domingo, 24 de agosto de 2025

EDP inaugura usina fotovoltaica em Hospital da Polícia Militar em ES

EDP inaugura usina fotovoltaica de 483 kWp no Hospital da Polícia Militar do Espírito Santo. Com investimento de mais de R$ 2,1 milhões, a planta conta com 840 módulos e capacidade de geração suficiente para produzir 694 MWh/ano.

Com investimento de mais de R$ 2,1 milhões, a planta conta com 840 módulos e capacidade de geração suficiente para produzir 694 MWh/ano. A distribuidora também modernizou o sistema de iluminação e juntos, os projetos economizarão de mais de R$ 490 mil anuais nas despesas do hospital com energia elétrica.
A EDP, distribuidora de energia elétrica do Espírito Santo, entregou a modernização do sistema de iluminação do Hospital da Polícia Militar (HPM). Com um investimento de mais de R$ 2,1 milhões, o projeto, que foi contemplado na Chamada Púbica de Eficiência Energética da Companhia, inclui a instalação de uma usina fotovoltaica e a substituição de parte do sistema de iluminação do hospital pela tecnologia.

Todas as soluções executadas junto ao hospital proporcionarão uma economia de 749 MWh/ano, equivalente à demanda de 312 residências com consumo médio de 200 kWh/mês ao longo de um ano. Em valor, o projeto representará uma redução de mais de R$ 490 mil anuais nas despesas do hospital com energia elétrica, permitindo que esse montante seja redirecionado para melhorias no atendimento à população.

A usina solar instalada é composta por 840 módulos fotovoltaicos, com capacidade de geração de 483 kWp, suficiente para produzir 694 MWh/ano. Esse volume de energia seria capaz de abastecer 289 residências com consumo médio de 200 kWh/mês.

Outra ação realizada pelo projeto foi a substituição do sistema de iluminação, com a modernização de 772 equipamentos com a tecnologia LED. A substituição não só traz um retorno financeiro positivo, mas também contribui para a redução do impacto ambiental, uma vez que os LEDs são reconhecidos pelo baixo consumo de energia, alto desempenho e longa vida útil.

“Com esse projeto, não apenas geramos economia para a instituição, mas também contribuímos para um futuro mais sustentável, com menos impacto ambiental. A EDP segue investindo em soluções que beneficiem a sociedade, promovendo inovação e eficiência para todas as instituições do Espírito Santo”, afirma o diretor da EDP, Edson Barbosa.

O Programa de Eficiência Energética da EDP, regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), leva tecnologia e eficiência para diversas instituições do Estado, sejam elas municipais, estaduais ou federais. Todos os projetos passam por um rigoroso processo de medição e verificação para garantir a entrega de resultados eficientes para a sociedade. (pv-magazine-brasil)

Energia solar no Senac em Vitória/ES

Usina solar de 364,55 kWp do Senac Espírito Santo entra operação.
Senac Espírito Santo inaugurou uma usina solar fotovoltaica com capacidade de 364,55 kWp, que já está em operação. A usina, localizada no campus de Vitória, visa reduzir significativamente o consumo de energia elétrica do local, com a expectativa de gerar até 80% de economia, segundo o Senac-ES.

A usina faz parte de um projeto de sustentabilidade do Senac e representa um investimento em energias renováveis, além de contribuir para a redução do impacto ambiental. A instalação da usina demonstra o compromisso do Senac com a inovação e a busca por soluções mais eficientes e sustentáveis para suas atividades.

Detalhes Adicionais:

Capacidade: 364,55 kWp.

Localização: Campus do Senac em Vitória, Espírito Santo.

Objetivo: Reduzir o consumo de energia elétrica e gerar economia.

Economia esperada: Até 80%.

Projeto: Parte de uma iniciativa de sustentabilidade do Senac.

O sistema conta com 634 módulos solares instalados, uma capacidade capaz de gerar, em média, mais de 40 mil kWh por mês, um volume de energia representa uma redução de aproximadamente 80% no consumo de energia elétrica da unidade da instituição em Vitória, capital do estado.

O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) do Espírito Santo, inaugurou um sistema de geração de energia solar com potência de 364,55 kWp na unidade de Vitória e passou a produzir sua própria energia elétrica por meio da instalação de 634 módulos solares. Essa capacidade significa gerar, em média, mais de 40 mil kWh por mês — o suficiente para reduzir aproximadamente 80% do consumo de energia elétrica da unidade.

Além da economia significativa, a iniciativa fortalece o compromisso institucional com práticas sustentáveis e com os princípios do programa ECOS, voltado à responsabilidade socioambiental. A adoção da tecnologia fotovoltaica também contribui diretamente para a redução da emissão de gases de efeito estufa e para a diminuição da dependência de fontes de energia não renováveis, alinhando-se às diretrizes globais de combate às mudanças climáticas.

“Ao reduzirmos consideravelmente o nosso consumo de energia elétrica convencional, contribuímos diretamente para a diminuição da emissão de gases de efeito estufa e para um futuro mais sustentável para todos. Além disso, ao gerar nossa própria energia, conseguimos reduzir custos operacionais e realocar recursos para onde mais importa: a qualificação profissional. É uma escolha estratégica que une eficiência, inovação e responsabilidade social”, afirmou o diretor regional do Senac-ES, Richardson Schmittel.

Certificação LEED no Senac Serra

Inaugurada em agosto de 2021, a Unidade de Educação Profissional do Senac, localizada no bairro Portal de Jacaraípe, na Serra, tornou-se a primeira edificação do Estado a receber a Certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) no nível Platinum, o mais alto concedido pelo selo internacional. O projeto atingiu a pontuação máxima em critérios como otimização do desempenho energético e redução do consumo de água, dois pilares fundamentais da construção civil sustentável.

A certificação LEED é um dos principais selos ambientais do mundo, concedido a construções que atendem a rigorosos padrões de eficiência energética, uso racional de recursos e impacto ambiental reduzido. No Brasil, são 1.776 projetos registrados e 786 certificados com o selo LEED, mas apenas 72 construções conquistaram o nível Platinum, o mais exigente da categoria. (pv-magazine-brasil)

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Energia solar fica 3% mais barata no 2º trimestre

Energia solar fica 3% mais barata no 2º trimestre e a região Centro-Oeste segue com o menor custo.

O custo da energia solar residencial caiu no Brasil. Segundo levantamento da Solfácil, os preços recuaram 3% no 2º trimestre de 2025, com destaque para o Acre, Alagoas e Amazonas, que lideram o ranking dos estados mais baratos.

Indicador da Solfácil aponta que no 2º trimestre do ano o preço médio ficou em R$ 2,51 por Wp (Watt-pico). Entre os 26 estados e o Distrito Federal, Acre, Alagoas e Amazonas foram os que ofereceram os preços mais baixos para instalações residenciais.
O preço médio da energia solar residencial no Brasil caiu 3% no 2º trimestre de 2025, segundo levantamento do Radar, indicador trimestral desenvolvido pela Solfácil, ecossistema em soluções solares, para acompanhar a variação de preços no setor.

No período, o preço médio nacional por Watt-pico (R$/Wp), unidade que indica o custo da potência instalada, ficou em R$ 2,51. A redução foi registrada em quase todas as faixas de potência analisadas

Mesmo com o aumento no preço dos equipamentos, devido à nova taxa de exportação sobre painéis solares na China, a energia solar ficou mais barata para o consumidor. Isso aconteceu porque os integradores apertaram suas margens de lucro para manter os preços competitivos. Além disso, houve uma queda no preço do polissilício, principal matéria-prima usada na fabricação das placas solares, o que ajudou a compensar os aumentos e reduziu o valor final do sistema.

Essa queda beneficia quem quer gerar sua própria energia, mas pressiona o lucro das empresas instaladoras. O estudo analisou pedidos de financiamento para sistemas residenciais entre abril e junho/2025.

Região Centro-Oeste segue como a mais barata do país para a GD

A região Centro-Oeste segue com o menor custo para quem quer instalar energia solar, com preço médio de R$ 2,40/Wp. O Nordeste aparece em seguida, com R$ 2,45/Wp, e se destaca pelo alto potencial de geração solar. O Sul registrou média de R$ 2,50/Wp, enquanto o Sudeste teve alta de 1% no trimestre e fechou em R$ 2,52/Wp. Já o Norte continua sendo a região mais cara do país, com média de R$ 2,68/Wp, puxada principalmente pelos preços no Pará.

“Os preços continuam abaixo dos níveis de 12 meses atrás. No Brasil, os sistemas fotovoltaicos são extremamente acessíveis, com payback inferior a três anos. Nenhum outro mercado no mundo oferece um retorno tão rápido”, afirma o CEO e fundador da Solfácil, Fabio Carrara.

10 estados mais baratos para investir em energia solar residencial

Entre os 26 estados e o Distrito Federal, o estudo mostra que dez unidades da federação se destacam por oferecer os preços mais baixos para quem quer instalar energia solar em casa. Veja o ranking:

1. Acre – R$ 2,24/Wp

2. Alagoas – R$ 2,27/Wp

3. Amazonas – R$ 2,31/Wp

4. Goiás – R$ 2,34/Wp

5. Roraima – R$ 2,36/Wp

6. Piauí – R$ 2,36/Wp

7. Pará– R$ 2,37/Wp

8. Ceará– R$ 2,40/Wp

9. Maranhão– R$ 2,42/Wp

10. Distrito Federal – R$ 2,43/Wp

Queda nos preços reflete forte concorrência entre integradores e desafios para repassar aumento nos custos, indica a empresa. (pv-magazine-brasil)

Solar flutuante pode atingir 25 GW

 Solar flutuante pode atingir 25 GW em UHEs no Brasil.

A conjugação de painéis fotovoltaicos em grandes reservatórios hidroelétricos pode atingir até 25 GW entre 28 usinas no Brasil. A análise do potencial consta no cenário de sensibilidade em um novo estudo da PSR sobre as perspectivas econômicas para a tecnologia no país.

Brasil tem potencial viável de até 24 GW de usinas solares flutuantes, diz PSR

País já tem alguns projetos de solar flutuante em pequena escala, com até 10 MW de potência.

Vista aérea da usina solar do Grupo Delta Energia em Três Lagoas/MS.

O Brasil tem um potencial economicamente viável para instalar até 24 GW de usinas solares flutuantes na superfície de reservatórios de hidrelétricas, aproveitando sinergias entre as fontes para ampliar e otimizar a capacidade do parque gerador nacional, apontou um estudo da consultoria PSR.

Segundo o trabalho, o potencial teórico do solar flutuante no Brasil é muito maior, podendo compreender até 3.800 GW, dada a vastidão dos lagos das hidrelétricas, que se espalham por milhares de km² e abastecem a principal fonte de geração de energia do país.

Apesar disso, algumas limitações técnicas, como disponibilidade de radiação solar e capacidade das subestações de energia ligadas às hidrelétricas, restringem esse potencial das solares flutuantes.

Pelos cálculos da PSR, considerando limitações e condições econômicas para os projetos, o Brasil poderia agregar entre 17 GW e 24 GW desses sistemas à matriz.

O país já tem alguns projetos de solar flutuante em pequena escala, com até 10 MW de potência, em usinas de grandes empresas, como Eletrobrás, Cemig, EMAE e Auren.

A tecnologia apresenta possibilidade de crescimento tanto na modalidade de geração centralizada, em usinas de grande porte, como na geração distribuída, sistemas solares pequenos que atendem remotamente consumidores principalmente da baixa tensão, como residências.

A PSR ressaltou que a criação desses empreendimentos híbridos representaria uma forma de o Brasil ampliar a capacidade de geração renovável e maximizar o uso da infraestrutura elétrica, além de capturar benefícios adicionais, inclusive ambientais.

Os sistemas flutuantes podem, por exemplo, reduzir a evaporação da água entre 30% e 50%, dependendo da área coberta do reservatório, apontou a consultoria. Isso contribuiria com a conservação de água para a geração hidrelétrica, ainda que o ganho direto de produção de eletricidade com a água economizada seja modesto.

O estudo calculou o custo nivelado de energia (LCOE, na sigla em inglês) de um sistema solar flutuante em R$374 por megawatt-hora (MWh), ainda superior ao de um sistema solar terrestre (R$343/MWh), principalmente devido ao maior valor de investimento inicial.

No entanto, fatores operacionais e ambientais podem compensar essa diferença, especialmente em locais com restrições de uso do solo, de acordo com a PSR.

Em 2022 a EDP inaugurou até então a sua maior usina solar flutuante

“A integração entre hidrelétricas e sistemas solares flutuantes ou próximas de reservatórios é uma opção estratégica para o Brasil avançar na transição energética com eficiência e sustentabilidade”, afirmou Rafael Kelman, diretor executivo da PSR, em nota. (infomoney)

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Sombreamento agrivoltaico X campos de sol pleno

Sistemas agrivoltaicos, que combinam agricultura e geração de energia solar, oferecem vantagens como redução de emissões e uso otimizado do solo, mas podem sofrer perdas de eficiência devido ao sombreamento dos painéis solares. Já os campos de sol pleno, com painéis expostos à luz solar direta, podem ter maior produção de energia, mas podem não oferecer os benefícios adicionais da agricultura.
Agrivoltaico: muitas vantagens a serem aproveitadas pelo mundo agrícola

Maior rendimento da terra, economia e utilização mais eficiente dos recursos, possibilidade de dar nova vida a terrenos abandonados: são muitas as vantagens, para o mundo agrícola, da sinergia entre a agricultura e os sistemas fotovoltaicos no terreno.

Sombreamento Agrivoltaico:

Vantagens:

Redução de emissões de gases de efeito estufa no setor agrícola.

Uso otimizado do solo, com benefícios para a biodiversidade.

Proteção de culturas em regiões quentes, reduzindo a temperatura e a evaporação.

Potencial para autoconsumo fotovoltaico, com necessidade energética da exploração atendida pela energia gerada.

Geração de receita adicional para os agricultores.

Desvantagens:

Perdas de eficiência na geração de energia devido ao sombreamento dos painéis.

O sombreamento pode reduzir a corrente elétrica e a produção de energia de todo o sistema fotovoltaico.

Possibilidade de formação de "hotspots" em células sombreadas, causando danos permanentes.

Campos de Sol Pleno:

Vantagens:

Potencial para maior produção de energia solar devido à exposição direta à luz solar.

Menor risco de sombreamento e seus efeitos negativos na geração de energia.

Desvantagens:

Menos vantagens para a agricultura, como proteção de culturas e uso otimizado do solo.

Menor potencial para autoconsumo e geração de receita adicional para os agricultores.

Considerações adicionais:

A escolha entre sistemas agrivoltaicos e campos de sol pleno depende das necessidades e prioridades de cada projeto, como a produção de energia, a agricultura e a sustentabilidade.

Estudos têm demonstrado que a variabilidade climática pode afetar a produção agrícola em sistemas agrivoltaicos, destacando a importância de estudos a longo prazo.

O sombreamento em sistemas fotovoltaicos pode ser mitigado com o uso de tecnologias como diodos de bypass e otimização do projeto.

Um estudo conduzido no mais antigo local de pesquisa agrovoltaica dos Estados Unidos descobriu que a variabilidade climática ano a ano afeta a produção agrícola agrovoltaica, enfatizando a importância da realização de estudos ao longo de vários anos.

Os cultivos a pleno sol em comparação com os agrovoltaicos rendem diferentes produções agrícolas, dependendo do clima e demonstram a necessidade de garantir estudos controlados de vários anos à medida que o segmento continua a amadurecer, é o que afirma uma pesquisa do Laboratório Nacional de Energia Renovável (NREL) e da Universidade de Massachusetts Amherst.

As culturas têm respostas diferentes a várias configurações solares e climas. O estudo examinou o impacto da adição de espaço entre os painéis solares adjacentes em um sistema de inclinação fixa durante três estações de cultivo de verão em Massachusetts. Em vez de cultivar culturas no espaçamento entre as linhas, os pesquisadores se concentraram em cultivar a terra sob as fileiras e barras transversais do painel solar para que pudessem avaliar o desempenho da cultura em uma área mais sombreada e potencialmente subutilizada. Isso os ajudou a avaliar se a terra arável disponível em um sistema agrovoltaico com espaçamento entre os painéis pode ser totalmente utilizada cultivando essa área.

Os pesquisadores procuraram abordar duas questões:

- Como o rendimento das culturas a pleno sol em comparação a cultivos agrovoltaicos varia sob padrões climáticos sazonais diferentes?

- Existe um impacto claro e consistente do espaçamento entre painéis na produção agrícola?

Layout de plantio de culturas, mostrando as quatro culturas cultivadas em fileiras paralelas sob as duas fileiras de painéis fotovoltaicos. A área sob cada réplica de espaçamento entre painéis é subdividida em três bancos de teste para medir os rendimentos.

Imagem: Laboratório Nacional de Energia Renovável (NREL) e da Universidade de Massachusetts Amherst

Os pesquisadores encontraram diferenças “significativas” ano a ano entre os rendimentos das culturas em sistemas agrovoltaicos versus campos de controle. Os campos agrovoltaicos e de sol pleno produziram rendimentos iguais em um ano quente e seco, enquanto os canteiros de controle de sol pleno produziram rendimentos mais vendáveis para todas as quatro safras durante um ano quente e úmido. Para a acelga, o grupo controle solar total durante um dos anos teve uma produtividade maior do que os dos tratamentos agrovoltaicos, tanto para o número de folhas colhidas quanto para a massa fresca por folha. No entanto, nos outros dois anos, os pesquisadores disseram que não encontraram diferença significativa.

A variabilidade nesses resultados agrícolas demonstra a necessidade de mais estudos plurianuais para garantir impactos agrovoltaicos precisos, segundo o estudo.

No entanto, eles também observaram que os agrovoltaicos podem ser usados lado a lado com os rendimentos de pleno sol como proteção contra a variabilidade climática em um único local se a variabilidade climática aumentar com as mudanças climáticas.

“Ter campos agrovoltaicos e de sol pleno disponíveis oferece aos agricultores opções para modificar sua estratégia de cultivo com base em previsões sazonais ou mudanças ao longo do tempo, além da renda adicional e/ou segurança energética do painel fotovoltaico”, disse o estudo.

A pesquisa também descobriu que os diferentes espaçamentos entre painéis impactaram o rendimento das culturas, dependendo do tipo de cultura e do ano climático. A única cultura com uma relação consistente entre o espaçamento entre painéis e o rendimento em todos os três anos foi a couve, que teve uma relação linear significativa entre o espaçamento entre painéis e o número de folhas a serem colhidas por planta. Os pesquisadores também disseram que os impactos do espaçamento entre os painéis variam, dados outros parâmetros-chave do projeto, como a altura da barra transversal ou do tubo de torque e o sistema de estantes, bem como o layout de plantio da cultura.

Taxa de cobertura solo (GCR) para cada espaçamento entre painéis

Espaçamento entre painéis

0,6 m

0,9 m acima nível do mar

1,2 m

1,5 m

GCRIPS (passo de 11 m)

0.2 m

0.17 m

0.16 m

0.14 m

GCRIPS (passo de 5 m)

0.42 m

0.38 m

0.34 m

0.31 m

Os experimentos foram conduzidos na fazenda de Pesquisa de Culturas e Animais da Universidade de Massachusetts, o exemplo mais antigo de agrovoltaica nos Estados Unidos, de acordo com a AgriSolar Clearinghouse. Desde 2016, a matriz tem sido usada para pesquisas agrícolas, incluindo três rodadas de pesquisa do projeto InSpire dos Laboratórios Nacionais de Energia Renovável.

O campo agrovoltaico está crescendo. “Enquanto o campo amadurece, é provável que vejamos mais padronização à medida que os desenvolvedores de energia solar e os agricultores convergem para projetos que sejam econômicos e compatíveis com as operações agrícolas, características que muitas vezes funcionam umas contra as outras”, disse o estudo.

A pesquisa foi financiada pelo projeto InSPIRE por meio do Escritório de Eficiência Energética e Tecnologias de Energia Solar do Departamento de Energia dos EUA e recebeu financiamento de acesso aberto do NREL.
Sistemas agrivoltaicos unem agricultura e painéis solares e são uma oportunidade para a energia cooperativa

A InSpire também realizou recentemente o primeiro censo de pastagem solar, a primeira vez que um esforço amplamente organizado foi dedicado a capturar todo o escopo e escala da pastagem solar nos Estados Unidos.

Uma pesquisa semelhante na Universidade Estadual de Iowa evem examinando como as diferentes alturas e designs dos painéis afetam a produção agrícola. Os resultados preliminares descobriram que a abóbora e os pimentões produziram melhor quando cultivados em torno de painéis solares de inclinação fixa, enquanto os brócolis cresceram melhor na parcela de controle. (pv-magazine-brasil)

Setor imobiliário de médio porte em USA está se tornando a solar

Por que o setor imobiliário de médio porte dos EUA está finalmente se tornando solar.
Há Valorização do Imóvel com Energia Solar?

Setor imobiliário de médio porte nos Estados Unidos está mostrando sinais de crescente adoção de energia solar. Essa tendência está sendo impulsionada por diversos fatores, incluindo a busca por redução de custos operacionais, valorização dos imóveis e benefícios ambientais.

A energia solar está se tornando uma opção atraente para proprietários de imóveis de médio porte por várias razões:

Redução de custos:

Sistemas solares podem diminuir significativamente os custos de eletricidade, especialmente em um mercado onde os preços da energia podem ser voláteis.

Valorização do imóvel:

Imóveis com sistemas solares instalados tendem a ter maior valor de mercado e atrair compradores preocupados com sustentabilidade.

Contornando a rotatividade:

Ao vender energia excedente para a rede ou terceiros, os proprietários podem gerar receita adicional e reduzir o impacto da rotatividade de inquilinos ou aluguéis de curta duração.

Sustentabilidade:

A energia solar é uma fonte limpa e renovável, alinhando-se com a crescente demanda por práticas sustentáveis no setor imobiliário.

Embora a implementação de sistemas solares possa envolver custos iniciais, os benefícios a longo prazo e o potencial de retorno sobre o investimento estão tornando essa opção cada vez mais atraente para o setor imobiliário de médio porte nos EUA.

Ao vender energia externamente, os proprietários de imóveis nos Estados Unidos podem contornar a rotatividade de inquilinos e aluguéis de curta duração.

Historicamente, os proprietários de imóveis comerciais de médio porte (CRE) têm, em sua maioria, mantido a energia solar à distância.

Por que a energia solar no telhado foi tão difícil de vender para aplicações comerciais e industriais (C & I)? Uma combinação de prazos curtos de locação de inquilinos, incentivos divididos entre inquilinos e proprietários e longos períodos de retorno que colidiram com o cenário acelerado de locação.

De acordo com John Lind, vice-presidente sênior de originação de C&I da Aspen Power, isso está finalmente mudando. A queda dos preços dos módulos e as promessas de sustentabilidade ajudaram, mas uma mudança no mercado desempenhou um papel maior.

“O crescimento da energia solar comunitária realmente abriu uma classe de ativos que era historicamente difícil”, disse Lind à pv magazine USA. “Se o seu inquilino controla o medidor e ele fica lá apenas por três a cinco anos, ele não corresponde ao prazo de 20 anos de um contrato solar típico”.

No passado, isso significava que os proprietários ficavam presos à instalação de pequenos sistemas que mal compensavam as cargas de HVAC do escritório ou ignoravam totalmente a energia solar.

O surgimento da energia solar comunitária virou essa equação de cabeça para baixo. Em vez de dimensionar os sistemas para a carga imprevisível de um inquilino, os proprietários podem maximizar seus telhados e vender energia fora do local para assinantes locais.

1ª publicação Isso libera os proprietários de CRE de ter que se preocupar com a rotatividade rápida ou inesperada e ajuda a fazer mais sentido lógico colocar painéis em um telhado, já que seu valor não mudará com a rotatividade do cliente.

“Realmente não importa quem é o inquilino”, acrescentou, “porque estamos vendendo a energia para a comunidade. Em vez de apenas construir um sistema de 500 quilowatts para atender ao consumo de energia do local, posso maximizar o espaço com um sistema de cinco megawatts e vendê-lo de volta para obter receita para assinantes da comunidade e, por sua vez, pagar o aluguel do proprietário do prédio.
Energia solar em imóveis: economia e valorização em alta

“Com isso, vêm economias de escala e aumento do aluguel total e por megawatt”, observou Lind.

O próprio setor imobiliário industrial está crescendo, mas é um momento complicado para a energia solar.

A aprovação do projeto de lei do orçamento federal e uma recente ordem executiva devem tornar muito mais complicado para os projetos solares serem concluídos, já que muitos créditos fiscais importantes serão eliminados nos próximos meses.

Ainda assim, para muitos proprietários, a economia continua atraente.

A energia solar comunitária criou uma nova fonte de receita passiva de aluguel que flui diretamente para a receita operacional líquida (NOI), que é uma métrica chave para a avaliação de propriedades.

“Se você pode alugar seu telhado e gerar aluguel, isso aumenta o valor do edifício”, explicou Lind.

Para grandes varejistas ou outros proprietários-usuários semelhantes, os contratos de compra de energia ainda fazem sentido financeiro. Por outro lado, explicou Lind, os arrendamentos de telhados podem ressoar melhor com investidores imobiliários puros porque proporcionam fluxos de caixa mais estáveis.

Para desenvolvedores como a Aspen, a chave é a flexibilidade que lhes permite criar um plano que corresponda à tolerância ao risco e ao mercado de cada cliente.

A turbulência política, no entanto, complica o valor final desse aluguel.

Embora a receita de aluguel de energia solar deva teoricamente aumentar o NOI e o valor da propriedade, Lind observou que os investidores ainda o descontam devido ao risco político percebido e a um mercado imaturo. Não é visto no mesmo nível que o aluguel do inquilino, pelo menos ainda não.

E o sinal do projeto de lei orçamentária de que o apoio federal pode mudar rapidamente provavelmente apenas aprofundará essa abordagem conservadora. (pv-magazine-brasil)

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Brasil agrava o desperdício de energia renovável

Curtailment energético no Brasil agrava o desperdício de energia renovável.
Nordeste registra corte de 27,3% da energia solar e eólica produzida enquanto ONS propõe volta do horário de verão

Expansão descontrolada de parques renováveis sem infraestrutura de transmissão adequada gera paradoxo: Brasil tem energia, mas não consegue aproveitá-la

O “curtailment” e o licenciamento ambiental 

A participação dos combustíveis fósseis na matriz energética mundial é cerca de 82%, mas na matriz elétrica, o percentual é menor, cerca de 60%. No Brasil, o uso de fontes renováveis, solar e eólica, tem crescido exponencialmente, ocupando hoje um papel de relevo na matriz elétrica nacional, o que nos distingue de outros países, cuja dependência dos recursos fósseis é mais elevada.

A eletricidade dos ventos e do Sol representa 38% da matriz elétrica, que somada à hidroeletricidade chega a cerca de 88%. Uma posição privilegiada, acima da média mundial, mesmo no caso da matriz energética, onde nossa dependência por combustíveis fósseis, é da ordem de 51%.

Ainda assim, temos biomassa abundante e diversificada, com oportunidades estratégicas em agro combustíveis, produção de hidrogênio, entre outras alternativas que se complementam, garantindo a segurança energética.

Tal crescimento exponencial mostra o viés ofertista, da política energética errática adotada, ao longo dos anos, pelo Ministério de Minas e Energia (MME), responsável pela formulação de diretrizes e implementação de políticas relacionadas ao setor de energia, incluindo a exploração, produção e comercialização.

Produzir energia, como qualquer outra atividade econômica, gera impactos socioambientais, independentes de ser fonte renovável ou não. Não existe energia limpa.

Tais diretrizes deveriam estar alinhadas com o compromisso de combater as mudanças climáticas, reduzindo e mesmo abandonando os combustíveis fósseis (petróleo, carvão mineral e gás natural), principais responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa.

Este esforço global é a essência do Acordo de Paris, cujas metas de cada país apontam a ambição na redução das emissões, e estão contidas na “Contribuição Nacionalmente Determinada” (em inglês, NDC) revisada a cada 5 anos.

Atualmente, chegamos ao ponto de, mesmo tendo disponibilidade, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), uma entidade privada, ter limitado, e até cortado parte da energia gerada por fontes renováveis, porque a expansão da rede de transmissão e a demanda não acompanharam o ritmo de instalação de novos parques de geração, que cresce a taxas mais aceleradas.

Ou seja, temos energia, mas não temos linhas de transmissão para seu aproveitamento pelo sistema elétrico nacional. Isto tem acontecido com frequência no Nordeste, maior produtora de energia elétrica a partir do Sol e dos ventos. Esta irracionalidade do planejamento, levou as empresas geradores a exigirem ressarcimento, pois produziram, mas não faturaram.

Em meio à esbórnia vigente no sistema elétrico, o ONS lançou no dia 8 deste mês, o Planejamento da Operação Energética (PEN2025), que fala do agravamento do déficit de potência no Brasil, ou seja, há falta de capacidade de geração de energia.

Como solução, o operador recomenda a volta do indesejado horário de verão, além de convocar o acionamento de usinas térmicas, que têm um custo maior de geração e emitem gases de efeito estufa. O ONS justifica a adoção desta opção pelo baixo volume nos reservatórios das hidroelétricas na região Sul, o que elevará mais ainda a conta de energia do consumidor.

Vai entender, ou não é para entender e simplesmente aceitar?

Segundo a ONS “ampliar o uso das térmicas, ainda que temporariamente, reforça a importância de se manter uma matriz energética equilibrada e capaz de responder às adversidades climáticas e operacionais”. Argumentos que desmerecem a inteligência alheia diante das atuais propostas do MME, que insiste na exploração do petróleo, “até a última gota”, afirma o próprio ministro.

Há ainda outras propostas insanas que se distanciam da sustentabilidade energética e socioambiental, como disseminar pequenas centrais nucleares na região amazônica, e concluir a central nuclear de Angra 3, abrindo a porteira para a nuclearização do país. Mais nucleoeletricidade implica aderir a uma fonte de energia insustentável, cara, suja e perigosa.

Curtailment: o fenômeno que ameaça a transição energética no Brasil

A monocracia no setor energético, provoca a repetição de problemas, devido aos interesses lobistas que dominam o MME, em proveito de alguns, contrários à maioria da população, que vive o drama de ver suas contas de energia aumentarem, ano a ano. Além de ignorar, e mesmo impedir, a participação da sociedade civil nas decisões. Assim, problemas antigos ressurgem.

Por exemplo, em 2014, a antiga estatal Companhia Hidroelétrica do Rio São Francisco (CHESF) teve atrasos na infraestrutura de transmissão de energia, que teriam impactado o escoamento da energia gerada por parques eólicos.

O não cumprimento dos contratos de projetos, vitais para a segurança energética, especialmente o atraso na implantação de linhas de transmissão associadas às centrais de geração para conexão compartilhada (ICG), levou a própria Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) a desabilitar a Companhia, impedindo que a empresa participasse de leilões de linhas de transmissão.

Mais recentemente, um termo técnico em inglês curtailment começou a ser usado com frequência para designar cortes determinados pelo ONS. Em junho de 2025, no Nordeste, os cortes na geração de projetos de grande porte – solar e eólico – não injetados na rede, chegaram ao valor de 27,3% do total produzido, sendo 19,6% por razões energéticas.

Mas o que tem a ver o curtailment e o licenciamento ambiental?

O curtailment é a redução intencional da geração de energia, especialmente em usinas de fontes renováveis como eólica e solar, quando a produção excede a capacidade de consumo ou transmissão do sistema. Ocorre quando a geração de energia é reduzida ou cortada, seja por razões elétricas, como a capacidade limitada de transmissão; ou energéticas, com excesso de oferta do sistema em relação à demanda.

Isto ocorre pela falta de planejamento estratégico, que privilegia a oferta descolada da demanda, pelos atrasos na conexão de projetos à rede, pela demora em adotar o armazenamento por baterias, e de diretrizes claras nos marcos legais construídos com a presença e participação perniciosa dos lobbies, defendendo interesses corporativos, em detrimento dos interesses da maioria da população.

Desperdício da energia eólica e solar.

“Curtailment é a redução intencional da geração de energia renovável quando a produção excede a capacidade de transmissão”

O licenciamento ambiental é um procedimento administrativo que licencia uma atividade utilizadora de recursos naturais, sendo instrumento crucial para garantir que a geração seja feita de forma sustentável e com o mínimo impacto ambiental.

No contexto do curtailment, o licenciamento pode influenciar a forma como a energia é gerada e como as restrições são gerenciadas. Bem feito, e com um planejamento adequado do sistema elétrico, ajudaria a mitigar o problema de “corte de energia”, garantindo que haja infraestrutura suficiente para escoar a energia gerada e que as usinas possam operar de forma eficiente.

Ao considerar erroneamente a energia solar e eólica fontes de geração “limpas”, as exigências para o licenciamento de grandes projetos com geração centralizada, foram amenizadas, e somente um Relatório Ambiental Simplificado (RAS) é suficiente para análise do licenciamento. Assim, por considerar estas fontes energéticas de baixo impacto os empreendedores se eximem de apresentar estudos mais aprofundados, o EIA/RIMA.

Por outro lado, a flexibilização das regras de licenciamento tem levado a um aumento do risco ambiental, comprometendo a sustentabilidade da geração de energia, o que pode agravar o problema do curtailment. Os órgãos ambientais estaduais possuem normativas e regramentos definindo critérios específicos que, para atrair os projetos de geração de energia renovável flexibilizaram a legislação.

Assim, subdimensionam os impactos, invisibilizando a população atingida, além de desprezar os mecanismos de participação social, com falhas ou limitações no sistema elétrico, agravadas pela falta de licenciamento adequado de projetos de infraestrutura, como linhas de transmissão.

Em resumo, o licenciamento ambiental e o curtailment estão interligados, e um bom licenciamento pode contribuir para sua redução, além de outras medidas. Já a flexibilização das regras de licenciamento pode aumentar os riscos ambientais e agravar o problema da redução e corte da energia gerada.

A importância do licenciamento ambiental é inegável e necessária. Todavia, diante de um Congresso de 5ª categoria, dominado pelas elites retrógradas e por uma extrema direita fascista, foi proposto o Projeto de Lei 2.159/2021 (PL da Devastação), que flexibiliza ainda mais as regras para o licenciamento, permitindo que empreendimentos obtenham licenças de forma automática só com base no auto declaração do empreendedor, sem as análises técnicas prévias pertinentes e necessárias. Caso aprovada caminhamos para um retrocesso danoso que colocará em risco a segurança ambiental e social do país. (ecodebate)

Índia atinge 50% da capacidade de energia limpa 5 anos antes do previsto

Índia atinge 50% da capacidade de energia limpa cinco anos antes da meta.

Governo indiano anunciou em 14/07/25 que o país chegou ao marco de 50% de capacidade instalada de eletricidade a partir de fontes não fósseis, 5 anos antes da meta estabelecida em suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) para o Acordo de Paris.

A Índia atingiu 484,82 GW de capacidade total de energia instalada em 30/06/2025, com 242,8 GW de fontes de combustíveis não fósseis, incluindo 8,8 GW nucleares, 49,4 GW hidrelétricos e 184,6 GW de energia renovável.
Parque Solar Bikaner, um projeto de 110 MW no Rajastão, Índia.

A Índia alcançou um marco em sua jornada de transição energética ao atingir 50% de sua capacidade instalada de eletricidade a partir de fontes de combustíveis não fósseis – 5 anos antes da meta estabelecida em suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) para o Acordo de Paris.

Em 30/06/2025, a Índia atingiu uma capacidade acumulada de energia instalada de 484,82 GW, com 242,8 GW provenientes de fontes de combustíveis não fósseis (8.780 MW nucleares, 49.378,16 MW hidrelétricos e 184.621,04 MW de fontes de energia renováveis).

A capacidade de energia renovável compreende 5.102,05 MW de pequenas centrais hidrelétricas, 51.674,85 MW de energia eólica, 11.596,31 MW de energia biológica e 116.247,83 MW de energia solar.

Índia atinge a marca de 50% de energia não fóssil, 5 anos antes da meta de energia limpa de 2030.

“Em um mundo que busca soluções climáticas, a Índia está mostrando o caminho”, disse o ministro de Energia Nova e Renovável, Pralhad Joshi. “Atingir 50% da capacidade de combustível não fóssil 5 anos antes da meta de 2030 é um momento de orgulho para todos os cidadãos indianos. A liderança do primeiro-ministro Shri Narendra Modi continua a impulsionar a transformação verde de Bharat – abrindo caminho para um futuro autossuficiente e sustentável”.

Índia atinge 50% de capacidade de energia não fóssil, 5 anos antes da meta de Paris. (pv-magazine-brasil)

sábado, 16 de agosto de 2025

Povos originários melhora o modelo de previsão de energia solar em 14,6%

Sabedoria dos povos originários melhora o modelo de previsão de energia solar com IA em 14,6%.

Pesquisadores australianos combinaram técnicas avançadas de IA com dados sazonais dos povos originários da Austrália e descobriram uma maneira 14,6% mais precisa de prever a geração de energia solar, com potencial para melhorar o planejamento de energia renovável.
Centro Solar Desert Knowledge Australia

Pesquisadores da Universidade Charles Darwin (CDU) no Território do Norte (NT) desenvolveram um sistema de previsão de energia solar chamado FNS-Metrics. Eles usaram informações sazonais de calendários dos povos originários da Austrália (conhecidos também como First Nations, ou Primeiras Nações), cujos dados foram inseridos em um novo modelo de previsão de inteligência artificial (IA) que eles também projetaram, chamado Conv-Ensemble.

Como resultado, atingiram uma taxa de erro de previsão de energia solar, menor que a metade da taxa de erro dos modelos de previsão atuais. Em outras palavras, houve um aumento de 14,6% na precisão e uma redução de 26,2% no erro em comparação com um modelo de linha de base.

Potencial de revolucionar a tecnologia de previsão, pesquisadores desenvolveram o modelo de IA usando os calendários das Primeiras Nações Tiwi, Gulumoerrgin (Larrakia), Kunwinjku e Ngurrungurrudjb,a e um calendário moderno conhecido como Red Centre.

O Conv-Ensemble usa camadas Conv1D para captar grandes padrões gerais nos dados e redes de transformadores e memória de longo prazo (LSTM) para refinar padrões mais detalhados, que são então combinados usando um aprendizado de máquina, técnica de concatenação de recursos ponderados para obter a melhor previsão possível.

Localização do conjunto de dados AliDKA e calendários considerados pelo estudo.

Para testar a abordagem, os pesquisadores extraíram dados de energia solar e clima do Desert Knowledge Australia Solar Center (DKASC) em Alice Springs, com resultados mostrando que o modelo pode prever a geração de energia solar com uma taxa de erro menor.

O coautor da pesquisa, estudante de doutorado e homem do povo indígena Bundjalang, Luke Hamlin, disse que o conhecimento ambiental mantido nos calendários é um recurso inestimável.

“Incorporar o conhecimento sazonal das Primeiras Nações nas previsões de geração de energia solar pode aumentar significativamente a precisão, alinhando as previsões com os ciclos naturais que foram observados e compreendidos por milhares de anos”, disse Hamlin. “Ao contrário dos sistemas convencionais de calendário, esses insights sazonais estão profundamente enraizados em pistas ecológicas locais, como comportamentos de plantas e animais, que estão intimamente ligados a mudanças na luz solar e nos padrões climáticos”.

Hamlin acrescentou que, ao integrar esse conhecimento, as previsões podem ser adaptadas para refletir mudanças mais granulares nas condições ambientais, levando a previsões mais precisas e culturalmente informadas para regiões específicas da Austrália.

Comparação da geração de energia solar real e prevista usando Conv-Ensemble, Conv-Transformer e Conv-LSTM em diferentes janelas de geração de energia solar de irradiância.

Imagem: Universidade Charles Darwin

Coautores, o professor associado de tecnologia da informação Bharanidharan Shanmugam e o professor de tecnologia da informação Dr. Thuseethan Selvarajah, disseram que a combinação de IA avançada e sabedoria das antigas Primeiras Nações pode revolucionar a tecnologia de previsão.

“A previsão precisa da energia solar é desafiadora e esses desafios dificultam o desenvolvimento de um modelo de previsão universal”, disse Shanmugam.

“O sucesso da abordagem proposta sugere que ela pode ser uma ferramenta valiosa para o avanço da previsão de geração de energia solar em áreas rurais e, em trabalhos futuros, exploraremos as aplicações do modelo em outras regiões e fontes de energia renováveis”, disse Selvarajah.

Calendários indígenas podem ajudar a tornar a energia solar mais eficiente

Estudo mostra que os conhecimentos de aborígenes australianos podem construir modelos de previsão de produção mais precisos.

Futuro da energia solar pode estar enraizado no passado. Um estudo da Universidade Charles Darwin, da Austrália, revelou que calendários indígenas, desenvolvidos por povos aborígenes australianos ao longo de milhares de anos, são capazes de prever a produção de energia solar com mais precisão do que os modelos computacionais mais avançados. (pv-magazine-brasil)