quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Mudança crucial para o futuro do Planeta

Do combustível fóssil à energia limpa: Entenda a mudança crucial para o futuro do Planeta.
A transição energética é a mudança gradual de fontes de energia fósseis (como petróleo e carvão) para fontes renováveis e sustentáveis (como solar, eólica e hidrelétrica), impulsionada pela urgência de combater as mudanças climáticas e reduzir a emissão de gases de efeito estufa. No Brasil, essa transição é crucial e oferece oportunidades de investimento e geração de empregos verdes, além de fortalecer sua posição como líder em energia renovável, embora enfrente desafios como a intermitência de certas fontes e a necessidade de modernização da infraestrutura.

O que é

É a substituição de fontes de energia que emitem gases poluentes (fósseis) por alternativas limpas e renováveis.

Envolve a diversificação da matriz energética, com aumento do uso de solar, eólica, biomassa, entre outras fontes.

Busca descarbonizar a economia, melhorar a eficiência energética e mudar padrões de consumo.

Por que é urgente

Combate às mudanças climáticas: A principal motivação é reduzir as emissões de gases de efeito estufa para limitar o aquecimento global, conforme acordos como o de Paris.

Segurança energética: Diminui a dependência de combustíveis fósseis, que são finitos e sujeitos a volatilidade de preços.

Impactos sociais e ambientais: Melhora a qualidade do ar e promove o desenvolvimento econômico e social através de novas tecnologias e empregos.

Impactos e situação no Brasil

Vantagens: O Brasil possui uma matriz energética relativamente limpa (cerca de 89% de renováveis na eletricidade), grande potencial em energia solar e eólica, e é pioneiro no uso de biocombustíveis como o etanol. Isso o coloca em uma posição privilegiada para investimentos globais e desenvolvimento sustentável.

Desafios:

Intermitência: A geração de energia solar e eólica depende das condições climáticas, exigindo soluções de armazenamento e uma rede elétrica mais inteligente e resiliente.

Infraestrutura: A necessidade de novas infraestruturas de transmissão e o aprimoramento da rede para suportar as fontes intermitentes são grandes obstáculos.

Descarbonização de setores: Desafios significativos se apresentam em setores com alta dependência de combustíveis fósseis, como o transporte, onde o país tem alta dependência do modal rodoviário.

Oportunidades: A transição pode gerar empregos verdes, impulsionar o desenvolvimento tecnológico e regional, e posicionar o Brasil como um player importante na economia de baixo carbono.
Neste artigo apresentamos a importância e os riscos da transição energética como uma mudança profunda na forma como produzimos e consumimos energia, buscando reduzir as emissões de gases de efeito estufa que causam o aquecimento global e as mudanças climáticas

A transição energética é um dos temas mais importantes e urgentes da atualidade. Trata-se de uma mudança profunda na forma como produzimos e consumimos energia, buscando reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) que causam o aquecimento global e as mudanças climáticas. Mas o que é exatamente a transição energética e por que ela é necessária e urgente?

A transição energética pode ser definida como a passagem de um modelo energético baseado em fontes poluentes, como os combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural), para um modelo baseado em fontes renováveis, como a hidrelétrica, a eólica, a solar e a biomassa. Essas fontes são chamadas de renováveis porque se regeneram na natureza ou podem ser cultivadas, ao contrário dos fósseis, que são finitos e levam milhões de anos para se formar.

Também envolve outras dimensões, como a eficiência energética, que significa usar menos energia para obter o mesmo resultado; a economia circular, que significa reaproveitar os recursos e evitar o desperdício; a digitalização, que significa usar tecnologias inteligentes para otimizar a geração, o transporte e o consumo de energia; e a descentralização, que significa aproximar os produtores e os consumidores de energia, reduzindo as perdas e aumentando a autonomia.

A transição energética é necessária porque o atual modelo energético é insustentável do ponto de vista ambiental, social e econômico. A queima de combustíveis fósseis é responsável por cerca de 75% das emissões globais de GEE, que provocam o efeito estufa e alteram o clima do planeta. As consequências disso são graves e já podem ser sentidas: aumento da temperatura média, derretimento das calotas polares, elevação do nível do mar, eventos climáticos extremos, perda de biodiversidade, escassez de água e alimentos, conflitos e migrações forçadas.

Transição energética é oportunidade para o Brasil exercer liderança global

A transição energética é urgente porque o tempo para evitar esses cenários catastróficos está se esgotando. Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão científico da ONU, é preciso limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C até o final deste século para evitar os piores impactos das mudanças climáticas. Para isso, é necessário reduzir as emissões globais de GEE em 45% até 2030 e zerá-las até 2050. Isso implica em uma transformação radical do sistema energético mundial.

Esta transformação não é apenas um desafio, mas também uma oportunidade. Ela pode trazer benefícios para o meio ambiente, para a economia e para a sociedade. A transição energética pode contribuir para a preservação dos recursos naturais, para a melhoria da qualidade do ar e da saúde pública, para a geração de empregos verdes e qualificados, para a redução da pobreza e das desigualdades, para a inovação tecnológica e para a segurança energética.

Segundo a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), uma transição energética, baseada em 100% de fontes renováveis até 2050, poderia gerar benefícios econômicos globais de US$ 98 trilhões, além de evitar 6 milhões de mortes prematuras por poluição do ar.

A transição energética é um processo complexo e multidimensional, que requer a participação e o comprometimento de todos os atores envolvidos: governos, empresas, organizações da sociedade civil e cidadãos. Cada um tem um papel a desempenhar nessa transformação. A transição energética é uma escolha coletiva e uma responsabilidade compartilhada. É também uma necessidade urgente e uma oportunidade única.

Riscos da transição energética

A transição energética também envolve riscos e desafios para o setor energético e para a sociedade em geral. Alguns desses riscos são:

– A segurança energética: a transição energética pode afetar a disponibilidade, a confiabilidade e a acessibilidade da energia, especialmente em países que dependem de importações de combustíveis fósseis ou que têm infraestrutura inadequada para integrar as fontes renováveis. Além disso, a transição energética pode aumentar a vulnerabilidade a choques geopolíticos, como conflitos armados, sanções econômicas ou ataques cibernéticos, que podem interromper o fornecimento de energia.

– A competitividade econômica: a transição energética pode exigir altos investimentos em tecnologias, infraestrutura e capacitação, que podem afetar a competitividade das empresas e dos países no mercado global. Além disso, a transição energética pode gerar perdas de empregos e de receitas fiscais em setores ligados aos combustíveis fósseis, que podem não ser compensadas pela criação de novas oportunidades em setores emergentes.

– A justiça social: a transição energética pode gerar desigualdades sociais entre países, regiões e grupos populacionais, que podem ter acesso diferenciado aos benefícios e aos custos da mudança. Por exemplo, alguns países podem ter mais recursos naturais ou financeiros para investir em fontes renováveis, enquanto outros podem ficar dependentes de fontes poluentes ou caras. Da mesma forma, alguns grupos podem ter mais facilidade para se adaptar às novas demandas do mercado de trabalho ou às mudanças nos padrões de consumo, enquanto outros podem ficar excluídos ou marginalizados.

Diante desses riscos, é importante que a transição energética seja planejada e implementada de forma coordenada, consistente e participativa, envolvendo governos, empresas, organizações da sociedade civil e consumidores. Além disso, é preciso que a transição energética seja justa e equitativa, garantindo que ninguém seja deixado para trás e que todos possam contribuir e se beneficiar da mudança.
Transição energética: a mudança de energia que o planeta precisa

A transição energética é um desafio coletivo que requer a participação e o compromisso de todos os atores da sociedade: governos, empresas, organizações não governamentais e cidadãos.

Cada um pode contribuir com suas escolhas e ações para acelerar essa mudança necessária e urgente. Afinal, o futuro do planeta depende da forma como usamos a energia hoje. (ecodebate)

Diversificação e cooperação são urgentes em mundo com demanda crescente por energia

Diversificação e cooperação são urgentes em mundo com demanda crescente por energia, diz IEA.
Diversificação de fontes de energia é parte da solução para a crescente demanda

Diversificação e a cooperação são urgentes devido ao aumento da demanda global por energia, impulsionado pelo crescimento econômico, urbanização e digitalização. Essa abordagem é crucial para garantir a segurança energética, mitigar os efeitos das mudanças climáticas e alcançar um futuro energético mais sustentável e resiliente, especialmente com o avanço das fontes renováveis e tecnologias de inovação, como hidrogênio verde e armazenamento de energia.

Diversificação

Redução da dependência de fontes fósseis: A diversificação da matriz energética com o uso de fontes renováveis (solar, eólica, biomassa) diminui a dependência de combustíveis importados.

Segurança energética: Evita a instabilidade causada por depender de um único recurso ou fornecedor, protegendo contra interrupções de abastecimento.

Estabilidade de preços: Contribui para a estabilidade dos custos de energia a longo prazo.

Cooperação

Inovação tecnológica: A colaboração entre universidades, centros de pesquisa e empresas é essencial para o desenvolvimento de tecnologias mais eficientes e acessíveis, como o hidrogênio verde, o armazenamento de energia e a digitalização de redes.

Cadeias de valor sustentáveis: A cooperação pode criar cadeias de valor sustentáveis que geram empregos e fortalecem economias locais.

Alinhamento de metas: A colaboração internacional permite o alinhamento de metas e a criação de modelos energéticos equilibrados e inclusivos, superando barreiras logísticas e tecnológicas.

Urgência

Crescente demanda: O aumento da demanda por serviços energéticos (mobilidade, aquecimento, refrigeração, dados) e eletricidade é uma tendência comum em todos os cenários energéticos.

Mudanças climáticas: A necessidade de mitigar os impactos das mudanças climáticas torna a transição para fontes mais limpas e sustentáveis uma prioridade global.

Incertezas geopolíticas: A instabilidade geopolítica e os riscos no fornecimento de energia reforçam a necessidade de diversificação para garantir a segurança do abastecimento.

Entre as tendências comuns a todos os cenários do World Energy Outlook 2025, está o aumento da demanda por serviços energéticos incluindo mobilidade; aquecimento, refrigeração, iluminação e outros usos domésticos e industriais; e, cada vez mais, serviços relacionados a dados e inteligência artificial. A demanda por eletricidade também cresce muito mais rápido do que o consumo total de energia em todos os cenários do WEO-2025.
Fontes renováveis de energia, solar e eólica

Países ao redor do mundo estão lidando com ameaças urgentes à segurança energética e riscos crescentes a longo prazo envolvendo uma gama sem precedentes de combustíveis e tecnologias, colocando a energia no centro das tensões geopolíticas como uma questão fundamental de segurança econômica e nacional. Esse cenário é abordado na edição mais recente do World Energy Outlook (WEO) da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), que destaca a necessidade de os governos buscarem maior diversificação de suprimentos e maior cooperação entre si para navegar pelas incertezas e turbulências futuras.

A edição de 2025 do WEO explora três cenários principais, que traçam futuros energéticos distintos, permitindo uma análise das implicações de diferentes escolhas de políticas, investimentos e tecnologias para a segurança energética, a acessibilidade e as emissões.

Entre as muitas tendências comuns a todos os cenários do WEO deste ano, destaca-se a crescente necessidade mundial de serviços energéticos nas próximas décadas – com aumento da demanda por mobilidade; aquecimento, refrigeração, iluminação e outros usos domésticos e industriais; e, cada vez mais, por serviços relacionados a dados e inteligência artificial.

Em particular, um grupo de economias emergentes – liderado pela Índia e pelo Sudeste Asiático, e acompanhado por países do Oriente Médio, África e América Latina – passa a moldar cada vez mais a dinâmica do mercado de energia nos próximos anos. Coletivamente, elas assumem o protagonismo da China, que foi responsável por metade do crescimento da demanda global de petróleo e gás e por 60% do crescimento da demanda de eletricidade desde 2010, embora nenhum país ou grupo de países chegue perto de replicar o crescimento intensivo em energia da China.
Altíssima concentração na cadeia de minerais críticos

Em meio a essas mudanças, os riscos energéticos tradicionais que afetam a segurança do fornecimento de petróleo e gás agora são acompanhados por vulnerabilidades em outras áreas, mais visivelmente nas cadeias de suprimentos de minerais críticos devido aos altos níveis de concentração de mercado. Um único país, a China, é o refinador dominante para 19 dos 20 minerais estratégicos relacionados à energia, com uma participação média de mercado de cerca de 70%. Os minerais em questão são vitais para redes elétricas, baterias e veículos elétricos, mas também desempenham um papel crucial em chips de IA, motores a jato, sistemas de defesa e outras indústrias estratégicas. A concentração geográfica no refino aumentou para quase todos os principais minerais energéticos desde 2020, particularmente para níquel e cobalto. A análise do WEO deste ano sobre a carteira de projetos anunciados sugere que reverter esse processo será lento, exigindo ações mais enérgicas por parte dos governos.

“Quando analisamos a história do setor energético nas últimas décadas, nunca houve um período em que as tensões em relação à segurança energética tenham afetado tantos combustíveis e tecnologias simultaneamente – uma situação que exige o mesmo espírito e foco demonstrados pelos governos quando criaram a AIE (Agência Internacional de Energia) após o choque do petróleo de 1973”, afirmou Fatih Birol, Diretor Executivo da AIE. “Com a segurança energética como prioridade para muitos governos, suas respostas precisam considerar as sinergias e as compensações que podem surgir com outros objetivos políticos – como acessibilidade, acesso, competitividade e mudanças climáticas. Os cenários do World Energy Outlook ilustram os principais pontos de decisão que temos pela frente e, juntos, fornecem uma estrutura para discussões baseadas em evidências e dados sobre o caminho a seguir”.

Aumento acelerado da demanda por eletricidade

A eletricidade é fundamental para as economias modernas, e a demanda por eletricidade cresce muito mais rápido do que o consumo total de energia em todos os cenários do WEO-2025. Os investidores estão reagindo a essa tendência: os gastos com fornecimento de eletricidade e eletrificação do consumo final já representam metade do investimento global em energia atualmente. Atualmente, a eletricidade representa apenas cerca de 20% do consumo final de energia em todo o mundo, mas é a principal fonte de energia para setores que representam mais de 40% da economia global e a principal fonte de energia para a maioria dos lares.

“Análises do World Energy Outlook vêm destacando há muitos anos o papel crescente da eletricidade nas economias de todo o mundo. No ano passado, afirmamos que o mundo estava caminhando rapidamente para a Era da Eletricidade – e hoje está claro que ela já chegou”, disse o Dr. Birol. “Em uma ruptura com a tendência da última década, o aumento no consumo de eletricidade não se limita mais às economias emergentes e em desenvolvimento. O crescimento vertiginoso da demanda por data centers e inteligência artificial também está impulsionando o uso de eletricidade em economias avançadas. O investimento global em data centers deve atingir US$ 580 bilhões em 2025. Aqueles que dizem que ‘dados são o novo petróleo’ notarão que isso supera os US$ 540 bilhões gastos com o fornecimento global de petróleo – um exemplo marcante da natureza mutável das economias modernas”.

Infraestrutura de rede elétrica atrasada em relação à geração

Uma questão crucial para a segurança energética na Era da Eletricidade é a velocidade com que novas redes, sistemas de armazenamento e outras fontes de flexibilidade do sistema elétrico são implementadas. No momento, alguns desses elementos estão atrasados. Os investimentos em geração de eletricidade cresceram quase 70% desde 2015, mas os gastos anuais com a rede elétrica aumentaram a menos da metade desse ritmo.

Embora o ritmo varie entre os diferentes cenários do WEO, as energias renováveis crescem mais rápido do que qualquer outra fonte de energia em todos os cenários, lideradas pela energia solar fotovoltaica. Notavelmente, uma nova análise para o WEO-2025 mapeia a nova geografia da demanda na distribuição dos recursos energéticos globais, mostrando que, até 2035, 80% do crescimento do consumo global de energia ocorrerá em regiões com alta irradiação solar.

Outro elemento comum entre os cenários é a retomada do crescimento da energia nuclear, com investimentos crescentes tanto em usinas tradicionais de grande escala quanto em novos projetos, incluindo pequenos reatores modulares. Após mais de duas décadas de estagnação, a capacidade global de energia nuclear deverá aumentar em pelo menos um terço até 2035.

Óleo e gás continuam crescendo

No WEO-2025, todos os cenários indicam ampla oferta global de petróleo e gás no curto prazo. Os mercados de petróleo já refletem essa situação, com a atual fragilidade geopolítica coexistindo com os preços do petróleo na faixa de US$ 60 a US$ 65 por barril. Uma flexibilização semelhante nos equilíbrios de mercado para o gás natural parece iminente, à medida que novos projetos de exportação de gás natural liquefeito (GNL) entram em operação.

As decisões finais de investimento em novos projetos de GNL aumentaram significativamente em 2025, somando-se à esperada onda de oferta de gás natural nos próximos anos. Cerca de 300 bilhões m3 de nova capacidade anual de exportação de GNL devem entrar em operação até 2030, levando a um aumento de 50% na oferta global disponível de GNL. Cerca de metade dessa nova capacidade está sendo construída nos Estados Unidos e outros 20% no Catar. A demanda por gás natural foi revisada para cima no WEO deste ano, mas ainda há dúvidas sobre para onde irá todo o novo GNL.

A flexibilização dos equilíbrios de mercado de curto prazo para petróleo e gás não é motivo para complacência, observa o relatório. Ambos os mercados permanecem expostos a riscos geopolíticos, e um crescimento mais acelerado da demanda – em resposta a políticas de transição energética menos rigorosas ou a preços mais baixos – pode rapidamente corroer as suas reservas.

Mundo aquém das metas estabelecidas

Em duas áreas críticas de análise de longa data do WEO, o mundo está aquém das metas que estabeleceu para si próprio: acesso universal à energia e mudanças climáticas. Cerca de 730 milhões de pessoas ainda vivem sem eletricidade e quase 2 bilhões dependem de métodos de cozimento prejudiciais à saúde humana. Um novo cenário no WEO-2025 delineia um caminho país a país para alcançar o acesso universal à eletricidade em 2035 – e a métodos de cozimento limpos em 2040, com o gás liquefeito de petróleo (GLP) desempenhando o papel mais importante.

Com os riscos climáticos em ascensão, o WEO-2025 mostra o mundo ultrapassando o aquecimento de 1,5°C em qualquer cenário, incluindo aqueles com reduções muito rápidas de emissões. O setor energético precisará se preparar para os riscos de segurança trazidos por temperaturas mais altas, mas ainda há espaço para evitar os piores cenários climáticos. O cenário atualizado, no qual o mundo atinge emissões líquidas zero até meados do século, prevê que as temperaturas voltem a ficar abaixo de 1,5°C a longo prazo.

Ao mesmo tempo, os sistemas energéticos em todo o mundo já enfrentam os impactos das mudanças climáticas, o que reforça a necessidade urgente de aumentar a resiliência aos crescentes riscos relacionados ao clima, bem como aos ataques cibernéticos e outras atividades maliciosas. Novos dados analisados no WEO deste ano mostram que as interrupções na infraestrutura energética crítica em 2023 afetaram mais de 200 milhões de residências em todo o mundo. As linhas de transmissão de energia se mostraram particularmente vulneráveis, com danos nas redes de transmissão e distribuição representando cerca de 85% dos incidentes. (pv-magazine-brasil)

terça-feira, 16 de dezembro de 2025

Geração solar pode aumentar até 20% com manutenção e limpeza

Geração solar pode aumentar até 20% com manutenção e limpeza, aponta TTS Energia.

A limpeza e a manutenção de usinas solares em telhados e terrenos de empresas podem elevar entre 5% e 20% o nível de geração fotovoltaica, destacam dados da TTS Energia, companhia que atua no ramo de engenharia e construção de projetos de energia solar e outras tecnologias sustentáveis.
Serviço de manutenção em usina solar com tecnologia robotizada da TTS Energia

O CEO da empresa, Jacques Hulshof, alerta que, por outro lado, a ausência de manutenção adequada pode gerar perdas expressivas de produção, reduzir a vida útil dos equipamentos e até causar acidentes graves, como incêndios e queda de módulos em telhados.

As instalações de energia solar nos telhados e terrenos de empresas podem elevar a geração fotovoltaica entre 5% e 20% com a manutenção constante dos equipamentos, estima a TTS Energia, empresa de engenharia e construção de usinas solares e tecnologias sustentáveis. De acordo com a empresa, o monitoramento contínuo da geração, manutenções preventivas e corretivas, zeladoria das áreas de solo e limpeza de painéis solares garantem mais eficiência, segurança e retorno do investimento para os consumidores com projetos instalados.

Por outro lado, conforme pontua o CEO da TTS Energia, Jacques Hulshof, a ausência de manutenção adequada pode gerar perdas expressivas de produção, reduzir a vida útil dos equipamentos e até causar acidentes graves, como incêndios e queda de módulos em telhados.

Manutenção e limpeza periódica das placas solares faz com que elas tenham uma muito maior rentabilidade e durabilidade.

“Embora o Brasil seja um dos países com maior potencial solar do mundo, muitos empreendimentos fotovoltaicos ainda tratam a operação e manutenção (O&M) das usinas com a mentalidade de ‘instalar e esquecer’. Na prática, a O&M não deve ser vista como custo e sim como investimento, já que a fase de operação e manutenção é a mais longa no ciclo de vida de uma usina solar, de cerca de 30 anos, e tem papel fundamental na performance e segurança das instalações”, explica.

Além de reduzir riscos, o serviço de O&M contribui para otimizar o payback dos sistemas. “Um contrato especializado nesse serviço pode representar um aumento significativo na geração e ainda reduzir falhas que comprometem o retorno do investimento. Já registramos casos de usinas que voltaram a operar de forma rentável após assumirmos a manutenção”, ressalta Hulshof.

Com dezenas de contratos de O&M no Brasil, a TTS Energia mantém investimentos constantes em inovação e qualificação técnica para garantir desempenho, segurança e confiabilidade nas usinas atendidas.

TTS Energia possui ainda um conjunto de drones para as inspeções necessárias, que ajuda a identificar falhas térmicas, pontos quentes e anomalias em módulos e inversores, sem necessidade de desligar o sistema, além de robôs de limpeza dos painéis solares, utilizados para garantir maior uniformidade e eficiência na limpeza, reduzindo o consumo de água e evitando danos aos painéis.

Manutenção de placas solares faz com que elas tenham uma maior rentabilidade.

“A combinação de boas práticas com tecnologias de ponta assegura maior confiabilidade, reduz custos de manutenção e amplia a vida útil dos equipamentos, mantendo também a validade das garantias dos fabricantes de módulos e inversores”, conclui o CEO da TTS Energia. (pv-magazine-brasil)

Instituto Maria Claro de Sorocaba instala módulos fotovoltaicos

Instituto Maria Claro de Sorocaba/SP instala módulos fotovoltaicos BIPV da GoodWe.
O Instituto Maria Claro de Sorocaba instalou módulos fotovoltaicos BIPV (Building Integrated Photovoltaics) da GoodWe, especificamente da linha ultraleve Galaxy. O sistema, com 57,62kW de capacidade, usa 172 painéis que podem ser instalados rapidamente (cerca de 3 minutos por módulo), sem perfurar o telhado, para não interromper as atividades escolares. Essa instalação visa a economia na conta de luz e o compromisso da instituição com a sustentabilidade.

Tecnologia: Os painéis são da linha Galaxy da GoodWe e se enquadram na categoria BIPV, sendo integrados ao próprio edifício.

Instalação: O processo foi rápido e não interferiu nas rotinas do instituto, pois os painéis ultraleves não exigem perfurações no telhado.

Benefícios: O projeto busca gerar economia na conta de luz, reduzir a pegada de carbono e aproveitar ao máximo o espaço do telhado, que pode ter pouca sustentação.

Aplicações BIPV: Além da instalação no telhado, a GoodWe oferece outras soluções BIPV, como painéis para fachadas, sacadas e brises.

Com foco em economia na conta de luz, o sistema de 57,62 KW conta com 172 painéis ultraleves da linha Galaxy cuja instalação de 1 módulo a cada 3 minutos não atrapalhou a rotina de estudantes e colaboradores da instituição.

O Instituto Maria Claro, em Sorocaba (SP), concluiu com sucesso a instalação de um sistema de 57,63 kW composto por 172 módulos solares da Linha Galaxy, da GoodWe PVBM, promovendo economia na conta de energia elétrica e reforçando o compromisso da instituição com a sustentabilidade e a energia limpa.

Os módulos da Linha Galaxy pesam apenas 5,6 kg/m² e têm aplicação de vidro temperado de 1,6 mm, que garante resistência a impactos de vento e granizo, proteção contra intempéries e maior durabilidade ao edifício. Sua estrutura permite instalação rápida: cada painel pode ser colocado em cerca de três minutos, sem necessidade de perfurações no telhado, minimizando riscos de infiltração e contribuindo para a preservação da infraestrutura.

A escolha do modelo foi estratégica, considerando sua capacidade de adaptação a telhados com baixa sustentação, o que possibilitou o aproveitamento máximo do espaço e dos recursos do Instituto Maria Claro, sem comprometer a rotina de estudantes e colaboradores. Os painéis também contribuem efetivamente para a redução dos custos operacionais e para a transição energética da instituição.

Instituto Maria Claro de Sorocaba recebe tecnologia de ponta com instalação rápida dos painéis solares ultraleves Galaxy GoodWe PVBM.

Durante a instalação, as atividades educacionais foram mantidas normalmente, refletindo a eficiência da equipe responsável e a versatilidade dos produtos GoodWe PVBM, projetados para integração rápida e segura em ambientes escolares, industriais e comerciais. (pv-magazine-brasil)

domingo, 14 de dezembro de 2025

Proteção da rede elétrica contra condições climáticas extremas

Como proteger a rede elétrica contra condições climáticas extremas.
Para proteger a rede elétrica contra condições climáticas extremas, é preciso realizar obras de infraestrutura como a instalação de redes subterrâneas e o uso de equipamentos mais resistentes e à prova d'água. Além disso, dispositivos de proteção contra surtos (DPS) devem ser instalados para proteger equipamentos contra picos de tensão causados por raios ou outras anomalias, e soluções como nobreaks e filtros de linha podem ser usados em residências e empresas para proteção extra.

Medidas de infraestrutura e equipamentos

Substituição de redes aéreas por subterrâneas: As linhas de energia subterrâneas são mais resistentes a ventos fortes, galhos de árvores e outros detritos que podem causar danos a redes aéreas.

Proteção contra água: Equipamentos como cabos e transformadores devem ser instalados em invólucros à prova d'água e bem vedados para evitar curtos-circuitos e corrosão causados por inundações e alta umidade.

Reforço e modernização de linhas existentes: A modernização e o reforço de linhas de transmissão existentes ajudam a aumentar sua resiliência a eventos climáticos severos.

Proteção em instalações residenciais e empresariais

Instalar um DPS (Dispositivo de Proteção contra Surtos): Este é um equipamento essencial para proteger eletrônicos contra picos de tensão causados por raios ou outros eventos na rede elétrica. Ele desvia a sobrecarga para o aterramento.

Utilizar nobreaks e filtros de linha: Para ambientes como escritórios e residências, nobreaks oferecem uma camada extra de proteção e, em alguns casos, autonomia durante quedas de energia, enquanto filtros de linha básicos podem ser suficientes para proteger equipamentos de baixa potência.

Garantir o aterramento: A conexão correta do fio terra (verde e amarelo) em todas as instalações é fundamental para a eficácia dos dispositivos de proteção e para a segurança.

As normas IEC ajudam a tornar a rede elétrica mais resiliente à medida que o impacto das mudanças climáticas se intensifica.
A rede elétrica deverá ser cada vez miais afetada pelas mudanças climáticas e pelos consequentes eventos climáticos extremos, que, segundo as previsões, se multiplicarão com o aquecimento global. Incêndios, inundações, furacões e até mesmo ondas de calor extremas já estão impactando a transmissão de energia elétrica em todo o mundo. Eventos recentes no Texas, EUA, são um exemplo: chuvas rápidas e intensas danificaram infraestruturas críticas, incluindo subestações e linhas de transmissão, causando interrupções no fornecimento de energia nas áreas afetadas e dificuldades na restauração rápida e eficaz do serviço.

Uma rede elétrica é considerada resiliente quando consegue suportar os efeitos de condições climáticas severas ou, caso estas condições impeçam seu funcionamento, quando é capaz de se recuperar e restabelecer o fornecimento de energia elétrica nas áreas afetadas com maior rapidez e eficácia.

O Departamento de Energia dos EUA afirma o seguinte: “Resistir e recuperar-se rapidamente de eventos climáticos extremos deve ser uma função crítica da rede elétrica atual”.

Capacidade de resistir a condições climáticas extremas

A complexidade no projeto de uma rede elétrica resiliente às intempéries surge dos diferentes tipos de clima extremo: o calor intenso afeta os equipamentos de maneira diferente de inundações, tempestades ou tornados. De acordo com este estudo, que analisa o impacto do calor extremo nas linhas de transmissão na Austrália, se as linhas de transmissão aquecerem demais, a quantidade de corrente elétrica que podem transportar com segurança é reduzida. Como resultado, “classificações de linha mais baixas em toda a rede podem reduzir o fornecimento em dias muito quentes. É também nesses dias quentes que a demanda de eletricidade da comunidade tende a aumentar, portanto, o impacto combinado pode reduzir a confiabilidade do fornecimento de energia”.

A situação pode piorar ainda mais: o calor extremo pode fazer com que o condutor metálico da linha elétrica se expanda, o que, por sua vez, pode fazer com que a linha se curve. Se a curvatura for excessiva, ela pode entrar em contato com a vegetação no solo, causando um curto-circuito e a interrupção da capacidade da linha de conduzir energia, provocando ainda mais cortes no fornecimento de eletricidade.

Outro fator é que o calor extremo aumenta a demanda por eletricidade, já que as pessoas usam mais ar-condicionado. De acordo com a Energy Central, as ondas de calor recordes deste verão no hemisfério Norte, em junho, elevaram a demanda por eletricidade na Europa a níveis comparáveis aos do inverno, forçaram a paralisação de usinas nucleares e hidrelétricas e expuseram novos pontos de pressão na rede elétrica.

Redes inteligentes, linhas de energia subterrâneas e tecnologia à prova d’água

A tecnologia de redes inteligentes é uma forma de lidar com a escassez de eletricidade: se instalada corretamente, ela pode realocar automaticamente o excedente de energia para as áreas onde é necessário – em outras palavras, pode equilibrar a rede. Os dados coletados por sensores e a análise de inteligência artificial (IA) permitem que os operadores detectem problemas assim que surgirem e os solucionem com mais eficácia.

Embora caro, o enterramento de linhas elétricas também é uma forma de lidar com condições climáticas extremas. Muitas linhas elétricas aéreas são antigas e foram instaladas há muitos anos, o que agrava o problema – elas são frágeis e não resistem bem a tornados ou mesmo incêndios. Resta saber se o custo do enterramento das linhas é maior do que o custo do reparo das linhas aéreas. Priorizar as áreas com maior probabilidade de serem afetadas pode ser uma das soluções, em vez de enterrar todas as linhas. Um exemplo é a FPL, uma importante concessionária de energia elétrica da Flórida, que reagiu rapidamente ao furacão Ian, nos EUA, em 2022: dois terços de seus clientes tiveram a energia restabelecida após apenas um dia de interrupção, e isso foi atribuído ao desempenho cinco vezes melhor das linhas de energia subterrâneas da concessionária em comparação com as linhas aéreas no sudoeste do estado norte-americano.

Cabos à prova d’água fabricados com materiais poliméricos de alta qualidade e com juntas bem vedadas também são uma forma de resistir a alguns dos efeitos de inundações. Chuvas torrenciais e enchentes podem causar curtos-circuitos, falhas em subestações e acelerar o envelhecimento do isolamento dos cabos, bem como a corrosão de componentes metálicos. A submersão de transformadores, painéis elétricos ou outros equipamentos críticos pode levar a extensos apagões e representar riscos significativos à segurança. Altos níveis de umidade podem deteriorar as propriedades de isolamento dos cabos. Garantir a impermeabilização dos equipamentos é imprescindível.

Queimadas provocam milhares de interrupções no fornecimento de energia

As microrredes estão se tornando essenciais

Outras medidas incluem o uso de microrredes. Estas podem se conectar e desconectar da rede elétrica principal para operar tanto em modo conectado à rede quanto em modo isolado. Se instaladas em áreas com escassez de energia devido a condições climáticas extremas, podem fornecer energia contínua durante uma queda de energia na rede, por meio do uso de armazenamento de energia ou geradores de reserva/emergência. A instalação de microrredes está se tornando cada vez mais comum: de acordo com a Global Market Insights, o mercado global de microrredes foi avaliado em US$ 22,9 bilhões em 2024 e deverá apresentar uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 19,2% entre 2025 e 2034, devido à crescente demanda por resiliência energética, adoção de energias renováveis e políticas ambientais mais rigorosas.

As microrredes também são ferramentas essenciais para ajudar as concessionárias de energia a se recuperarem de uma interrupção global. O Japão está regularmente exposto a condições climáticas extremas, bem como a frequentes terremotos. Mesmo antes do desastre nuclear de Fukushima, o país já havia investido em tecnologia de microrredes, o que lhe permitiu enfrentar melhor os enormes desafios causados pelo terremoto e pelo tsunami subsequente.

A cidade japonesa de Sendai utilizou sua microrrede para manter serviços essenciais como eletricidade, telecomunicações e água para hospitais, lares de idosos e outras estruturas imediatamente após o terremoto de 2011. Como a rede de gás da cidade permaneceu intacta, geradores a gás puderam funcionar como a principal fonte de energia para a microrrede.
As normas IEC são um pré-requisito

Uma vasta gama de normas da IEC garante que a eletricidade seja gerada e transmitida às nossas casas com segurança. Elas abrangem linhas aéreas, cabos, condutores elétricos, isoladores, transformadores de potência, entre outros. Um comitê técnico da IEC, o IEC TC 14, publica a norma IEC 60076, que cobre todos os aspectos relacionados a transformadores, desde métodos de ensaio até guias de carga e métodos de medição de perdas, por exemplo. As normas da IEC também auxiliam as concessionárias de energia na implementação de tecnologias energeticamente eficientes, desde transformadores de alta eficiência até condutores mais eficientes em termos energéticos.

Outras iniciativas pavimentam o caminho para a digitalização e a automação da rede elétrica. As normas para redes inteligentes são desenvolvidas pelo IEC TC 57. Este comitê publica a série IEC 61850, publicações essenciais aplicáveis à implementação e interoperabilidade de redes inteligentes, incluindo, por exemplo, a automação de subestações, conforme especificado na IEC 61850-4. O IEC TC 8 publica diversos documentos que especificam o projeto e o gerenciamento de microrredes. A norma IEC TS 62898-1 estabelece diretrizes para o planejamento e a especificação de projetos de microrredes.

Publicada por um comitê conjunto da IEC e da ISO que prepara normas para a IoT, a ISO/IEC 30101 trata de redes de sensores e suas interfaces com a rede inteligente. De forma mais abrangente, a IEC 63515 é um relatório técnico que fornece uma estrutura conceitual para a resiliência de sistemas de energia. Essa estrutura define a terminologia para resiliência, métricas para avaliar a robustez da rede, métodos para identificar pontos fracos e estratégias para melhorar a resiliência (como redundância, descentralização e funcionalidades de redes inteligentes).

Devemos proteger eletrônicos de raios e apagões na rede elétrica

Esses documentos essenciais permitem que a rede elétrica funcione da melhor maneira possível e supere os desafios das mudanças climáticas.

A Comissão Eletrotécnica Internacional (IEC) é uma organização global sem fins lucrativos que reúne 174 países e coordena o trabalho de 30.000 especialistas em todo o mundo. As normas internacionais da IEC e a avaliação da conformidade são fundamentais para o comércio internacional de produtos elétricos e eletrônicos. Elas facilitam o acesso à eletricidade e verificam a segurança, o desempenho e a interoperabilidade de dispositivos e sistemas elétricos e eletrônicos, incluindo, por exemplo, dispositivos de consumo como telefones celulares ou geladeiras, equipamentos de escritório e médicos, tecnologia da informação, geração de eletricidade e muito mais. (pv-magazine-brasil)