TAB Energia enxerga
interseção entre solar e veículos elétricos como oportunidade estratégica
De acordo com Kazmierski, a TAB começou atendendo pequenos comércios, mas logo percebeu que sua proposta de valor estava alinhada a projetos mais robustos. “Nosso intuito era atender projetos mais complexos, com soluções ‘engenheiradas’ que oferecem grande segurança para o cliente e atendem às exigências do mercado industrial”, afirmou o executivo. Essa visão levou a empresa a abandonar projetos residenciais para focar em clientes comerciais e industriais (CNI) e em grandes plantas de geração de energia.
Michel Kazmierski, CEO Tab Energia.
Michel destacou que, além de
priorizar produtos de alto desempenho, a TAB foca muito na qualidade da implantação.
“Se o fabricante promete pelo menos 30 anos de performance, é preciso que a
instalação garanta essa durabilidade. Isso tangibiliza o valor que oferecemos”,
explicou.
Unidades de negócios
diversificadas
Atualmente, a TAB opera em
quatro unidades de negócios:
1. Enterprise: soluções para
grandes corporações, incluindo autoprodução.
2. C&I e Mid Marketing:
voltada para médias empresas do setor comercial e industrial.
3. Investimento:
desenvolvimento de usinas fotovoltaicas e estações de recarga para diversificação
de portfólios e geração de receita.
4. Operação e Manutenção
(O&M): suporte contínuo para garantir a performance dos sistemas
instalados, incluindo monitoramento, limpeza e manutenções preventivas.
Segundo o Kazmierski, o mercado sofre com a falta de credibilidade devido a falhas em projetos mal planejados ou executados. “Propomos um trabalho sério, que assegure que o cliente receba o que foi prometido”, enfatizou.
Proposta de eletropostos modulares para carros elétricos abastecidos por energia solar.
Visão sobre o mercado de
baterias
Uma das tendências mais
significativas do setor energético é a adoção de baterias como solução de
armazenamento. Embora ainda não tenha uma unidade de negócios dedicada a esse
segmento, a TAB Energia enxerga um mercado em rápida ascensão, com impactos
positivos para diferentes aplicações.
“Por vezes, somos consultados
sobre usinas que combinam geração solar e armazenamento em baterias, seja em
sistemas isolados ou conectados à rede. Essa solução está se tornando cada vez
mais atraente graças à redução do CAPEX por kWh”, explicou o CEO.
O executivo destacou a
simplicidade e a eficiência das baterias, que oferecem uma solução rápida em
locais onde a rede elétrica é limitada ou insuficiente. “Quando a rede não
comporta, melhorar a infraestrutura pode ser demorado e caro. Já as baterias
permitem uma implementação rápida e prática: é literalmente conectar na tomada.
Isso não só acelera o processo como também aumenta a segurança energética”,
disse.
Além disso, a interseção entre a geração solar e a eletrificação de veículos representa uma oportunidade estratégica para o uso de baterias. Com o crescimento acelerado dos carros elétricos, soluções de armazenamento se tornam indispensáveis para sustentar a demanda crescente. “A eletrificação de veículos vai depender diretamente de como armazenamos a energia gerada. Isso torna as baterias uma peça-chave no futuro da mobilidade elétrica”, acrescentou o executivo.
Energia solar baixa os custos de recarga em até 74% em comparação aos veículos com motor a combustão.
Desafios e soluções para 2025
O executivo aponta que o
setor solar enfrenta grandes desafios, como a alta da taxa Selic, o aumento dos
impostos e do dólar, que impactam diretamente no custo do CAPEX. A alta da taxa
Selic é uma preocupação central.
“A Selic elevada desestimula
o investimento em novos projetos, pois reduz a atratividade do retorno
financeiro. Isso tem um impacto direto no mercado solar, especialmente em
projetos que dependem de financiamento”, explicou. Além disso, o recorde do
dólar também pressiona o setor. “Com o aumento do dólar, os custos dos
equipamentos importados sobem, e muitos distribuidores já repassaram essas
correções para o mercado. Isso reduz o retorno esperado, especialmente em
projetos de maior escala”.
Apesar dos desafios
econômicos, o CEO da TAB Energia vê um horizonte promissor para a energia
solar. Ele destacou que o consumo de energia no Brasil deve crescer em função
da inflação e do aumento da demanda industrial. “A previsão da ONS é que a
geração distribuída continue crescendo, especialmente em micro e miniusinas.
Esse movimento, mesmo que incremental, ajuda a sustentar o mercado”.
O mercado de veículos
elétricos é outro vetor de expansão. “Já desenvolvemos quase 3 MW em estações
de recarga, e acreditamos que esse segmento continuará acelerado. O
custo-benefício frente aos veículos a combustão e os incentivos para a
eletrificação garantem que a demanda continuará crescendo. É um setor que
merece cuidado de engenharia”, destacou.
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