segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Brasil da energia fóssil a energia nuclear

Brasil na contramão climática: Da energia fóssil a energia nuclear.
O Brasil se encontra em uma posição de contradição climática ao combinar a expansão do uso de combustíveis fósseis com a defesa da energia nuclear, apesar das metas ambientais. Enquanto o país autoriza a exploração de petróleo na foz do Amazonas e aumenta o uso de gás natural, também busca expandir o programa nuclear. Essa dualidade levanta questões sobre a credibilidade ambiental do país, especialmente às vésperas da COP30.

Contradições na matriz energética e política

Expansão dos fósseis: O Brasil tem avançado no uso de combustíveis fósseis, com destaque para o gás natural e a exploração de petróleo, como na foz do Amazonas, mesmo com os objetivos de descarbonização.

Crescimento do nuclear: Paralelamente, a energia nuclear tem sido vista como uma alternativa "limpa" por não emitir CO2. A defesa dessa fonte é vista por alguns como essencial para a segurança energética, principalmente para compensar a intermitência das fontes eólica e solar, embora haja polêmica sobre os riscos e a gestão de resíduos.

Crise de credibilidade: Essa política de dupla face gera uma crise de credibilidade, pois o país parece seguir uma agenda de desenvolvimento que não é totalmente alinhada com os esforços globais contra as mudanças climáticas.

Enquanto se prepara para sediar COP30, país enfrenta crise de credibilidade com expansão de combustíveis fósseis e declarações belicistas sobre energia nuclear

Licença do Ibama para Petrobras perfurar na Amazônia e declaração do ministro Alexandre Silveira sobre uso bélico de energia nuclear colocam em xeque liderança climática brasileira, semanas antes da COP30.

A queima de combustíveis fósseis (petróleo, gás, carvão) e o desmatamento tem impulsionado as mudanças no clima, que por sua vez ameaçam a sobrevivência humana, e a própria vida no planeta pelos efeitos catastróficos resultantes, conhecidos em todos os continentes. Aliado a este flagelo que atinge a humanidade, o pacifismo caiu em desgraça, e a corrida armamentista convencional e nuclear está em alta devido às tensões internacionais, a luta pelo poder, e por territórios.

O governo brasileiro com a COP30 em Belém do Pará, em plena Amazônia, almeja a liderança climática mundial. Todavia a poucas semanas da reunião duas situações ocorreram, que desmascaram o discurso e a prática do atual governo federal. Por um lado, a autorização concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a Petrobras iniciar a perfuração de um poço exploratório de petróleo (já pleiteia perfurar 3 poços com a mesma licença) na foz do rio Amazonas, em sua margem equatorial brasileira. E o outro evento foi o discurso do ministro de Minas e Energia (MME) Alexandre Silveira, que sem meias palavras propôs o uso bélico da energia nuclear, justificando como estratégia de dissuasão e de garantir a segurança nacional.

Com a licença autorizada pelo Ibama é certa a expansão da exploração do principal responsável pelas emissões de CO2, causador do aquecimento global. Segundo o presidente Lula, para amenizar esta catástrofe anunciada, afirmou “entre fazer pesquisa e tirar petróleo, leva um tempo muito grande, e é preciso novas licenças para você fazer essas coisas”. Talvez ele espere que depois da Petrobras comprovar os estudos que já indicam cerca de 10 bilhões de barris de petróleo (atualmente o Brasil tem uma reserva comprovada de 16,8 bilhões de barris) de reserva acumulada naquela bacia sedimentar, ela recue e deixe o petróleo por lá mesmo. Foi sem nenhuma dúvida, uma enorme derrota da sociedade que se mobilizou, e que em sua maioria não quer a exploração de petróleo no maior rio do mundo.

Há sérios e concretos riscos de danos socioambientais com a abertura de uma nova fronteira exploratória de petróleo na foz do rio Amazonas. Segundo a ciência se houver vazamento de petróleo o resultado será uma tragédia anunciada, que atingirá não somente o Grande Sistema Recifal da Amazônia (GARS), com uma extensão estimada de 56.000 km2 (ecossistema único e rico em biodiversidade, servindo de berçário a várias espécies de peixes), como populações indígenas, quilombolas, colônias de pescadores e suas áreas de pesca artesanal, unidades de conservação, reservas extrativistas, todas próximas à área de exploração. E com o petróleo extraído é mais CO2 na atmosfera, mais efeito estufa, mais aquecimento global, mais destruição da floresta, mais tragédias.

Esta decisão do Ibama, depois de muita pressão e constrangimento político provocado pelo ministro do MME, foi judicializada por uma coalizão composta de 8 organizações de entidades ambientais, indígenas, quilombolas e pesqueiras, cuja ação civil pública impetrada tem como alvo a União e o Ibama. Pede a paralisação imediata das atividades de perfuração e anulação da licença de exploração concedida, alegando falhas técnicas, ausência de consulta livre, prévia e informada, além de violação dos compromissos climáticos assumidos pelo país em convenções e acordos internacionais.

Outro desastre para a imagem do Brasil perante o mundo foi o discurso do ministro Alexandre Silveira, durante a posse dos novos diretores da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN), em 05/09/25 defendendo que o Brasil poderá precisar de armas nucleares para garantir sua soberania e defesa nacional. Assim reacendeu a discussão sobre uso pacifico e bélico da energia nuclear.

A Constituição Federal (CF) de 1988, Artigo 21, inciso XXIII, alínea “a” estabelece que: “toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional”. Também importante a lembrança de que o Brasil é signatário de tratados e acordos internacionais, entre eles o Tratado de não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), o Tratado de Proscrição das Armas Nucleares na América Latina e no Caribe (conhecido como Tratado de Tlatelolco, cujo objetivo é o de garantir que a América Latina e o Caribe não tenham armas nucleares), e o Tratado para Proibição de Armas Nucleares.

As declarações do Ministro Alexandre Silveira sobre energia nuclear, atingem as raias do inverossímil, tornando esta autoridade do primeiro escalão do governo Lula, um dos mais combativos e maior defensor do uso nuclear para fins pacíficos e bélicos.

Como defensor da expansão de usinas nucleares no país propõe reatores modulares pequenos (em inglês, SMRs) na região Amazônica. Todavia omite que tanto do ponto de vista tecnológico, como econômico, enfrentam desafios importantes, sem que se tenha provado a viabilidade econômica, e nem demonstrado seu desempenho operacional. Quanto a continuar as obras da usina nuclear de Angra 3, cujo início oficial da construção foi em 1984, é o principal lobista dentro do governo federal. Obra que tem um custo para sua finalização de R$ 23 bilhões, e cujos equipamentos já comprados estão defasados, ultrapassados, não atendendo os atuais requisitos de segurança. Além da grande voracidade, pois o tesouro nacional despende anualmente R$ 1 bilhão para manutenção do canteiro de obras deste “elefante branco”.

Ao mencionar o uso da energia nuclear para fins de defesa do território e de segurança nacional, o ministro conhecido como o das “boas ideias”, também incentivou um deputado federal de extrema direita a declarar, em alto e bom som, que vai apresentar uma Projeto de Emenda Constitucional (PEC) retirando do artigo 21 da CF a exclusividade do uso pacifico da energia nuclear em território nacional, assim escancarando a possibilidade de o Brasil fabricar a sua bomba atômica. Nada mais surpreende vindo do atual Congresso Nacional, uma das piores legislaturas, infestados de safardanas agindo contra a vontade popular.

Para não desacreditar mais a luta a favor das usinas nucleares, houve uma imediata mobilização dos lobistas da Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN), da Frente Parlamentar Mista da Tecnologia e Atividades Nucleares (grupo de parlamentares oportunistas que apoiam a energia nuclear no Brasil), de acadêmicos beneficiados com o programa nuclear brasileiro, da mídia corporativa; todos unânimes em atacar a proposta do parlamentar extremista. Viram nesta iniciativa como “um tiro no pé”, mais dificuldades aos seus interesses de emplacar a construção de novas usinas nucleares no país. Como é reconhecido, a energia nuclear é amplamente rejeitada pela maioria da população brasileira, e a possibilidade de o país fabricar bombas atômicas só aumentaria a rejeição popular por esta fonte de energia elétrica, e de destruição da vida.

Várias associações científicas também vieram a público para rejeitar e repudiar a proposta da “PEC da Bomba Atômica”, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a Academia Brasileira de Ciências (ABC), a Sociedade Brasileira de Física (SBF) e a Sociedade Brasileira de Química (SBQ). Todavia nada falaram dos resíduos produzidos por usinas nucleares que podem ser usados para a fabricação de artefatos nucleares. Ser contra a fabricação de bombas atômicas, por coerência, também deve ser contra as usinas nucleares.

Inacreditável foi a interpretação que o Estadão Verifica (em parceria com o Projeto Comprova) fez da fala do ministro Silveira. Bem conhecido por suas posições reacionárias, e um ativo defensor da nucleoeletricidade no país, este jornal chegou a publicar que o ministro não falou, o que ele disse.

Brasil na contramão do mundo climático sustentável

A lição de ambos episódios é que o tempo do ministro das “boas ideias” esgotou. Deveria se preocupar mais com outros assuntos de sua pasta ligados às páginas policiais, pela venda de licenças ambientais em Minas Gerais; e explicar melhor como se deu o interesse de um grupo empresarial, sem nenhuma experiência na área, por usinas nucleares. (ecodebate)

Produção de hidrogênio reduzirá o curtailment em parque solar holandês

O projeto H2 Hollandia conectará um eletrolisador de 5 MW a um parque solar existente de 115 MW para produzir cerca de 300.000 kg de hidrogênio verde anualmente. Os desenvolvedores do projeto disseram à pv magazine que o eletrolisador evitará cerca de metade dos níveis atuais de restrição de energia do parque solar.
Parque solar Vloeivelden Hollandia

A construção do maior projeto da Holanda destinado à produção de hidrogênio totalmente verde já começou.

O projeto H2 Hollandia, localizado na província de Drenthe, conectará um eletrolisador de 5 MW ao parque solar Vloeivelden Hollandia, de 115 MW, inaugurado em 2021. Quando estiver em operação, espera-se que o sistema produza aproximadamente 300.000 kg de hidrogênio verde por ano a partir de energia solar.

As empresas holandesas de desenvolvimento Novar e Avitec lideram o projeto com o apoio de um consórcio de fornecedores holandeses de engenharia e tecnologia, incluindo a Plug Power, a Resato Hydrogen Technology, a Van Halteren Technologies e a Summit Renewable Projects, responsáveis pela instalação. A empresa holandesa de energias renováveis Repowered cuida do controle e otimização do sistema, enquanto a parceira de serviços de energia verde Klaer é responsável pela operação e manutenção do sistema.

O projeto H2 Hollandia atingiu o fechamento financeiro em outubro. Ele está sendo financiado por uma combinação de apoio da Novar e da Avitec, subsídios nacionais e regionais e respaldo do Rabobank, com sede em Utrecht, que forneceu financiamento por meio de uma estrutura de empréstimo sob medida.

Jeroen Jansen, líder da equipe de consultoria da Repowered, disse à pv magazine que a combinação de financiamento e a garantia de um comprador para todo o hidrogênio produzido foram os fatores-chave para o fechamento financeiro do projeto. Embora o nome do comprador ainda não tenha sido divulgado publicamente, Jansen afirmou que o hidrogênio será usado regionalmente, e o comprador carregará o hidrogênio em caminhões-tanque de alta pressão, conhecidos como tubetrailers, para transporte até os usuários finais envolvidos em áreas como aplicações de mobilidade local.
Hidrogênio verde pode ser solução para o curtailment

Jansen explicou que a ligação ao parque solar Vloeivelden Hollandia traz benefícios tanto para as instalações de hidrogênio quanto para as de energia solar. A conexão do eletrolisador à rede elétrica, por meio da conexão já existente do parque solar, gerou economia nos custos do projeto, enquanto o uso do eletrolisador permitirá que o parque solar utilize energia atualmente não aproveitada.

“Atualmente, o parque solar tem uma capacidade de conexão à rede de 70 MVA, mas o parque em si tem 115 MW, então há alguma restrição de geração”, explicou Jansen. “Com o eletrolisador, basicamente evitamos 50% dessa restrição, que será usada para produzir hidrogênio. Claro, ele não funciona apenas com a energia proveniente da restrição – funciona em parte com energia proveniente da restrição e em parte com energia solar convencional – mas isso permite que o projeto solar utilize mais energia, o que é bom do ponto de vista da sustentabilidade e para o seu modelo de negócios”.

A diferença de tamanho entre o eletrolisador e o parque solar garantirá que o eletrolisador possa produzir em plena capacidade diariamente, acrescentou Jensen. “Durante o dia, quando o sol está brilhando, o sistema pode produzir uma carga estável porque está na parte inferior do perfil de produção solar”, explicou ele.

Jansen também disse à pv magazine que a perspectiva para a construção de usinas de hidrogênio próximas a projetos de energia solar ou eólica na Holanda é promissora. “Se houver uma empresa industrial que necessite de hidrogênio, ou um centro de mobilidade que queira se instalar junto a uma usina de hidrogênio, esses projetos podem ser limitados pelas tarifas e custos da rede elétrica”, afirmou. “Ter energias renováveis no local é preferível quando se consideram esses custos na Holanda, principalmente porque se espera que eles aumentem nos próximos anos”.

A H2 Hollandia deverá entrar na fase de testes e comissionamento no primeiro semestre do próximo ano e a previsão é de que comece a produzir hidrogênio em algum momento do próximo verão.

Em agosto, os Países Baixos concederam €$ 700 milhões (US$ 820,5 milhões) a 11 empresas em sua segunda rodada de subsídios para projetos de hidrogênio em larga escala. Os projetos contemplados têm uma capacidade combinada de eletrolisadores de cerca de 600 MW.
Holanda injeta €700 milhões em projetos estratégicos de hidrogênio verde para acelerar transição energética.

Recentemente, a Novar estabeleceu sua própria conexão à rede elétrica no local de um projeto que se tornará o maior parque solar da Holanda. Essa conexão permite que a empresa atue como sua própria operadora de sistema de distribuição, conectando-se diretamente à rede de alta tensão. (pv-magazine-brasil)

sábado, 6 de dezembro de 2025

Lula recebe veículos da caravana Rota Sustentável em Brasília

Em 30/10/2025 os veículos que participaram da caravana Rota Sustentável chegaram a Brasília (DF), onde foram recebidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e por outras autoridades do primeiro escalão do governo federal, como parte de um ato organizado pela Be8 e pela Mercedes-Benz.

Idealizada pelas 2 empresas, a caravana está atravessando o país com 4 veículos – um ônibus e um caminhão abastecidos com biocombustível puro fabricado pela Be8 e um ônibus e caminhão idênticos abastecidos com óleo diesel comum. No total, essa frota vai percorrer cerca de 4.000 km entre Passo Fundo (RS) e Belém (PA).

A expectativa é que os veículos cheguem ao destino para a abertura da COP30.

Grupo se dirige à Belém do Pará, onde apresentará o biocombustível desenvolvido no Brasil; para o Planalto, iniciativa simboliza o protagonismo do Brasil na transição energética.

A “Rota Sustentável COP 30 – Do Sul ao Norte com Energia Renovável” fez uma parada em Brasília dia 30/10/25. Os veículos foram recepcionados pelo presidente Lula e pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Dois ônibus e dois caminhões saíram de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, e vão percorrer mais de quatro mil quilômetros até Belém do Pará. Tudo para apresentar um combustível 100% sustentável desenvolvido no Brasil e que pode substituir o diesel e o biodiesel em ônibus e caminhões

A frota roda com o novo biocombustível BeVant, e também com diesel comum misturado a 15% de biodiesel. Os veículos estão carregados com 20 toneladas de alimentos que serão entregues a instituições sociais de Belém.

De acordo com o Governo Federal, o Instituto Mauá de Tecnologia vai medir as emissões e garantir a credibilidade dos dados de consumo dos veículos da Rota Sustentável COP 30, que vão ser apresentados na conferência.

O biocombustível BeVant, desenvolvido pela empresa Be8, pode vir a substituir o diesel comum, sem necessidade de adaptação do motor. O produto reduz em até 99% as emissões de gases do efeito estufa e em 90% a fumaça preta.
Rota verde: caravana sustentável percorreu 8 estados com veículos a biodiesel

Durante a recepção no Palácio do Planalto, Alckmin afirmou que a iniciativa é um exemplo da Nova Indústria Brasil: inovadora, competitiva e sustentável. E o presidente Lula destacou que o Brasil vai ser o campeão de transição energética. (radiogov.ebc)

SP supera marca de mil ônibus elétricos

Meta ainda segue distante. Com a nova entrega de 60 veículos e tecnologia inédita de recarga, a capital paulista, que já detinha a maior frota de ônibus do Brasil, com 14 mil veículos, ultrapassa a marca de mil ônibus elétricos.
Em 03/11/25 a Prefeitura de São Paulo informou ter superado a marca de mil veículos elétricos em sua frota de transportes coletivos. No total, a capital paulista conta com 1.009 ônibus eletrificados – 820 a bateria e 189 trólebus – o que evita a queima de aproximadamente 35 mil m³ de diesel ao ano.

A barreira foi superada com a entrega de 60 novos ônibus durante ato que foi realizado no estacionamento do Estádio do Pacaembu. A cerimônia abriu uma programação idealizada pela Prefeitura para marcar a COP30 – este ano a conferência da ONU sobre mudanças climáticas será realizada em Belém (PA) e tem abertura prevista para 10/11/25.

São Paulo supera a marca de mil ônibus elétricos. Meta ainda segue muito distante

A capital paulista completa a descarbonização de 7,1% de sua frota, a maior do País. Lei Municipal de Mudança do Clima, prevê 6,8 mil ônibus elétricos até 2028.

Com a nova entrega de 60 veículos e tecnologia inédita de recarga, a capital paulista, que já detinha a maior frota de ônibus do Brasil, com 14 mil veículos, ultrapassa a marca de mil ônibus elétricos. Hoje, dos 1009 coletivos elétricos, 820 são movidos à bateria, além dos 189 trólebus, que somados representam uma redução de 35 milhões de litros de diesel por ano, de acordo com a Prefeitura Municipal.

Em nota à imprensa, a Prefeitura de São Paulo comunicou que a entrega dos novos ônibus faz parte de uma programação especial voltada à sustentabilidade, que acontece nesta semana, antecedendo a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30). Uma lista completa da programação do executivo municipal sobre a COP 30 está disponível no site da Prefeitura. Veja aqui a agenda completa.

Elétrico X Convencional

Além dos impactos positivos ao meio ambiente, os ônibus elétricos emitem menos ruídos, reduzindo a poluição sonora, oferecendo inclusive viagens mais confortáveis e reduzindo o impacto no entorno. Apesar de não serem tecnologias exclusivas dos modelos elétricos, os novos veículos anunciados pela Prefeitura de São Paulo contam também com ar-condicionado, tomadas USB, Wi-Fi e um sistema de monitoramento integrado ao programa SmartSampa, uma plataforma municipal de segurança.

Os investimentos fazem parte do Programa de Metas da prefeitura para o período de 2025–2028 e contam com financiamento do BNDES e do Banco do Brasil. Segundo o prefeito Ricardo Nunes, foram mais de R$2,5 bilhões de investimento.

Discurso X realidade

Em 2009 foi sancionada a Lei Municipal de Mudanças Climáticas (Lei nº 14.933/2009), prevendo entre outros pontos, a eletrificação de 50% da frota de ônibus paulistana, ou aproximadamente 6 mil veículos. Embora a marca de mil veículos elétricos seja bastante significativa, ainda faltam 5 mil novos ônibus que deverão ser entregues nos próximos 3 anos, algo realmente difícil de se concretizar. Vale lembrar que a queima de combustíveis é a principal causa de emissões de gases de efeito estufa em São Paulo.

E o Brasil?

Segundo dados da Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano (NTU), até julho deste ano apenas 25 dos 5571 municípios brasileiros possuíam ônibus elétricos em circulação, sendo apenas 6 cidades com mais de 10 veículos do tipo na frota.

A cidade de Curitiba, geralmente lembrada como exemplo de transporte e planejamento urbano adquiriu 54 veículos elétricos na sua primeira aquisição, compondo uma frota de 1189 ônibus. A meta da prefeitura é entregar 138 novos ônibus elétricos até o final do ano. A meta do Plano Municipal de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas (PlanClima) de Curitiba, no entanto, é bastante tímida: eletrificar 33% da frota até 2030, ou seja, pelo menos 391 veículos.

Segundo o Ministério das Cidades, já estão em processo de compra cerca de 2,2 mil ônibus elétricos para atender 92 cidades do País, entre elas Florianópolis (SC), Palmas (TO), Campinas (SP) e Niterói (RJ). Impulsionado pela Conferência do Clima, o Pará deverá receber 503 ônibus, sendo 100 elétricos, para a renovação da frota de municípios como Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Bárbara, Santa Izabel, Castanhal, Parauapebas, Santarém, Belterra e Mojuí dos Campos.

Conforme noticiado pelo Mobilize em agosto (Diesel X Elétricos), um estudo recente do ITDP mostra que o Brasil tem capacidade parta trocar cerca de 14 mil ônibus convencionais por elétricos até 2030. (mobilize.org.br)

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

ISA Energia conecta sua nova usina fotovoltaica

ISA Energia conecta sua nova usina fotovoltaica de 561,70 kWp em Embu-Guaçu/SP.

Concluído em 5 meses, o empreendimento de autoconsumo remoto visa atender até 25 unidades da empresa na região por meio da instalação de 820 módulos fotovoltaicos em uma área de 5 mil m².
Com potência instalada de 561,70 kWp, usina solar é capaz de atender de 20 a 25 unidades consumidoras da própria empresa na região de Embu-Guaçu (SP).

A concessionária de transmissão de energia elétrica, ISA Energia, anuncia a energização de sua terceira usina solar para autoconsumo remoto instalada na Subestação Embu-Guaçu/SP. Concluída em 5 meses, a planta recebeu o investimento de R$ 3,1 milhões e contou com a instalação de 820 módulos fotovoltaicos em uma área de 5 mil m², além de uma cabine técnica de 65 m². Com potência instalada de 561,70 kWp, a usina de geração distribuída atende de 20 a 25 unidades consumidoras da empresa na região, contribuindo para uma redução anual estimada de 66,5 toneladas de CO2.

“Esta nova usina de Embu-Guaçu reforça o nosso compromisso com a modernização e a eficiência da ISA Energia. O projeto amplia a nossa capacidade de geração própria, contribuindo de forma direta para a redução das emissões e para o uso mais inteligente da energia em nossas instalações”, destaca o gerente de Reforços e Melhorias da empresa, Fernando Ruiz.
O sistema solar instalado conta ainda com 4 inversores de frequência de 100 kW com saída em 800 V, além de dispositivo para monitoramento remoto da operação, garantindo confiabilidade e controle sobre a geração de energia.
O empreendimento de Embu-Guaçu se soma a outras 2 usinas da companhia no Estado de São Paulo. A primeira, instalada na Subestação Mogi Mirim III/SP, possui 500 kW de potência e abastece 35 unidades consumidoras da própria empresa, evitando a emissão de aproximadamente 49 toneladas de CO2 por ano. A segunda, na Subestação Assis/SP, tem 214 kWp de potência instalada e atende nove unidades consumidoras da organização, com redução anual estimada de 17 toneladas de CO2.
Como parte dessa jornada, a companhia planeja a implantação de uma nova usina solar em Botucatu/SP), com execução prevista para 2026. “Cada nova usina representa um passo concreto rumo ao compromisso de sermos Net Zero até 2050. A transição energética é uma jornada contínua – a companhia segue comprometida em ser protagonista dessa transformação, gerando valor para a sociedade e para o planeta”, afirma a coordenadora de Sustentabilidade da ISA Energia, Mayara Ribeiro. (pv-magazine-brasil)