Equilibrando
perdas elétricas e custo benefício na recarga de VEs abastecida por solar e
BESS.
O
método proposto combina dois componentes: otimização e hierarquização. O
primeiro componente otimiza a localização das estações de carregamento de
veículos elétricos (EVCS) dentro de um sistema de distribuição radial padrão
IEEE de 33 barras, juntamente com o dimensionamento do sistema fotovoltaico e
do sistema de armazenamento de energia em baterias (BESS). O segundo componente
determina a ordem em que os veículos elétricos são carregados.
“Esta
pesquisa aborda o caos otimizando a localização e a operação das estações nas redes
de distribuição, garantindo um fluxo de energia eficiente e, ao mesmo tempo,
reduzindo as emissões e os custos”, afirmou a equipe em comunicado. “Ao superar
esses obstáculos, ela abre caminho para um transporte sustentável que não
sobrecarrega nossas redes elétricas antigas, tornando os veículos elétricos uma
opção viável para todos, desde quem usa transporte público na cidade até quem
faz viagens de longa distância”.
Otimização
A parte de otimização do método baseia-se no algoritmo de otimização multiobjetivo da rêmora (MOROA), que se inspira na forma como o peixe rêmora se move e se fixa a animais marinhos maiores. Para determinar o tamanho ideal do sistema fotovoltaico (PV) e do sistema de armazenamento de energia em baterias (BESS), o modelo primeiro inicia uma “busca livre”, que representa uma busca global com saltos significativos. Em seguida, realiza pequenos ataques, assim como o animal, localizando melhor a área da solução. Finalmente, o modelo passa para o estado de “exploração”, refinando a melhor solução encontrada.
Hierarquização de pedidos de recarga
Quanto
à parte de hierarquização do método, o sistema utiliza o processo de hierarquia
analítica (AHP) para verificar se pode oferecer uma vaga de carregamento a um
veículo elétrico. Inicialmente, é necessário fazer uma solicitação por meio de
um aplicativo para celular. Em seguida, o sistema considera diversos parâmetros
para determinar a alocação, incluindo o horário de chegada ao ponto de recarga,
o horário de partida (considerando um tempo de carregamento de cinco horas), o
estado de carga, o estado de carga desejado, a distância do veículo elétrico
até o ponto de recarga e a disponibilidade de vagas. Um algoritmo atribui uma
pontuação normalizada a cada parâmetro, com base na qual a decisão é tomada
para o motorista.
“O mecanismo de classificação por peso significa menos sobrecarga na rede elétrica, o que se traduz em menos apagões e tarifas de eletricidade mais baixas para as comunidades”, explicou a equipe. “Os proprietários de veículos elétricos desfrutam de carregamentos mais rápidos e baratos, enquanto os operadores de estações aumentam seus lucros por meio da integração otimizada de sistemas fotovoltaicos e de armazenamento de energia em baterias. Do ponto de vista ambiental, a minimização das emissões apoia as metas globais de neutralidade de carbono, evitando potencialmente toneladas de CO2 anualmente em áreas com alta adoção de veículos elétricos”.
Testando a metodologia
Para
testar seu método, os pesquisadores realizaram uma simulação em MATLAB de um
sistema IEEE de 33 barras. Eles posicionaram dois EVCSs — EVCS 1 e EVCS 2 — na
rede, cada um com sistemas BESS e PV dimensionados de forma otimizada. O EVCS 1
foi projetado para acomodar 40 veículos elétricos e o EVCS 2, 80. No entanto,
eles receberam solicitações de carregamento simultâneas de 80 e 150 veículos
elétricos, respectivamente. A simulação considerou 3 tipos de veículos: um MG
Comet com bateria de 17,3 kWh, um Tata Tiago com bateria de 19,2 kWh e um Citroën
eC3 com bateria de 29,2 kWh.
Os
cientistas testaram 4 cenários no barramento IEEE 33: um caso base sem nenhuma
adição ao barramento (caso 1); o barramento IEEE 33 com 2 EVCS (caso 2); o
barramento IEEE 33 com 2 EVCS e painéis fotovoltaicos (caso 3); e, finalmente,
o barramento IEEE 33 com 2 EVCS, painéis fotovoltaicos e sistemas de
armazenamento de energia em baterias (caso 4). Em todos os casos que exigiam
EVCS, o projeto MOROA instalou um EVCS no barramento 29 e o EVCS 2 no
barramento 11. Em todos os casos que exigiam painéis fotovoltaicos, a
instalação consistia em 514 módulos de 5 kW cada na primeira estação e 318
módulos da mesma capacidade na segunda estação. O EVCS 1 exigia 90 sistemas de
armazenamento de energia em baterias com capacidade de 18 kWh cada, e o EVCS 2
exigia 92 sistemas de armazenamento de energia em baterias.
No
Caso 1, a perda total de energia foi de 2.206,88 kW. Nos demais casos, os
valores foram de 2.417,97 kW, 1.604,01 kW e 1.591,52 kW para os Casos 2, 3 e 4,
respectivamente. As emissões da rede a montante foram de 34.055,24 kg,
35.543,88 kg, 24.926,55 kg e 25.056,24 kg, respectivamente. Os custos
correspondentes para cada configuração foram de 92.629.901,34 INR (US$
1.045.566,50), 96.952.067,57 INR, 161.078.952,90 INR e 164.542.048,50 INR,
respectivamente.
“Essa abordagem baseada no MOROA pode revolucionar o planejamento urbano, integrando sistemas inteligentes de armazenamento de energia elétrica (EVCS) em cidades inteligentes, onde combinações de sistemas fotovoltaicos e de armazenamento de energia em baterias (PV-BESS) atendem às demandas em tempo real de grandes frotas de veículos elétricos”, concluíram os cientistas. “Pesquisas futuras podem incorporar inteligência artificial para modelagem preditiva do tráfego de veículos elétricos ou energias renováveis híbridas, como a eólica, aumentando a resiliência contra a variabilidade climática. Ao refinar as incertezas nos comportamentos dos veículos elétricos — como chegadas aleatórias —, iterações futuras poderiam otimizar redes maiores, como os sistemas de 69 ônibus do IEEE, reduzindo ainda mais os custos e as emissões para uma transição perfeita para o transporte eletrificado em todo o mundo”.
Pontos de recarga com painéis fotovoltaicos e a presença de carregadores para carros elétricos tem se espalhado pelas cidades e rodovias Brasil a fora. Muitos deles permitem um carregamento rápido de 30 minutos, podendo abastecer dois veículos de uma vez. (pv-magazine-brasil)




Nenhum comentário:
Postar um comentário