quarta-feira, 30 de novembro de 2016

O futuro do biodiesel


Depois de um bom tempo vivendo um dia após o outro, a indústria brasileira de biodiesel tem bons motivos para olhar o futuro com uma dose considerável de otimismo.

A aprovação da Lei 13.263/2016 em março passado garante que o setor viverá um novo estirão de crescimento que deve nos levar, pelo menos, ao B10.
Além disso, há sinais no horizonte de que o governo federal está receptivo acolher a proposta do setor para o uso do B20 até 2030. (biodieselbr)


Reduzir pela metade o uso de biocombustíveis até 2030


UE considera reduzir pela metade o uso de biocombustíveis até 2030

A Comissão Europeia está considerando reduzir para metade o volume máximo de biocombustíveis usados nos transportes depois de 2020, pautada na preocupação de que eles aumentem as emissões de carbono ao invés de reduzirem, de acordo com um projeto visto pela Reuters.

Embora os biocombustíveis à base de produtos agrícolas reduzam a dependência de combustível fóssil, eles são produzidos a partir das matérias-primas como o açúcar e o óleo de colza (canola), que poderiam ser utilizados para o consumo humano ou animal, levando à crítica de que os renováveis causariam mudanças indiretas no uso da terra.

De acordo com a proposta da Comissão Europeia, a contribuição máxima dos biocombustíveis líquidos para as metas de energias renováveis da União Europeia (UE) deveria cair de 7% em 2021 para 3,8% em 2030.
Paralelamente, a Comissão propõe um aumento do nível dos biocombustíveis chamados de avançados, ou de segunda geração, produzidos a partir de resíduos provenientes da indústria agrícola ou florestal.
Uma fonte da UE, próxima ao assunto, disse que a Comissão vai propor que a participação de biocombustíveis de segunda geração suba para 5,5% em 2030, após atingir 1,5% em 2021.
“A redução progressiva dos biocombustíveis que tem como matéria-prima produtos alimentares e a sua substituição por biocombustíveis avançados tornarão possível a descarbonização do setor de transportes”, afirmou a Comissão no projeto, que faz parte de um conjunto de regras destinadas a garantir a redução das emissões até 2030.
Os agricultores europeus, por sua vez, argumentaram que a redução dos biocombustíveis produzidos a partir de culturas agrícolas terá efeitos indesejáveis. Segundo eles, os biocombustíveis auxiliam na rotação de culturas e na redução das importações de alimentos para animais.
A associação europeia de etanol renovável, ePURE, afirmou que a proposta da Comissão corre o risco de prejudicar inclusive os investimentos em biocombustíveis de segunda geração.
“Uma eliminação gradual levará a mais e mais investimentos em biocombustíveis, de primeira e segunda geração, acontecendo fora da Europa”, declarou o secretário geral da ePURE, Robert Wright.
Em 2012, a UE dedicou 3% da sua área de cultivo total à produção de matéria-prima para biocombustíveis consumidos pelos seus 28 Estados-membros. Os biocombustíveis são em grande parte compatíveis com os veículos de hoje e podem ser misturados com os combustíveis fósseis atuais. De acordo com a ePURE, toda a gasolina vendida na UE contém tipicamente até 5% de etanol.
Por outro lado, há quem afirme que a proposta da Comissão não foi longe o suficiente.
“O biodiesel de óleo vegetal leva a emissões cerca de 80% maiores do que o diesel fóssil o qual substitui”, citou a organização ambiental Transport & Environment (T&E), de Bruxelas.
“O biodiesel deve ser gradualmente eliminado antes de 2030, devido ao seu impacto devastador no clima mundial e nas florestas tropicais”.
No seu projeto, a Comissão não faz distinção entre o bioetanol, produzido principalmente a partir da beterraba sacarina e de cereais, e o biodiesel, produzido a partir de culturas oleaginosas, especialmente a colza, mas afirma que os Estados-membros podem fazer essa distinção na aplicação das regras. (biodieselbr)

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Desperdício de energia e a eficiência energética


Desperdício de energia dá o tamanho do potencial de negócios em eficiência energética
Segundo estimativa apresentada pela Comerc, país jogou fora o equivalente a 13% de seu consumo em todo o ano passado.
Uma estimativa apresentada pela Comerc aponta que o Brasil desperdiçou cerca de 60 mil GWh de energia no ano de 2015, esse volume é equivalente a 13% do consumo nacional. Esse é o tamanho de um mercado cujo potencia ainda é incerto, o de eficiência energética. O que é possível de se mensurar é o custo que um determinado tipo de consumidor pode ter ao não tomar medidas para melhorar o seu perfil de consumo de energia.
De acordo com o diretor da Comerc Esco, Marcel Haratz, os dois principais focos de potenciais ganhos estão em climatização e iluminação que podem variar de 10% a 50% e de 30% a 60%, respectivamente.
Segundo um levantamento feito pela empresa, um shopping center cuja a conta de energia mensal é de R$ 1 milhão apresenta potencial do chamado ‘não fazer’ de R$ 135 mil e de R$ 180 mil por mês. “Isso significa que esse consumidor tem um custo que poderia ser reduzido em R$ 315 mil reais, uma economia de mais de 30% somente com esses dois itens”, comentou o executivo. Nessa conta, a Comerc incluiu ainda a indicação de retorno do investimento simples nesses casos, que ficaria entre 26 e 72 meses em termos de ar condicionado e de 18 a 42 meses para o item iluminação.
A empresa que começou a atuar neste ano de forma mais intensiva apresentou dados para outros perfis de consumidores como hotéis e edifícios comerciais, redes de varejo, supermercados e indústria. Nesses dois últimos há itens que são adicionados ao cálculo, como refrigeração para o primeiro e ar comprimido e motores elétricos para o segundo. Estes, segundo o estudo, são os itens que possuem maior impacto na fatura de energia, sendo de 35% nos supermercados e de 20% e 55% no caso industrial.
Nos cálculos da Comerc seria possível alcançar um potencial de economia de 10% a 40% em refrigeração. No segmento industrial que esse potencial é de 15% a 30% para o item ar comprimido e de 15% a 40% em motores elétricos. Haratz lembrou que o Brasil assumiu compromissos com a redução de emissões de gases de efeito estufa durante a COP 21 de Paris, no ano passado. E que a eficiência energética é um dos temas a serem atacados, pois há a necessidade de que o país aumente a sua eficiência energética em 10% até 2030. (canalenergia)


Eficiência energética e desperdício

Brasil fica atrás de outros países quando o assunto é aproveitar melhor a energia produzida por aqui. Desperdício pode ser evitado.

O uso eficiente da energia elétrica no Brasil ainda está longe de ser uma realidade. Pesquisa realizada pelo Conselho Americano para uma Economia de Eficácia Energética (ACEEE) e divulgada no último mês de julho, mostra que o Brasil se encontra em uma das últimas posições na classificação de eficiência energética, juntamente com países como Estados Unidos, Canadá e Rússia. A eficiência energética, ou seja, a realização de uma mesma atividade com a utilização de uma menor quantidade de energia está relacionada ao desperdício e a falta de investimento dos países em ações para otimizar o uso das fontes de energia.

O professor da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Gilberto De Martino Jannuzzi, explica que o que chama a atenção não é o numero da posição do Brasil, mas o fato do país estar entre os últimos classificados. “Eu não me surpreendi com esse resultado porque, embora no Brasil muito se fale que as coisas são feitas pelo governo e pelas empresas, nós realmente estamos muito modestos nessas atividades”. Ele esclarece que os países que estão na frente na classificação possuem metas de eficiência energética, fazem o seu planejamento de energia considerando essas metas e investem para concretizá-las. “Esses países tem uma politica de energia onde a eficiência energética é um elemento importante, o que não é o caso do Brasil. Vários outros países, inclusive a China, estão na nossa frente porque começam a perceber que a eficiência energética é algo tão viável como construir novas usinas de eletricidade”.

Segundo Jannuzzi, considerando o aumento da demanda populacional, o Brasil precisará aumentar a produção de energia e também repensar as formas de consumo, tanto de energia como de bens materiais, já que os produtos necessitam de energia em sua fabricação. “Nosso país está crescendo e a economia também, então, nós temos que aumentar nossa produção de energia. Mas, hoje em dia não é possível pensar somente nessa direção. Temos que pensar em diminuir a velocidade do crescimento de consumo. Não podemos continuar a consumir cada vez mais, nós precisamos é consumir melhor”, afirma ele.

O professor explica que o Brasil investe em ações de eficiência energética, mas não da maneira correta. “O Brasil poderia estar fazendo melhor, já que as concessionárias de eletricidade investem recursos que são recolhidos dos consumidores. É um montante significativo, são quase 300 milhões de reais por ano, mas o que falta é ter mais visão e fazer investimentos melhores e nessa questão nós ficamos devendo”. Entre as iniciativas realizadas no país para diminuir o desperdício de energia, está o Selo Procel, produto desenvolvido pelo Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) e coordenado pelo Ministério de Minas e Energia (MME). Sua finalidade é impulsionar a fabricação nacional de produtos eficientes em energia e orientar o consumidor a adquirir equipamentos que apresentam melhores níveis de eficiência energética. “Esse é um instrumento muito importante que o Brasil tem. Outra ação importante é a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de equipamentos eficientes. Nós precisamos de mais ações nessa direção, mas não como algo temporário”.

Eficiência energética: benefícios para a economia

Mas como uma melhor eficiência energética poderia beneficiar os diversos setores da economia? Segundo Jannuzi, para o consumidor, a maior vantagem é a diminuição do valor da conta de energia. “De maneira indireta isso implica também na melhoria da qualidade do produto final, especialmente no setor industrial. À medida que a empresa revê seus processos e busca maneiras de consumir menos, ocorre uma melhora no produto final. Além disso, passa-se a considerar o beneficio ambiental, já que economiza recursos naturais usados para produzir eletricidade”.  De acordo com o professor da Unicamp, a eficiência energética pode ser considerada uma fonte alternativa de energia. “Ela tem custos, tem maneiras de ser avaliada e tem que ser planejada assim como as outras fontes de energia”.

Conforme explica Januzzi, o país deve promover ações para educar o cidadão e não somente investir em tecnologia. “Tem toda uma questão de comportamento. Uma vez comprado o equipamento, ele deve saber usar. Existem equipamentos que ficam ligados o tempo todo. O consumidor deve prestar atenção para ver se esse tipo de equipamento precisa ficar ligado o tempo todo”. A instalação de painéis fotovoltaicos nas casas também é considerada uma forma de produção eficiente de energia e, permite até mesmo que o excesso de energia da casa seja vendido para a companhia elétrica. “Se eu coloco isso na minha casa e quero vender energia, eu preciso ter uma casa eficiente se não eu vou gastar toda a energia que eu produzo”, alerta o especialista. (agsolve)

sábado, 26 de novembro de 2016

1ª usina solar em prédio do governo federal


Inaugurada 1ª usina solar em prédio do governo federal.

Considerando a vida útil do sistema, superior a 25 anos, um total de 161 toneladas de CO2 deixarão de ser emitidas.


A geração de energia solar é importante para o País atingir suas metas assumidas na COP 21.
O prédio do Ministério de Minas e Energia (MME) é o primeiro órgão do governo federal na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, a contar com sistema de geração de energia solar fotovoltaica conectado à rede de distribuição. Com o sistema, inaugurado em 17/11/16, o local deixará de emitir 6,4 toneladas de CO2 na atmosfera e economizará cerca de R$ 70 mil ao ano.
Em entrevista ao Portal Brasil, o ministro da pasta, Fernando Coelho Filho, destacou que além da economia de energia, o sistema instalado simboliza o compromisso do governo brasileiro com a utilização de fontes de energia renováveis, além da fonte hídrica.
O projeto é fruto de um acordo de cooperação técnica entre o MME e a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) para a instalação do primeiro sistema da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, conectado à rede de distribuição.
Compromisso
A instalação do sistema vai ao encontro do compromisso assumido na COP 21, quando o País se comprometeu a expandir o uso doméstico de energia gerada por fontes renováveis, além da energia hídrica, para ao menos 23% da matriz elétrica, até 2030.
O ministro enfatizou que “o presidente Michel Temer depositou na ONU o compromisso do Brasil, assumido na COP 21, de poder ampliar as matrizes energéticas renováveis além da fonte hídrica. O MME, responsável pela edição de políticas do setor, já gera parte da sua energia de forma sustentável e renovável”, comemorou.


Ministério de Minas e Energia inaugura primeira usina solar instalada na cobertura de prédio público federal, na própria sede do MME
Funcionamento
O sistema de geração distribuída solar fotovoltaica está instalado no telhado do edifício-sede do MME, dessa forma, será possível compensar parte da eletricidade consumida por meio de geração própria.
Foram instalados 154 painéis solares (1,0 x 1,64 m), sem a alocação de recursos do orçamento do governo federal. O investimento, estimado em de R$ 400 mil, foi viabilizado pela Absolar e seus associados.
Considerando a vida útil do sistema, superior a 25 anos, um total de 161 toneladas de CO2 deixarão de ser emitidas pelo sistema. Isso equivale a uma área de floresta de 3 mil m² ou cerca de 900 mil quilômetros rodados por carros de passeio das ruas do País.
A energia que venha a sobrar (por exemplo, o que for gerado nos finais de semana e feriados) será entregue à Companhia Energética de Brasília (CEB) e esse crédito poderá ser utilizado em até 60 meses.

Incentivo
A geração distribuída já é regulada no País e o consumidor de energia elétrica pode fazer essa opção e solicitar a sua conexão à rede. A energia gerada pelo sistema fotovoltaico é de 20% a 30% mais econômica que a comprada em baixa tensão do sistema elétrico.
“É uma tendência natural no mundo todo. A instalação no ministério dá ao consumidor a confiança e o conhecimento necessários para que ele possa também adotar o mesmo tipo de sistema na sua casa ou na sua empresa”, declarou o presidente da Absolar. (ecodebate)


Energia fotovoltaica movimentará R$ 100 bilhões até 2030 no Brasil


Energia fotovoltaica deve movimentar R$ 100 bilhões até 2030 no Brasil.

Devido às constantes secas, crises de energia no setor elétrico e à demanda pela diversificação da matriz energética no país, os brasileiros estão cada vez mais buscando informações sobre energias alternativas. Um dos sistemas mais indicado para aproveitar esta energia é o fotovoltaico. Para se ter uma ideia, uma hora de sol na superfície da Terra contém mais energia do que o planeta utiliza em um ano. É uma riqueza imensurável.
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) até 2024 cerca de 1,2 milhões de geradores de energia solar ou mais deverão ser instalados em casas e empresas em todo o Brasil, representando 15% da matriz energética brasileira e até o 2030 o mercado de energia fotovoltaica deverá movimentar cerca de R$ 100 bilhões.
O país possui um grande potencial para movimentar este segmento. A radiação solar na região menos ensolarada é 40% maior do que na região mais ensolarada da Alemanha, por exemplo, que é um dos líderes no uso de energia fotovoltaica. Para aproveitar este potencial o preço do kWp – medida de potência energética associada com células fotovoltaicas – está reduzindo e nos próximos anos o desafio será abrir novas linhas de crédito e financiamento. A tendência é de que surjam mais programas do governo e modelos de negócios, tornando o processo mais acessível.
A população brasileira tem pago altas taxas de energia elétrica e sempre está na “berlinda” quando o assunto é água. Estes fatores têm impulsionado o número de instalações do sistema fotovoltaico. Os estados que mais instalam energia solar são Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo, sendo MG um dos pioneiros e com mais instalações e o RJ com melhor potencial e mais instalações por m². Na área empresarial, os estados que mais tem adotado e instalado sistema fotovoltaico são: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Santa Catarina.
Com quase quatro anos de atuação no Brasil – a partir da resolução 482/2012 – o sistema garante a todos – públicos residencial, comercial ou industrial – que optarem pela energia solar, descontos na conta de luz. “Ou seja, se o sistema gerar mais energia do que o consumido, a energia excedente será injetada na rede pública. Esta medição é realizada através de um medidor de energia bidirecional – fornecido pela concessionária local – que quantificará os quilowatts-horas injetados de energia solar. Este excedente será analisado e calculado, para que o consumidor receba um desconto em sua conta de luz”, explica o diretor da Divisão de Energia Solar da Fronius, Martin Drope.
A energia solar fotovoltaica é agora, depois de hidráulica e eólica, a terceira mais importante fonte de energia renovável em termos de capacidade instalada no mundo. Mais de 100 países utilizam energia solar fotovoltaica. A China, Japão e Estados Unidos, atualmente, são os mercados de energia fotovoltaica, contribuindo com quase 6% de sua demanda de eletricidade. A Alemanha é o maior produtor, mas estima-se que em breve será superado pela China.
“O Brasil dispõe de um potencial gigantesco. A Europa possui 88GW de energia fotovoltaica enquanto o Brasil está com menos de 1GW instalado, ou seja, representa apenas 0,02% do potencial da matriz energética brasileira. Mas este sistema está cada vez mais acessível no Brasil. De acordo com a ANEEL até 2024 cerca 1,2 milhões de geradores de energia solar devem ser instalados em casas e empresas em todo o Brasil”, alerta Martin.
É importante que o consumidor fique atento ao escolher os produtos para fazer a instalação, pois é um sistema com duração de pelo menos 20 anos. “A energia fotovoltaica é uma tecnologia extremamente nova no território brasileiro, porém sua instalação é fácil e rápida. O sistema pode ser instalado em telhados residenciais ou comerciais, próximos ou diretamente no local onde é necessária a energia. Ou seja, este sistema independe daquela energia gerada em grandes instalações centrais – hidrelétrica – ou em grandes parques eólicos. Para instalar um sistema fotovoltaico em uma residência, o valor de investimento está em torno de R$ 18 a 22 mil. Com retorno previsto em sete ou oito anos”, afirma Martin.
É um mercado em ascensão que tem dado oportunidades para empreendedores investirem num negócio rentável. Diante deste cenário, a Fronius já vendeu mais de 3000 inversores no Brasil e espera que este número duplique nos próximos anos. (ecodebate)


quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Fukushima receberá jogos olímpicos em 2020?

Tóquio/2020 pode ter competições em área nuclear.
O presidente da Confederação Mundial de Baseball e Softball, Riccardo Fraccari, confirmou a possibilidade de Fukushima ser a sede.
Arriscado?
Jogos Olímpicos de Tóquio2020 podem ser realizados em área nuclear.
Os torneios de softball e baseball das Olimpíadas de Tóquio, em 2020, poderão ser realizados em Fukushima, área afetada por um acidente nuclear causado em uma usina após um tsunami que assolou o país em 2011. O presidente da Confederação Mundial de Baseball e Softball (Wbsc), Riccardo Fraccari, confirmou a possibilidade da cidade se tornar sede das duas modalidades.
Fraccari se encontrou com o presidente da Tóquio 2020 Yoshiro Mori e revelou que neste sábado irá fazer algumas visitas para analisar potenciais sedes para o baseball e softball nas Olimpíadas. A Wbsc, inclusive, já está familiarizada com a região de Fukushima, já que o Mundial de baseball sub-15 aconteceu no local em julho e agosto deste ano.
“Eu sei da importância do baseball e do softball no Japão, como isso pode facilitar a recuperação da área dos desastres. Então se os campos em Fukushima tiverem todos os requisitos, poderemos leva-los em consideração”, disse Yoshiro Moro.
O Comitê Organizador local irá esperar o aval da Wbsc antes de apresentar as sedes escolhidas para essas duas modalidades ao Comitê Olímpico Internacional (COI). Em um encontro de seu comitê executivo previsto para o mês que vem a entidade responsável pelos Jogos Olímpicos irá decidir se aprova ou não os locais das disputas.
As Olimpíadas de Tóquio irão acontecer nove anos após os desastres de Fukushima. Ainda que haja áreas inabitáveis que irão seguir assim por muitos anos, há outros locais com níveis de radiação suficientemente seguros para receber atletas, imprensa e torcedores durante os torneios de softball e baseball.
Pelos dados que recebi, a situação não é perigosa em Fukushima. Até no Mundial de baseball sub-15 apenas um país se recusou a competir, o resto veio. Penso que a principal questão são as facilidades e o cronograma. “Fukushima é um lugar perfeitamente agradável onde você pode ir”, finalizou Riccardo Fraccari. (yahoo)

Como sobreviver a uma guerra

Veja os melhores lugares para sobreviver a uma guerra nuclear.
Com uma possível guerra nuclear, EUA, a Rússia e a maior parte da Europa e do Oriente Médio se transformem em terras radioativas.
Para onde ir?
3ª Guerra Mundial: estes são os melhores lugares para sobreviver a uma guerra nuclear.
“Temos armas nucleares suficientes para destruir o mundo inúmeras vezes”, disse Hillary Clinton como Secretária de Estado dos EUA em 2010.
Com quase 15.000 armas na Terra - e a crescente tensão entre a Rússia e os EUA, que possuem 90% dessas armas- as pessoas começaram a se perguntar se é possível sobreviver a uma guerra nuclear.
Uma longa discussão no site de perguntas e respostas chamado Quora é possível encontrar algumas dicas – resumindo: vá para o hemisfério sul.
Todos os países do mundo com armas nucleares estão no hemisfério norte - portanto, é altamente possível que os EUA, a Rússia e a maior parte da Europa e do Oriente Médio se transformem em terras desoladas e radioativas, com sua população faminta, vítima de doenças e de guerras civis.
As publicações do Quora sugerem a Antártida como um bom esconderijo, mas se você estiver procurando um lugar um pouco menos inóspito, tem a ilha da Nova Zelândia. Aqui estão três motivos:
1) fica muito longe de tudo,
2) não tem armas nucleares
3) não tem nenhuma importância estratégica.
Um grande contribuidor do Quora, Peter Baskerville, disse: “Esse provavelmente é o lugar habitável mais próximo, que se encontra o mais distante possível de toda a ‘ação’. É uma terra agraciada com solos férteis, água pura e um grupo decente de pessoas junto às quais se poderá sobreviver”.
Outras publicações recomendam Perth, na Austrália, uma das cidades mais remotas da Terra, em um país sem bombas nucleares.
Para os habitantes do hemisfério norte, as coisas não ficarão muito boas.
Em 1979, o Escritório de Tecnologia do Congresso dos EUA publicou um relatório chamado Os Efeitos da Guerra, que previa o impacto de um ataque nuclear.
A OTA previu que até 80% da população dos EUA sofreriam morte imediata, e, posteriormente, haveria mais algumas baixas por causa da radiação.
As previsões de “Fim do mundo”, com toda a vida na Terra sendo exterminada, provavelmente são um exagero ao impacto das armas nucleares – mas haveria, sim, enorme impacto sobre a vida em nosso planeta. (yahoo)

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Uso de ônibus com energia limpa no transporte coletivo é incerto

Ônibus movido a GNV passa por testes em Sorocaba/SP.
Embora os testes com ônibus movidos a energia limpa sejam frequentes em Sorocaba, a alteração da matriz energética dos carros que operam no transporte público do município ainda é incerta. Desde setembro/16, um ônibus movido a Gás Natural Veicular (GNV), ou biometano, da Scania, está circulando na linha Expresso e deve permanecer na cidade por cerca de 30 dias. A Urbes -- Trânsito e Transportes foi questionada sobre a possibilidade de incorporar esses veículos a frota atual, mas informou que a alteração cabe ao Consórcio Sorocaba (Consor).
O gerente de operação do Consor, Manoel Ferreira, informou que a empresa segue acompanhando o surgimento de novas tecnologias, mas ainda é necessário que mais pesquisas e avaliações sejam realizadas. "Acreditamos ser inevitável a alteração da matriz energética ou a menor dependência do diesel", disse, sem estabelecer um prazo para a mudança. O Serviço de Comunicação (Secom) da Prefeitura de Sorocaba, divulgou, em nota, que "o ônibus (em teste) pode vir a fazer parte dos planos para implantação e operação do Sistema Bus Rapid Transit (BRT)".
Segundo Ferreira, os testes não se limitam às questões de investimento e custeio, pois outro fator determinante, afirma, é a confiabilidade do equipamento, justamente por se tratar de uma tecnologia nova, ainda sem resultados de como se comportará após alguns anos de uso. "Os testes práticos nos ajudam a compor um estudo." Ele afirma que outra dificuldade é que quanto mais limpo o combustível, menor será a disponibilidade da fonte energética.
Tanto a Urbes quanto a Consor foram questionadas sobre o valor de investimento necessário para a alteração da matriz energética dos ônibus utilizados no transporte público do município, porém nenhuma respondeu. O valor do ônibus que está em teste no município não foi divulgado.
Os primeiros testes começaram no município em 2014, quando um ônibus elétrico híbrido chegou a circular na cidade, também pela linha Expresso. Este carro, da empresa chinesa BYD, consome até 35% menos combustível e emite até 50% menos gases poluentes que os ônibus que circulam atualmente, porém o seu valor pode ser até cinco vezes maior do que um modelo convencional, hoje estimado em R$ 300 mil. Na época, a fabricante divulgou que estava fazendo uma série de testes no Brasil, com a intenção de avaliar o desempenho técnico e operacional em sistemas de transporte coletivo urbano. Esse tipo de veículo já circula em países como Colômbia, Estados Unidos e China.
O veículo que opera temporariamente em Sorocaba é fruto de testes realizados pela Scania em fevereiro de 2015, quando colocou para circular na cidade o modelo Citywide. Anteriormente não foi realizado transporte de passageiros, sendo utilizado apenas tonéis de água para simular o peso. Este carro, que possuía um registro especial de testes para veículos importados, segundo informou o fabricante, era capaz de reduzir as emissões de material particulado em até 85%. O atual modelo recebe um trem de força importado da Suécia, pois seu motor já atende à geração mais avançada da legislação de emissões, a Euro 6. (jornalcruzeiro)

Cronograma para uso de energia limpa em ônibus de SP está atrasado


Cronograma para uso de energia limpa em ônibus de SP está atrasado, diz Greenpeace.


O cronograma de transição do uso de combustíveis fósseis para renováveis na frota de ônibus da cidade de São Paulo não está sendo cumprido, de acordo com o Dossiê Ônibus Limpo, da organização não governamental (ONG) Greenpeace. O prazo previsto em lei municipal para que todos os veículos públicos coletivos da cidade passem a utilizar combustível de fontes não fósseis é 2018. Atualmente a maior parte da frota é movida a derivados de petróleo e gás.

“No ritmo em que [a transição] está hoje, a data de 2018 é inviável [para cumprimento da lei]. Essa lei tem sido praticamente ignorada pelos gestores públicos, sobretudo pelos operadores das companhias de ônibus”, disse Bárbara Rubim, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace.
“Em São Paulo, temos a Lei de Mudanças Climáticas, que foi instituída em 2009, e essa lei obriga que toda a frota de veículos do Poder Público municipal – não só ônibus, mas os carros oficiais e carros da CET [Companhia de Engenharia de Tráfego] – passem por uma transição para combustíveis 100% renováveis até 2018, quando essa lei completa nove anos. O que se viu foi que foi feito muito pouco para ela de fato acontecer”, disse.
Uma frota abastecida totalmente por combustíveis não fósseis é tecnicamente viável, segundo a ONG. “A viabilidade técnica de substituir o óleo diesel por combustíveis renováveis [etanol, biodiesel, diesel de cana-de-açúcar e eletricidade] na frota de ônibus de São Paulo é comprovada desde 2009, quando a cidade foi pioneira em estabelecer sua lei municipal de clima [Lei 14.933/09]”, diz o dossiê.
O Artigo 50 da lei municipal, que estabelece o cronograma de transição, diz que “os programas, contratos e autorizações municipais de transportes públicos devem considerar redução progressiva do uso de combustíveis fósseis, ficando adotada a meta progressiva de redução de, pelo menos, 10% (dez por cento) a cada ano, a partir de 2009 e a utilização, em 2018, de combustível renovável não fóssil por todos os ônibus do sistema de transporte público do município”.
Dados do dossiê mostram que menos de 9% do combustível usado no sistema hoje tem origem nas chamadas fontes renováveis, aquelas que têm os menores custos socioambientais. Para Bárbara, a grande esperança para viabilizar a transição é a nova licitação dos ônibus, que deve ocorrer no ano que vem.
“São Paulo está para ter uma nova licitação de ônibus desde 2014 e essa licitação tem sido postergada por diversos motivos e dificuldades que a prefeitura tem encontrado. O que esperamos é que, nessa licitação, a prefeitura realmente coloque metas de migração para essa frota, para obrigar os empresários que forem participar da licitação a observar isso quando forem renovar a frota de ônibus da cidade.”
De acordo com o dossiê, essa obrigação legal vem sendo “negligenciada” e “postergada” pelas empresas concessionárias do setor de transportes, “com a conivência do Poder Público municipal sob a justificativa de inviabilidade técnica”.
“Como a lei já estabelecia um processo gradual de adaptação às empresas concessionárias desde 2009, não é aceitável agora considerar qualquer possibilidade de anistia a quem não cumprir a meta de substituição total do diesel até 2018 ou que esse custo da transição seja repassado à população por meio de aumento na tarifa”, diz o documento.
A entidade pede que sejam aplicadas penalidades às empresas concessionárias e à prefeitura caso o plano de transição não seja cumprido e que o Poder Público se comprometa a não repassar eventuais custos à população por meio do aumento na tarifa.
Viabilidade econômica
“O custo de implementação da troca imediata desse sistema [de transporte] é um pouco mais elevado. Mas, no médio e longo prazo, os custos da operação [dos ônibus] são muito mais baixos”, disse Bárbara Rubim, ao destacar que, ao longo do tempo, haverá economia por parte do gestor e do operador da frota de ônibus, o que compensará esse custo inicial maior.
De acordo com ela, um aumento de tarifa seria injustificável e há possibilidade da transição sem repassar qualquer custo ao usuário do transporte. “Por exemplo, quando falamos de uma frota de ônibus elétrico, nós temos um custo de manutenção que chega a ser 25% menor do que o de um ônibus movido a diesel ou a biodiesel. E uma economia com combustível que chega a 65%”, disse.
Como alternativa para custear esse primeiro momento de transição, na substituição de combustível fóssil pelo renovável, a representante do Greenpeace apresenta outras formas de financiamento, como  redução da margem de lucro dos empresários que atuam no setor.
Testes
O dossiê afirma que testes já foram realizados por alguns fabricantes dos ônibus, e que estudos de casos de outras cidades do país mostram que o custo do sistema não aumentaria. Bárbara citou exemplos de cidades como Curitiba e Campinas (SP), das quais se pode extrair experiências. Dez ônibus elétricos circulam em cinco linhas diferentes na cidade de Campinas.
Em cinco meses de testes e operação regular em suas linhas, a empresa Itajaí Transportes Coletivos Ltda., do município no interior paulista, calcula, segundo o dossiê, que terá uma economia anual de até R$ 20 mil em custos operacionais com a utilização de um modelo elétrico puro.
Estudos do Instituto de Energia e Ambiente (IEE-USP), de outubro de 2013, levantam dados sobre o impacto direto do carregamento de veículos na rede elétrica com sua capacidade atual. “Com algumas ações, como tarifa diferenciada para recarga [de baterias] em horários de pouca demanda energética e com um sistema inteligente, a penetração do veículo elétrico pode chegar a 32% da frota atual sem sobrecarregar o sistema”, diz o documento.


“Já existem hoje baterias em teste aqui no Brasil, em que o ônibus, por exemplo, pode ser carregado à noite, quando geralmente a eletricidade que estamos consumindo tem um custo mais barato no sistema, e é possível usar essa bateria para devolver eletricidade para a rede quando for necessário”, disse Bárbara Rubim.
O ônibus elétrico consumiria energia da rede. No caso brasileiro, cerca de 65% da eletricidade vêm de hidrelétricas e o restante vem de termelétricas ou de fonte solar, eólica e biomassa. Bárbara lembrou que, em algumas situações, a energia hidrelétrica não é sustentável e isso acaba tornando-a “socialmente injusta”.
“Da mesma forma que lutamos para haver uma eletrificação maior da frota de ônibus, no setor de transporte como um todo, também lutamos para que haja uma expansão da nossa matriz renovável para outras fontes, que não hidrelétricas”, defendeu Bárbara.
Dados do dossiê mostram que, de acordo com planejamento do governo, as fontes energéticas consideradas mais sustentáveis e socialmente justas – solar, eólica e biomassa – devem alcançar 24% de toda a matriz energética do país até 2024.
Indústria
O dossiê aponta que as empresas que têm tecnologias de combustíveis alternativos ao diesel mineral consideram que as demandas por seus produtos estão muito abaixo da capacidade instalada. Segundo o documento, a fábrica da Volvo está pronta para produzir cerca de 600 unidades do modelo de ônibus híbrido, que é movido à bateria e diesel.
Já a empresa Eletra, segundo o dossiê, poderia produzir 2,4 mil veículos anualmente, caso houvesse a devida demanda. A empresa BYD tem a capacidade de produzir 500 unidades por ano, no entanto, se o número de pedidos esperado pela empresa se concretizar, a previsão é que sejam produzidos 2 mil veículos anuais.
Saúde
O uso de fontes não fósseis reduziria ainda a poluição atmosférica, diminuindo doenças respiratórias e casos de câncer na população, aponta o dossiê. Anualmente, segundo o documento, cerca de 4,7 mil pessoas morrem na cidade de São Paulo em decorrência da inalação de material particulado e aproximadamente 47% das emissões dos poluentes em partículas são gerados por ônibus.
“O dossiê levou em conta um estudo feito pelo Instituto de Saúde e Sustentabilidade e mostrou que a redução na queima de diesel convencional não só poupa recursos dos cofres públicos, mas também salva vidas”, disse Bárbara.
O dossiê destaca que o aumento de 5% para 20% na mistura de biodiesel no diesel mineral poderia evitar 7.319 mortes entre 2015 e 2025, de acordo com dados do estudo do Instituto Saúde e Sustentabilidade, além de poupar R$ 1,4 bilhão em custos públicos e privados decorrentes dessas mortes. “Só nos cofres públicos, a economia seria de R$ 53 milhões”, acrescenta o documento.
Ministério Público
Em dezembro do ano passado, a Promotoria de Justiça do Meio Ambiente, do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) abriu inquérito civil para apurar a viabilidade técnica para a implantação dos veículos movidos a combustível renovável.
Para o promotor Marcos Lúcio Barreto, “o prazo de 2018 se tornou inexequível”. “A prefeitura, ao longo destes últimos anos, se revelou muito letárgica e omissa no atingimento dessa meta. A dois anos do prazo fatal, nós temos 3% da nossa frota convertida. É irreal você imaginar que, em dois anos, os 97% restantes vão ser alcançados”, completou Barreto.
“Outro fato relevante é que está tramitando na Câmara Municipal um projeto de lei de autoria do vereador Gilberto Natalini, alterando esse prazo fatal de 2018. É bem provável que se estenda aí por mais cinco anos. Com isso, então, esse quadro teria uma modificação”, disse o promotor.
Após reunião no final de setembro deste ano com diversos agentes envolvidos na questão, o promotor enviou ofício à prefeitura cobrando uma prestação de contas. O promotor disse que prefere a mediação em todos os casos, tentando resolver administrativamente, sem recorrer à Justiça. No entanto, ressaltou que é preciso um posicionamento da prefeitura. “Eu espero não ter que me valer disso, mas para isso eu tenho que ter uma demonstração cabal de que as principais partes envolvidas estão de fato se movimentando para que a lei seja cumprida”.


Secretaria de Transportes
A Secretaria Municipal de Transportes disse, em nota, que todas as alternativas energéticas de fonte renovável apresentadas até o momento têm custo superior ao diesel. O órgão afirmou ainda que a nova licitação para operação do sistema de ônibus na capital prevê a utilização de combustível de fonte renovável em toda a frota municipal, porém, de forma gradual.
De acordo com a secretaria, “a cadeia produtiva, composta por fabricantes de chassis, carrocerias e desenvolvedores de novas fontes energéticas, não está preparada para atender, de imediato e por completo, às necessidades definidas pela lei”.
A Agência Brasil pediu entrevista com o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, mas não foi atendida. (ecodebate)

domingo, 20 de novembro de 2016

Gás gerado a partir do lixo vira energia em RS

Gás gerado a partir do lixo vira energia no Rio Grande do Sul
Usina com capacidade para abastecer uma cidade de até 80 mil habitantes recebeu investimento de R$ 30 milhões.
Na semana do ambiente, o Rio Grande do Sul ganha um projeto que alia redução da emissão de gases causadores de efeito estufa e geração de energia em momento de crise elétrica no país. A primeira térmica a partir de gás gerado em aterro sanitário no Estado terá obras simbolicamente entregues na cerimônia em Minas do Leão, a 90 quilômetros da Capital.
Construída com investimento de R$ 30 milhões, a Biotérmica Energia terá capacidade para produzir até 15 megawatts (MW), suficiente para abastecer uma cidade de cerca de 80 mil habitantes. O combustível que moverá a usina é o metano existente no biogás captado no aterro do município, que recebe diariamente 3,5 mil toneladas de lixo urbano de Porto Alegre e outras 130 cidades.
O aterro é controlado pela Companhia Rio-grandense de Valorização de Resíduos (CRVR), cujo capital pertence 70% ao grupo Solví e 30% à mineradora Copelmi. As duas empresas, na mesma proporção, também são donas da Biotérmica Energia. Em breve, outros municípios do Estado poderão ter iniciativas com o mesmo conceito.
– Já temos duas licenças prévias da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para Santa Maria e São Leopoldo e futuramente também em Pelotas e Giruá – diz o diretor-presidente da CRVR, Mauro Renan Pereira Costa, lembrando que as usinas nos dois municípios serão menores, de 1,5 MW, e podem operar em 2016.
O projeto de Minas do Leão se diferencia em outro aspecto. O aterro foi um dos primeiros no país a obter créditos de carbono com a queima do metano no sistema de chama conhecido como flare (tocha que fica constantemente acesa nas chaminés de petrolíferas), liberando CO2 – 23 vezes menos poluente que o metano. Segundo Costa, agora passou a ser a primeira térmica no mundo a também ganhar créditos de carbono originalmente com a queima de metano em flare.
Apesar de as obras estarem prontas, a usina ainda precisa passar por um teste de emissões da Fepam para receber a licença de operação e, depois, a autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para dar a partida na geração comercial, o que deve ocorrer em 15 dias, prevê Costa. Inicialmente, a produção será de 8,5 MW, sendo que 6,5 MW foram comercializados em leilão. O restante será vendido no mercado livre.
O projeto
Capacidade total: 15 MW, suficiente para abastecer uma de cidade de cerca de 80 mil habitantes.
Investimento: R$ 30 milhões.
Benefício: cerca de 170 mil toneladas de CO2 a menos lançadas no ambiente.
3,5 mil toneladas é a quantidade de lixo urbano já recebido diariamente no aterro de Minas do Leão. (associacaoparkwayresidencial)

O lixo que vira energia

Mais de 1.500 termelétricas queimam lixo para produzir energia no mundo. Brasil será o 1º país a suprir refinaria de petróleo com biogás do lixo.
A demanda por energia no mundo cresce de forma tão preocupante quanto o volume de lixo. Harmonizar de forma inteligente essas curvas de crescimento constitui um dos grandes desafios tecnológicos da atualidade. Essa é a razão pela qual vem crescendo rapidamente o número de países que investem no aproveitamento energético do lixo. São basicamente duas as rotas tecnológicas empregadas para alcançar esse objetivo: a queima direta dos resíduos (waste-to-energy) ou a queima do biogás produzido a partir da decomposição da matéria orgânica do lixo.
Existem hoje no mundo aproximadamente 1,5 mil usinas térmicas que queimam o lixo para gerar energia ou calor. O Japão, o bloco europeu, a China e os Estados Unidos lideram o ranking. No Brasil, não há térmicas com esse perfil em operação, embora alguns municípios estejam bastante interessados no assunto. A tecnologia é cara e o custo do megawatt-hora bastante elevado em relação à energia convencional. A vantagem é a transformação do lixo queimado a aproximadamente 12% de seu tamanho original em cinzas, que podem ser usadas (se forem inertes) como base de asfalto ou matéria-prima para a construção civil. Sem uma política pública que estimule essa fonte de energia com a redução de impostos e outros incentivos, ela continuará desprestigiada e marginal.
Ainda não está completamente superada a polêmica envolvendo a emissão de substâncias cancerígenas — dioxinas e furanos — que seriam liberadas a partir da queima do lixo. Nos países em que a combustão dos resíduos foi autorizada, o entendimento é de que a queima acima de 900ºC eliminaria o risco de contaminação. Em alguns desses países, onde a consciência ecológica é maior — Alemanha, por exemplo — foram exigidas novas tecnologias que assegurassem a qualidade dos gases emitidos.

No Brasil — onde a disponibilidade de terra torna a opção pelos aterros menos complicada do que na maioria dos países desenvolvidos –, a exploração energética do lixo tem sido possível a partir da queima do gás do lixo, também chamado de biogás. A matéria orgânica descartada como lixo (especialmente restos de comida, podas de árvore e restos de animais e vegetais) leva aproximadamente seis meses para se transformar em metano, um gás combustível que agrava o efeito estufa. A simples queima do metano, sem nenhum aproveitamento energético, já assegura um benefício ambiental por transformar CH4 (metano) em CO2 (dióxido de carbono). O metano é de 20 a 23 vezes mais danoso para a atmosfera do que o dióxido de carbono. Na lógica do empreendedor, o retorno do capital investido se dá por duas vias: a emissão de créditos de carbono (quando uma certificadora da ONU mede a quantidade de metano queimado e converte esse número em papel com valor de mercado para os países ricos signatários do Protocolo de Kyoto que assumiram o compromisso de reduzirem suas emissões) e a venda de energia elétrica.
São Paulo (a cidade mais populosa e com o maior volume concentrado de lixo do país) largou na frente em 2004 instalando a primeira usina de biogás do país no aterro Bandeirantes. Depois, instalou a segunda no Aterro São João. JUNTOS, esses dois aterros (que já não recebem mais lixo) respondem por mais de 2% de toda a energia elétrica consumida na maior cidade do país. Em três leilões, foram vendidos mais de R$ 70 milhões de créditos de carbono, dos quais 50%, por contrato, ficaram com a Prefeitura. Uma receita extra, de onde muitos jamais esperavam receber um dia qualquer centavo.

Do outro lado da Via Dutra, no município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, o gigantesco Aterro de Gramacho (que até ser encerrado em junho do ano passado ostentava o título nada honroso de maior aterro de lixo da América Latina)  hospeda uma empresa privada que investiu mais de R$ 250 milhões para poder explorar o biogás acumulado em quase 35 anos de lançamentos diários dos resíduos do Rio de Janeiro e de boa parte da Região Metropolitana. Por contrato, a empresa se comprometeu a fornecer para a Refinaria Duque de Caxias (da Petrobras) 70 milhões de m³ de biogás por dia pelos próximos 15 anos. Esse volume de gás, que seria suficiente para abastecer todas as residências e todos os estabelecimentos comerciais do Estado do Rio, vai suprir 10% da demanda energética da Reduc. O biogás será retirado com a ajuda de 300 poços (260 já foram instalados) que bombearão o combustível até uma estação de tratamento construída no próprio aterro. Ali o gás será limpo, seco e bombeado através de um gasoduto de 6 km de extensão até a refinaria (pelo menos 1,2 km de tubulações passarão debaixo de áreas de mangue e rios). A operação será iniciada ainda neste primeiro semestre.

Num país que gera 182.728 toneladas de lixo por dia, dá pra imaginar o que isso significa em termos de energia? Pelas contas do Ministério do Meio Ambiente, considerando apenas os 56 maiores aterros do país, o biogás acumulado seria suficiente para abastecer de energia elétrica (311 MW/h) uma população equivalente à do município do Rio de Janeiro (5,6 milhões). O cenário para 2020 aponta uma produção ainda maior de energia (421 MW/h) , suficiente para abastecer quase 8,8 milhões de pessoas, a população de Pernambuco.

Em outro estudo lançado esta semana pela Abrelpe (Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) se deteve na análise de 22 aterros sanitários que já manifestaram interesse explorar o gás do lixo. Segundo o “Atlas Brasileiro de Emissões de GEE (gases de efeito estufa) e Potencial Energético na Destinação de Resíduos Sólidos”, o biogás estocado nesses aterros (280 MW/h) poderia abastecer 1,5 milhão de pessoas. Para isso, seriam necessários investimentos de aproximadamente R$ 1 bilhão. Até 2039, esse potencial poderá chegar a 500 MW/h, o suficiente para abastecer 3,2 milhões de pessoas, o equivalente à população do Rio Grande do Norte.

Embora o Brasil necessite importar dos Estados Unidos a microturbina que transforma o biogás em energia elétrica, aproximadamente 80% das instalações contam com equipamentos fabricados no Brasil. É consenso entre os especialistas do setor que o Brasil deveria estimular o aproveitamento energético do lixo com uma política pública específica, que desonerasse os custos e estimulasse novos investimentos.

Em um país onde a produção monumental de lixo gera enormes impactos socioambientais, a geração de energia elétrica a partir dos resíduos é uma ideia que merece atenção, investimentos e um ambiente de negócios favorável à inclusão do biogás em nossa matriz energética. (qsmswork)


sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Aplicativo carrega celular com energia renovável

O aplicativo ZIIT, possibilita aos usuários de telefone celular carregar seus aparelhos usando energia renovável.
Ao ser baixado, o aplicativo adquire automaticamente para o usuário Certificados de Energia Renovável (CER) de empresas ou empreendimentos que, comprovadamente, geram energia limpa. Quem adquire os certificados no mercado é o Instituto Totum, responsável pelo desenvolvimento do app.
O ZIIT monitora a energia utilizada para o carregamento de celulares e adquire CER na mesma quantidade, em função da escolha da fonte renovável pelo usuário: solar, eólica, biomassa ou hídrica.
O Instituto Totum garante que para cada watt-hora (Wh) consumido pelo aparelho celular foi gerado um Wh equivalente de uma das fontes de energia renováveis escolhidos pelo usuário.
O ZIIT, que já está disponível gratuitamente para download e pode ser instalado nos sistemas operacionais IOS e Android. (ambienteenergia)

Novo aplicativo usa energia renovável para carregar celular


App foi desenvolvido pelo Instituto Totum. Parceria entre International REC Standard e Instituto Totum traz ainda plataforma mundial Renewable Energy Certificate (REC) para o Brasil.
Os usuários de telefone celular têm agora a opção de carregar os seus aparelhos usando energia renovável graças ao aplicativo ZIIT, lançado em 31/08/16, durante a 7ª edição do Brazil Wind Power, no Rio de Janeiro.
Inédito no mundo, o aplicativo foi desenvolvido pelo Instituto Totum, encarregado da gestão do Programa de Certificação em Energia Renovável criado pela Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) e pela Associação Brasileira de Energia Limpa (Abragel). O ZIIT, que já está disponível gratuitamente para download, pode ser instalado nos sistemas operacionais IOS e Android.
Ao baixar o aplicativo, o usuário está automaticamente adquirindo Certificados de Energia Renovável (CER) de empresas ou empreendimentos que, comprovadamente, geram energia limpa. Só que quem está adquirindo esses certificados no mercado é o Instituto Totum.
O ZIIT monitora a energia utilizada para o carregamento de celulares e adquire CER mesma quantidade, em função da escolha da fonte renovável pelo usuário: solar, eólica, biomassa ou hídrica.
O Totum garante que para cada watt-hora (Wh) consumido pelo aparelho celular foi gerado um Wh equivalente de uma das fontes de energia renováveis escolhidos pelo usuário.
“O ZIIT aproxima a geração de energia limpa do consumidor final, despertando seu interesse e incentivando investimentos em energia renovável que, dentre outras vantagens, reduz a emissão de CO2 na atmosfera”, afirma o diretor do Instituto Totum, Fernando Lopes.
Parceria entre International REC Standard e Instituto Totum
A partir de setembro de 2016 será possível registrar projetos de energia renovável e emitir RECs compatíveis com a plataforma I-REC no Brasil. Os empreendimentos de energia renovável poderão ser listados na plataforma mundial I-REC Services graças a uma parceria entre o Instituto Totum e a International REC Standard. “Esperamos ver uma demanda crescente por energia renovável no Brasil. Esta parceria vai contribuir para aumentar a consciência dos consumidores sobre o direito de escolher eletricidade produzida a partir de fontes renováveis para suas casas e empresas”, afirma o diretor do Totum, Fernando G. Lopes.
O Instituto Totum coordena o programa de certificação de energia renovável no Brasil, e é o emitente local dos RECs (cada certificado equivale a 1 MWh de eletricidade produzida a partir de fontes renováveis). Cabe ao Totum ao Totum a responsabilidade pela verificação dos empreendimentos de geração de energia no País e a respectiva emissão dos certificados.
 Lançado em 2015, o padrão I-REC autorizou emissores em mais de 10 países no mundo, que já certificaram mais de 50 projetos de energia. O uso do padrão I-REC para projetos nacionais tende a crescer, pois os consumidores estão reconhecendo os benefícios dessa normatização internacional.
De acordo com Lopes, do Totum, empresas internacionais com operações no Brasil devem ser os primeiros usuários do sistema pelo fato de já estarem familiarizados com o padrão I-REC e os seus rigorosos requisitos e procedimentos de produção de energia renovável, emissão de certificados e verificação de dados necessários para evitar a dupla contagem ou dupla emissão de RECs. No longo prazo, a expectativa é de que o padrão I-REC também seja utilizado pelas pequenas e médias empresas.
O primeiro empreendimento no País a ser certificado com o padrão I-REC pelo Totum é a Usina Eólica Macaúbas Energética S.A., no estado da Bahia, controlada pela subsidiária brasileira da norueguesa Statkraft. A Statkraft uniu esforços com o Instituto Totum e I-REC Services para abrir este mercado no Brasil, após experiências de sucesso na Europa e outras partes do mundo.
A parceria com a I-REC Standard é um reconhecimento pelo trabalho do Totum na área de energias renováveis desde 2012, em estreita colaboração com a Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel), Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) e Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) no âmbito do Programa de Certificação de Energia Renovável, responsável pela comercialização de mais de 45.000 mil RECs desde março 2014.
Sobre o Instituto Totum
O Instituto Totum é um Organismo de Certificação que atua no mercado de auditoria independente, selos e programas de auto-regulamentação, desde 2006, gerenciando mais de uma dezena de selos e programas de certificação nos mais variados segmentos. Ele fornece soluções integradas aos clientes, desde a concepção até a execução de projetos concebidos para integrar e desenvolver cadeias de negócios através de selos e certificações setoriais. (envolverde)