Risco de apagão no Natal e
Ano Novo aumenta urgência de armazenamento, alerta Volt Robotics.
O executivo pontua que a
solução estrutural passa pelas baterias, que funcionam como o maestro dessa
orquestra elétrica: “A bateria é o maestro, e as fontes geradoras são os
instrumentos. Quem consegue fazer essa orquestra tocar de forma coordenada é
capaz de trazer estabilidade, reduzir custos e aproveitar melhor toda a energia
disponível”, explica.
O potencial de investimento é
expressivo. Até 2030, o mercado de baterias pode movimentar R$ 7 a 8 bilhões,
valor que pode triplicar com políticas estruturadas de incentivo à produção
local e importação de células. Grandes players internacionais já demonstram
interesse, e empresas brasileiras como Livoltek, UCB, WEG e Moura também se
posicionam para liderar o setor no país.
Com feriados em que é
esperada alta geração e baixa demanda se aproximando, a urgência é clara:
reduzir impostos, incentivar baterias e coordenar todos os agentes do setor
para evitar apagões. O cenário é preocupante mesmo com a promessa do ministro
de Minas e Energia, Alexandre Silveira, de que o governo realizará um leilão
para baterias ainda em 2025, em dezembro.
Baterias e a Segunda Onda do
setor
O setor solar está presente
em quase todos os projetos da Volt Robotics, tanto para autoprodução quanto
para análise de compra de energia. Donato destaca que a energia solar é
altamente modularizável: “A construção é rápida, o risco é menor e comparando
com outras indústrias, como agricultura ou construção civil, a solar é a mais
modularizável que existe hoje no mundo. A modularização permite que os
processos evoluam rapidamente, repetindo etapas com segurança e aprendizado
contínuo”.
Ele acrescenta que o próximo
passo do setor envolve baterias, fundamentais para resolver o curtailment,
excesso de energia gerada no período da manhã. “A bateria é como uma máquina do
tempo: guarda energia e permite injetá-la na rede em outro momento, como no
horário de pico. Precisamos incentivar que o consumidor instale painéis e
baterias, reduzindo impostos e acelerando a produção local para gerar empregos
e riqueza”, defende Donato.
Donato pondera que justamente
o avanço da geração distribuída no país cria essa necessidade. “O perfil dos
cortes energéticos coincide com o da geração solar. A MMGD gera energia na hora
do sol, contribuindo para o excesso de geração matinal. É justo que haja
divisão de custos, mas não pode ser a única medida. O acesso à tecnologia de
armazenamento deve ser incentivado: quem aderir, reduz desperdício; quem não
aderir, arca com custos”.
Donato defende soluções que
envolvam todos os agentes do sistema: grandes consumidores, transmissoras,
distribuidoras e usinas. “Pega os grandes consumidores: podemos traçar uma
curva de referência e oferecer energia barata se eles aumentarem consumo de manhã.
Fazemos leilões, geradores vendem energia quando sobra. Funciona no atacado,
trazendo grandes consumidores para colaborar com os transmissores”.
Além disso, ele propõe
tarifas inteligentes. “Distribuidoras podem acelerar medição inteligente e
tarifação diferenciada: preço mais baixo de manhã, mais alto no fim do dia. As
pessoas podem adaptar suas rotinas, lavar roupa, passar roupa, e economizar,
além de carregar veículos elétricos com incentivo tarifário. Outra oportunidade
é o Vehicle to Grid (V2G) que ainda é pouco discutido, mas é uma grande
oportunidade: carros podem ser carregador e injetar energia na rede em horários
estratégicos”.
Donato também destaca a
flexibilização das hidrelétricas e térmicas. Se houver incentivo econômico,
hidrelétricas podem gerar menos de manhã e mais à tarde, aproveitando preços
mais altos. Térmicas inflexíveis também podem se beneficiar de tecnologia e
receita extra para serem mais flexíveis. A ideia é ajustar geração e consumo
para reduzir cortes e desperdícios, e todos podem ganhar com isso”.
Benefícios sistêmicos da
bateria
A bateria é apontada como
instrumento central do sistema elétrico. “Ela permite carregar quando o preço
está baixo e descarregar quando o preço está alto, respondendo à lei da oferta
e da demanda. Ela também ajuda a reduzir picos de consumo e diminuir a demanda
contratada, protegendo fábricas de desligamentos abruptos e economizando na
rede”.
Donato projeta crescimento
expressivo da indústria de baterias: “Atualmente temos players como Livoltek
UCB, WEG e Moura. Internacionalmente, 56% do mercado é CATL, 16% BYD, 12% LG.
No Brasil, podemos atrair ao menos 10 grandes players. Até 2030, estimamos 7 a
8 bilhões de reais de investimento. Com um plano estruturado, esse valor pode
triplicar”.
Ele reforça que a bateria tem
múltiplas aplicações: residencial, veículos elétricos, industriais, comerciais
e portáteis. “É fundamental criar incentivos fiscais, acelerar instalação de
sistemas de armazenamento e garantir segurança elétrica e flexibilidade para
toda a rede”, pontua o executivo. (pv-magazine-brasil)




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