a companhia Tokyo Electric Power Co. (Tepco).
Acredita-se que 120 litros tenham vazado de um tanque de armazenamento de água.
A Tepco negou que a água tóxica tenha vazado para o Oceano Pacífico, adjacente à usina, mas a Autoridade de Regulação Nuclear determinou que seja avaliada a possibilidade de que esta água tenha chegado ao mar através de dutos vizinhos de um sistema de drenagem.
O NRA divulgou uma avaliação preliminar que o incidente tenha atingido o número 1 de uma escala internacional de 8, definido como uma “anormalidade”.
Uma barreira em volta dos tanques foi instalada para bloquear a água na ocorrência de um vazamento, mas as válvulas de drenagem podem ter sido deixadas abertas, permitindo à água vazar para o exterior, destacou a nota.
Um funcionário da Tepco descobriu água vazando de uma válvula por volta das 09h50 locais (21h50 de Brasília) desta segunda-feira. Uma das poças fora da barreira tinha uma área de cerca de três metros quadrados e um centímetro de profundidade.
A Tepco tem enfrentado uma série de incidentes na usina, incluindo alguns vazamentos de água radioativa, mais de dois anos depois do pior desastre nuclear em uma geração, provocado por um terremoto seguido de tsunami em março de 2011.
A empresa, que enfrenta enormes custos de limpeza e compensação, tem se visto às voltas com uma enorme quantidade de água radioativa que se acumula em consequência das contínuas injeções de água para resfriar os reatores.
A acidentada usina admitiu em julho pela primeira vez que água subterrânea radioativa tinha vazado para fora do local e começou este mês a bombeá-la para o Pacífico como forma de reduzir o vazamento.
Embora não tenha sido registrada nenhuma morte como resultado direto dos as fusões de reatores em Fukushima, grandes áreas no entorno da usina tiveram que ser evacuadas, e dezenas de milhares de pessoas ainda não puderam retornar para suas casas. (EcoDebate)


terça-feira, 20 de agosto de 2013

Um asfalto que economiza combustível

Engenheiros do Massachussets Institute of Technology (MIT) desenvolveram um tipo de asfalto que ajuda a economizar combustível. Por ser feito de concreto e outros materiais mais duros do que o asfalto tradicional, o piso poderia economizar até 3% de combustível dos automóveis.
Segundo o mesmo estudo isso representaria uma economia de 275 milhões de barris de petróleo ou cerca de US$ 15 bilhões aos EUA (R$ 30 bilhões por ano). A iniciativa também ajudaria o meio ambiente, evitando a emissão de 46 milhões de toneladas métricas de CO2, um dos gases do efeito-estufa e causadores do aquecimento global.
Porque o asfalto comum gasta mais gasolina?
Com a deformidade do piso mais flexível, é como se o carro estivesse numa subida muito leve, mas constante. É o mesmo motivo pelo qual cansamos mais ao caminhar na areia fofa. Com a adição de concreto nas camadas do asfalto, a deformidade é reduzida. (yahoo)

domingo, 18 de agosto de 2013

Estudante cria moto movida a energia solar

Estudante de física cria moto movida a energia solar nos EUA
Tony modificou uma moto para diminuir sua emissão de poluentes.
Estudante de física cria moto movida a energia solar nos EUA
Um estudante de física teve uma ideia simples para um problema que se agrava a cada dia: a escassez de recursos naturais. Pensando na escassez de combustíveis no futuro e no impacto do seu uso no meio ambiente, Tony Danger Coiro decidiu acoplar placas fotovoltaicas em uma moto, que agora se move utilizando apenas energia solar.
O aluno da Universidade de Purdue, nos Estados Unidos, adquiriu a motocicleta por apenas US$ 50. Entretanto, precisou desembolsar mais US$ 2.500 para reformá-la. Após as melhorias, a moto reduziu suas emissões de carbono a 0 e é totalmente silenciosa.
Projeto do estudante se destacou na Universidade de Purdue, nos EUA.
Segundo o estudante, pilotar a moto – uma Suzuki de 1978 – é como andar em um tapete mágico. A moto desenvolve uma velocidade média de 72 km/h e gasta cerca de um dólar por quilômetro rodado.
O sucesso da iniciativa ainda motivou Coiro a planejar criar uma empresa para desenvolver veículos elétricos. Tony foi indicado pela sua universidade como um dos cinco alunos que estão fazendo a diferença na busca por tecnologias voltadas para a preservação do meio ambiente. (yahoo)


sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Solução para água radioativa em Fukushima?

Solução para água radioativa em Fukushima parece cada vez mais distante
A companhia japonesa Tepco diz ter conseguido controlar a radioatividade em Fukushima, palco de acidente nuclear após tsunami em 2011. Mas vazamento de água radioativa continua contaminando o Pacífico.
A Tokyo Electric Power Company, conhecida como Tepco, é responsável pela restauração do complexo de usinas atômicas Fukushima Daiichi e pela reparação dos danos causados pelo acidente nuclear de dois anos atrás, consequência de um sismo seguido de um tsunami no litoral do Japão. Formalmente, a Tepco é uma empresa privada. Parte dela pertence ao Estado.
Apesar de possuir poder para interferir na administração da companhia, o governo japonês se recusa a fazê-lo. Essa posição de afastamento tem saído cara.
O próprio governo admitiu que, há dois anos, há vazamentos de água radioativa do lençol freático da região da usina atômica para o Oceano Pacífico. Estima-se que, diariamente, vazem no mar cerca de 300 mil litros desse líquido. Em uma semana, essa quantidade poderia preencher uma piscina olímpica, de 2,5 milhões de litros.
O Instituto para Ciências Industriais da Universidade de Tóquio pesquisou as consequências desse vazamento no solo marinho. “Nós encontramos mais de 20 locais, onde a poluição por radiação de césio era dez vezes maior do que nos arredores. Essas áreas têm até 100 metros de diâmetro”, conta o coordenador da pesquisa Thornton Blair.
Ordens contraditórias
Depois do acidente nuclear em março de 2011, a maior produtora de energia atômica do país recebeu do governo japonês duas missões contraditórias. Por um lado, a Tepco deveria assumir sozinha todas as consequências decorrentes do acidente, pois a companhia não havia se preparado de maneira correta para possíveis tsunamis.
Por outro lado, a empresa deveria voltar a ter lucros o mais rápido possível através da implementação de medidas de economia e de reestruturação. Dessa maneira, a Tepco pagaria de volta os empréstimos estatais, ou seja, as injeções diretas de capital e os adiantamentos dos fundos de compensação.
Mas, na realidade, a Tepco jamais poderá saldar os custos do acidente nuclear sozinha. No início de 2013, o presidente do conselho administrativo da empresa, Kazuhiko Shimokobe, alertou para uma possível falência, caso o Estado não assumisse alguns gastos.
O valor do desmantelamento dos reatores danificados foi calculado em um trilhão de ienes, o equivalente a cerca de 23 bilhões de reais. Até o momento, a Tepco já gastou 300 bilhões de ienes e calcula que a reforma custará cinco vezes mais. A empresa precisa, até março de 2014, de mais 24 bilhões de reais, somente de capital, para poder pagar suas dívidas antigas.
Reconhecimento atrasado

Muro de proteção está sendo construído na usina
Esses números indicam que a Tepco não tem dinheiro para os consertos necessários em Fukushima. Mas apenas após os vazamentos radioativos o governo japonês foi obrigado a reconhecer que não pode mais deixar a companhia sozinha.
O primeiro-ministro, Shinzo Abe, pediu que o ministro da Indústria apoie a empresa na luta contra os vazamentos. Pela primeira vez, o dinheiro de impostos será utilizado para conter as consequências do acidente nuclear. O valor inicial em discussão é de 40 bilhões de ienes, o equivalente a 937 milhões de reais.
Com esse dinheiro, a Tepco pretende construir uma parede de resfriamento subterrânea para evitar o acumulo de água nos porões dos reatores. Para resfriar a parede, canos refrigeradores serão instalados perpendicularmente ao solo.
O novo sistema será construído em torno de quatro reatores, com uma extensão de 1,4 quilômetros e até 30 metros de profundidade. A técnica é aplicada na construção de túneis, mas nunca foi testada dessa forma.
Devido ao grande consumo de energia e aos custos de manutenção, o muro de proteção é uma alternativa cara em longo prazo. Segundo um porta-voz do Ministério da Indústria, a Tepco não possui a quantia necessária para esse investimento, por isso o Estado precisa ajudar financeiramente a empresa.
Sem saída para o vazamento
Vazamento está fora do nosso controle, afirma Ono.
A intervenção do governo gerou novas dúvidas sobre a competência da Tepco para realizar os trabalhos de limpeza e desmantelamento da usina nuclear danificada. No início de 2013, críticos apontaram um colapso no sistema de refrigeração dos reatores. A parte elétrica da usina ainda era provisória. O curto-circuito foi causado por uma ratazana.
Assim, o vazamento de água do subsolo também pode indicar a incapacidade da Tepco: só a construção de uma barreira subterrânea conseguiu elevar o nível do lençol freático. “Esse vazamento está fora do nosso controle”, afirmou o diretor da Tepco, Masayuki Ono.
A quantidade de água contaminada aumenta tão rapidamente que no fim só restará uma solução, escoá-la para o Pacífico. “A situação está longe das possibilidades da Tepco”, afirma o ex-construtor de usinas nucleares e crítico da energia atômica Masashi Goto.
Segundo Goto, a Tepco não se recusa a fazer o necessário, mas não existe uma solução perfeita. O novo presidente do Departamento de Regulação Nuclear do país, Shunichi Tanaka, já demonstrou que já será compreensivo caso a água seja menos contaminada que o permitido. (EcoDebate)