sábado, 30 de julho de 2016

Escolas do Rio de Janeiro ganham equipamentos de energia solar

O projeto “Escolas Sustentáveis” levou a seis escolas públicas do Rio de Janeiro ações a instalação de equipamentos de energia renovável à base de geração solar. A ação é uma parceria da Prefeitura do Rio de Janeiro, por meio das Secretarias de Meio Ambiente e de Educação, com o ICLEI Brasil, associação mundial de governos locais e subnacionais dedicados ao desenvolvimento sustentável.
A Sunlution instalou placas de energia solar no telhado dos prédios, além de, no caso de duas das escolas, postes de luz equipados com placas solares e geradores eólicos, localizados na área externa da escola. As instituições de ensino ficam nos bairros de Ilha do Governador, Campo Grande, Rio das Pedras, Parque Anchieta, Irajá e Rocinha.
Após a instalação dos equipamentos a empresa realiza uma pequena aula sobre energia solar para os alunos, que podem examinar os equipamentos e entender seu funcionamento, além de se informar sobre a importância do uso de energias renováveis. (ambienteenergia)

Painéis de aquecimento solar e fotovoltaicos: entenda a diferença

O Brasil se volta cada vez mais para a energia limpa e constante que vem do sol. Temos o privilégio de viver em um país tropical, onde a incidência de raios solares é forte durante todo o ano e isso faz a diferença quando o assunto é economia de energia.
No mercado, há dois tipos de tecnologias que utilizam a luz do sol para produzir energia: os sistemas de aquecimento solar de água, que transformam os raios  solares em energia térmica para o aquecimento da água no uso sanitário para banhos, torneiras e piscinas e os sistemas fotovoltaicos, capazes de transformar a energia do sol em energia elétrica, mas é importante um projeto técnico e autorização da Concessionária de Energia Elétrica antes da instalação e utilização nos aparelhos da casa.
O sistema de aquecimento solar é composto por dois principais componentes: os coletores solares – placas instaladas nos telhados – e os reservatórios térmicos, utilizados para o armazenamento da água aquecida. As placas absorvem a radiação solar e o calor é transferido para a água que circula no interior das tubulações de cobre desse coletor e é armazenada no reservatório térmico que conserva a temperatura da água até o momento da utilização. Como o Brasil predominantemente se localiza no hemisfério Sul, a indicação geral é que as placas sejam voltadas para o norte, aproveitando ao máximo a radiação do sol.
“Este é um sistema simples, fabricado com tecnologia 100% nacional, e se apresenta como uma excelente alternativa para a questão energética hoje, inclusive para derrubar os altos custos das contas de luz”, conta Marcelo Mesquita, secretário executivo do DASOL – Departamento Nacional de Energia Solar Térmica da ABRAVA- Associação Brasileira de Ar Condicionado, Refrigeração, Ventilação e Aquecimento. “E tem se popularizado, uma vez que o investimento inicial é baixo – cerca de R$ 2mil – e o retorno, considerando-se a economia na conta de luz, vem em aproximadamente dois anos. Ou seja, o aquecedor solar de água é uma das formas de uso da energia solar que cabe no bolso de grande parte da população”, acrescenta.
O sistema fotovoltaico coleta fótons solares e os convertem em corrente elétrica, gerando energia para o funcionamento de muitos aparelhos elétricos, porém não sendo indicado e nem viável para ser ligado a um chuveiro elétrico. Hoje, o sistema é especialmente utilizado em regiões remotas e de difícil acesso, onde não há rede elétrica de energia. No espaço urbano ainda é pouco utilizado, devido ao seu alto custo.

Principais perguntas/respostas sobre aquecedores solares de água e energia solar fotovoltaica
Solar térmica
Fotovoltaica
Aquece a água do chuveiro?
Sim
Não
Gera energia elétrica?
Não
Sim
Faz o uso somente de energia limpa?
Sim
Sim
Reduz o gasto de energia elétrica?
Sim
Sim
Custo de instalação
Baixo
Alto
Custo de manutenção
Baixo
Alto
Colabora com o meio ambiente?
Sim
Sim
Tempo de retorno do investimento
2 anos
12 anos
Matéria-prima e tecnologia
Nacionais
Importadas
Talvez um dia, com melhores condições comerciais, cada residência poderá ser capaz de produzir sua própria energia elétrica com o sistema fotovoltaico. No entanto, por ser ainda muito caro, atualmente, os aquecedores solares são a forma de energia mais barata que existe e são a melhor resposta para reduzir a conta de luz. “Atualmente, 7% do consumo nacional de energia elétrica destina-se ao aquecimento de água para banhos, portanto, podemos poupar muita energia e com pouco investimento utilizando o sistema de aquecimento solar. A ABRAVA está trabalhando junto a órgãos do Governo para ampliar as políticas públicas de incentivo à instalação de aquecedores solares em todo o país, face aos excelentes resultados dos sistemas instalados em mais de 260 mil unidades habitacionais do Programa Minha Casa Minha Vida, e atendimento de legislações municipais e estaduais que determinam o uso dessa tecnologia em obras públicas.”, finaliza Mesquita. (ecodebate)

quinta-feira, 28 de julho de 2016

UE descontinuará biocombustíveis de 1ª geração após 2020

UE pode descontinuar biocombustíveis de 1ª geração depois de 2020
A União Europeia (UE) pode estar a um passo de banir os biocombustíveis de convencionais – aqueles feitos a partir de commodities agrícolas que tenham uso alimentar, caso, por exemplo, do biodiesel fabricado a partir de óleo de soja.
De acordo uma proposta para a mobilidade de baixo carbono apresentada em 20/07/16 pela Comissão Europeia o consumo desse tipo de combustíveis seria desencorajado gradualmente a partir de 2020. (biodieselbr)

Ubrabio discute cooperação para testes com biodiesel em veículos

Em 14/07/16 foi realizada uma reunião para discutir a possibilidade de um acordo de cooperação técnica com vista na realização dos testes determinados pela Lei 13.263/2016 para validar a segurança do uso do B10 nos motores diesel da frota brasileira. O encontro reuniu representantes da  União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), BR Distribuidora e o senador Cidinho Santos (PR-MT).
Sancionada em março, a lei que prevê o aumento progressivo da mistura do biodiesel ao diesel fóssil até o percentual de 10% – o chamado B10 – até 2019.
Segundo o senador Cidinho Santos e o superintendente da Ubrabio, Donizete Tokarski, o alto custo de logística para o fornecimento do biodiesel tem dificultado que montadoras e fabricantes de motores realizem os testes. “A legislação é um avanço, tanto do ponto de vista ambiental quanto do ponto de vista econômico. Trabalhando em conjunto, teremos avanços importantes no uso de biodiesel no Brasil”, destacou o senador, relembrando os compromissos assumidos pelo Brasil na COP-21, de redução das emissões de gases poluentes.
Cada veículo usando B10 reduz, em um ano, a emissão de 9 toneladas de CO2, quando comparado a um veículo abastecido com puro diesel fóssil. Uma redução equivalente ao plantio de 66 árvores por ano.
O biodiesel é produzido a partir de diversos óleos vegetais, gorduras animais e óleos residuais. Além de agregar valor à produção nacional e dar destinação correta à dejetos que poderiam poluir o meio ambiente.
O aumento no uso de biodiesel também é benéfico para a economia nacional, já que o Brasil deixa de importar uma quantidade importante de óleo diesel. Com o crescimento da produção de biodiesel, o Brasil teve uma redução da importação que gerou uma economia de US$ 2,6 bilhões. (biodieselbr)

terça-feira, 26 de julho de 2016

Macaúba é alternativa promissora para o biodiesel

Uma lei sancionada em março deste ano elevou a porcentagem da adição de biodiesel no diesel, que passará de 7% para 8% até 2017 e chegará a 10% em 2019. No ano passado, o país produziu 3,9 bilhões de litros de biodiesel – um crescimento de 15% em relação a 2014 –, ficando em segundo lugar no mundo, atrás dos Estados Unidos e na frente da Alemanha e da Argentina. A demanda esperada para 2020 é de 7 bilhões de litros. Em 2015, 76,5% do biodiesel no Brasil foi feito com soja, 19,4% com gordura animal, 2% com algodão e mais 2,4% com outros tipos de matérias-primas, como óleo de cozinha usado, dendê, entre outros. A produção desse biocombustível se dá por meio de um processo químico chamado de transesterificação, em que é misturado um óleo vegetal ou gordura de origem animal ao metanol, um álcool extraído do gás natural, e mais um catalisador, uma substância química. Para cada mil litros de óleo são necessários 300 litros de metanol.
O aumento da participação do biodiesel no diesel vai estimular a demanda por matérias-primas para o fabrico do óleo vegetal. As opções são muitas. A mais recente, que é objeto de estudo de várias instituições de pesquisa brasileiras, é o óleo do fruto da macaúba, uma palmeira encontrada em quase todo Brasil, do norte de Minas Gerais até o norte da Argentina. Ela é a mais nova promessa para a produção de biodiesel. O que atrai na planta é a quantidade de óleo que essa cultura sem nenhum melhoramento agronômico produz num espaço de 10 mil metros quadrados ou 1 hectare (ha): até 4 mil litros. A título de comparação, a soja rende 500 l/ha.
“A macaúba será extremamente importante para o futuro do biodiesel em alguns anos. É a cara do Brasil porque é uma planta nativa que está sendo muito pesquisada e em pouco tempo vai ganhar mercado”, comenta Donizete Tokarski, diretor superintendente da União Brasileira do Biodiesel (Ubrabio), que reúne os produtores. Ele garante que, com a capacidade industrial atual, é possível aumentar a oferta de biodiesel aos poucos, até atingir os 15% na composição com o diesel. Isso é possível porque quase toda a matéria-prima para o biodiesel é de subprodutos, como óleo de soja, gordura animal e óleo do caroço do algodão. Existe ainda o óleo de fritura, por exemplo, segundo Tokarski, uma fonte quase inexplorada. Dependendo da região, compra-se o litro por valores que vão de R$ 0,40/l a R$ 1,80/l.
Para o futuro, ainda existe a cultura do dendê, que pode render 4 mil l/ha. Também chamada de palma, essa cultura ainda não atingiu um volume de produção para o biocombustível e certamente terá um custo mais favorável na região Norte do país, onde é plantada e se adapta melhor. A previsão em relação à macaúba é que em quatro anos os produtores terão mudas para plantio e em mais seis anos, o óleo para a venda.
A planta (Acrocomia aculeata) é uma palmácea nativa presente no Cerrado, na região Centro-Oeste, Pantanal e até na parte oeste e sul da região amazônica. “Não existe na história brasileira uma planta nativa que tenha atraído tantos pesquisadores em tão pouco tempo”, avalia o engenheiro agrônomo Carlos Augusto Colombo, pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC). “São mais de 100 pesquisadores no Brasil estudando o melhoramento genético da macaúba e as características químicas do óleo.” O trabalho no IAC começou em 2006, quando o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e outros órgãos de fomento incentivaram por meio de editais a pesquisa com oleaginosas para a produção de biodiesel. Colombo teve um projeto financiado pela Fapesp, em que levantou e identificou plantas de macaúba em vários locais do estado de São Paulo. “Foi uma coleta de sementes dos frutos para que pudéssemos estudar a variabilidade genética na população e fazer cruzamentos entre elas para uma futura formação de cultivares para plantio.” Depois de 10 anos, Colombo anuncia que em mais quatro anos o IAC poderá lançar no mercado agrícola uma variedade para plantio voltada à produção de óleo.
Lembrança do pinhão
“O óleo de macaúba é muito estável e tem ácido láurico, um importante ingrediente para a indústria de cosméticos. Na natureza, a planta gera de 3 a 4 mil litros de óleo/ha/ano. Com o nosso melhoramento, atingiremos de 8 a 9 mil l/ha”, afirma Colombo. Entre os projetos em que participa está um do Banco Mundial, junto com a Universidade Leuphana, da Alemanha, que financia a plantação de macaúba em 2.000 ha em Patos de Minas (MG) com apoio do IAC e que funciona em consórcio com a criação de gado. Esse tipo de associação contribui para recuperar pastagens.
Colombo diz que toma todos os cuidados para que não ocorra com a macaúba o que aconteceu há alguns anos com o pinhão-manso (Jathopha curcas): um excesso de otimismo entre produtores de biodiesel antes mesmo de existirem pesquisas e o estabelecimento de dados agronômicos sobre a cultura. “O pinhão-manso não apresentava plantas de porte baixo, o que dificulta a colheita. Tem frutos grandes, pequenos e amadurecimento em épocas distintas em pés diferentes na mesma plantação”, lembra. Para evitar essa situação, os pesquisadores estão identificando as melhores plantas de macaúba, com porte baixo, mais produtivas e com maiores teores de óleo. A macaúba pode produzir por mais de 20 anos.
Outra frente de estudo e produção de variedades para plantio de macaúba está na Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais, onde o agrônomo Sergio Motoike coordena um projeto desde 2005, que teve financiamento da Petrobras e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). Inicialmente o grupo estudou o dendê (Elaeis guineenses) e chegou a um sistema de micropropagação (multiplicação), que recebeu financiamento do CNPq e da empresa Agropalma. “Conseguimos fazer 20 clones da melhor planta, que agora estão em testes.” O dendê ainda é pouco utilizado na produção do biodiesel. O óleo produzido no país vai para a indústria alimentícia e de cosméticos. O mesmo acontece com a mamona, embora pese contra o óleo dessa planta um alto teor de viscosidade que dificulta o processo de obtenção de biodiesel. “Com relação ao dendê, a área plantada está sendo expandida no Pará para que, quando houver excedente de óleo, em alguns anos, ele possa ser destinado ao biodiesel”, conta Motoike.
“A produção de biodiesel a partir da macaúba tem boas perspectivas, não só devido à alta produção de óleo por hectare, mas também pelas propriedades físico-químicas que resultam em um biodiesel de alta qualidade”, explica a engenheira de alimentos Aldara da Silva César, professora e coordenadora do Grupo de Análise de Sistemas Agroindustriais da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Volta Redonda (RJ). Apesar disso, para ela, o óleo produzido poderia ser direcionado, principalmente para as indústrias farmacêutica e de cosméticos. “Atualmente, os retornos financeiros nesses setores são maiores do que se fossem usados para fazer biodiesel. Entretanto, desenvolver a coleta extrativista nas regiões onde a macaúba é nativa poderia incentivar a inclusão social que também é foco do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel”, sugere Aldara.
“Agora estamos selecionando os melhores exemplares de macaúba até chegar a uma variedade definitiva e produtiva”, explica Motoike. Isso é feito por cruzamento tradicional entre as melhores e mais produtivas plantas. Um dos estudos realizados em Viçosa é sobre a quebra da dormência das sementes de macaúba, um passo importante para o estabelecimento de uma cultura dessa palmácea. “Isso foi em 2007. A germinação das sementes chegava a 3% do total e, com o nosso método, que resultou em uma patente, atingimos 80%”, conta. A técnica usa um hormônio na semente que leva à pré-germinação.
Preservação
Um fator que pode prejudicar o óleo de macaúba é a rápida acidificação do fruto. “O tempo para processar é de dois dias, depois eles começam a acidificar”, explica a microbiologista Elisa Costa Cavalcanti, pós-graduanda do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em um grupo coordenado pela professora Denise Freire, Elisa conta que foram realizados vários experimentos para que o fruto da macaúba pudesse ser preservado por mais dias. “O método mais adequado é o autoclave, em que o fruto é aquecido e passa por secagem em uma estufa. Assim é possível estocar por 180 dias”, afirma.
Aprender a preservar o fruto é importante também para competir com a soja, grão que pode ser estocado sem cuidados especiais por até seis meses e que tem um amplo mercado externo e interno. “Seu principal produto é o farelo, uma proteína, tanto para a indústria alimentícia como para a alimentação animal. Para obter o farelo é preciso espremer os grãos; o óleo é um subproduto desse processo, que é usado cada vez menos na cozinha”, explica o engenheiro agrônomo Décio Gazzoni, pesquisador da Embrapa Soja, em Londrina.
Há 10 anos, a esperança da produção do biodiesel eram as algas. Já existiam experimentos demonstrando que a massa de gordura extraída do cultivo de algas pode chegar a 50 mil l/ha. Mas o freio veio na área econômica. Em 2007 e 2008, várias empresas foram criadas, principalmente nos Estados Unidos, e a expectativa era de que o custo do processo de produção de biodiesel com algas iria cair. Houve redução de custos, mas não o suficiente para tornar o processo competitivo.
“O biocombustível de algas ficou inviável”, diz Sergio Goldemberg, sócio da Algae, empresa paulistana que desenvolveu tecnologia para a produção de gordura com microalgas cultivadas na vinhaça, um resíduo da produção de etanol de cana-de-açúcar. Goldemberg agora procura outras aplicações para a produção das microalgas que se alimentam de vinhaça, como ração para animais e aditivos para cosméticos.
Enquanto a macaúba e o dendê não se tornarem alternativas viáveis, o biodiesel provavelmente continuará sendo produzido com subprodutos da agricultura e da indústria. Falta, segundo os especialistas, aproveitar o potencial do óleo de fritura utilizado em residências, restaurantes e indústrias do país. O que não é usado é jogado nos ralos e esgotos ou mesmo em cursos d´água. “A coleta de óleo é um desafio porque ainda é muito pulverizada em pequenas unidades ao longo de uma cidade”, analisa Aldara. (biodieselbr)

Energia renovável através do resíduo sólido urbano

Projeto governamental fomenta energia renovável através do resíduo sólido urbano a partir da extração do metano
Cartaz apresenta as etapas de geração de energia elétrica a partir do lixo.
Restos de alimentos descartados no lixo e coletados em aterros sanitários têm destinação sustentável e podem ser fonte alternativa para geração de energia elétrica. A tecnologia para transformar matéria orgânica em eletricidade, já tem sido implantada no país. Na Bahia, a Secretaria de Infraestrutura do Estado (SEINFRA) deu início a um projeto piloto para minimizar a emissão de gases poluentes na atmosfera e diversificar suas matrizes energéticas, através da produção de biogás.
O lixo produzido pela população pode receber um tratamento sustentável para a produção do biogás. Este combustível pode ser gerado através da extração do metano (gás majoritário) e do dióxido de carbono, da matéria orgânica dos resíduos sólidos urbanos (RSU). Com o biogás é possível gerar energia elétrica.
O aproveitamento do biogás é visto, em primeiro plano, com dois grandes ganhos: o ambiental e o econômico, segundo a Mestra em Engenharia Ambiental e especialista em resíduos sólidos, Rita de Cássia Cardoso. “O metano, gás liberado para a atmosfera pelos lixões, é 21 vezes mais nocivo que o CO2 (dióxido de carbono). Com o tratamento adequado podemos gerar energia elétrica a partir de sua extração. Dessa forma, temos uma produção sustentável com ganho ambiental e econômico, já que a energia pode ser vendida”, afirma Rita de Cássia.
Aterro sanitário piloto
A Seinfra formou um grupo de trabalho para dar início ao projeto de geração de energia a partir de RSU.  Ele consiste na criação de um aterro sanitário piloto que fará a captação e canalização do gás metano com destino final à termoelétrica, para geração de energia com foco, a princípio, nos municípios do interior do Estado.
O diretor de energia da Seinfra, Celso Rodrigues, revela que será priorizada a criação do aterro sanitário piloto no interior do Estado. “Criamos um grupo de trabalho com especialistas governamentais para dar início ao projeto. A perspectiva é que a usina gere entre 1 e 2 megawatts de potência e possa fornecer energia para aproximadamente 15 à 30 mil residências ”, revela o gestor ao se referir a uma produção diária de 260 mil toneladas de resíduos para a geração de biogás.
Na capital baiana, existe a termoelétrica Termoverde, que gera energia elétrica a partir do biogás produzido no Aterro Sanitário Metropolitano de Salvador, modelo semelhante ao processo de produção do projeto piloto a ser implantado no interior do Estado. Três mil toneladas de resíduos são recolhidos por dia dos municípios de Salvador, Lauro de Freitas e Simões Filho. Com esta quantidade de lixo a usina pode produzir cerca de 13 megawatts (MW) por ano. Este valor equivale ao consumo de uma cidade com aproximadamente 140 mil habitantes anualmente. O valor do investimento de instalação da Termoverde, em 2011, foi de aproximadamente R$50 milhões, com potencial de geração de energia de até 20 MW.
Quem participa
Entre os órgãos envolvidos estão: Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Bahia (SEDUR), Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA), Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), Secretaria de Planejamento da Bahia (SELAN), Secretária de Meio Ambiente (SEMA) e equipe técnica da Seinfra.
Conheça a Seinfra
A SEINFRA coordena, através da Superintendência de Energia e Comunicações – SUPEC, as diretrizes do setor energético e de comunicações do Estado. Com finalidade de fomentar e planejar ações para a produção de energias limpas, eólica e solar, elaborar estudos sobre o setor e gerir as ligações elétricas do programa federal Luz para Todos. Também auxilia as ligações de iluminação púbica em rodovias estaduais. (jornalgrandebahia)

domingo, 24 de julho de 2016

Boeing e Embraer testam avião com biocombustível

Boeing e Embraer apresentam avião para testar biocombustível
Um avião movido 100% a biocombustível. Esta é a meta ambiciosa para um futuro próximo de duas fabricantes de aeronaves: Boeing e Embraer. Em programa desenvolvido em parceria entre as duas empresas, foi apresentada  no Rio de Janeiro, a aeronave Embraer 170, usando 10% de biocombustível, feito a partir da cana-de-açúcar produzido no Brasil. O avião usa também outras tecnologias em desenvolvimento que têm o objetivo de reduzir o consumo de combustível e as emissões.
Executivos de Boeing e Embraer apresentaram a aeronave que vai testar o uso de biocombustível e várias outras tecnologias em desenvolvimento. O trabalho em conjunto das pesquisas se desenvolve no Programa de testes ecoDemonstrator da Boeing.
Mauro Kern, vice-presidente executivo de Operações da Embraer, destacou que em 2012 as duas empresas fecharam o primeiro acordo para cooperação no desenvolvimento de tecnologias para aumentar a segurança da operação e a sustentabilidade. A parceria resultou na criação de um centro de pesquisas em biocombustíveis, instalado em São José dos Campos, em São Paulo.
Parcerias
Mauro Kern destacou que, no caso de combustível para aeronaves, se buscam desenvolver biocombustíveis que possam funcionar nos mesmos motores que usam o querosene de aviação, o QAV, que é um combustível fóssil.
Sem revelar os valores gastos nas pesquisas, o executivo disse que a meta é de no futuro se conseguir que a aeronaves usem 100% de biocombustível. Os testes são para conseguir mostrar que o biocombustível tem propriedades físicas e químicas compatíveis com o combustível fóssil (QAV).
“O Brasil, pela característica da sua natureza favorável à biocombustíveis, até pela tradição que o Brasil tem em desenvolver tecnologias nessa linha desde os anos 70 com o Próalcool. A aviação tem um papel relevante no desenvolvimento de soluções para o futuro mais sustentável”, disse Kern.
As empresas iniciaram no ano passado uma parceria para desenvolver tecnologias voltadas para reduzir o impacto ambiental da indústria aeroespacial, em um esforço para melhorar o desempenho da aviação com a redução das emissões.
Tintas e Tecnologias
O programa foi lançado pela Boeing em 2011 com o objetivo de desenvolver testes de novas tecnologias que podem reduzir o consumo de combustível, as emissões de carbono e o ruído. De acordo com a Embraer, a aviação comercial é responsável por cerca de 2% das emissões de carbono em todo o mundo.
Mas, mesmo assim, desde 2005 a aviação tem uma meta considerada ousada de reduzir pela metade a emissão de gases efeito estufa até 2050, mesmo considerando o crescimento da indústria do transporte aéreo.
Esta é a primeira vez que o Programa ECODEMONSTRATOR será realizado no Brasil. Os executivos não quiseram revelar o valor que está sendo gasto no desenvolvimento das novas tecnologias que estão sendo testadas.
No Embraer 170, estão sendo testadas, além do biocombustível, outras cinco novas tecnologias envolvendo tintas e outros equipamentos para aumentar a segurança do voo e a performance do avião. (biodieselbr)

Biodiesel da USP/Lorena em campeonato internacional de biologia sintética

Estudantes de Lorena apresentarão novo biodiesel em competição internacional de biologia sintética.
O grupo trabalha na formulação que utilizará a bactéria E. coli. Competição que reúne estudantes de todo o mundo acontecerá em outubro, na cidade de Boston, EUA.
Kit do iGEM recebido pela equipe com amostras de DNA e material para testar células.
A partir de um desafio lançado por uma competição internacional de tecnologia, um grupo de estudantes da Escola de Engenharia de Lorena (EEL) da USP tem como missão desenvolver um novo tipo de biodiesel adaptando a bactéria Escherichia coli (E. coli). O prazo é até outubro próximo (entre os dias 27 e 31), quando o grupo levará sua inovação ao International Genetically Engineered Machines (iGEM), competição anual que acontecerá em Boston, nos EUA, organizada pela Fundação iGEM.
O professor Fernando Segato, do Departamento de Biotecnologia da Escola e coordenador do grupo, explica que os alunos ao se inscreverem na competição receberam um kit contendo 2.086 partes biológicas (biblioteca) de DNA. “A partir daí a missão é desenvolver um microrganismo que permita a utilização da bactéria ‘E. coli’ na composição do biodiesel”, descreve.
O graduando em engenharia bioquímica da EEL André Hermann, um dos integrantes do grupo, conta que alguns estudos básicos já foram feitos com o kit. “No momento estamos selecionando as partes de interesse e realizando modificações mais simples para irmos ganhando prática”, diz. “Nosso desafio é desenvolver a formulação de um biodiesel não poluente, que não gere desgaste nos motores e que possa ser produzido a partir de materiais renováveis.”
Corrida contra o tempo
Segundo Segato, os estudantes já têm conhecimento do que deve ser feito e, desde maio, quando efetuaram a inscrição na competição, teve início uma corrida contra o tempo. Ele explica que a modificação da E. coli para utilizá-la na formulação é necessária porque trata-se de uma bactéria sensível aos lipídeos. “A bactéria é um organismo modelo tanto do ponto de vista industrial, como genético e já é usada industrialmente em processos de fermentação e na produção de insulina e algumas vacinas recombinantes”, descreve.
O biodiesel é produzido pela transesterificação de óleos vegetais, que possuem oxigênio na sua composição e que gera o desgaste nos motores. Segato explica que a concentração dos lipídios no meio interfere na estabilidade da membrana da E. coli, causando uma reação chamada peroxidação lipídica. “Isso impede o aumento da produção do biodiesel, já que encurta a vida útil da bactéria”, diz o docente.
Uma das possibilidades é inserir na membrana, moléculas de tocoferol, um poderoso antioxidante que deixa a membrana da célula da E.coli mais resistente. “É justamente nisso que trabalharemos”, conta Hermann, lembrando que talvez não possam ainda atingir a produção desejada, “mas certamente obteremos uma formulação ideal do biocombustível.”
Sobre o iGEM
A competição em biologia sintética teve sua primeira edição em 2003, no Massachussets Institute of Tecnology (MIT). “A partir de 2012, a competição tornou-se independente do MIT”, como informa Hermann. Pela primeira vez uma equipe da EEL participará da competição. “Além de nós, um time do campus da USP em São Paulo em conjunto com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e outro de Universidade Federal do Amazonas (Ufam), participam da competição, mas estudando outras bactérias e microrganismos”, informa o estudante.
Segundo Hermann, desde 2012 a USP participa do evento, tendo sido representada por equipes do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) e Instituto de Física de São Carlos (IFSC). Há dois anos, o estudante fundou o Clube de Biologia Sintética da EEL, com o objetivo de participar da competição. Hoje, o clube agrega 30 estudantes, sendo que 15 deles estão empenhados nas pesquisas para o novo biodiesel.
A Fundação iGEM é a organizadora da competição estudantil em Biologia que incentiva pesquisas para a modificação de microrganismos para a resolução de problemas da sociedade em diversas áreas, como poluição e desenvolvimento de medicamentos, entre outros.
O grupo da EEL busca agora recursos para custear a viagem aos EUA. (jornal.usp)

sexta-feira, 22 de julho de 2016

USP de Lorena modifica bactéria para produzir biodiesel

Alunos da USP de Lorena querem modificar bactéria para produzir biodiesel
Se tudo sair como planejado, até outubro a biodiversidade do mundo vai incluir um novo microrganismo capaz de fazer algo inédito: metabolizar ácidos graxos transformando-os em alcanos quimicamente similares aos do diesel de petróleo.
Um grupo de alunos da Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo (EEL/USP) está trabalhando duro – incluindo noites e finais de semana – para fazer isso acontecer. (biodieselbr)

ADM, Ecóleo e o aplicativo para coleta de óleo de cozinha

ADM e Ecóleo desenvolvem aplicativo para coleta de óleo de cozinha
“Funciona mais ou menos com um desses aplicativos de táxi. Você informa onde está, quanto óleo tem e sua disponibilidade de horário e um dos coletores cadastrados passa para fazer a retirada”, resume a ativista ambiental Célia Marcondes Smith. Fundadora da Ecóleo – rede dedicada à causa da reciclagem de óleos e gorduras –, recentemente Célia somou forças com ADM para desenvolver um aplicativo para celulares que promete organizar todo o meio de campo e tornar o trabalho de coleta desses materiais menos trabalhoso e mais rentável.
Batizado Vitaliv App – marca com a qual a ADM comercializa óleos vegetais no mercado brasileiro – o aplicativo está disponível para download desde o mês passado quando o sistema entrou em sua fase piloto. Contudo, ele é resultado de cerca de um ano e meio de planejamento da Ecóleo. “A gente discutiu bastante sobre isso, sobre as necessidades, o que faríamos, como funcionária. Mas não tínhamos recursos. Foi aí que a ADM nos procurou porque estava interessada em desenvolver um trabalho na área de reciclagem de óleo usado”, explica Célia.
Desse casamento surgiu o aplicativo que, embora ainda esteja em seus primeiros passos, promete ser uma ferramenta importante para alavancar a atividade de reciclagem de óleos. Os resultados, por enquanto, ainda são modestos – a página do aplicativo na loja oficial do Google informa que ele foi baixado menos de 1000 vezes.
Mas a ideia é começar a fazer mais barulho em breve. Em 25/07/16 a Ecóleo fará uma reunião na Câmara Municipal de São Paulo para apresentar a nova ferramenta para cooperativas, coletores, beneficiadores e recicladores que trabalham com óleos vegetais. A ideia é mostrar o quanto ela pode ser útil para resolver um dos gargalos mais complicados no dia a dia do segmento: a logística de coleta.
Logística
“Se [a logística] não for bem planejada inviabiliza todo o negócio tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental”, explica Célia acrescentando o aplicativo ajudará as cooperativas a se planejaram melhor, criando rotas nas quais eles poderão ter a certeza de que vai encontrar óleo o bastante para fechar as contas no fim do mês. Com uma vantagem adicional, o aplicativo resolveria toda a questão da rastreabilidade do produto.
Embora queira engajar os consumidores domésticos individualmente, Célia reconhece a dificuldade. Com ou sem aplicativo, dificilmente vai ser vantajoso para um coletor desviar de seu caminho para pegar menos de um litro de óleo. Por isso, a aposta é no modelo de ecopontos nos quais os consumidores possam acumular seu óleo usado até que haja uma quantidade que justifique a retirada. Há algum tempo, a Ecóleo vem trabalhando nesse sentido com condomínios residenciais. “A gente ensina como montar a estrutura para ir juntando o óleo dos morados até que o síndico ou um funcionário do prédio nos aciona para fazer a coleta usando o app”, diz.
Donos de restaurantes estabelecimentos comerciais que usem volumes de óleo maiores também são um dos públicos alvos para o app graças à conveniência de poder marcar as coletas com mais facilidade.
De acordo com Célia, cooperativas e coletores que ligados à Ecóleo, coletam 2,7 milhões de litros de óleo usado por mês na cidade de São Paulo – isso é apenas 10% do que seria possível. “Estamos atrás dos outros 90%. É uma verdadeira cruzada”, completa. (biodieselbr)

Lixo transformado em gás

Máquina transforma lixo em gás de cozinha limpo.
Os protótipos foram pensados para atender regiões da Palestina e Uganda que não contam com energia elétrica básica; engenhoca chega ao Brasil em agosto.
A HomeBioGas, a máquina que transforma lixo orgânico em gás que pode ser usado na cozinha deve chegar ao mercado em agosto deste ano. Sem desperdício, ela ajuda a economizar e a proteger o meio ambiente. Sobras de comida e outros resíduos orgânicos são transformados em gás de cozinha limpo.
A máquina pode processar gorduras, óleos, leite, carnes e diversos tipos de resíduo que iriam facilmente para o lixo. O gás gerado por ela pode ser usado em fogões e, também pode compor um poderoso fertilizante natural líquido. Os inventores são de Israel e dizem que a máquina deve estar pronta para comércio em Agosto deste ano.
Preço
Eles já arrecadaram quase um milhão de dólares por meio da pré-venda da máquina até agora. O preço inicial dela é de US$ 995 – pouco mais de R$ 3.800 – e a máquina gera gás suficiente para cozinhar por três horas todos os dias.
A HomeBioGas é de fácil configuração e não precisa de eletricidade para funcionar. Os protótipos foram pensados para atender regiões da Palestina e Uganda que não contam com energia elétrica básica. (yahoo)

Produção de biocombustíveis no mundo avançou 3,5% em 2015

O ano passado não foi de todo ruim para a indústria mundial de biocombustíveis que registrou um avanço de 3,5% na produção em relação a 2014.
No total, foram fabricados 133,3 bilhões de litros.
O dado vem da mais recente atualização do Relatório de Status Global produzido pela Rede de Políticas de Energias Renováveis para o Século 21 (REN 21, na sigla em inglês). (biodieselbr)

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Governo buscará novas formas de incentivar a energia solar

Governo brasileiro irá buscar novas formas de incentivar a energia solar fotovoltaica
O governo brasileiro está estudando formas de impulsionar a geração solar fotovoltaica no país, afirmou o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, em 30/06/16 na abertura do Brasil Solar Power, no Rio de Janeiro. Para o ministro, o segmento de geração solar fotovoltaica é fundamental para a matriz energética brasileira e novas formas de incentivar o setor devem ser perseguidas, para que o segmento não fique dependente apenas dos leilões.
“O Brasil compete com outras oportunidades, não há sol só no Brasil, o sol existe em muitos outros países. Se não criarmos um ambiente mais competitivo, mais favorável, o recurso encontra rentabilidade em outro local e isso é tudo que não queremos nesse momento”, disse o ministro.
Coelho Filho destacou que o governo brasileiro continuará contratando energia por meio de leilões, mas defendeu que seja feita uma reorganização da forma como a contratação está sendo feita.
“Nós teremos sim leilão de energia ainda neste ano, teremos sim participação relevante para a energia solar fotovoltaica nesses próximos leilões. Mas antes de contratarmos nova energia, há alguns problemas que temos de endereçar como Ministério, e o diagnostico já está quase pronto. Algumas medidas já estão sendo tomadas, sobretudo sobre a sobrecontratação. Não podemos nos dar ao luxo e apostar apenas em uma receita, a receita do leilão”, disse o ministro na abertura do evento.
A expansão da geração de energia solar distribuída – quando a energia é gerada no centro de carga, podendo ser gerada até mesmo pelo próprio consumidor – é uma das possibilidades que se descortinam para a indústria solar no país, disse Coelho Filho. Além disso, o MME estuda formas de viabilizar financiamentos para a geração distribuída, inserido nos estudos do ProGD, lançado pelo Ministério no final do ano passado com parceria da Associação Brasileira da Indústria Solar Fotovoltaica (Absolar). Segundo o ministro, o MME já está dialogando com o Ministério das Cidades para que seja analisada a possibilidade do FGTS como uma das fontes de financiamento desse segmento.
Outra possibilidade de expansão da energia fotovoltaica está no Norte do país, para atender os sistemas isolados, exemplificou Coelho Filho. Segundo o ministro, está em estudo no Ministério formas de expandir o atendimento a essas áreas com a geração solar distribuída.
“Temos o sistema no Norte que gera uma das energias mais caras do mundo. Muito do que passa a Eletrobras é fruto do alto custo e da dificuldade de geração no Norte do Brasil. Estamos endereçando uma grande ação para que além dos leilões possamos ter um outro flanco para animarmos o setor”, disse.
A expansão da geração de energia renovável terá especial atenção MME, defendeu o ministro: “O compromisso com as fontes renováveis não é somente um compromisso da Absolar, mas sim um compromisso da minha geração. Minha geração tem compromisso com as fontes de energia de baixo carbono. Estamos estudando uma política energética que possa sinalizar de forma muito clara, uma política industrial que possa dar isonomia tributária para essa fonte e também incentivarmos a produção da indústria nacional”, afirmou. (ambienteenergia)

Brasil ocupa posição de destaque no relatório anual de aquecimento solar

O relatório anual da Agência Internacional de Energia (IEA), Solar Heat WorldWide, edição de 2016 (base 2014), que reúne informações de m² de coletores solares térmicos instalados por tipo, energia produzida, contribuições ao meio ambiente de emissões evitadas, dentre outros dados do desempenho do setor de 61 países, aponta que o Brasil foi referência no estudo, ocupando a 3ª posição em capacidade instalada adicionada no ano com novos1.009 MWth (Mega Watts Térmicos), e a 5ª no ranking mundial com 2.712 MWth.
O Solar Heat WorldWide ainda aponta que na América Latina os mercados mexicano e chileno estão sendo responsáveis por números positivos em um crescimento considerável nos últimos 6 anos consecutivos. Somente a contribuição do setor brasileiro ao meio ambiente em 2014 foi de 2,5 milhões de toneladas de emissões evitadas de CO2.
Entre os tipos de coletores instalados em 2014, os fechados somam 22,1% (geralmente aplicações sanitárias – banho), a vácuo 71,1% (geralmente aplicações industriais e altas temperaturas) e os abertos 6,3% (destinados à piscinas).
A pesquisa revela ainda que no ano de 2014 foi adicionado ao parque instalado a capacidade total de 46,7 GWth, correspondentes a 66,7 milhões de coletores solares, número que representa um decréscimo nas instalações de 15,2% comparado ao ano anterior. É a primeira vez que este declínio é observado de acordo com os dados disponíveis sobre o ano de 2015.
A produção de energia de todos os sistemas de aquecimento solar instalados nos 61 países em 2014 foi de 335 TWh (Tera Watt hora). Isso corresponde a uma economia de 36,1 milhões de toneladas de petróleo e 116,4 milhões de toneladas de emissões evitadas de CO2, com enorme contribuição ao meio ambiente. 94% da energia produzida por sistemas de aquecimento solar no mundo foi destinada especialmente ao uso doméstico, sistemas de pequena escala unifamiliares (68%) e aplicações maiores para condomínios, hotéis, escolas (27%). (ambienteenergia)

Relatório aponta que custo de geração de energia solar pode cair 59%

O novo relatório da Agência Internacional de Energia Renovável (The Power to Change: Solar and Wind Cost Reduction Potential 2025) trouxe previsões otimistas para os custos de geração de energia eólica e solar.
Segundo o documento, com cenário regulatório e político adequado, até 2025, o custo médio para geração pode cair 59% para energia solar fotovoltaica, 35% para eólica offshore, 26% para eólica onshore e até 43% para projetos de energia solar concentrada, comparado aos valores de geração de 2015.
O relatório aposta na inovação contínua do setor para o crescimento e popularização das fontes renováveis, porém demonstra preocupação com as decisões políticas que podem fomentar a adoção dessas tecnologias, essenciais para a batalha contra as mudanças climáticas. (ambienteenergia)

Ciel&Terre investe R$ 35 milhões em fabrica de flutuadores solares

Fabricante francesa Ciel&Terre investe R$ 35 milhões em fabrica de flutuadores solares no Brasil
A Ciel & Terre Brasil, uma joint venture formada pela Sunlution, empresa líder no fornecimento de sistemas de energia solar, e Ciel & Terre Internacional, fabricante francesa de tecnologias para usinas flutuantes de geração fotovoltaica, acaba de anunciar a instalação de uma linha de montagem no País para fabricar os flutuadores de energia solar, com investimentos que somam R$ 35 milhões em dois anos.
Detentora da patente do Hydrelio©, produto único no mercado mundial, a proposta da Ciel & Terre é fabricar o flutuador no Polo Industrial de Camaçari, na Bahia, para atender as encomendas da construção da primeira série de usinas solares flutuantes do Brasil, que serão instaladas nos reservatórios da Eletronorte, em Balbina (AM), e da Chesf, em Sobradinho (BA), em projetos que somam R$ 100 milhões.
A capacidade inicial da linha de montagem será entre 30 a 50 megawatts (MW) por ano em flutuadores. O início das operações está previsto já para o próximo mês. “Com a fabricação em território brasileiro, a nossa intenção é oferecer aos clientes a possibilidade linhas crédito bastante atrativas, como o Finame, por exemplo”, explica Orestes Gonçalves, sócio-diretor da Ciel & Terre Brasil.
A expectativa da empresa nessa área é obter um volume de negócios da ordem de R$ 30 milhões com a entrada de cinco megawatts no primeiro ano de projeto. (jornaluniao)

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Energia para a Vida e a matriz elétrica brasileira

Campanha Energia para a Vida propõe microgeração solar como alternativa viável à matriz elétrica brasileira
Em Juazeiro, Bahia, já existe a experiência com placas solares em casas de condomínio popular.
O Fórum Mato-Grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Formad), por meio da representação  titular do Instituto Centro de Vida (ICV) e do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), na suplência,  está apoiando a Campanha Energia para a Vida, lançada em 2014, que é uma iniciativa da Frente por uma Nova Política Energética para o Brasil. A partir da entrevista abaixo com Joilson Costa, engenheiro eletricista pela Universidade Federal do Maranhão e coordenador da Frente, o ICV dá início a uma série de matérias sobre esta temática. João Andrade, coordenador do Núcleo de Redes Socioambientais do ICV, cita a importância deste envolvimento, porque hoje se vive um momento em que o potencial de expansão da matriz energética está na Amazônia e isto está gerando impactos socioambientais, a exemplo de Belo Monte e das usinas em Rondônia, de Jirau e Santo Antonio.
“A matriz baseada na energia solar é uma proposta de solução. Queremos incentivar esta alternativa de aliviar o peso das fontes de hidrelétricas. Em Mato Grosso, é uma grande oportunidade, porque existem várias comunidades indígenas e de assentamentos rurais, que não foram contemplados com programas, como o Energia Para Todos. A energia solar descentralizada, de microgeração, seria uma boa solução. Atenderia diretamente pessoas que precisam ser inseridas nestes benefícios”, considera.
Segundo Andrade, o Formad, que é uma rede com cerca de 40 movimentos sociais e instituições ambientais, de certa forma, dá capilaridade a estes segmentos, e permite que se possa fazer a conexão com comunidades isoladas ou municípios que ainda estão vivendo com geração de energia a óleo diesel, que é extremamente impactante às mudanças climáticas.
ICV - Qual é a principal proposta e ações da campanha e o que motivou a sua criação?
Joilson Costa – A Campanha Energia para Vida se constitui como a principal ação da Frente por uma Nova Política Energética para o Brasil, que reúne um conjunto de organizações da sociedade civil com o objetivo de contribuir para que uma nova política energética seja implementada no Brasil, ou seja, possui como principal proposta uma verdadeira mudança na forma de se planejar, construir e operar os empreendimentos que constituem a matriz energética brasileira.
É importante ressaltar que afirmar isso não é mera retórica de quem apenas não concorda com os atuais caminhos do setor energético no país, mas um posicionamento que se fundamenta em uma plataforma de propostas de políticas que poderiam conferir não apenas uma nova configuração, mas um novo caráter ao setor energético e à forma como exploramos os recursos naturais para deles extrairmos a energia que a sociedade precisa. Tal plataforma inclusive foi entregue em audiência ao então Secretário Executivo do Ministério de Minas e Energia, Luiz Eduardo Barata, em junho do ano passado.
A campanha foi oficialmente lançada durante o Fórum Social Temático “Energia: para quê? Para quem? Como?”, realizado em agosto de 2014 na cidade de Brasília, mas foi motivada pela realização de um seminário nacional sobre a política energética brasileira, realizado em maio de 2013, e que reuniu mais de 50 organizações representativas das lutas de comunidades impactadas pelos grandes empreendimentos energéticos, bem como lideranças, estudiosos e especialistas na área.
ICV - O que significa em um país de dimensão continental como o Brasil,  propor a geração distribuída de energia solar e eólica e eficiência energética? É possível pensar nesta distribuição de forma igual regionalmente ou há diferenças a se considerar?
Joilson Costa – Podemos entender a eficiência energética como nosso esforço em produzirmos mais ou a quantidade que produzimos hoje com um menor gasto de energia, sem que haja uma perda na qualidade do produto ou uma diminuição no nível de conforto conferido pelas diversas formas de energia que utilizamos. Neste sentido gastar menos energia significa diminuirmos a exploração dos recursos naturais hoje. No que diz respeito aos combustíveis fósseis, que são a forma de energia primária mais utilizada no mundo hoje, tal diminuição é de fundamental importância para a mitigação das mudanças climáticas ou até mesmo, segundo alguns especialistas, para a sobrevivência da humanidade no planeta.
Já a geração distribuída é aquela que acontece próximo ou no próprio local de consumo. No Brasil, a Resolução nº 482 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) regulamente o Sistema de Compensação de Energia Elétrica a partir da mini ou microgeração distribuída. Este sistema permite que qualquer pessoa gere parte ou toda energia elétrica que precise em sua residência, por exemplo.
Propor a geração distribuída de energia elétrica significa não apenas reconhecer os vários benefícios que ela apresenta ao sistema elétrico e às pessoas, mas acima de tudo advogar em favor de formas de geração que possuem menores impactos socioambientais que o modelo historicamente priorizado pelo governo brasileiro, baseado em grandes empreendimentos.
Uma vez que a geração de energia faz uso de recursos naturais e que estes estão distribuídos ou ocorrem de maneira diferente pelo território nacional, tais diferenças devem ser levadas em consideração. Por exemplo, apesar de o Brasil inteiro ter ótimos níveis de irradiação solar, tal irradiação varia pelo território nacional, o que faz com que a quantidade de energia elétrica que uma placa fotovoltaica gere não seja a mesma dependendo da região onde é instalada.
Apesar dessa diferença não ser grande e de a energia solar poder ser utilizada em todo país, isso poderia nos levar à conclusão de que alguns estados poderiam adotar políticas de incentivo mais “agressivas” do que outros para compensar uma menor produtividade devido ao recurso. Característica semelhante acontece com a energia eólica, já que os ventos também se distribuem de maneira diferenciada pelo território.
ICV - Qual é hoje o perfil da política energética nacional e qual é o espaço destinado para essas energias limpas e renováveis?
Inicialmente creio ser necessário fazermos uma breve distinção: quando falamos de política energética estamos nos referindo àquelas políticas que tratam da questão energética de forma mais ampla, ou seja, que tratam de todos os tipos de demanda e oferta de energia à sociedade, como a energia elétrica, o petróleo e seus derivados, o gás natural e os biocombustíveis, por exemplo.
Tenho um texto que tenta explicar didaticamente essa distinção e faço essa observação inicial porque as pessoas costumam confundir a matriz elétrica com a matriz energética e, tomando como base a configuração da matriz elétrica tão somente, o discurso oficial é que nossa matriz energética é majoritariamente renovável, o que não é verdade uma vez que segundo o Balanço Energético Nacional de 2015, produzido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), nossa matriz energética é composta atualmente de 60,6% de fontes não renováveis, sendo só o petróleo responsável por 39,4%.
Como não acredito que os agentes governamentais não saibam dessa distinção só posso acreditar que haja uma desinformação deliberada para camuflar a predominância dos combustíveis fósseis em nossa matriz energética.
Neste sentido, infelizmente nossa política energética atual possui como uma de suas características a continuidade na priorização do uso de combustíveis fósseis, em especial para o setor de transportes, mas também para a geração de energia elétrica através das usinas termelétricas – que vêm aumentando sua participação na matriz elétrica. Já há algum tempo que o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) prevê cerca de 70% de todos os recursos a serem investidos para os combustíveis fósseis.
Em relação ao setor elétrico especificamente, podemos afirmar que o mesmo possui a característica de privilegiar os grandes empreendimentos hidrelétricos e as termelétricas, relegando para segundo plano as fontes renováveis de menor impacto socioambiental. Atualmente estas duas fontes respondem por 92,3% de toda capacidade instalada de nossa matriz elétrica. Qualquer pessoa pode acompanhar a evolução dessa capacidade instalada através do Banco de Informações de Geração, disponibilizado pela ANEEL.
Por fim, temos que reconhecer que as fontes renováveis não convencionais vêm ganhando espaço na matriz elétrica – a eólica, por exemplo, é a que mais vem crescendo recentemente. A grande questão é que alguns empreendimentos acabam sendo implementados com a mesma lógica das grandes hidrelétricas, ou seja, sem muita preocupação com impactos socioambientais, como é o caso de muitos parques eólicos pelo Nordeste. Isso nos leva a uma conclusão importante: não basta que a fonte seja “limpa” e renovável se continuar causando impactos desnecessários e violando direitos de populações.
Esta é uma das razões pelas quais defendemos que a expansão destas fontes deve se dar não a partir de grandes empreendimentos, mas a partir das pessoas em suas residências através da microgeração de energia, pois nesta modalidade quase inexistem impactos socioambientais relevantes.
ICV - Quais cenários são possíveis construir nos próximos anos quanto a essa geração distribuída no Brasil?
Joilson Costa – Essa é uma pergunta que não é tão fácil de responder, pois quando tratamos de cenários pode se chegar a um número bem considerável de respostas, a partir das premissas e variáveis que consideramos.
No entanto, no campo do que podemos considerar como bem factível e provável nesta área o Greenpeace Brasil, que é uma das organizações que fazem parte da Frente por uma Nova Política Energética para o Brasil, lançou recentemente o resultado de um estudo – cuja leitura eu recomendo, sobre como o incentivo à energia solar fotovoltaica pode transformar o Brasil.
Como atualmente cerca de 97,5% de todas as 3.455 instalações de mini e microgeração distribuída no país são de sistemas solares fotovoltaicos é justificável que o estudo aborde somente esta fonte, que possui a maior possibilidade de penetração nos grandes centros urbanos.
O estudo avalia três cenários até o ano de 2030: 1) O Brasil continua o mesmo, em que a evolução dos sistemas fotovoltaicos é analisada a partir das condições e preços atuais de mercado, sem nenhum tipo de incentivo; 2) FGTS para comprar placas solares, a evolução leva em consideração a possibilidade do cidadão utilizar seu FGTS para a compra do sistema fotovoltaico e; 3) ICMS cai em todos os estados, em que é considerada a isenção do ICMS sobre a energia excedente em todos os estados do Brasil.
O segundo cenário considera três tipos de adesão ao incentivo e na adesão considerada ‘agressiva’ o estudo prevê a instalação de mais de 2,5 milhões de sistemas fotovoltaicos, o que representaria 14.927 MWp de potência instalada. Segundo informações dos sistemas devidamente instalados e registrados na ANEEL, até o dia 26/06 deste ano esses números são de 3.369 sistemas fotovoltaicos e 25.633 kWp. A quantidade de sistemas projetada significaria cerca de R$ 157 bilhões adicionados à economia, R$ 3,2 bilhões em tributos e a geração de mais de um milhão e duzentos mil empregos.
Apesar de haverem muitos outros cenários que podem ser considerados, a partir dos vários incentivos que poderiam ser adotados no Brasil, como já disse, reconheço que estes apresentados pelo Greenpeace no estudo são os mais prováveis no país hoje.
O segundo cenário pode se tornar real em breve, caso o PLS 371/2015, que trata da questão e que já foi aprovado pela Comissão de Infraestrutura do Senado, seja votado e aprovado pela Comissão de Assuntos Sociais. Importante ressaltar que a votação foi prevista para 29/06/16
ICV - Pode citar alguns exemplos de onde estas alternativas estão sendo melhor sucedidas no país?
Joilson Costa – Mesmo que não seja regulamentado pela Resolução nº 482 da ANEEL, acredito que a melhor experiência na área da geração distribuída no país seja um projeto de geração de energia e renda promovido pelo Fundo Socioambiental da Caixa Econômica Federal e pela empresa Brasil Solair em dois condomínios do programa Minha Casa Minha Vida em Juazeiro, no estado da Bahia. Nestes dois condomínios, Morada do Salitre e Praia do Rodeadouro, cerca de 9 mil painéis fotovoltaicos foram instalados nos telhados das unidades residenciais, totalizando 2.103 kWp em potência instalada.
A energia elétrica gerada pelos painéis fotovoltaicos é vendida no mercado de energia e 90% de todo recurso gerado é destinado ao condomínio, sendo 60% divididos igualitariamente entre as 1.000 famílias e 30% destinado a um fundo condominial, através do qual os condomínios estão provendo vários serviços que o estado não consegue oferecer à comunidade, como atendimento médico, dentário, cursos de capacitação e etc. Para quem tiver interesse em conhecer e difundir este projeto recomendo o vídeo produzido pela Frente por uma Nova Política Energética para o Brasil (conferir o mesmo aqui).
O grande problema é que esta é uma experiência piloto e que, apesar de seu potencial transformador não apenas da configuração de nossa matriz elétrica, mas principalmente da vida de pessoas, infelizmente ainda não vislumbramos a sua replicação em outros lugares.
Em relação aos sistemas com maior potencial de crescimento, que são os aderentes ao Sistema de Compensação de Energia Elétrica, acompanhamos algumas experiências. O Greenpeace Brasil, por exemplo, vem desenvolvendo iniciativas muito interessantes, como a solarização de escolas ou de entidades beneficentes.
Outra organização da Frente que vem promovendo excelentes experiências é o Comitê de Energias Renováveis do Semiárido (CERSA), que reúne várias organizações, instituições de ensino, poder público, pesquisadores, estudantes e lideranças que acreditam nas potencialidades que os recursos energéticos – em especial a energia solar, oferecem para uma melhor convivência com o semiárido brasileiro.
Uma das experiências é o projeto “Padaria Solar”, que conta com o apoio do Fundo Socioambiental CASA, e que objetiva instalar um sistema fotovoltaico em uma padaria da Associação Comunitária Várzea Comprida dos Oliveiras, em Pombal (PB). A padaria servirá para a fabricação de pães, bolos e bolachas para a venda em escolas públicas da região através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), do governo federal, e beneficiará diretamente 21 microempreendedoras da comunidade.
Projetos como este, que começam a se multiplicar pelo país, evidenciam uma das vantagens dos sistemas de geração distribuída que supera a economia na fatura de energia elétrica: a possibilidade de gerar emprego e renda.
ICV - Como o cidadão comum pode estar inserido de forma proativa nesta campanha?
Joilson Costa – A partir da Campanha Energia para Vida, a Frente por uma Nova Política Energética para o Brasil chegou à conclusão de que era necessário intensificarmos as ações em favor da energia solar fotovoltaica e para isso apresenta a Campanha “Nossa Casa Solar”.
Esta campanha possui como uma ação de base a realização de oficinas de capacitação com a intenção de promover uma compreensão popular das principais questões relacionadas à mini e microgeração de energia elétrica, em especial a partir da energia solar fotovoltaica: regulamentação, processo junto às distribuidoras, custo-benefício, retorno do investimento, financiamentos existentes e empresas instaladoras. Ao final da oficina apresentamos algumas sugestões de contribuição a partir do local.
A pessoa pode estudar a possibilidade de aderir ao Sistema de Compensação de Energia Elétrica. Hoje existem muitas empresas surgindo nesta área e é relativamente fácil realizar uma estimativa inicial na própria internet. Particularmente recomendo o Portal Solar, que considero uma das melhores referências na área. Neste site, além da estimativa é possível obter três orçamentos de empresas próximas à cidade do/a interessado/a.
Mesmo que chegue à conclusão de que ainda não tem condições de instalar um sistema, uma possibilidade é a pessoa apoiar a campanha se tornando uma espécie de “multiplicador solar”, acompanhar nosso site e página no Facebook e começar a falar sobre a microgeração distribuída e sobre a energia solar fotovoltaica com todas as pessoas possíveis: família, amigos, vizinhos, colegas de escola, de faculdade ou de trabalho, comerciantes… Muitas pessoas ainda não sabem que já podem gerar sua própria energia. Por isso, apenas criar a curiosidade e o interesse pelo tema já é uma grande ação.
Outra possibilidade é reivindicar dos poderes públicos municipais a criação de políticas de incentivo à mini e microgeração de energia elétrica. Entre estas políticas podemos citar a adoção de sistemas de microgeração nos prédios e espaços públicos (prefeitura, câmara legislativa, escolas, hospitais, museus, parques, praças…); adoção de sistemas de microgeração em unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida, onde este programa existe; criação de um fundo municipal de incentivo; desonerações fiscais para adotantes do sistema de microgeração distribuída (como ISS, IPTU, Iluminação Pública…).
Sobre políticas municipais não podemos deixar de considerar as eleições municipais como uma oportunidade de fazer este debate entrar em cena com mais força na sociedade através da proposição aos/às candidatos/as e a Frente pretende construir um conjunto de propostas que sirvam para os interessados em inserir esta discussão na campanha eleitoral deste ano.
As oficinas “Nossa Casa Solar” já foram realizadas nas cidades de Santarém (PA), Macapá (AP), Brasília (DF), Cajazeiras e João Pessoa (PB), Caxias, Codó e Rosário (MA) e a Frente se coloca à disposição de realizar a mesma em qualquer cidade do Brasil, bastando os interessados entrarem em contato por meio do e-mail: c.energiaparavida@gmail.com. (ecodebate)