segunda-feira, 10 de junho de 2024

Indústria defende ‘combustível do futuro’

Indústria defende ‘combustível do futuro’, mas critica uso obrigatório de biometano.
Representantes do governo e da indústria defenderam em 25/04/24 o uso do biometano como forma de descarbonizar o setor de gás natural no país. A medida está prevista no projeto de lei (PL) 528/2020, que cria programas nacionais para incentivar os chamados “combustíveis do futuro”. Embora apoiem a iniciativa, setores da indústria criticaram um dispositivo do texto que prevê a compra obrigatória do biometano por produtores e importadores de gás natural.

Os especialistas participaram de uma audiência pública da Comissão de Infraestrutura (CI). O debate foi sugerido pelo senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), relator do PL 528/2020. De acordo com o texto, a meta anual de redução de emissões de gases de efeito estufa por meio pela participação do biometano no consumo do gás natural deve ser de 1% em 2026 e alcançar 10% em 2034.

O biometano é produzido a partir de resíduos como lixo orgânico e fezes. O insumo pode ser usado como fonte de eletricidade e gás natural em veículos, assim como na descarbonização de processos industriais e de transporte marítimo e na produção de hidrogênio e fertilizantes.

‘Obrigação’

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), André Passos Cordeiro, afirma que “a obrigação de consumir” o biometano é um ponto do projeto que o setor “vê com grande preocupação”. Para ele, a medida pode gerar um custo adicional e reduzir a competitividade da indústria brasileira frente concorrentes internacionais.

“Só para a indústria química, com um percentual de 1% de mandato (compra obrigatória), os custos anuais chegam à casa dos R$ 171,3 milhões. Com 10%, podem chegar a R$ 1,7 bilhão. Esse é um problema sério, severíssimo que a gente tem. Temos que procurar reduzir os preços desses insumos, antes de obrigar a indústria a consumi-los. Essa obrigação de consumo com patamares de preços que temos hoje vai levar a uma perda forte de competitividade”, disse.

O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro), Lucien Belmonte, reforçou a crítica. Embora afirme que o setor é favorável ao uso do biometano, ele pondera que o insumo “não é competitivo como o gás natural”.

“Se é tão bom e pode fazer tão fácil a transição energética, por que as próprias usinas sucroalcooleiras não utilizam o biometano? Uma grande sucroalcooleira chega a pagar R$ 150 milhões de diesel durante a safra. Por que não usa biometano? Se a gente está querendo colocar um mandato, é porque toda essa discussão não é real para o setor consumidor. Não é que a gente não quer biometano. A gente quer e muito. Os setores industriais não querem é o mandato, a obrigatoriedade. A gente quer um mercado livre, competitivo”, explicou.

A diretora-executiva do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Sylvie D’Apote, também fez ressalvas aos artigos do PL 528/2020 que definem percentuais obrigatórios de biometano no consumo de gás natural. Para ela, os dispositivos são “uma solução antiga para um combustível novo”.

“Por que obrigar todo o setor de gás, todos os consumidores de gás, a consumirem esse combustível verde? A dona Maria que consume gás só para cozinhar precisa pagar um sobre preço para consumir biometano? O que está se impondo é uma solução sobre outras. Existem várias possibilidades para descarbonizar nossas operações”, afirmou.

O gerente de transição energética da Petrobras, Cristiano Levone de Oliveira, disse que a companhia defende o uso do biometano como estratégia para descarbonizar a matriz energética do país. Mas sugere que a compra obrigatória seja precedida de uma análise de impacto regulatório (AIR) realizada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), órgão de assessoramento do presidente da República. Levone alerta ainda que a flutuação na demanda pode frustrar investimentos feitos pelos produtores.

“Ao definirmos mandatos de compra obrigatória de biometano, teremos que observar este efeito. Em 2021, consumimos quase 43 milhões de metros cúbicos de gás natural. No ano seguinte, 15 milhões. Quem vai investir e se preparar para esse crescimento vai experimentar uma volatilidade que pode não ser boa. A gente precisa estudar isto: a dificuldade de se ter previsibilidade sobre a quantidade de biometano que deve ser adquirida por produtores e importadores de gás natural”, destacou.

Outro lado

Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a mistura de 1% a 10% de biometano ao gás natural demandaria uma produção de 1 milhão a 13 milhões de metros cúbicos do insumo por dia. A presidente da Associação Brasileira do Biogás (Abiogás), Renata Isfer, afirma que apenas as usinas ligadas à entidade teriam capacidade de produzir 7 milhões até 2029. Para ela, o CNPE deve “calibrar” eventuais distorções entre a demanda e o percentual obrigatório previsto no PL 528/2020.

“A gente não duvida de que haverá volume suficiente para se chegar a 10%. Mas quem vai avaliar isso ao fim e ao cabo, olhando a situação concreta, é o CNPE. Não tem essa preocupação: “ah, e se não alcançar”. A gente vai ter o Conselho para calibrar isso. Se, por qualquer motivo, houver problema de falta de produto, o CNPE vai estar lá e pode manter um percentual baixo e inclusive zerar a meta. Está previsto no projeto”, disse.

O representante do Ministério de Minas e Energia (MME), José Nilton Vieira, também defendeu o papel do CNPE como gestor do Programa Nacional de Descarbonização do Produtor e Importador de Gás Natural e de Incentivo ao Biometano.

“Embora a gente saiba que há diferentes setores interessados inclusive no uso não-energético do biometano, todos os ministérios responsáveis por esses setores têm assento no CNPE e têm a oportunidade de fazer a interlocução com suas bases setoriais. Ainda que nós, o MME, tenhamos grande interesse em uma política que aumente o consumo energético de biometano, outros setores têm outras aplicações diferentes que podem gerar benefícios, externalidades positivas, que vão além do uso energético”, explicou.

‘Dúvidas dirimidas'

Para o senador Veneziano Vital do Rêgo, a audiência pública “foi muito proveitosa”. Ele salientou que nenhum dos debatedores se posicionou contra o PL 528/2020.

“O propósito é esse: fazer o melhor debate para que, com todas as dúvidas dirimidas, tenhamos condição de apresentar o melhor texto à apreciação e à deliberação do Senado. Nenhum dos senhores ou das senhoras veio para questionar importância que tem o projeto de lei dos combustíveis do futuro. Ninguém levantou a voz para dizer: “somos contra”. Estamos aqui aperfeiçoando essa matéria. Isso é muito salutar e facilita tremendamente o trabalho”, disse.

O debate contou com a presença dos senadores Esperidião Amin (PP-SC), Fernando Farias (MDB-AL) e Margareth Buzetti (PSD-MT). A CI deve realizar uma nova audiência pública sobre o PL 528/2020, ainda sem data definida. (biodieselbr)

Sabesp vai gerar biometano em principais estações de esgoto

Propostas de licitação abriram no fim de abril e visam geração de 150 mil Nm3 por dia em 3 ETEs da região metropolitana de São Paulo.

A Sabesp vai gerar biogás a partir do lodo de suas principais estações de tratamento de esgoto da região metropolitana de São Paulo. A meta é ainda purificá-lo para produção de biometano, o gás natural renovável.

Até o fim de abril deste ano, segundo disse a diretora executiva de engenharia e inovação da Sabesp, Paula Violante, começarão a ser abertas as propostas de licitações para instalação das unidades em três de suas estações envolvidas no processo: ETE Parque Novo Mundo, ETE Barueri e ETE São Miguel Paulista. Ao todo, devem ser gerados 150 mil Nm3 por dia de biometano em todas as ETEs, sendo 100 mil Nm3 apenas da ETE Barueri, considerada a maior estação da América Latina e que terá sua capacidade ampliada de 16 mil litros por segundo para 22 mil L/s. Os projetos replicam experiência piloto que ocorre na ETE Franca, na cidade de mesmo nome no interior paulista, onde desde 2018 a Sabesp opera um sistema baseado em biodigestor anaeróbico do lodo gerado pelo tratamento aeróbico do esgoto. No local, após a purificação do biogás para remoção de dióxido de carbono (CO2) e gás sulfídrico (H2S) e outras impurezas, a companhia tem um biometano (CH4) com alto grau de pureza (97%), que é utilizado para abastecer 40 carros e caminhonetes da empresa.

Já o biometano das três estações da RMSP, segundo Violante, não terá provavelmente uma única aplicação e deve ser utilizado da forma mais viável em cada uma das ETEs. Mas as possibilidades são muitas, desde a comercialização para terceiros, injeção da rede da distribuidora de gás paulista, a Comgás, até na cogeração de energia, o que no caso contemplará geração de eletricidade e secagem térmica do lodo das estações. A secagem de lodo, segundo ela, será muito provavelmente empregada em todas as ETEs, já que os resíduos das estações, embora passem no futuro a ser em grande parte biodigeridos para gerar biogás no caso da companhia paulista, são o grande o problema ambiental do esgotamento sanitário. Volumes grandes são armazenados em todo o país e, quando enviados a aterros, sofrem grandes restrições, por gerarem chorume, o que exige desidratação anterior. Já pelo projeto para secagem térmica com o biometano que a Sabesp pretende gerar a oportunidade é transformar, com a tecnologia, o lodo das ETEs em biofertilizantes. “Queremos transformar as ETEs em plantas sustentáveis, o que nós chamamos de usina de recuperação de recursos hídricos”, disse Violante. (abegas)

quinta-feira, 6 de junho de 2024

Weichai Power apresenta motor diesel com eficiência energética maior que 53%

Da China para o mundo: o motor diesel mais eficiente! Weichai apresenta eficiência térmica de 53,09%, liderando em tecnologia

A chinesa Weichai Power acaba de atingir um novo recorde de eficiência energética em motores diesel com a marca de 53,09%. O percentual mede quanto da energia contida no combustível queimado dentro do motor consegue, de fato, ser convertido em energia cinética. Esse novo desenvolvimento acontece menos de quatro anos depois da empresa ter – em parceria com a Bosch – superado a barreira dos 50%.

O novo equipamento da linha High BTE foi apresentado durante o Congresso Mundial de Motores de Combustão Interna (WICE, na sigla em inglês) que aconteceu em 23/04/24 na cidade de Tianjin, na China.

Desde seu primeiro recorde, Weichai vem trabalhando para aumentar a eficiência energética de seus motores. Ainda em 2022, a fabricante já havia superado a marca dos 52%. Para obter o último avanço, os pesquisadores da empresa obtiveram melhorias no sistema de turbocompressão, injeção de combustíveis e redução na fricção no virabrequim.

Motor a diesel chinês é certificado como o mais eficiente do mundo

Concorrência com os elétricos

A eficiência relativamente baixa dos motores a combustão interna é um dos principais argumentos usados para defender a eletrificação das frotas. Nos motores elétricos, os níveis de eficiência costumam passar dos 90%.

O peso das baterias e a demora no carregamento, contudo, torna difícil eletrificar veículos de grande porte que precisam percorrer longas distâncias. Por isso, o aumento na eficiência energética dos motores a combustão é uma novidade bem-vinda.

O novo recorde foi atestado pela TÜV SÜD e Centro de Tecnologia e Pesquisa Automotiva da China. (biodieselbr)

Produção de baterias deve ter salto para ajudar no armazenamento de energia

AIE: produção de baterias deve ter salto para auxiliar no armazenamento de energia.

Relatório prevê que capacidade de armazenamento aumentará 6 vezes até 2030 em todo o mundo.
Novo relatório da Agência Internacional de Energia aponta que a implantação de baterias precisará de um salto significativo até o fim da década de modo que as metas energéticas e climáticas sejam cumpridas.

Como o armazenamento em bateria está revolucionando nosso uso de energia

Sistema de armazenamento de energia ou unidade de armazenamento de bateria com painéis solares

O armazenamento da bateria está se tornando cada vez mais fundamental na forma como aproveitamos e utilizamos a energia. Há uma busca global por energia sustentável e ecológica. As tecnologias inovadoras são a força motriz por trás de um futuro mais verde. De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), em 2021, as energias renováveis ​​representavam cerca de 29% da produção global de eletricidade.

As fontes de energia renováveis ​​oferecem energia sustentável, livre das emissões prejudiciais dos combustíveis fósseis. Devido à natureza intermitente das fontes naturais de energia, o impacto do armazenamento em bateria é de longo alcance. A indústria de armazenamento de baterias aumenta a segurança energética e combate as alterações climáticas ao mesmo tempo que cria novas oportunidades de inovação.

Proprietários de residências e empresas agora podem usar o excesso de energia gerada durante os horários de pico e liberá-la de volta à rede quando necessário. Neste guia, exploraremos o papel desempenhado pelos sistemas de armazenamento de energia em baterias no atendimento à demanda por energia limpa e renovável.

A ascensão do armazenamento de bateria

O armazenamento de energia em escala de rede está definido para ajudar a alcançar emissões líquidas zero até o cenário 2050, principalmente. A participação das energias renováveis ​​na geração de energia também deverá aumentar de 29% para 35% até 2025.

A AIE também sugere que a China será responsável por quase metade da geração renovável adicional, seguida pela União Europeia com 15%.

Um gráfico de barras do crescimento das energias renováveis ​​de 2019 a 2025

De acordo com o Relatório da BloombergNEF, haverá 110 GW/372 GWh de instalações anuais de LDES (armazenamento de energia de longa duração) até 2030, custo da eletricidade solar fotovoltaica caiu 85% desde 2010.

O World Resources Institute sugere que o investimento governamental em investigação, créditos fiscais para energias renováveis ​​e leilões competitivos melhoraram as metas de energias renováveis.

Um gráfico de linhas do crescimento da energia solar e eólica

Economias de escala, cadeias de abastecimento ambiciosas e o lançamento de mais tecnologias renováveis ​​tornaram os sistemas de armazenamento de energia solar mais baratos.

Por que mudar para o armazenamento de baterias renováveis ​​é essencial

Fatores como a estabilidade da rede, a descarbonização e o aumento da utilização de energias renováveis ​​tornam crucial o investimento no armazenamento de baterias de energia solar.

1. Maior resiliência da rede

Como as flutuações do vento e da luz solar podem desestabilizar a rede, podem ocorrer apagões. As baterias solares atuam como amortecedores para armazenar energia excedente e liberá-la durante períodos de alta demanda.

O Laboratório Nacional de Energia Renovável (NREL) descobriu que a integração de energia renovável com armazenamento de bateria poderia reduzir a frequência e a duração dos apagões em 90%.

As regiões com uma maior percentagem de armazenamento de baterias renováveis ​​apresentam uma melhor resiliência energética, reduzindo significativamente os cortes de energia, como informou o Departamento de Energia dos EUA.

2. Barbear com potência máxima

A redução da potência de pico simplesmente reduz a procura de eletricidade durante os períodos de maior consumo, muitas vezes de manhã e à noite. Como resultado, isso ajuda a evitar que a grade fique sobrecarregada.

Usando o armazenamento de baterias de energia renovável, a redução de picos reduz os custos gerais, reduzindo a dependência de eletricidade cara da rede. De acordo com um estudo da Instituto Rocky Mountain, as empresas em África que utilizam energia solar e armazenamento no local poderiam poupar até 25% em custos de energia.

Poupanças acumuladas provenientes de investimentos baseados em planos na África Oriental e Ocidental

A redução da potência de pico equilibra a oferta e a procura, tendo em conta a natureza intermitente das fontes de energia renováveis. Sem armazenamento em bateria, a energia gerada durante os horários de pico de produção provavelmente será desperdiçada.

3. Redução da pegada de carbono

As redes elétricas tradicionais dependem fortemente de usinas movidas a combustíveis fósseis, que são poluentes caros e significativos.

A Agência Internacional de Energia (AIE) enfatiza que as soluções de armazenamento de baterias renováveis ​​reduzem significativamente as emissões de carbono. Fontes de energia mais limpas e sustentáveis ​​são integradas usando armazenamento em bateria para conseguir isso.

A transição para o armazenamento de baterias renováveis ​​pode reduzir a pegada de carbono global ao seis gigatoneladas até 2040. Como as tecnologias de armazenamento de baterias de energia renovável continuam a avançar, isto contribui para uma redução nas emissões de carbono.

4. Melhor integração renovável

O armazenamento de baterias solares ajuda a resolver a instabilidade da rede e os desequilíbrios entre oferta e procura.

O Laboratório Nacional de Energia Renovável (NREL) descobriu que a integração de energias renováveis ​​com 4 horas do armazenamento da bateria poderia atender à demanda de eletricidade 99.9% do tempo.

A integração do armazenamento de baterias com energia renovável aumenta a utilização em 30%, promovendo a independência energética e a resiliência.

Como escolher um sistema de armazenamento de bateria renovável

As opções de armazenamento de energia solar variam em preço, recursos, capacidade, eficiência e muito mais. Aqui estão alguns recursos importantes que vale a pena considerar ao investir em um sistema de armazenamento de bateria renovável:
1. Custos do ciclo de vida e retorno do investimento (ROI)

Seu sistema de armazenamento de bateria renovável é um investimento, não apenas uma despesa. As baterias de íon de lítio tendem a ter uma vida útil mais longa, de 10 a 15 anos. As baterias de chumbo-ácido, por outro lado, duram entre 5 e 8 anos.

Embora as baterias de iões de lítio tenham custos iniciais mais elevados, a sua menor manutenção torna-as mais económicas.

Além da vida útil global do armazenamento de baterias de energia renovável, a faixa de descarga também deve ser ideal. As despesas de instalação, operação e manutenção também contribuem para os custos do estilo de vida.

2. Monitoramento de desempenho

O rastreamento em tempo real permite que os proprietários rastreiem o armazenamento, o consumo e a produção de energia. O melhor sistema de baterias de energia renovável também deve ter um recurso para otimizar o desempenho do sistema.

Ferramentas de monitoramento integradas verificam a integridade da bateria e detectam quaisquer problemas que possam prejudicar a eficiência do sistema.

3. Conformidade regulamentar

Os sistemas de armazenamento de baterias renováveis ​​também estão sujeitos ao escrutínio regulamentar. Para confiabilidade e segurança, verifique a conformidade com regulamentações locais e nacionais, padrões industriais e certificações.

4. Avalie suas necessidades energéticas

Antes de investir no armazenamento de baterias renováveis, verifique os seus padrões de consumo de energia. Certifique-se de avaliar o consumo de energia atual enquanto identifica os horários de pico de uso. Acima de tudo, considere projetar as necessidades energéticas futuras. Esses fatores ajudarão a determinar a capacidade do sistema necessária.

5. Capacidade e dimensionamento do sistema

Considere um tamanho de bateria que possa armazenar energia suficiente para atender às suas necessidades durante períodos de pico de demanda. Por exemplo, se a sua casa necessita de 10 kWh de energia por dia e recebe cerca de 5 horas de luz solar, um sistema de armazenamento de 50 kWh seria suficiente.

6. Explore diferentes tecnologias de bateria

Diferentes tecnologias de bateria oferecem diversas vantagens e desvantagens. As baterias de íons de lítio, por exemplo, são melhores para veículos elétricos e armazenamento doméstico devido à sua alta densidade de energia e ciclo de vida mais longo.

As baterias de chumbo-ácido, por outro lado, são conhecidas pelo seu custo mais baixo, mas utilizam tecnologia mais antiga.

As 3 principais baterias para construir seu sistema de armazenamento de energia renovável

1. Bateria de armazenamento de energia de íons de lítio Shenzhen Avepower para sistema de energia solar doméstico

Bateria empilhável de íons de lítio para sistema de armazenamento de energia

A bateria de íons de lítio Shenzhen Avepower permite a expansão modular da capacidade de armazenamento. Ele contém baterias de fosfato de ferro-lítio (LiFePO4), conhecidas por sua alta densidade de energia, segurança e longo ciclo de vida.

Você também obtém uma faixa flexível de potência de 10 a 20 kWh, tornando o sistema adequado para aplicações residenciais e comerciais. Ele possui diversas certificações e pode se conectar a sistemas fora da rede e de rede híbrida para maior flexibilidade.

A AVE Power é uma das empresas líderes e de crescimento mais rápido na nova indústria de energia solar. Eles desenvolvem principalmente armazenamento de energia solar, veículos elétricos e sistemas de baterias de energia, com o objetivo de trazer um futuro brilhante e verde para o mundo. A Avepower está expandindo a sua participação no mercado mundial, principalmente na Ásia, África, Europa, América e Oceania.

2. Sistema de armazenamento de bateria Shenzhen Ace Enercube-1290

Sistema de armazenamento de energia de bateria ACE

O EnerCube-1290 também usa baterias LFP para estabilidade térmica e ciclo de vida longo. A sua capacidade substancial de 1290 kWh torna-o num sistema de armazenamento de alta capacidade.

Você pode escolher entre vários parâmetros de saída CA, dependendo de suas necessidades de energia. Essa versatilidade torna o modelo adequado para backup de energia de emergência e mudança de pico de carga.

O sistema de armazenamento da bateria é um contêiner de tamanho padrão internacional, facilitando o transporte. Outros recursos notáveis ​​incluem software de gerenciamento de energia, registros de operação em tempo real, manutenção inteligente na nuvem 24 horas por dia e muito mais.

3. Guangdong Didu DDBGSG5Bateria de íon de lítio 1100 48V

Bateria Didu 48V de íon de lítio LiFePO4

Bateria de ciclo profundo: A bateria de fosfato de ferro-lítio DIPOWER (LiFePO4) pode ser reciclada até 6,000 vezes. As células LiFePO4 são usadas por sua melhor estabilidade, maior densidade de energia e menor peso, tornando-as adequadas para altas temperaturas, alta potência e baixa autodescarga.

BMS automático e sem manutenção: O BMS integrado protege sua bateria contra sobrecarga, descarga excessiva, sobrecorrente e curto-circuitos, bem como temperaturas baixas e altas, para melhorar o desempenho e a vida útil. Ele desligará automaticamente quando a tensão cair abaixo de 1V.

Design compacto com capacidade de 5 KWh: A bateria LiFePO51.2 de 100 V e 4 Ah da DIPOWER pesa apenas 49 kg, o que lhe confere grande capacidade e tamanho compacto.

Amplamente utilizado: As baterias LiFePO4 são ecologicamente corretas, pois não contêm metais pesados ​​ou metais raros. Eles são a melhor escolha para muitas aplicações, como localizadores de peixes, pesca no gelo, camping, sistemas solares, sistemas de alarme residencial e sistemas de backup residencial.

Baterias são usadas para armazenamento de energias renováveis e podem reduzir oscilações no sistema.

Conclusão

A transição para o armazenamento em baterias renováveis ​​é a nossa abordagem ao consumo de energia. A integração do armazenamento de baterias com fontes de energia renováveis ​​aborda as emissões de carbono, a estabilidade da rede e as demandas de pico de energia.

A escolha do sistema de armazenamento de bateria renovável certo depende do monitoramento do desempenho, dos custos do ciclo de vida, da conformidade regulatória e muito mais. Tudo isto é crucial para maximizar os benefícios de soluções energéticas sustentáveis ​​e ecológicas. (reads.alibaba)

terça-feira, 4 de junho de 2024

MRV condomínios com a GD solar terão economia de R$ 20 mi em 25 anos

Construtora, pioneira na construção destes projetos, também fala na redução da emissão de gases equivalente a 30 mil toneladas e CO2.
A MRV prevê que os condôminos recebam R$20.457.590,25 em desconto pela economia de energia nos próximos 25 anos.

A MRV&CO estima, para os próximos 25 anos, uma economia de mais de R$ 20 milhões para os condôminos e a redução de emissão de gases equivalente a 30 mil toneladas de CO2, mediante a geração de energia solar. Desde 2017 a empresa passou a implantar sistemas de geração de energia fotovoltaica em seus empreendimentos e, atualmente, 70% dos lançamentos da MRV já são realizados com usinas fotovoltaicas.

O retorno é esperado pelos condôminos deixarem de pagar parte significativa das despesas relacionadas à conta de energia em sua taxa de condomínio devido à implantação da usina fotovoltaica e uma valorização média de 4,5% dos imóveis, impactando uma média de 39.407 famílias com a economia gerada.

Além dos condomínios, a construtora conta com duas usinas próprias: a UFV Arquelau, em Uberaba, Minas Gerais, em operação desde o final de 2020 e com potencial de geração anual de energia de 1.125 MWh, e uma usina na Bahia, inaugurada em abril de 2022, com um potencial de geração anual de 489,7 MWh.

Segundo Raphael Lafetá, diretor de Relacionamento Institucional e Sustentabilidade da empresa, a MRV&CO possui metas ambiciosas em relação às mudanças climáticas.

“A MRV&CO é pioneira, no setor de construção civil, nesse movimento, e tem o papel de influenciar positivamente, demonstrando que as práticas de ESG não são apenas um compromisso, mas uma necessidade para o desenvolvimento sustentável do setor. Na cadeia da construção civil, todos ganham: a empresa, os condôminos e a sociedade em geral”, disse Lafetá.

Para a estimativa, o estudo do grupo teme como base três eixos metodológicos de avaliação: Matriz de Materialidade estratégica aos ODS, Teoria da Mudança e Retorno Social do Investimento – SROI.

Como retorno social do investimento, a MRV prevê que os condôminos recebam R$20.457.590,25 em desconto na taxa de condomínio em decorrência da economia de energia nos próximos 25 anos.

O grupo é composto por MRV, Luggo, Sensia, Urba e Resia, que têm investido em modelos energéticos mais sustentáveis. Com as usinas, a empresa ainda projeta uma redução de emissão de gases equivalente a 30 mil toneladas de CO2. Já em ações sociais conduzidos pelo grupo, o estudo prevê um retorno de mais de R$ 12 milhões, com a implementação das usinas fotovoltaicas. (megawhat)

Marco Legal do Hidrogênio Verde e a transição energética

Hidrogênio verde é entendido como um dos principais caminhos para substituir os combustíveis fósseis, gerando grande impacto financeiro e estabelecendo conceitos importantes para este mercado no Brasil.

O Brasil está avançando na regulação do mercado de hidrogênio verde, entendido como um dos combustíveis do futuro.

No final de 2023, a Câmara Federal aprovou o Marco Legal do Hidrogênio Verde, que trata de princípios, objetivos, governança, certificação e incentivos fiscais para investimentos no setor. No Senado, outro projeto avança (PL 5.816/23) voltado ao desenvolvimento da indústria do hidrogênio de baixo carbono tanto para o abastecimento do mercado interno quanto externo.

Na discussão sobre a transição energética para uma economia de baixo carbono, o hidrogênio verde aparece em destaque como uma das opções mais viáveis para o planeta. Uma estimativa da Consultoria Markets&Markets projeta que a demanda pelo combustível hidrogênio chegará a 680 milhões de toneladas métricas em 2050. Em 2020, este mercado era de 87 milhões.

“Os desafios da produção de hidrogênio verde estão em várias frentes, mas uma delas é, sem dúvida, a questão regulatória. Quanto mais estabelecido e claro estiver este segmento, maior o potencial de atração de investidores e de investimentos necessários neste momento de discussão sobre a transição energética. Por isso, o marco legal é importante na corrida dos países para produção e exportação de energia renovável”, diz Nathalia Lima Barreto, advogada especializada em direito ambiental do escritório Razuk Barreto Valiati.

Hidrogênio é produzido a partir da eletrólise da água, com baixa ou 0 emissões de carbono em seu processo produtivo. Entretanto, para obter o selo de “hidrogênio verde”, é preciso garantir que o combustível seja oriundo de fontes renováveis (água, sol e vento, etc).

O que diz o Marco Legal

Entre as principais medidas do texto, estão a criação da Política Nacional do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono, que vai regular este mercado no país. O PL também define que a governança do setor estará sob a responsabilidade da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Os produtores ainda poderão aderir ao Sistema Brasileiro de Certificação do Hidrogênio, voltado à promoção de seu uso de forma sustentável. A iniciativa cria o Rehidro, o Regime Especial de Incentivos para a Produção de Hidrogênio, com o propósito de garantir desenvolvimento tecnológico e industrial, competitividade e agregação de valor às cadeias produtivas, estabelecendo regras de certificação e regulação para as empresas do segmento.

“A produção dos hidrogênios verde, renovável ou de baixo carbono passa a ser atrativa para o mercado com as demandas crescentes dos stakeholders para implantação de programas de descarbonização e ampliação das energias renováveis. Dessa forma, é importante que a legislação brasileira estabeleça conceitos e definições precisas sobre o hidrogênio verde, políticas de incentivo, além de diretrizes, trazendo segurança jurídica ao negócio”, ressalta Nathalia.

Outro ponto destacado por Nathalia é que diversos países do mundo estão buscando fontes renováveis de energia. A União Europeia busca atingir a neutralidade climática até 2050. Por isso, é fundamental que o Brasil busque a consolidação de parcerias que podem trazer investimentos para a viabilidade e sustentação de uma cadeia produtiva no país.

Possíveis aplicações do hidrogênio verde

Ainda desconhecido de boa parte da população, o hidrogênio verde é visto como uma das soluções mais viáveis para substituir os combustíveis fósseis devido à versatilidade e à confiabilidade. Sua aplicação é vista como fundamental em algumas frentes:

1 – Transporte, pois pode ser usado para carros, navios e até mesmo como combustível de aviação.

2 – Aquecimento: diversos países dependem do gás para manter a temperatura de ambientes. Trata-se de um caminho seguro para diminuir a dependência deste combustível fóssil.

3 – Insumo para a indústria: pode ser aplicado como matéria-prima para diferentes plantas, além de ser incorporado a processos relacionados à produção de aço, de cimento, de papel, de alumínio, entre outros. (ecodebate)

Em 2024, 1 em cada 5 carros vendidos no mundo será elétrico

Em 2024, mais de um em cada cinco carros vendidos no mundo será elétrico.

Em 2024, mais de um em cada cinco carros vendidos no mundo será elétrico, diz da AIE.

Relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês) estima que mais de um em cada cinco carros vendidos em todo o mundo este ano será eletrificado, com as vendas atingindo cerca de 17 milhões até ao final do ano.

Relatório indica que este ano vendas de carros elétricos na China aumentem para cerca de 10 milhões.

Relatório Global anual da Agência Internacional de Energia indica que a expectativa é que esse ano mais de um em cada cinco carros vendidos em todo o mundo seja elétrico, prevendo-se que o aumento da procura durante a próxima década irá refazer a indústria automóvel global e reduzir significativamente o consumo de petróleo para o transporte rodoviário.

De acordo com o relatório, as vendas globais de automóveis elétricos deverão permanecer robustas em 2024, atingindo cerca de 17 milhões até ao final do ano. No primeiro trimestre, as vendas cresceram cerca de 25% em comparação com o mesmo período de 2023, mas já a partir de uma base maior. Ainda segundo o relatório, o número de elétricos vendidos globalmente nos primeiros trimestre do ano é quase o mesmo de número todo o ano de 2020.

Em 2024, a previsão é que as vendas de carros elétricos na China aumentem para cerca de 10 milhões, representando cerca de 45% de todas as vendas de automóveis no país. Nos EUA, estima-se que cerca de um em cada nove automóveis vendidos seja elétrico, enquanto na Europa, apesar das perspectivas geralmente fracas para as vendas de automóveis de passageiros e da eliminação progressiva dos subsídios em alguns países, os elétricos ainda deverão representar cerca de um em quatro carros vendidos.

O ‘Outlook’ da AIE conclui que, de acordo com as definições políticas atuais, todos os outros automóveis vendidos a nível mundial deverão ser elétricos até 2035. Mas caso os compromissos energéticos e climáticos anunciados pelos países forem cumpridos na íntegra e no prazo, dois em cada três automóveis vendidos serão elétricos até 2035. Neste cenário, a rápida adesão – desde automóveis a vans, caminhões e veículos de duas e três rodas – evita a necessidade de cerca de 12 milhões de barris de petróleo por dia.

Segundo o Diretor Executivo da AIE, Fatih Birol, em lugar de reduzir os poucos, a revolução global dos veículos elétricos parece estar se preparando para uma nova fase de crescimento. Para ele, a onda de investimento na fabricação de baterias sugere que a cadeia de fornecimento de veículos elétricos está avançando para cumprir os ambiciosos planos de expansão dos fabricantes de automóveis. Como resultado, espera-se que a percentagem de VE nas estradas continue a aumentar rapidamente.

Na China, mais de 60% dos carros elétricos vendidos em 2023 já eram mais baratos de comprar do que os equivalentes convencionais. Mas na Europa e nos EUA, os preços de compra dos movidos a combustão interna permaneceram, em média, mais baratos, embora se espere uma redução nos preços nos próximos anos. Mesmo quando os preços iniciais são elevados, os custos operacionais mais baixos dos VE significam que o investimento inicial é compensado ao longo do tempo.

Ainda de acordo com o relatório da AIE, garantir que a disponibilidade de carregamento público acompanhe as vendas de elétricos é crucial para o crescimento contínuo. O número de pontos de carregamento públicos instalados globalmente aumentou 40% em 2023 em relação a 2022, e o crescimento dos carregadores rápidos ultrapassou o dos mais lentos. No entanto, para atingir um nível de implantação de veículos eléctricos em linha com os compromissos assumidos pelos governos, as redes de carregamento precisam de crescer seis vezes até 2035. O planejamento também não deve ser esquecido para que uma maior procura de eletricidade para carregamento não sobrecarregue as redes.

Carros elétricos podem chegar a 86% de participação em 2030, diz pesquisa

Com a paridade de preços à vista, os VEs poderão responder por mais de 2/3 dos veículos novos vendidos (canalenergia)

domingo, 2 de junho de 2024

A quem interessa mais usinas nucleares no Brasil?

Nada discretamente, poderosos grupos lobistas, nacionais e internacionais, pressionam o governo federal e a sociedade brasileira para aceitarem a necessidade de expansão de usinas nucleares no país utilizando justificativas falaciosas e mentirosas.

São conhecidos personagens e empresas que sempre boicotaram as fontes renováveis de energia, e retardaram a entrada em operação das tecnologias solares e eólicas no país. Defensores das termelétricas a combustíveis fósseis e da eletricidade nuclear desprezam os interesses nacionais, em detrimento dos interesses econômicos, pessoais e empresariais.

Afirmar que a energia elétrica produzida por materiais radioativos é “energia verde”; “energia limpa”; que é mais barata que outras formas de geração; que riscos de acidentes inexistem; que os resíduos das reações nucleares (conhecidos como “lixo atômico”) podem ser armazenados com segurança por milhares de anos; que o país precisa desta fonte energética para evitar apagões futuros é desconhecer a ciência. Essas inverdades têm a intenção de buscar a aceitação popular para uma fonte de energia perigosa, suja e cara. Não esqueçamos que mentir é um ofício destes grupos, cujo único objetivo são os negócios, os interesses econômicos, pouco se lixando para a soberania nacional, para a população que acaba sofrendo com as decisões completamente equivocadas na política energética nacional.

No governo do atraso foi indicado para ministro de Minas e Energia (MME) um almirante de Esquadra da Marinha. Aquele mesmo, envolvido no cabuloso negócio do contrabando das “joias das arábias”

(https://www.ihu.unisinos.br/categorias/627478-usinas-nucleares-joias-das-arabias-e-outros-trambiques-artigo-de-heitor-scalambrini-costa), que em 16/12/2020, aprovou e anunciou o Plano Nacional de Energia 2050 (PNE50), cuja determinação é a expansão do parque de geração nuclear no Brasil em 8 GW e 10 GW, nos próximos 30 anos.

Assim, o planejamento prevê fazer investimentos bilionários em um setor marcado pela polêmica e por conflitos socioambientais. Documentos oficiais apontam que o Governo Federal pretende expandir o número de usinas e abrir o setor para a iniciativa privada, sendo que atualmente a Constituição Federal veda esta possibilidade. Embora defendida como uma medida ambientalmente sustentável, a cadeia da energia nuclear no Brasil tem um histórico marcado por um rastro de contaminação, graves acidentes e mortes.

Ao nos referimos à cadeia produtiva da geração nuclear, estamos falando de várias indústrias envolvidas na produção do combustível atômico. Da mineração, do beneficiamento do minério, do enriquecimento do urânio, da fabricação do combustível e do armazenamento do lixo letal. É neste contexto que temos que discutir e afirmar, categoricamente, que esta tecnologia não interessa ao país.
O Brasil possui duas usinas em operação atualmente: Angra 1 e Angra 2, instaladas no município de Angra dos Reis, Rio de Janeiro, com potencial de geração de 2 mil megawatts. E a usina inacabada de Angra 3, iniciada em 1985, cujos equipamentos já foram comprados e são absolutamente obsoletos, frente à evolução tecnológica. Acabar este elefante branco significa investimentos de aproximadamente 17 bilhões de reais.

A potência instalada e a geração de energia das duas usinas em operação são desprezíveis quanto à participação na matriz elétrica nacional. Em nada contribuem para a transição energética, nem para a segurança energética do país. São unidades que já ultrapassaram suas vidas úteis e são conhecidas como “vaga-lumes” devido às interrupções frequentes no fornecimento de energia, e dos inúmeros problemas técnicos e operacionais cuja frequência escalou desde 2023. Uma grande irresponsabilidade que ainda estejam em funcionamento.

Todavia, os lobistas de plantão – com espaço e palco concedidos para suas mentiras e enganações pela grande mídia corporativa – têm aliados poderosos no meio militar que almejam construir a bomba nuclear. São evidentes tais interesses nas declarações de seus comandantes e em acordos internacionais realizados. Dizem que ter a bomba é essencial para a segurança nacional. Pura balela. Vivenciamos hoje, segundo Papa Francisco, que o mundo está à beira de uma guerra nuclear, e a pergunta que não quer calar é “e nossa bomba tupiniquim teria qual efeito apaziguador, diante de um histriônico presidente à frente de uma nação detentora de tal artefato desprezível?

O que é escondido da população é que acidentes em usinas nucleares acontecem com muita mais frequência do que os conhecidos e divulgados. Geralmente não chegam ao domínio público, não são revelados a população.

Assim, é impositiva a pressão da sociedade sobre parlamentares, gestores das estatais e governo federal para a realização do urgente e inadiável debate público sobre a política nuclear brasileira, alvo frequente de auditoria e advertências do Tribunal de Contas da União. (ecodebate)

Sai o petróleo, entra a água: nasce uma nova química

“É previsível que, em um futuro próximo, muitos processos industriais adotem a água como meio de reação. A água também participa de novos processos de produção de energia e poderá tornar-se importante na engenharia ambiental. Está nascendo uma nova química”, enfatiza.

Vislumbrando expectativas para uma ciência que passa por uma grande revolução.
Na opinião de Galembeck, “é previsível que, em um futuro próximo, muitos processos industriais adotem a água como meio de reação”

O título desta matéria, além de ousado, parece inverossímil. Como a água, substância incolor, inodora e não comburente, mitigadora da sede de humanos e animais, garantidora do crescimento das plantas e da subsistência de animais aquáticos, utilizada para extinguir o fogo, pode vir a substituir derivados do petróleo e contribuir para a despoluição e sustentabilidade da Terra?

Comprovações experimentais dos últimos 20 anos têm mostrado que processos de síntese de substâncias orgânicas, antes apenas realizados em solventes voláteis nocivos à saúde e ao meio ambiente, agora podem ser realizados com o emprego da água. Esses estudos indicam que a utilização da água leva a aumentos muito significativos na velocidade das transformações e, em consequência, otimiza a utilização de plantas industriais e diminui os gastos com energia e custos de produção. Mais que isso: processos que as teorias vigentes apontavam impossíveis tornaram-se viáveis com a água. O emprego inovador dessa substância descortina ainda a possibilidade de haver novos processos de produção e de novos produtos, almejados por uma população mundial já grande e crescente em que cada vez mais pessoas deixam o nível de miséria e buscam uma qualidade de vida melhor. A partir da água está surgindo uma nova química que pode levar à maior revolução da história da área.

O professor Fernando Galembeck: “Podemos acreditar que temos uma nova e poderosa caixa de ferramentas para a construção de uma economia sustentável e modos de vida mais inclusivos”

Essas considerações permeiam o artigo publicado na Chemical Society Reviews pelo professor aposentado e atual colaborador do Instituto de Química (IQ) da Unicamp Fernando Galembeck. Nesse trabalho de revisão, realizado pelo professor a convite do periódico (que lhe deu liberdade para escolher o tema do artigo), o docente questiona afirmações amplamente aceitas por químicos, engenheiros e estudantes que frequentam desde o ensino fundamental até as universidades. São afirmações desafiadas por muitos fatos recentes. A propósito, diz Galembeck: “Muito do que se ensinou e se aprende até hoje está sendo substituído por novos conceitos. As mudanças de paradigmas têm possibilitado a compreensão de observações que destoam das ideias predominantes na química há mais de dois séculos. Estamos passando por uma revolução científica que cria enormes oportunidades para a pesquisa e para o desenvolvimento na área, com base na substância mais abundante no e compatível com o meio ambiente: a água. Podemos acreditar que temos uma nova e poderosa caixa de ferramentas para a construção de uma economia sustentável e modos de vida mais inclusivos”.

Para o professor, a importância que a água está assumindo na química evidencia-se pelas dezenas de artigos publicados somente neste primeiro quarto de século por pesquisadores renomados tratando de síntese química, energia e química atmosférica. Segundo esses textos, usar a água no lugar de substâncias voláteis traz múltiplas vantagens: acelera as transformações químicas, reduz a contaminação do ar, das águas e dos solos, aumenta o nível de salubridade dos laboratórios e fábricas, reduz riscos de incêndio e de explosão e diminui custos com matéria-prima e operacionais. “É previsível que, em um futuro próximo, muitos processos industriais adotem a água como meio de reação. A água também participa de novos processos de produção de energia e poderá tornar-se importante na engenharia ambiental. Está nascendo uma nova química”, enfatiza.

O depois para explicar o antes

Galembeck lembra que, no início dos anos 2000, fez observações inesperadas levando em conta o que se sabia sobre a eletrização da matéria. O cientista examinou plásticos e borrachas, metais e cerâmicas, e os resultados experimentais contrariaram uma das ideias mais difundidas nas ciências, a de que os ambientes naturais e antrópicos são eletroneutros, ou seja, não contêm campos elétricos. Ao contrário, o látex natural e filmes plásticos sempre apresentam mosaicos de cargas elétricas, mesmo em escalas microscópicas. Os primeiros resultados foram publicados em 2001. Em 2010, o grupo transformou em artigo científico uma demonstração experimental provando que a umidade do ar eletriza sólidos, algo recebido por pesquisadores da área com entusiasmo, mas também com ceticismo. A partir de 2014, outros artigos sobre o tema foram publicados, mas nenhum deles negou o efeito, pelo contrário, todos confirmaram sua existência em vários materiais, comprovando não se tratar de um fato isolado ou raro. Os revisores dos sucessivos textos sobre o tema cobravam sempre explicações, mas os mecanismos envolvidos nesses efeitos eram apenas hipotéticos.

Em 2023, Galembeck e colaboradores demonstraram que a produção de eletricidade a partir da umidade e da água líquida faz-se acompanhar pela produção de hidrogênio e água oxigenada, sem a necessidade de qualquer outra fonte de energia. Outros pesquisadores estavam mostrando que água oxigenada e o hidrogênio se formam espontaneamente nas gotículas de um spray. Por isso, ao receber o convite da Royal Society of Chemistry para escrever seu artigo, o professor decidiu falar sobre a eletrização em interfaces de substâncias, um assunto polêmico, discutindo as suas consequências. Embora bem enfronhado nas pesquisas com a eletrização em aerossóis, o docente não conhecia outros trabalhos sobre os orgânicos sintéticos. Estudando a literatura, percebeu que o tema era mais amplo do que pensava.

Em seu artigo de revisão, o pesquisador descreve vários processos relacionados à eletrização nas interfaces de materiais, isto é, nas superfícies em que se encontram duas fases de um sistema. No entanto, em vista da importância da água, Galembeck dá ênfase ao que ocorre nas interfaces dessa substância com outras: “Pesquisadores do MIT [sigla em inglês para Instituto de Tecnologia de Massachusetts] provaram que mais de 60 amostras de água, das mais diferentes origens, em seus recipientes, apresentaram, todas elas, cargas negativas. Como explicar isso? Sabe-se que a água sofre uma pequena ionização em que se formam íons H+ e OH-. Quando se tem a interface água-ar, ions H+ da superfície do líquido saem e se unem à umidade do ar. Restam os íons OH-, tornando a água negativa. Esse fenômeno ocorre apenas nas interfaces e não no interior das fases. A exemplo da ação da água, constatou-se que uma miríade de processos ocorre em interfaces eletrizadas das mais diferentes substâncias e em cada caso os mecanismos precisam ser devidamente esclarecidos. A constatação de que todas as interfaces são eletrizadas, de que, portanto, não existem matérias eletro neutras, estabelece um novo paradigma, ou seja, uma nova noção oposta à anterior, ainda muito difundida e aceita. E esse novo paradigma pode causar uma revolução na química”.

Nascimento de uma ‘nova química’: estudos demonstram que a água já substitui os solventes derivados do petróleo em processos de síntese

Voltando ao antes

A história das reações em interfaces aquosas (on-water reactions) começou dez anos antes das descobertas da eletrização da matéria pela água. Em razão disso, a maior parte da literatura específica não incorpora a ideia de eletrização. Ideia essa, aliás, que ainda não é consenso, embora calcada em fatos experimentais. O professor esclarece que, no artigo de revisão, pretendeu mostrar, com base em conceitos clássicos da química, em dados obtidos em laboratório e em parâmetros termodinâmicos, como a energia de Gibbs – parâmetro que permite determinar a espontaneidade de um processo químico – é afetada pelo potencial elétrico ambiente, o que nunca tinha sido feito. Com isso, por meio da eletrificação das interfaces, pode-se explicar enfim por que uma reação não espontânea passa a ser espontânea. Galembeck confessa haver se surpreendido, ao iniciar o trabalho de revisão, com o grande número de descobertas já divulgadas desde o início deste século, mas mal-entendidas e que fugiam aos parâmetros de comportamento então esperados pelos químicos. Ao se dar conta disso, ocorreu-lhe que a onipresente eletrização das substâncias poderia ser a causa comum dos surpreendentes comportamentos descritos. Frise-se que outros pesquisadores já tinham aventado essa possibilidade, sem verificá-la.

Juntando as coisas

Galembeck explica que muitos resultados publicados nos últimos 20 anos em diferentes áreas de pesquisa desmentem algumas crenças científicas e tecnológicas atuais e fornecem elementos para algumas conclusões: 1) a água começa a ser reconhecida como o meio ideal para a síntese química, dispensando o uso de solventes; 2) o contato com a água eletriza a maior parte dos materiais, permitindo a invenção de novos processos de produção de energia; 3) qualquer matéria é sempre formada por mosaicos de cargas positivas e negativas, frequentemente localizadas nas interfases aquosas.

A aceitação cada vez maior dessas constatações começa a provocar grandes mudanças no pensamento químico, e os fatos correlatos mostram que o comportamento de produtos químicos em interfaces eletrificadas aquosas pode ser muito diferente do comportamento atualmente reconhecido, algo que as teorias vigentes não conseguem explicar. Isso levou à análise das propriedades termodinâmicas das espécies iônicas, mostrando que essas propriedades se modificam de acordo com o potencial elétrico do local em que as substâncias envolvidas estão. Alteram-se seu comportamento químico e seu comportamento físico, viabilizando, por exemplo, os geradores hidroelétricos, que poderão vir a ser utilizados no interior de florestas, pois não dependem do vento ou da luz solar.

Essas descobertas, sempre envolvendo a presença da água, estimulam a exploração do que já se conhece e a busca por novos fatos, criando muitas oportunidades para pesquisadores acadêmicos e da indústria. O docente arremata: “Como a água é abundante, barata e facilmente reciclável ou reaproveitada, as novas tecnologias baseadas nela atendem muito bem ao paradigma da engenharia inclusiva e compatível com o ambiente dentro do objetivo de produzir mais, com menos recursos, para mais gente, ou MLM [more from less for more]. Todas essas expectativas me permitem dizer, sem modéstia, que está nascendo uma nova química, benigna e compatível com as demandas da transição para a sustentabilidade”. (jornal.unicamp)