quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Razões pelas quais a energia solar atrás do medidor é benéfica

Dez razões pelas quais a energia solar atrás do medidor é benéfica.

A BTM solar reduz a ocorrência de incêndios, disse Jacobson. A adição da BTM FV reduz a mineração, o processamento e a queima de combustíveis poluentes (combustíveis fósseis e bioenergia) para geração de eletricidade na rede, contribuindo assim para um meio ambiente muito mais limpo.

A energia solar atrás do medidor para residências, empresas e comunidades traz inúmeros benefícios, segundo um artigo do professor de engenharia de Stanford, Mark Jacobson.
Projetos solares geralmente podem ser classificados em duas categorias: são projetos de grande porte, montados no solo e conectados à rede elétrica, ou são projetos menores e distribuídos, normalmente com capacidade de 20 MW ou menos.

Na Califórnia e em muitos outros estados dos EUA, projetos menores e distribuídos, especialmente aqueles localizados atrás do medidor, estão sob ataque de concessionárias de serviços públicos e legislaturas estaduais, frequentemente sendo usados como bode expiatório para as altas tarifas de eletricidade.

Um artigo de 2024 de Mark Jacobson, professor de engenharia civil e ambiental da Universidade Stanford, explica por que devemos apoiar instalações solares atrás do medidor em todo o país.

Projetos solares distribuídos de pequena escala são frequentemente classificados como atrás do medidor (BTM, na sigla em inglês) ou na frente do medidor (FOM), dependendo de como estão conectados à rede.

Os sistemas FOM são conectados às linhas de distribuição da rede e atendem diretamente aos edifícios, minimizando a necessidade de construção de linhas de transmissão adicionais. As linhas de distribuição são conectadas às linhas de transmissão, de modo que a energia solar FOM também pode alimentar o sistema de transmissão com sua eletricidade. Portanto, eles estão sujeitos às mesmas regras de mercado e de conexão à rede que os sistemas fotovoltaicos de concessionárias.

Os sistemas atrás do medidor são normalmente menores que os sistemas FOM e frequentemente são instalados em prédios, sobre estacionamentos, encostas, quintais e terrenos baldios que atendem diretamente aos prédios. Qualquer excesso de produção de eletricidade desses sistemas pode ser enviado de volta à rede e, se o sistema não atender 100% da demanda, pode extrair energia da rede.

“As operadoras de rede geralmente se opõem à energia fotovoltaica distribuída BTM porque seu primeiro impacto é a redução da demanda por eletricidade da rede”, disse Jacobson. “As concessionárias alegam que os clientes restantes devem pagar um custo maior pela demanda restante, principalmente porque o custo fixo do sistema de transmissão e distribuição agora está distribuído entre menos clientes”.
Jacobson apresentou 10 razões pelas quais a energia solar BTM ajuda a todos:

1. A alegação de que a energia solar BTM reduz a demanda por eletricidade e, portanto, aumenta os custos ao distribuir o custo fixo de transmissão e distribuição entre menos clientes, conhecido como “mudança de custo”, ignora a realidade da transição energética. Edifícios, transporte e indústria estão sendo eletrificados. Jacobson afirmou que as necessidades de eletricidade quase dobrarão.

“Mesmo que 25% da demanda total de eletricidade seja atendida por energia fotovoltaica de alta eficiência (BTM), as necessidades totais de eletricidade da rede ainda aumentarão em 50% em comparação com a situação atual. Portanto, a suposição das concessionárias de que um grande crescimento na energia fotovoltaica de alta eficiência reduz a demanda se aplica apenas a baixos níveis de eletrificação, não à eletrificação em larga escala, necessária para lidar com problemas climáticos, de poluição e de segurança energética”, afirmou Jacobson.

2. A energia solar de telhado de BTM não requer novos terrenos, enquanto a energia solar de grande escala requer. Portanto, a energia solar de BTM reduz a necessidade de terrenos e os danos ao habitat.

3. A energia solar de BTM reduz a necessidade de linhas de transmissão e distribuição. Os clientes da rede precisam de linhas de transmissão e distribuição para 100% do seu consumo de eletricidade, e a energia fotovoltaica de concessionárias precisa de linhas de transmissão e distribuição para 100% de sua geração. Os clientes de energia solar de BTM precisam apenas de linhas de transmissão que suportem a demanda extra não atendida por seus painéis solares.

4. Quando a BTM solar é instalada junto a uma bateria, ela produz mais do que o edifício consome, com o excesso de eletricidade sendo enviado de volta à rede. Isso é útil para evitar apagões, principalmente nos dias quentes de verão em regiões onde o ar condicionado é utilizado.

5. Faíscas em linhas de transmissão causaram incêndios florestais devastadores, como na Califórnia e no Havaí. O custo desses incêndios e da instalação subterrânea de linhas de transmissão foi repassado aos clientes na Califórnia. A BTM solar reduz a ocorrência de incêndios, disse Jacobson.

6. A adição da BTM FV reduz a mineração, o processamento e a queima de combustíveis poluentes (combustíveis fósseis e bioenergia) para geração de eletricidade na rede, contribuindo assim para um meio ambiente mais limpo.

7. Ao reduzir as emissões de gases de efeito estufa provenientes de combustíveis poluentes, a BTM FV reduz os danos climáticos tanto para os clientes de energia fotovoltaica distribuída quanto para os clientes da rede.

8. Ao reduzir o uso de combustíveis fósseis, a BTM FV reduz os problemas de insegurança energética associados a combustíveis fósseis.

9. A instalação de energia fotovoltaica de alta eficiência (BTM) cria mais empregos do que a instalação e a operação de energia fotovoltaica de concessionárias e outras fontes de geração de eletricidade em escala de rede, e isso beneficia um estado ou país como um todo.

10. Como a energia fotovoltaica de telhado absorve de 20% a 26% da luz solar que incide sobre ela e a converte em eletricidade, menos luz é absorvida pelo edifício, resfriando-o durante o dia e reduzindo a demanda de eletricidade para ar-condicionado durante o dia. Esse trabalho de resfriamento é maior durante o verão e durante o dia, quando os preços da eletricidade são mais altos.
Jacobson apresentou mais alguns motivos pelos quais a energia solar atrás do medidor é um benefício para os contribuintes em geral, que podem ser lidos aqui. (pv-magazine-brasil)

Risco de apagão no Natal e Ano Novo aumenta urgência de armazenamento

Risco de apagão no Natal e Ano Novo aumenta urgência de armazenamento, alerta Volt Robotics.

A previsão é que o mercado brasileiro de baterias pode atrair até R$ 8 bilhões em investimentos até 2030, valor que pode triplicar, se houver políticas estruturadas de incentivo fiscal e instalação acelerada. A consultoria defende a redução progressiva de impostos de baterias – que hoje pode chegar a 70%.
O setor elétrico brasileiro enfrenta um dilema crítico: excesso de geração de energia nos períodos de baixa demanda, especialmente nos feriados como o Natal e Ano Novo, que podem colocar em risco a estabilidade da rede. Segundo o diretor-geral da Volt Robotics, Donalto Filho, “o sistema pode ficar incontrolável se houver muito sol e pouca carga. Por isso, medidas estruturais e liderança forte são essenciais para reunir agentes e criar soluções de longo prazo, evitando apagar incêndio com soluções pontuais”.

O executivo pontua que a solução estrutural passa pelas baterias, que funcionam como o maestro dessa orquestra elétrica: “A bateria é o maestro, e as fontes geradoras são os instrumentos. Quem consegue fazer essa orquestra tocar de forma coordenada é capaz de trazer estabilidade, reduzir custos e aproveitar melhor toda a energia disponível”, explica.

A instalação de sistemas de armazenamento não é apenas estratégica, mas urgente. Hoje, a tributação sobre baterias chega a 40% a 60%, tornando o investimento menos atraente e retardando a expansão do setor. Uma redução progressiva de impostos, combinada com incentivos para instalação residencial, industrial e em autoprodutores, é vista como fundamental para acelerar a adoção e resolver problemas sistêmicos, como o curtailment, que já gera prejuízos bilionários.
Donato Filho é o diretor-geral da consultoria Volt Robotics.

O potencial de investimento é expressivo. Até 2030, o mercado de baterias pode movimentar R$ 7 a 8 bilhões, valor que pode triplicar com políticas estruturadas de incentivo à produção local e importação de células. Grandes players internacionais já demonstram interesse, e empresas brasileiras como Livoltek, UCB, WEG e Moura também se posicionam para liderar o setor no país.

Com feriados em que é esperada alta geração e baixa demanda se aproximando, a urgência é clara: reduzir impostos, incentivar baterias e coordenar todos os agentes do setor para evitar apagões. O cenário é preocupante mesmo com a promessa do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, de que o governo realizará um leilão para baterias ainda em 2025, em dezembro.

Baterias e a Segunda Onda do setor

O setor solar está presente em quase todos os projetos da Volt Robotics, tanto para autoprodução quanto para análise de compra de energia. Donato destaca que a energia solar é altamente modularizável: “A construção é rápida, o risco é menor e comparando com outras indústrias, como agricultura ou construção civil, a solar é a mais modularizável que existe hoje no mundo. A modularização permite que os processos evoluam rapidamente, repetindo etapas com segurança e aprendizado contínuo”.

Ele acrescenta que o próximo passo do setor envolve baterias, fundamentais para resolver o curtailment, excesso de energia gerada no período da manhã. “A bateria é como uma máquina do tempo: guarda energia e permite injetá-la na rede em outro momento, como no horário de pico. Precisamos incentivar que o consumidor instale painéis e baterias, reduzindo impostos e acelerando a produção local para gerar empregos e riqueza”, defende Donato.

Donato pondera que justamente o avanço da geração distribuída no país cria essa necessidade. “O perfil dos cortes energéticos coincide com o da geração solar. A MMGD gera energia na hora do sol, contribuindo para o excesso de geração matinal. É justo que haja divisão de custos, mas não pode ser a única medida. O acesso à tecnologia de armazenamento deve ser incentivado: quem aderir, reduz desperdício; quem não aderir, arca com custos”.

Segundo ele, a primeira onda do solar no Brasil foi um sucesso, mas já atingiu seus limites. “O modelo de instalar painel e considerar a rede infinita se esgotou. A segunda onda precisa agregar valor adicional, combinando painéis e armazenamento, para equilibrar o sistema e reduzir o custo para todos os consumidores”.
Grandes consumidores, tarifa inteligente e flexibilização

Donato defende soluções que envolvam todos os agentes do sistema: grandes consumidores, transmissoras, distribuidoras e usinas. “Pega os grandes consumidores: podemos traçar uma curva de referência e oferecer energia barata se eles aumentarem consumo de manhã. Fazemos leilões, geradores vendem energia quando sobra. Funciona no atacado, trazendo grandes consumidores para colaborar com os transmissores”.

Além disso, ele propõe tarifas inteligentes. “Distribuidoras podem acelerar medição inteligente e tarifação diferenciada: preço mais baixo de manhã, mais alto no fim do dia. As pessoas podem adaptar suas rotinas, lavar roupa, passar roupa, e economizar, além de carregar veículos elétricos com incentivo tarifário. Outra oportunidade é o Vehicle to Grid (V2G) que ainda é pouco discutido, mas é uma grande oportunidade: carros podem ser carregador e injetar energia na rede em horários estratégicos”.

Donato também destaca a flexibilização das hidrelétricas e térmicas. Se houver incentivo econômico, hidrelétricas podem gerar menos de manhã e mais à tarde, aproveitando preços mais altos. Térmicas inflexíveis também podem se beneficiar de tecnologia e receita extra para serem mais flexíveis. A ideia é ajustar geração e consumo para reduzir cortes e desperdícios, e todos podem ganhar com isso”.

Benefícios sistêmicos da bateria

A bateria é apontada como instrumento central do sistema elétrico. “Ela permite carregar quando o preço está baixo e descarregar quando o preço está alto, respondendo à lei da oferta e da demanda. Ela também ajuda a reduzir picos de consumo e diminuir a demanda contratada, protegendo fábricas de desligamentos abruptos e economizando na rede”.

Segundo Donato, o benefício da bateria se aplica a todos os tipos de agentes, como geradores, autoprodutores e consumidores residenciais. “Cada modelo de negócio usa a bateria de forma diferente: usinas que vendem contratos de leilão querem volume, quem vende no mercado livre quer arbitragem de preço, e autoprodutores podem reduzir encargos ao modular consumo. A bateria é o maestro dessa orquestra elétrica, coordenando geração e consumo de forma eficiente”.
Indústria de baterias no Brasil

Donato projeta crescimento expressivo da indústria de baterias: “Atualmente temos players como Livoltek UCB, WEG e Moura. Internacionalmente, 56% do mercado é CATL, 16% BYD, 12% LG. No Brasil, podemos atrair ao menos 10 grandes players. Até 2030, estimamos 7 a 8 bilhões de reais de investimento. Com um plano estruturado, esse valor pode triplicar”.

Ele reforça que a bateria tem múltiplas aplicações: residencial, veículos elétricos, industriais, comerciais e portáteis. “É fundamental criar incentivos fiscais, acelerar instalação de sistemas de armazenamento e garantir segurança elétrica e flexibilidade para toda a rede”, pontua o executivo. (pv-magazine-brasil)

segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Monitoramento de poeira baseado em inversor de baixo custo para solar em telhados

Pesquisadores na China desenvolveram uma técnica de monitoramento de poeira que depende exclusivamente dos recursos de hardware existentes dos inversores, sem a necessidade de sensores extras ou dados meteorológicos. Testes em painéis fotovoltaicos reais em telhados demonstraram uma precisão superior a 96%.
Pesquisadores na China desenvolveram uma nova técnica de monitoramento de acúmulo de poeira localizada para sistemas fotovoltaicos distribuídos que depende exclusivamente do hardware do inversor existente, eliminando a necessidade de dispositivos adicionais ou conectividade com a Internet.

“Para sistemas fotovoltaicos distribuídos com receitas de geração de energia relativamente modestas, a dependência de dispositivos extras ou serviços externos inevitavelmente aumenta o investimento inicial e estende os períodos de retorno”, explicou a equipe. “Além disso, esses métodos geralmente envolvem procedimentos complexos que são difíceis de implementar por não especialistas. Para atender à necessidade de monitoramento de poeira prático e econômico, este estudo propõe uma abordagem de monitoramento localizado”.

O novo método aproveita a operação de vários painéis dentro da mesma área local, permitindo que o sistema distinga consistentemente os estados de acúmulo de poeira com base em dados operacionais. Nesta configuração, os inversores coletam e filtram dados relevantes, que são então compactados usando um esquema de codificação diferencial (DE) aprimorado aplicado à tensão, corrente e suas durações.

Um modelo de inteligência artificial de unidade recorrente fechada (GRU) subsequentemente extrai recursos e identifica padrões, enquanto um algoritmo agrupa dados em clusters limpos e sujos usando exemplos rotulados. Os resultados diários são agregados estatisticamente e, quando surgem padrões consistentes, o sistema emite um aviso. Os dados coletados antes e após cada operação de limpeza são tratados como instâncias recém-rotuladas, atualizando o conjunto de amostras para monitoramento futuro.

Combate à sujidade em usinas solares durante a estação seca: como o monitoramento de dados otimiza as limpezas e aumenta a eficiência.

Para avaliar o sistema, os pesquisadores testaram três grupos de matrizes fotovoltaicas: Grupo 1 com painéis de silício policristalino de 230 W, sete anos em serviço, topologia 1×13 e capacidade total de 2,9 kW; Grupo 2 com painéis de silício policristalino de 275 W, oito anos em serviço, topologia 2×9 e capacidade total de 4,9 kW; e Grupo 3 com painéis de silício monocristalino de 135 W, dois anos em serviço, topologia 2×6 e capacidade total de 1,6 kW.

Todos os inversores eram do tipo ponte completa trifásica com uma potência nominal de 10 kW. Os dados foram coletados ao longo de 12 dias em condições ensolaradas, nubladas e nubladas, com cada grupo fotovoltaico testado em quatro cenários diferentes de cobertura de poeira simulados usando filmes plásticos com transmitâncias de 85%, 72% e 61%. Dos 302.400 pontos de dados coletados, 4.139 foram retidos após a triagem, com 3.139 usados para treinamento e 1.000 reservados para testes.

O sistema demonstrou uma precisão de 96,5%, ligeiramente inferior à precisão de 98% das abordagens colaborativas de borda de nuvem de referência.

“A abordagem proposta alcança baixo custo, baixa complexidade operacional e alta precisão no monitoramento do acúmulo de poeira, reduzindo assim as despesas de manutenção e gerenciamento de sistemas fotovoltaicos distribuídos e melhorando a lucratividade do proprietário”, concluiu a equipe.

Módulos limpos e sujos em Bahawalpur, Paquistão.

A nova abordagem foi descrita em “Localized dust accumulation monitoring for distributed photovoltaic arrays“, publicado na Solar Energy. A equipe de pesquisa era composta por cientistas da Universidade de Ciência e Tecnologia de Shandong, na China, e da Universidade de Shandong. (pv-magazine-brasil)

Usina fotovoltaica flutuante vertical entra em operação na Alemanha

A desenvolvedora alemã Sinn Power anunciou a conclusão do que afirma ser a maior usina fotovoltaica flutuante do mundo, com painéis solares orientados verticalmente. A empresa disse que seu sistema SKipp-Float oferece vantagens notáveis em termos de resistência a tempestades.

A desenvolvedora alemã SINN Power inaugurou seu primeiro sistema fotovoltaico flutuante vertical do mundo, instalado na pedreira de cascalho de Jais, em Starnberg, Baviera. Com capacidade de 1,87 MW, a usina cobre apenas 4,65% da superfície do lago e tem previsão de gerar cerca de 2 GWh por ano.

A Sinn Power implantou um sistema solar vertical de 1,8 MW em um lago de pedreira no município bávaro de Gilching. A empresa destaca os benefícios ecológicos da configuração do sistema vertical e, talvez surpreendentemente, sua alta resistência a tempestades.

A desenvolvedora alemã Sinn Power anunciou a conclusão do que afirma ser a maior usina fotovoltaica flutuante do mundo, com painéis solares orientados verticalmente.

A empresa disse que seu sistema SKipp-Float oferece vantagens notáveis em termos de resistência a tempestades. A estrutura de montagem é projetada para que os módulos possam desviar sob carga de vento por meio de um sistema de cabos, minimizando a resistência ao vento e, ao mesmo tempo, proporcionando estabilidade significativa contra o movimento das ondas.

O sistema entrou em operação em 21/08/2025 em um lago de cascalho em Gilching, na Baviera, no sul da Alemanha. A Sinn Power anunciou o projeto pela primeira vez em abril do ano passado.

De acordo com as previsões de rendimento, o poço de cascalho pode reduzir suas compras de eletricidade na rede em até 70%, com qualquer eletricidade excedente alimentada na rede pública.

Os módulos solares são dispostos verticalmente em uma orientação leste-oeste com um espaçamento entre linhas de 4 metros. Cada unidade SKipp-Float requer apenas uma base estreita em forma de quilha que se estende por aproximadamente 1,6 metros debaixo d’água.

De acordo com a Sinn Power, a matriz flutuante ocupa apenas 4,65% da superfície do lago, bem abaixo do máximo de 15% permitido pela Lei de Recursos Hídricos da Alemanha.

Além de seu baixo uso da terra, a Sinn Power destaca benefícios ecológicos adicionais. O design do sistema melhora a troca de oxigênio, permite que a luz solar atinja a superfície da água e promove a circulação natural das camadas de água.

A empresa também observou que as boias instaladas antes da construção indicam que a qualidade da água tende a melhorar desde o comissionamento. Aves aquáticas em nidificação foram observadas nos flutuadores e cardumes se reuniram perto dos pesos de reinicialização em forma de quilha.

Esses pesos de reinicialização servem principalmente para uma função estabilizadora: se os módulos se inclinarem sob o vento ou a tensão das ondas, os pesos garantem que eles retornem à posição vertical. A Sinn Power relata que a confiabilidade técnica do sistema patenteado foi confirmada nas primeiras semanas de operação.

A empresa vê aplicações potenciais para seu sistema em qualquer corpo de água artificial durante todo o ano com uma profundidade de 1,6 metros ou mais – particularmente poços de cascalho e lagos de pedreiras que se enquadram na regra de 15% de área da Lei Federal de Recursos Hídricos da Alemanha. Os usuários-alvo incluem empresas com alta demanda de eletricidade ou estratégias de eletrificação planejadas.

Como outros fornecedores de sistemas fotovoltaicos dispostos verticalmente, a Sinn Power enfatiza o perfil de geração favorável tanto para autoconsumo quanto para comercialização de eletricidade na rede.

Já estão em andamento planos para uma segunda fase de expansão, que adicionaria mais 1,7 MW ao local. (pv-magazine-brasil)

sábado, 8 de novembro de 2025

Energia renovável adicionará 1 TW/ano para atingir metas climáticas até 2030

Energia renovável precisa adicionar 1 TW por ano para atingir metas climáticas até 2030.
Para atingir as metas climáticas, o mundo precisa adicionar mais de 1 TW (terawatt) de nova capacidade de energia renovável por ano entre 2024 e 2030. Especificamente, a taxa de instalação anual precisa aumentar para aproximadamente 16,6% entre 2025 e 2030 para triplicar a capacidade instalada global até 2030.

Meta de capacidade: Atingir uma capacidade total de 11.174 GW (ou 11,17 TW) até 2030, que representa a triplicação da capacidade atual de energia renovável.

Meta anual de adição: Adicionar 5,5 TW de nova capacidade renovável entre 2024 e 2030, o que corresponde a uma média de aproximadamente 1 TW por ano.

Taxa de crescimento: Para atingir a meta de 2030, é necessária uma taxa média anual de crescimento de 16,6% entre 2025 e 2030, o que representa um aumento em relação ao crescimento de 15,1% observado em 2024.

Investimento: Para atingir as metas, os investimentos em energias renováveis e na infraestrutura de rede precisam ser significativamente ampliados. Um estudo estima que o investimento total seria de US$12 trilhões até 2030, com uma média de US$2 trilhões por ano de 2024 a 2030.

Responsabilidade: Países como a China e a Índia são vistos como líderes na expansão da capacidade renovável, com a China respondendo por quase 60% da capacidade instalada global entre agora e 2030.

Novo relatório de progresso global aponta gargalos em investimentos, redes e cadeias de suprimentos, pedindo aos governos que estabeleçam metas mais ousadas para as energias renováveis antes da COP30. Apesar dos 582 GW adicionados em 2024, o mundo ainda não está ampliando sua capacidade de geração renovável rápido o suficiente, alerta a Agência Internacional de Energia Renovável.

O mundo está ficando para trás em suas metas de energia renovável e de eficiência energética, apesar do progresso recorde no ano passado, confirma um novo relatório divulgado em 14/10/25 pela Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), a Presidência Brasileira da COP30 e a Aliança Global de Renováveis (GRA) durante um evento de alto nível pré-COP30 em Brasília.

Em 2024, os acréscimos de capacidade renovável global atingiram um número sem precedentes de 582 GW. No entanto, isso ainda não é suficiente para manter-se no caminho certo para a meta do Consenso da COP28 dos Emirados Árabes Unidos de triplicar as energias renováveis para 11,2 TW até 2030. Cumprir essa meta agora exige uma capacidade adicional impressionante de 1.122 GW todos os anos a partir de 2025, exigindo que o crescimento anual acelere para 16,6% ao longo da década, de acordo com o segundo relatório oficial de acompanhamento das metas energéticas históricas estabelecidas pelo Consenso dos Emirados Árabes Unidos na COP28.

O relatório de progresso, cumprindo o Consenso dos Emirados Árabes Unidos: Acompanhamento do progresso para triplicar a capacidade de energia renovável e dobrar a eficiência energética até 2030 também destaca que a eficiência energética é uma preocupação igualmente grande. A intensidade energética global melhorou em apenas 1% em 2024, muito abaixo dos ganhos anuais de 4% necessários para atingir a meta do Consenso dos Emirados Árabes Unidos e manter viva a meta de 1,5°C.

O relatório exige ações urgentes para:

- Integrar as metas de energias renováveis nos planos climáticos nacionais (NDC 3.0) antes da COP30 em Belém;

- Dobrar a ambição coletiva da NDC para alinhar-se à meta global de energias renováveis; e

- Aumentar o investimento em energias renováveis para pelo menos US$ 1,4 trilhão por ano em 2025-2030, mais do que dobrando os US$ 624 bilhões investidos em 2024.

“A revolução da energia limpa é imparável. As energias renováveis são implantadas de forma mais rápida e barata do que os combustíveis fósseis, gerando crescimento, empregos e energia acessível. Mas a janela para manter o limite de 1,5°C dentro do alcance está se fechando rapidamente. Precisamos intensificar, ampliar e acelerar a transição energética justa – para todos, em todos os lugares”, afirmou o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres.

As principais economias avançadas e emergentes do mundo devem assumir a liderança, de acordo com as recomendações do novo relatório. Prevê-se que as nações do G20 respondam por mais de 80% das energias renováveis globais até 2030, e espera-se que as economias desenvolvidas mais ricas do G7 assumam um papel de liderança, aumentando sua participação para cerca de 20% da capacidade global nesta década.

As principais economias globais também precisam cumprir as metas de financiamento climático, atingindo o piso anual de US$ 300 bilhões da nova meta coletiva quantificada (NCQG) e aumentando a escala em direção aos US$ 1,3 trilhão confirmados na COP29 no Azerbaijão.

Além das energias renováveis, o relatório destaca a necessidade urgente de investimentos em redes, cadeias de suprimentos e fabricação de tecnologia limpa para energia solar, eólica, baterias e hidrogênio.

Embora os investimentos em energia renovável tenham crescido 7% em 2024, os desembolsos reais permanecem muito abaixo dos níveis necessários para criar pipelines de projetos robustos e acelerar a construção. Quanto às cadeias de suprimentos, é preciso garantir práticas comerciais justas e transparentes para as tecnologias essenciais de energia renovável e buscar a cooperação internacional para proteger os corredores comerciais de materiais e componentes essenciais.

Além disso tudo, o investimento estratégico na modernização e expansão das redes de eletricidade é a base essencial para a integração de novas capacidades e o fortalecimento da segurança energética. Até 2030, estima-se que US$ 670 bilhões devem ser direcionados anualmente para as redes, com a necessidade de mais investimentos para ampliar rapidamente as soluções de armazenamento de energia, facilitar a integração das energias renováveis e proteger a estabilidade da rede. (pv-magazine-brasil)