O entendimento vem com o nível cultural e intelectual de cada pessoa. Aprendizagem, conhecimento e sabedoria surgem da necessidade, da vontade e da perseverança em agregar novos valores aos já existentes.
quarta-feira, 18 de junho de 2025
segunda-feira, 16 de junho de 2025
sábado, 14 de junho de 2025
quinta-feira, 12 de junho de 2025
Governo propõe reforma no setor elétrico com maior tarifa social e abertura do mercado a todos
Governo propõe reforma no
setor elétrico com tarifa social ampliada e abertura do mercado a todos os
consumidores.
Entre os destaques está a
criação de uma nova Tarifa Social, que prevê gratuidade na tarifa em casos de
consumo de até 80 kWh por mês para famílias de baixa renda. A medida pode
beneficiar cerca de 17 milhões de famílias, sendo que 4,5 milhões teriam a
conta de luz integralmente zerada.
Tarifa Social mais ampla
Entre os destaques está a
criação de uma nova Tarifa Social, que prevê gratuidade na tarifa em casos de
consumo de até 80 kWh por mês para famílias de baixa renda. A medida pode
beneficiar cerca de 17 milhões de famílias, sendo que 4,5 milhões teriam a
conta de luz integralmente zerada. Para famílias com renda um pouco superior —
entre meio e um salário mínimo per capita — seria concedido um desconto social,
com isenção da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) no consumo de até 120
kWh por mês.
Segundo o MME, o objetivo é
simplificar as regras atuais, consideradas complexas e defasadas, e garantir o
acesso à energia elétrica como um direito básico. O custo estimado das medidas
é de R$ 3,6 bilhões por ano, que será diluído entre os demais consumidores
regulados, gerando um impacto médio de 0,9% na conta de luz.
Ideia é a de oferecer ao
consumidor liberdade de escolha semelhante ao que ele tem hoje em serviços de
telefonia, internet e bancos; isenção de pagamento pode chegar a 60 milhões de
pessoas.
Abertura total de mercado
Outra frente importante da
proposta é a abertura total do mercado de energia elétrica, prevista para
ocorrer em duas etapas: a partir de março de 2027 para indústrias e comércios,
e de março de 2028 para os demais consumidores. A medida permitirá que qualquer
cidadão escolha seu fornecedor de energia, em um modelo semelhante ao adotado
nas telecomunicações.
Para viabilizar a mudança, o governo propõe a criação de novos mecanismos, como tarifas flexíveis (pré-pagas, binomiais ou horárias), um Supridor de Última Instância para garantir fornecimento em caso de falência de comercializadoras, e encargos para cobrir eventuais custos operacionais das distribuidoras.
Distribuição de encargos
O terceiro eixo da reforma
busca corrigir distorções na distribuição de encargos entre consumidores do
mercado livre e regulado. Entre as medidas propostas estão o rateio igualitário
da energia gerada pelas usinas nucleares de Angra 1 e 2, a cobrança
proporcional da CDE com base no consumo total (e não no nível de tensão), e o
fim de subsídios cruzados entre classes de consumidores.
A proposta também propõe
restringir o uso indevido do modelo de autoprodução de energia, que vem sendo
utilizado por grandes empresas para reduzir encargos, muitas vezes sem cumprir
os requisitos originais da legislação.
O texto ainda prevê medidas
para destravar o pagamento de débitos no Mercado de Curto Prazo (MCP) e a
manutenção de descontos para irrigação e aquicultura em horários específicos.
(pv-magazine-brasil)
MME quer zerar consumo de energia em prédios públicos
MME prorroga CP para zerar
consumo de energia em prédios públicos.
Propostas técnicas poderão
ser enviadas até 11/07/2025 pelo site do Programa Nacional de Conservação de
Energia Elétrica (Procel).
Governo prorroga chamada
pública de R$ 100 milhões para transformar prédios públicos em modelos de
eficiência energética.
Programa Procel Energia Zero estende prazo de inscrição até 11/07/2025 e abre oportunidade para que gestores de todo o Brasil acessem recursos destinados à modernização energética de edifícios públicos
Prédios públicos, como o Edifício Matarazzo, sede da Prefeitura Municipal de São Paulo, também são elegíveis para concorrer a Chamada Pública do Procel - Guilherme Cunha/SMTUR
O Ministério de Minas e
Energia (MME), por meio da Empresa Brasileira de Participações em Energia
Nuclear e Binacional (ENBPar), prorrogou por mais dois meses a Chamada Pública
Procel Energia Zero em Prédios Públicos. Segundo a instituição vinculada ao
ministério, as propostas técnicas poderão ser enviadas até 11/07/2025 pelo site
oficial para que gestores federais, estaduais, municipais e distritais possam
ter acesso aos R$ 100 milhões disponíveis para a eficientização de edificações
existentes por meio de reformas e da instalação de geração distribuída
renovável.
Para o secretário Nacional de Transição Energética e Planejamento, Thiago Barral, a ampliação do prazo da consulta pública contribui para a atração de mais e melhores projetos para essa chamada. “Nosso objetivo é avançar no desenvolvimento de edificações altamente eficientes e que, em certas condições, combinam também geração distribuída. O Brasil tem a oportunidade de usar edifícios públicos para liderar a consolidação de expertise e experiência em aplicação do conceito de edifícios ‘energia zero’, servindo de exemplo e beneficiando todo o setor da construção civil e, principalmente, gerando economia ao longo da vida útil da edificação para os seus usuários”, afirmou.
Os recursos disponibilizados pelo Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), serão investidos prioritariamente em prédios administrativos e das áreas de educação e saúde nas três esferas de governo. “Ficamos felizes que esta chamada tem tido o interesse de muitos gestores que tiveram dúvidas e solicitaram esclarecimentos, assim decidimos prorrogar para que eles consigam realizar propostas técnicas mais consistentes e submeterem no site da chamada pública”, disse o gerente do Procel, George Soares.
Dos R$100 milhões, R$25
milhões serão destinados a municípios gaúchos em razão da tragédia ambiental
vivida em maio/2024. Os R$75 milhões restantes serão distribuídos igualmente
entre estados das regiões Norte, Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul,
considerando-se, para a última região, municípios do Paraná, de Santa Catarina
e as cidades do Rio Grande do Sul não incluídas no decreto de calamidade
pública.
Os projetos inscritos têm que
estar voltados para a redução do consumo de energia de prédios existentes, com
o uso de estratégias para a melhoria da eficiência energética do prédio e
incentivos à geração de energia renovável, sem redução do conforto das pessoas
que utilizam os espaços públicos.
Serão selecionados projetos com as melhores estratégias de aprimoramento de desempenho energético dos sistemas em uso de forma combinada com a inserção de tecnologias de geração de energia renovável local integrada à edificação. Pelas regras da chamada pública, um projeto de retrofit bem-sucedido será aquele que reduzir o consumo de energia original da edificação entre 90% e 110%. A partir de 100%, o imóvel reformado estaria gerando mais energia do que a necessária para o consumo de todo funcionamento.
Para concorrer aos recursos, os prédios deverão ter sido construídos há pelo menos 12 meses, ter área construída mínima de 500 m² e estarem ocupados ou operacionais. Edifícios onde funcionem serviços de saúde, educacionais e administrativos terão um acréscimo de 20% na nota final pelo caráter estratégico e pelo alto potencial de economia de energia. (gov.br)
SENAI e TotalEnergies inauguram usina fotovoltaica para estudar eventos extremos
Instituto
SENAI e TotalEnergies inauguram usina fotovoltaica de 200 kWp para estudar
eventos extremos.
As
pesquisas serão conduzidas em Natal, no Rio Grande do Norte, onde 380 módulos
solares, de diferentes tecnologias, foram instalados em uma área de 4.400 m2,
equivalente a mais da metade de um campo de futebol. A capacidade de geração de
energia instalada é de 200 kWp. O início da operação está previsto para o
segundo semestre deste ano.
A
usina fotovoltaica piloto está inserida no projeto “Desenvolvimento de
Plataforma para Estudos Operacionais e Análise da Ocorrência e Impactos de
Eventos de Irradiância Extrema no Desempenho de Usinas Fotovoltaicas em
diferentes climas”, fruto do acordo de cooperação firmado entre a TotalEnergies
e o ISI-ER, em fevereiro/2024.
“Nosso
propósito é fornecer energia mais acessível, mais confiável e mais sustentável
para o maior número possível de pessoas: este projeto-piloto está totalmente
alinhado com esse compromisso para a transição energética e a ambição
tecnológica que a sustenta”, afirmou o diretor de Pesquisa &
Desenvolvimento (P&D) da TotalEnergies EP Brasil, Samuel Cunha.
Um
dos fenômenos que serão investigados na usina-piloto, a “sobre irradiância” ou
“irradiância extrema”, tem afetado grandes usinas de geração em todo o país,
causando danos aos equipamentos devido ao seu superaquecimento e comprometendo
a confiabilidade na geração de energia.
Tal
fenômeno ocorre quando, após a passagem de nuvens, os raios solares se
concentram em uma área específica da usina fotovoltaica, com efeito semelhante
ao de uma lente de aumento. Para melhor lidar com esse problema, são
necessários mais dados sobre a sua natureza e efeitos, que serão adquiridos por
meio dessa planta piloto.
“Quando o fenômeno ocorre, os raios incidem sobre os módulos fotovoltaicos com uma potência superior à que eles podem suportar, o que, na prática, pode gerar ‘pontos quentes’ e danificar os equipamentos”, explica Antonio Medeiros, coordenador de Pesquisa & Desenvolvimento do ISI-ER.
O projeto pretende responder a questões sobre a frequência do evento, em que época do ano é mais comum e que consequências traz ao setor. “A usina piloto está completamente configurada para trazer informações a respeito”, diz a pesquisadora líder do Laboratório de Energia Solar do Instituto e coordenadora do projeto, Samira Azevedo.
Ela
explica que o fenômeno pode superaquecer os equipamentos, danificá-los e
comprometer a geração de energia. Com o impacto sofrido, os módulos podem
queimar ou apresentar falhas, reduzindo a produção de energia esperada nos
empreendimentos.
A
intenção, segundo as instituições envolvidas, é ter a usina piloto funcionando
como um grande laboratório de testes a céu aberto para o setor elétrico. A
infraestrutura foi instalada no Hub de Inovação e Tecnologia do SENAI-RN, em
Natal, complexo que sedia o ISI-ER.
O
Sistema de geração de energia é composto por módulos monofaciais e bifaciais,
com diferentes tecnologias de células fotovoltaicas, possibilitando análises
comparativas do desempenho em diversas condições. Estrutura de fixação e tipos
de inversores também variam, abrindo perspectivas para diferentes tipos de
avaliação sobre eficiência e adaptação de cada configuração, bem como para
análises detalhadas do comportamento dos sistemas de conversão de energia.
A
estação meteorológica presente na infraestrutura é equipada com sensores de
medição e instrumentos para monitoramento da irradiância solar, temperatura,
distribuição espectral e caracterização das nuvens.
Com essa instrumentação avançada, será possível correlacionar fatores ambientais com o desempenho das diferentes tecnologias de módulos fotovoltaicos, permitindo uma compreensão aprofundada dos impactos climáticos na geração de energia.
A infraestrutura está em fase final de execução para início da operação. A energia gerada vai abastecer os principais laboratórios do ISI-ER, contribuindo para a redução de custos operacionais e a sustentabilidade das atividades de pesquisa. (pv-magazine-brasil)
terça-feira, 10 de junho de 2025
Integração da energia solar com a mobilidade elétrica
A integração da energia solar
com a mobilidade elétrica: tendências e perspectivas.
Com a eletrificação do
transporte, a demanda por energia elétrica tende a crescer. Se essa energia for
de origem limpa, os benefícios ambientais da mobilidade elétrica se ampliam
consideravelmente. Nesse cenário, o uso de sistemas solares fotovoltaicos para
abastecer veículos elétricos — seja em residências, comércios, rodovias ou
infraestruturas públicas, surge como uma estratégia de descarbonização
eficiente, econômica e descentralizada.
O avanço da mobilidade
elétrica solar no Brasil
No Brasil, diversos projetos
demonstram que a combinação entre mobilidade elétrica e energia solar não
apenas é viável, como também estratégica. EDP desenvolveu no Ceará o primeiro
ônibus elétrico movido 100% por energia solar. A iniciativa inclui uma estação
de recarga fotovoltaica com baterias de lítio e gerou um modelo replicável para
frotas públicas. Veículo possui autonomia de até 300 quilômetros e tem servido
de referência para municípios que desejam eletrificar seu transporte coletivo
com base em fontes renováveis.
Parceria entre a chinesa BYD
e a Raízen prevê a instalação de mais de 600 eletropostos em 8 grandes cidades
brasileiras. O projeto visa não apenas ampliar a infraestrutura, mas também
integrar energia solar gerada em unidades da Raízen e de parceiros. Embora
ainda sejam necessários ajustes regulatórios, iniciativas assim ajudam a
democratizar o acesso à recarga elétrica com baixa pegada de carbono.
Em menor escala, mas com grande valor simbólico e técnico, destacam-se os projetos-piloto de boxes solares para recarga veicular em universidades e centros de pesquisa. Um exemplo é o da Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP), em SC, onde painéis solares e baterias alimentam um ponto de recarga veicular comunitário. A proposta reforça o conceito de microgeração local, associada à mobilidade elétrica de forma descentralizada e resiliente.
Tendências tecnológicas e desafios
O avanço das tecnologias
associadas à integração solar-mobilidade abre caminhos antes impensáveis. Uma
das principais tendências é o uso de sistemas de recarga bidirecional,
especialmente os modelos Vehicle-to-Home (V2H) e Vehicle-to-Grid (V2G). Nesses
sistemas, o veículo se transforma em uma espécie de bateria ambulante, podendo
abastecer uma casa ou até devolver energia à rede elétrica em horários de pico,
o que colabora para a estabilidade do sistema e reduz custos operacionais.
No Brasil, testes com o Nissan LEAF e sistemas V2H já ocorrem em parceria com universidades. Embora a aplicação ainda enfrente entraves regulatórios e logísticos, a perspectiva de popularização é real, especialmente se aliada à geração fotovoltaica residencial.
Mobilidade e Sustentabilidade: Nissan LEAF em Aplicação V2H (Vehicle to Home).
Outra frente importante é a
digitalização da infraestrutura. Sensores, softwares de gestão energética e
plataformas em nuvem têm sido usados para prever padrões de carregamento,
otimizar o uso da energia solar gerada e evitar sobrecargas na rede. Com redes
elétricas mais inteligentes (smart grids), a integração entre geração,
armazenamento e consumo se torna mais dinâmica, segura e eficiente.
Apesar dos avanços, persistem desafios. O custo inicial de aquisição de veículos e sistemas solares, embora em queda, ainda é um obstáculo para muitas famílias e empresas. A infraestrutura de recarga ainda é incipiente fora dos grandes centros. E, mais importante, falta uma política nacional articulada que conecte os pilares da eletromobilidade à expansão da energia solar descentralizada.
Veículos elétricos: Impulsionados pela energia solar por assinatura
Exemplos internacionais e
aprendizados
Fora do Brasil, experiências
consolidadas mostram que é possível — e desejável — avançar nessa integração.
Na Alemanha, a comunidade Solar Settlement, em Freiburg, reúne residências com
painéis solares, veículos elétricos e uma rede de distribuição energética
local. A energia excedente é injetada na rede, e os moradores usam os veículos
também como suporte energético para emergências e consumo noturno.
No Japão, cidades como
Kitakyushu transformaram edifícios públicos em hubs de recarga alimentados por
energia solar. Durante desastres naturais, veículos elétricos equipados com V2H
funcionam como fonte alternativa de energia para hospitais e escolas. Esse
modelo já é previsto no planejamento urbano como parte da resiliência
climática.
Nos Estados Unidos, a Tesla
criou postos de recarga ultrarrápida (Superchargers) conectados a usinas
solares e bancos de baterias Powerpack. Essas estações operam parcialmente fora
da rede elétrica convencional, com grande eficiência. Em regiões rurais, como
no estado de Nova York, as “comunidades solares móveis” estão surgindo como
alternativa para populações de baixa renda.
A combinação entre políticas públicas estáveis, incentivos econômicos e modelos tecnológicos replicáveis explica o sucesso desses projetos. Esses casos ajudam a inspirar soluções tropicais, adaptadas às realidades regionais brasileiras.
Impactos ambientais, econômicos e sociais
A substituição progressiva de
veículos a combustão por elétricos pode reduzir em até 70% as emissões do setor
de transporte, segundo estimativas da Agência Internacional de Energia (IEA,
2024). Se a energia utilizada na recarga for solar, esse número se aproxima de
100% em termos de emissões diretas.
Emissões de carbono ao longo
do tempo: veículos elétricos se tornam mais limpos após dois anos de uso
A energia solar ainda agrega
um componente econômico importante: a geração distribuída permite reduzir a
conta de luz, especialmente para empresas com frotas elétricas. O retorno do
investimento tende a ocorrer em prazos mais curtos quando há economia
simultânea de combustível e energia. Cidades que apostam na eletrificação do
transporte público e na geração fotovoltaica local relatam quedas nos gastos
com manutenção, saúde pública (pela melhora na qualidade do ar) e energia.
Socialmente, a mobilidade solar tem impacto positivo ao democratizar o acesso à energia limpa. Comunidades rurais e urbanas com menor acesso à rede elétrica podem se beneficiar da instalação de estações solares de recarga compartilhadas. Com o modelo de comunidades solares — que vem ganhando força no Brasil — é possível que mesmo quem não pode instalar painéis tenha acesso a energia renovável para abastecer seu veículo.
Propostas e caminhos para o futuro
Para que essa integração
avance, algumas medidas estratégicas são urgentes. Entre elas:
- Criação de um programa
nacional de mobilidade elétrica solar, com incentivos fiscais para projetos
integrados: Como referência internacional, a Alemanha possui o programa “KfW
Umweltprogramm”, que financia simultaneamente sistemas solares e veículos
elétricos. Já na Índia, o programa PM-KUSUM incentiva o uso de energia solar
combinada com eletromobilidade em áreas rurais. No Brasil, essa proposta pode
se apoiar em experiências anteriores como o Renovabio e o PROCONVE, sendo
complementada por linhas verdes já operadas pelo BNDES, criando sinergia entre
descarbonização da mobilidade e expansão das fontes renováveis.
- Revisão regulatória para
viabilizar modelos V2G e V2H em pequena e grande escala: O Japão já adota
amplamente o sistema V2H em cidades como Kitakyushu, utilizando veículos
elétricos como fontes de energia em situações emergenciais. No Reino Unido, o
projeto “Electric Nation” testa o V2G com distribuidoras locais, e na
Califórnia, escolas públicas utilizam ônibus escolares elétricos para alimentar
a rede nos horários de pico. No Brasil, o Marco Legal da Geração Distribuída
(Lei 14.300/2022) e resoluções da ANEEL oferecem uma base que pode ser ajustada
para incluir a bidirecionalidade da energia veicular, garantindo segurança
técnica e jurídica para essas novas aplicações.
- Investimento público em infraestrutura de recarga solar descentralizada em cidades médias e pequenas: Na Austrália, empresas públicas como a Horizon Power operam microrredes solares com baterias em comunidades isoladas. Nos Estados Unidos, estados como Colorado e Nova York têm investido em “solar carports” e estações públicas de recarga em regiões com baixa densidade populacional. No Brasil, essa proposta tem grande potencial especialmente nas regiões Norte e Nordeste, onde já existem projetos-piloto em escolas, postos de saúde e assentamentos, que podem ser replicados e ampliados com apoio federal e estadual.
- Estímulo à capacitação técnica e ao empreendedorismo verde com foco em instalação, operação e manutenção: Coreia do Sul criou centros regionais de formação técnica para atender a demanda por mão de obra especializada em baterias, painéis solares e veículos elétricos. No Canadá e nos EUA, programas como o “Clean Energy Jobs Act” têm financiado cursos técnicos alinhados à transição energética. No Brasil, o sistema SENAI, os Institutos Federais e as universidades públicas já oferecem infraestrutura e conhecimento para formar profissionais nesse setor. A articulação com a indústria nacional e os startups pode impulsionar empregos verdes em escala regional.
- Criação de linhas de
crédito verdes para aquisição simultânea de veículos elétricos e sistemas
fotovoltaicos. Na França, o Banque Publique d’Investissement (BPI) já
disponibiliza crédito integrado para a compra de veículos elétricos e
infraestrutura de recarga alimentada por energia solar. A Alemanha, por meio do
KfW Bank, também opera linhas semelhantes. No Brasil, o BNDES, a Caixa
Econômica Federal e o Banco do Brasil já oferecem produtos voltados a energias
renováveis e mobilidade sustentável. A criação de uma linha específica e
integrada pode estimular consumidores residenciais, cooperativas e pequenas empresas
a adotarem soluções combinadas.
Além disso, é fundamental que universidades, empresas e o poder público atuem de forma articulada para formar redes locais de inovação em energia e transporte. Projetos-piloto bem-sucedidos devem ser documentados, replicados e ampliados, com mecanismos de monitoramento e avaliação de impacto. A construção de uma política pública integrada, com metas, financiamento e acompanhamento, será essencial para que o Brasil lidere essa transformação na América Latina.
Considerações finais
Integração entre energia
solar e mobilidade elétrica já é realidade em diversas regiões do Brasil e do
mundo. Mais do que uma tendência, ela representa uma resposta concreta e
estruturante aos desafios do século XXI, como a emergência climática, os altos
custos da energia e a desigualdade no acesso à mobilidade urbana.
Com sol abundante, um parque
tecnológico fotovoltaico em rápida expansão e crescente interesse pela
eletromobilidade, o Brasil tem todas as condições para liderar esse processo.
Futuro da energia e da mobilidade será descentralizado, inteligente,
compartilhado e renovável. E esse futuro já está sendo construído.
(pv-magazine-brasil)
Chamada pública do Procel prá zerar consumo em prédios públicos
Prorrogada chamada pública do Procel para zerar consumo de energia em prédios públicos.
O Ministério de Minas e
Energia (MME), por meio da Empresa Brasileira de Participações em Energia
Nuclear e Binacional (ENBPar), prorrogou por mais 2 meses a Chamada Pública
Procel Energia Zero em Prédios Públicos.
Propostas técnicas poderão ser enviadas até 11/07/2025 pelo site do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel). Projetos devem ser voltados para a redução do consumo de energia, além de promover uso de materiais sustentáveis e incentivos de geração de energia renovável. Um projeto de retrofit deve reduzir o consumo do edifício em pelo menos 90%.
Usina fotovoltaica de 282 kWp da prefeitura de Volta Redonda (RJ).
O Ministério de Minas e
Energia (MME), por meio da Empresa Brasileira de Participações em Energia
Nuclear e Binacional (ENBPar), prorrogou por mais dois meses a Chamada Pública
Procel Energia Zero em Prédios Públicos. Segundo a instituição vinculada ao
ministério, as propostas técnicas poderão ser enviadas até 11/07/2025 pelo site
oficial para que gestores federais, estaduais, municipais e distritais possam
ter acesso aos R$ 100 milhões disponíveis para a eficientização de edificações
existentes por meio de reformas e da instalação de geração distribuída
renovável.
“Nosso objetivo é avançar no
desenvolvimento de edificações altamente eficientes e que, em certas condições,
combinam também geração distribuída. O Brasil tem a oportunidade de usar
edifícios públicos para liderar a consolidação de expertise e experiência em
aplicação do conceito de edifícios ‘energia zero’, servindo de exemplo e
beneficiando todo o setor da construção civil e, principalmente, gerando economia
ao longo da vida útil da edificação para os seus usuários”, afirmou o
secretário Nacional de Transição Energética e Planejamento, Thiago Barral.
Os recursos disponibilizados pelo Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), serão investidos prioritariamente em prédios administrativos e das áreas de educação e saúde nas 3 esferas de governo. “Ficamos felizes que esta chamada tem tido o interesse de muitos gestores que tiveram dúvidas e solicitaram esclarecimentos, assim decidimos prorrogar para que eles consigam realizar propostas técnicas mais consistentes e submeterem no site da chamada pública”, disse o gerente do Procel, George Soares.
MME e ENBPar detalham chamada pública de R$ 100 milhões para “zerar” consumo de energia em prédios públicos.
Projetos devem ser voltados
para a redução do consumo de energia, além de promover uso de materiais
sustentáveis e incentivos de geração de energia renovável.
Dos R$100 milhões, R$25
milhões serão destinados a municípios gaúchos em razão da tragédia ambiental
vivida em maio/2024. Os R$75 milhões restantes serão distribuídos igualmente
entre estados das regiões Norte, Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul,
considerando-se, para a última região, municípios do Paraná, de Santa Catarina
e as cidades do Rio Grande do Sul não incluídas no decreto de calamidade
pública.
Os projetos inscritos têm que
estar voltados para a redução do consumo de energia de prédios existentes, com
o uso de estratégias para a melhoria da eficiência energética do prédio e
incentivos à geração de energia renovável, sem redução do conforto das pessoas
que utilizam os espaços públicos.
Serão selecionados projetos
com as melhores estratégias de aprimoramento de desempenho energético dos
sistemas em uso de forma combinada com a inserção de tecnologias de geração de
energia renovável local integrada à edificação. Pelas regras da chamada
pública, um projeto de retrofit bem-sucedido será aquele que reduzir o consumo
de energia original da edificação entre 90% e 110%. A partir de 100%, o imóvel
reformado estaria gerando mais energia do que a necessária para o consumo de
todo funcionamento.
Para concorrer aos recursos, os prédios deverão ter sido construídos há pelo menos 12 meses, ter área construída mínima de 500 m² e estarem ocupados ou operacionais. Edifícios onde funcionem serviços de saúde, educacionais e administrativos terão um acréscimo de 20% na nota final pelo caráter estratégico e pelo alto potencial de economia de energia.
Iniciativa busca selecionar projetos de retrofit que combinam eficiência energética e geração renovável, com foco na sustentabilidade e redução de custos operacionais.
Chamada Pública PROCEL
investe R$ 100 milhões para transformar prédios públicos em “Energia Zero”. (pv-magazine-brasil)
Carrefour adota sistema para economizar energia nas lojas
Carrefour Brasil adota
sistema de gestão de consumo de energia
Projeto é realizado pela Comerc Energia, com previsão de conclusão até o 2º semestre/2025.
Em parceria com a Comerc Energia, a empresa está implantando um sistema que permite acompanhar, de forma automática e em tempo real, o consumo em todas as suas 570 lojas.
Carrefour pretende ter uma
economia de aproximadamente 25% com o ambicioso projeto de eficiência
energética.
Novidade está funcionando em quase todas as suas unidades e deve estar 100% concluídas até o 2º semestre/2025.
No Carrefour Property, sustentabilidade não é apenas uma meta, é um percurso que percorremos com planejamento, inovação e ações concretas. (canalenergia)
ABB Eletrificação e a usina solar de 444 kWp em Contagem/MG
ABB Eletrificação implementa
usina solar com potência de 444 kWp em sua fábrica em Contagem/MG.
Ao celebrar os 50 anos de
operações de sua fábrica em Contagem, na Região Metropolitana de Belo
Horizonte, Minas Gerais, a ABB Eletrificação, especializada na produção de
disjuntores, ampliou a produção com investimentos em torno de R$ 5,9 milhões em
novas linhas produtivas e vem apostando em eficiência energética, incluindo uma
usina fotovoltaica e eficiência energética.
A iniciativa contempla a
instalação de uma usina solar em 2 fases. A primeira, já instalada, conta com
uma potência de 208,48 kWp com 256 módulos solares com uma economia de 20% do
consumo de energia elétrica da planta.
Na segunda fase, que está em fase de execução com previsão de término para setembro deste ano, com 235,72 kWp de potência e 332 painéis solares. Após a conclusão, o sistema fotovoltaico instalado na ABB Eletrificação, em Contagem, totalizará 444 kWp e 588 módulos estarão instalados em uma área de 1.200m2 cobrindo os telhados do refeitório, vestiário e carpot, com a geração solar representando entre 30% e 35% do consumo total da operação.
Fábrica da ABB Eletrificação em Contagem/MG aposta em eficiência energética como sucesso de suas operações.
Além do sistema fotovoltaico,
a empresa também implementou aquecedores solares de água, lâmpadas e claraboias
de LED e inversores de frequência. A unidade também implantou o ABB Ability
Energy Manager para medição, controle e otimização do consumo de energia. Essas
ações resultaram em uma economia anual de energia de 530 MWh e uma redução de
160 toneladas nas emissões de CO2 e em sua fábrica, em Minas Gerais.
“Nosso
objetivo foi transformar a unidade de Contagem em um modelo global de
eficiência e sustentabilidade. Melhorias implementadas demonstram como as
tecnologias da ABB podem ajudar indústrias em todo o mundo a eletrificar e
descarbonizar suas operações”, diz o plant manager da ABB Eletrificação
Contagem, William Alves.
A unidade faz parte do programa ABB Mission to Zero, que apoia o compromisso da empresa de reduzir as emissões de GEE do Escopo 1 e do Escopo 2 em 100% até 2050. Conduzido por equipes locais, o site se concentra em melhorar a eficiência por meio da geração, gerenciamento e armazenamento de energia usando as tecnologias inovadoras da ABB e a integração de terceiros.
O ABB Ability Energy Manager fornece dados de insight para identificar novas oportunidades para reduzir ainda mais o consumo de energia e otimizar a eficiência energética no processo, considerando a demanda em diferentes pontos e momentos. A implementação contínua de um sistema de gerenciamento de energia de acordo com a ISO 50001 impulsionará ainda mais as ações de eficiência energética no local. (pv-magazine-brasil
domingo, 8 de junho de 2025
Até final de 2025 solar acumulará 63,7 GW em busca de novas demandas
Solar
deve acumular 63,7 GW até o final de 2025 enquanto setor busca nova demanda.
“É
uma questão de tempo para que o mercado livre seja majoritário e,
eventualmente, essa divisão nem deve mais existir, vai acontecer uma fusão
desses dois ambientes”, diz o presidente executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia.
“O crescimento do ACL não é uma ameaça à energia solar, mas representa uma
transformação de negócio e da forma como o setor vai buscar novos
consumidores”, acrescenta.
As
oportunidades no mercado livre são distintas, envolvendo os grandes
consumidores de energia, mas também consumidores de menor porte que foram
liberados para migrar desde 2024, aqueles conectados em alta tensão e
frequentemente representados por comercializadoras varejistas. Para empresas de
geração distribuída que atuam com minigeração e usinas de maior porte, entre 1
MW e 3 MW, e miravam esses consumidores, ofertar a migração para o mercado
livre ou sistemas no modelo de autoprodução pode ser um caminho para adaptar o
negócio.
Sauaia
destacou que o mercado livre tem representatividades diferentes nos estados
brasileiros. Enquanto em São Paulo, por exemplo, mais de 60% dos consumidores
ainda estão no mercado cativo, ou seja, com mais espaço para migrar, em Minas
Gerais e Pará a participação do mercado livre no atendimento ao consumo já
ultrapassa os 50%.
“A partir de 2029, toda a expansão prevista da capacidade de geração [centralizada] no Brasil está alocada ao mercado livre”, apontou Sauaia. A solar lidera essa expansão do mercado livre correspondendo a mais de 90% da capacidade nova adicionada para atender esse ambiente na maior parte dos próximos anos.
Apesar da perspectiva de crescimento, apoiada em contratos fechados nos últimos anos, novos investimentos no mercado livre estão ameaçados pelos cortes de geração centralizada. De acordo com o vice-presidente do Conselho de Administração da Absolar, Márcio Trannin, os investidores em solar centralizada já perderam aproximadamente R$ 2 bilhões com o curtailment. “Começamos a ver um cenário de retração de investimentos diante da incerteza sobre o tratamento do curtailment”, disse o executivo. Ele destacou que a Absolar tem buscado soluções de curto e longo prazo, para assegurar o ressarcimento dos prejuízos e diminuir os cortes no futuro.
O
gerente executivo do Operador Nacional do Sistema, Arthur da Silva Santa Rosa,
destacou o efeito “curva do pato” da geração solar, que é muito concentrada
durante a tarde e tem levado o ONS a realizar os cortes de geração centralizada
e também a demandar os leilões de reserva de capacidade (LRCAP) para garantir o
atendimento à demanda. Como uma grande parte da capacidade instalada da fonte
solar está na geração distribuída, o ONS vem estudando a figura dos operadores
do sistema de distribuição (DSO), que poderiam ser as próprias distribuidoras
de energia, dependendo de uma nova regulação da Aneel, para ter um controle
maior sobre esses sistemas.
“Precisamos desse contato com o ONS porque isso vai apontar o futuro da expansão da geração no Brasil”, disse Trannin. “Mas é preciso buscar a sustentabilidade no setor para além desse tema. Como estimular novas demandas, trazer armazenamento. Precisamos dar condições para esses novos setores virem para o Brasil”, comentou.
Demanda prevista para data centers e hidrogênio verde
Energia
solar é uma das alternativas em prol do clima e Brasil já apresenta bons
resultados nessa área
Dois
segmentos que vem sendo observados com interesse pelo setor solar em busca de
novas oportunidades de venda de energia renovável são o de produção de
hidrogênio verde e o de data centers.
A
consultoria Clean Energy Latin America (CELA) mapeou 109 iniciativas de
hidrogênio verde no Brasil, distribuídas em 16 estados. Dessas, 55 iniciativas
divulgaram os investimentos planejados, somando R$ 441 bilhões. E 34 divulgaram
a capacidade estimada dos eletrolisadores, somando 89 GW de demanda esperada de
energia renovável. Cerca de 80% das iniciativas mapeadas estão em fase de
memorando de entendimento. Globalmente, apenas 11% das iniciativas potenciais
chegaram à fase de Decisão Final de Investimento (FID) e a expectativa é que o
mesmo aconteça no Brasil.
No segmento de data centers, a consultoria identificou 777 MW médios de data centers em operação, 472 MW médios em construção e 468 MW médios planejados. São destacados 4 hubs de data centers nas cidades de Fortaleza, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.
Hubs de data centers em construção ou planejados.
Além
desses grandes consumidores, a gradual abertura do mercado livre também está
gerando novas oportunidades de negócios nesse ambiente de contratação. “Hoje
praticamente tudo que acontece de contratação de renováveis no mercado livre é
no modelo de autoprodução (30 de 31 no total). O número maior de contratos e
volume menor de energia contratada reflete a abertura do mercado livre para
consumidores menores”, disse a fundadora e sócia da CELA, Camila Ramos. “É um
perfil novo de consumidor, que muitas vezes não tem uma área específica de
contratação de energia”, diz a executiva. Isso demanda uma preparação por parte
das empresas para abordar e vender para os potenciais novos clientes.
Adicionalmente,
as tendências de descarbonização e eletrificação de indústrias que já estão no
mercado livre são tendências que podem contribuir para aumentar a demanda por
energia no segmento. (pv-magazine-brasil)
UEG inaugura usina fotovoltaica
Universidade
Estadual de Goiás inaugura usina fotovoltaica com geração de 12.633 MWh/ano.
Complexo
da Usina Fotovoltaica Celgpar|UEG conta com 11.760 placas, em uma área de
100.000 m².
A
Cia Celg de Participações (CelgPar) inaugurou uma usina fotovoltaica da
Universidade Estadual de Goiás, na Fazenda Barreiro do Meio, município de
Anápolis, Goiás. Com um investimento de mais de R$ 30 milhões, feito com
recursos próprios da CelgPar, que é uma sociedade de economia mista e de
capital autorizado, cujo acionista majoritário é o estado de Goiás, o complexo
da Usina Fotovoltaica Celgpar|UEG conta com 11.760 placas, em uma área de
100.000 m².
A
capacidade de geração é de 12.633 MWh/ano, o que projeta uma economia de até
64,5% nas contas de energia da UEG e da Secretaria de Educação do Estado. Para
efeito de comparação, a usina é capaz de alimentar mais de 3 mil residências de
padrão médio, com impacto ecológico equivalente ao plantio anual de mais de 7
mil árvores ou a retirada de 370 veículos das ruas.
O terreno foi disponibilizado pela UEG em convênio com o CelgPar como parte do Programa de Eficiência Energética do Governo de Goiás, sob a coordenação da Secretaria Geral de Governo (SGG).
Universidade de Goiás inaugura usina de energia solar com mais de 11 mil módulos e capacidade anual de 12.633 MWh, projetando economia de 64,5% na conta de luz.
“Para
a UEG, a usina não é apenas uma fonte de energia. É também uma fonte de
inspiração para nossos pesquisadores, nossos professores e nossos estudantes.
Aqui, teremos um laboratório vivo para estudos e práticas em energias
renováveis, ampliando ainda mais o papel da UEG como protagonista em inovação e
sustentabilidade”, analisa o reitor da Universidade Estadual de Goiás,
professor Antonio Cruvinel. “Trata-se de uma iniciativa que dialoga diretamente
com os princípios que regem a universidade pública: o compromisso com o
desenvolvimento sustentável, com a ciência aplicada à melhoria da qualidade de
vida e com a formação cidadã dos nossos estudantes. Estamos mostrando que é
possível, sim, aliar excelência acadêmica à responsabilidade ambiental”, completa.
O presidente da CelgPar, Fernando Navarrete, celebra o megainvestimento, ressaltando que esse é mais um de um conjunto de quatro empreendimentos voltados para a energia solar e que tem a companhia à frente, destacando que se alinha aos esforços do Governo de Goiás de valorização de energias limpas como parte de um plano maior de desenvolvimento sustentável e economia nas despesas fixas das instituições públicas.
Complexo conta com 11.760 placas em uma área de 100.000 m².
“Energia
limpa e renovável é uma necessidade no mundo moderno e, desde seus primeiros
dias de gestão, o governador Ronaldo Caiado soube traduzir esse entendimento em
apoio às nossas frentes de trabalho, em especial com foco nas potencialidades
de geração de energia solar que Goiás oferece. Esta inauguração é um marco
importante em um projeto maior que se preocupa com a eficiência energética nos
órgãos de administração de estado, e vai gerar uma grande economia à UEG e à
Secretaria de Educação”, destaca Navarrete. (pv-magazine-brasil)
sexta-feira, 6 de junho de 2025
Inaugurada 2ª usina fotovoltaica do Cluster Goiás pela Fictor e WTT
Inaugurada
a segunda usina fotovoltaica do Cluster Goiás pela Fictor e WTT.
A
Fictor Energia, braço de energia da divisão de Infraestrutura da Fictor, grupo
de participações nos segmentos de alimentos, infraestrutura e serviços
financeiros, anuncia a operação da planta fotovoltaica Futuro II, segunda usina
do Cluster Goiás. Localizada na cidade de Águas Lindas de Goiás, na região
metropolitana do Distrito Federal, conta com capacidade de geração de 11.752,08
MWh por ano, potencial equivalente ao consumo anual de 6.434 residências.
A usina faz parte de um cluster que recebeu investimento de R$ 194 milhões da Fictor & WTT S. A joint venture firmada entre a Fictor Energia e o Grupo WTT foi criada para implantação de oito usinas de energia fotovoltaica no estado de Goiás, região estrategicamente escolhida pela alta probabilidade de irradiação solar ao longo do ano. Com a conclusão total do projeto prevista para o primeiro semestre de 2026, o cluster somará 44 MWp de capacidade instalada, capaz de gerar aproximadamente 78 mil MWh de energia anualmente.
Fictor Energia investe R$ 194 milhões em oito usinas fotovoltaicas em Goiás.
“Abriremos
nova perspectiva para os consumidores goianos, como empresários do agronegócio,
de que é viável e econômico trabalhar com energia limpa, sustentável, que
beneficia o meio ambiente”, afirma o diretor de infraestrutura e energia da
Fictor, Abelardo Sá.
A
unidade fotovoltaica de Águas Lindas de Goiás opera no modelo de geração
distribuída, seguindo a regulamentação da Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel). Dessa forma, residências, comércios, indústrias e propriedades rurais
que optarem pelo serviço poderão usufruir dos benefícios da energia solar,
valorizando imóveis e negócios, sem a necessidade de instalação própria. A
distribuição ao usuário final acontece por meio da concessionária Equatorial
Goiás. A energia gerada será injetada diretamente na rede da concessionária e
convertida em créditos, contribuindo para a redução dos custos na fatura
mensal. Além da economia financeira, os participantes ganham previsibilidade ao
se protegerem contra aumentos tarifários.
A operação da usina evitará a emissão de 381,94 toneladas de CO2 por ano, o que equivale ao plantio de 2.673 árvores. Com isso, o projeto reforça seu compromisso com a sustentabilidade e a transição para uma matriz energética mais limpa no Brasil.
Goiás ganha mais 8 usinas fotovoltaicas. (pv-magazine-brasil)
Carro elétrico o problema e a hipocrisia que ninguém conta
Todo mundo já ouviu o
discurso que diz que o carro elétrico é o futuro, não polui, salva o planeta.
Mas tem um lado que ninguém conta direito. A ideia é boa, você roda sem
escapamento soltando fumaça –, mas produzir um elétrico, especialmente a
bateria, é um soco no meio ambiente.
Primeiro, a produção. O carro
elétrico é limpo na rua, mas a bateria dele é um pesadelo para fabricar. Fazer
um carro elétrico libera mais carbono que um carro a gasolina ou diesel por
causa da bateria.
Pesquisadores holandeses da
Universidade de Tecnologia de Eindhoven, Auke Hoekstra e Maarten Steinbuch,
estudaram isso em 2017 e 2019. Eles calcularam que cada kWh de bateria emite
entre 87 e 175 kg de CO2, dependendo da energia usada na produção.
Na média, são 114,5 kg por
kWh. Um Nissan Leaf com bateria de 62 kWh, por exemplo, solta 7,06 toneladas de
CO2 só para fabricar a bateria. Some o resto do carro, como chassis,
eletrônicos, uns 4 a 5 toneladas, e o total chega a umas 13 a 15 toneladas,
isso depende do tamanho e peso do carro, já que esse número pode subir muito
mais, como iremos mostrar.
Um carro a combustão
equivalente fica entre 6 e 9 toneladas, segundo as estimativas do Argonne
National Laboratory e da Transport & Environment. Isso depende do tamanho
do veículo, já que se trata dos materiais utilizados, como aço, alumínio,
plásticos, entre outros.
Mesmo assim, a diferença é
quase o dobro para as emissões do elétrico, e a bateria é a grande vilã nisso.
Extrair lítio e cobalto, os principais ingredientes, exige mineração pesada. No
Chile e na Bolívia, por exemplo, gasta 2,1 milhões de litros de água por
tonelada de lítio – isso dá para encher uma piscina olímpica, fora a energia.
Um estudo da Volvo (que
considerou toda a vida útil do carro), de 2021, mostrou que fazer um elétrico
como o XC40 Recharge emite 70% mais carbono que o modelo a combustão. E se a
energia para carregar vem de carvão ou gás, como na China (60% da matriz), a
poluição só muda de lugar, saindo do escapamento e indo para a chaminé.
No Brasil, com 83% de energia renovável (hidrelétricas), até que melhora, mas a produção da bateria ainda pesa, principalmente na Europa. É como fosse varrer a sujeira para debaixo do tapete.
BYD Dolphin
Vamos pegar outro exemplo,
como a bateria do BYD Dolphin, carro vendido no Brasil por R$ 159.800, tem 44,9
kWh. Fazendo a conta com 150 kg de CO2 por kWh, são 6.735 kg de CO2
só para a bateria, ou seja, quase 7 toneladas.
Isso é mais que o total de
emissões para produzir um carro a combustão inteiro. Um Tesla Model 3, com
bateria de 75 kWh, chega fácil a 11.250 kg de CO2 (ou 11,25
toneladas) só na bateria, usando a mesma média, sem contar a montagem do carro.
Vamos comprar, qual polui
mais, entre o a combustão e o elétrico?
Um carro a combustão tem motor, câmbio, tanque e escapamento, mas não precisa de uma bateria gigante. Porém não há bateria, o que diminui muito na hora das emissões de CO2. Mas isso também depende muito do peso e tamanho do carro e da eficiência da fábrica.
Volvo XC40 Pure Electric, primeiro 100% elétrico da marca, chega ao Brasil
E é aí que entra aquela
pesquisa da Volvo citada, realizada em 2021, que comparou dois carros
semelhantes para divulgar qual mais polui em sua produção. De acordo com a
marca sueca, a fabricação só do XC40 T5, SUV a combustão, que foi vendido no
Brasil, emite 14 toneladas de CO2 na atmosfera, enquanto a de um
XC40 Recharge chega a 24 toneladas, sendo 7 toneladas somente pela produção das
baterias.
Por que a bateria polui
tanto?
A bateria de um elétrico, tipo as de íon-lítio, exige minerais raros: lítio, cobalto, níquel e grafite. Extrair isso dá um caos ambiental. Na República Democrática do Congo, onde vem 60% do cobalto mundial, segundo o site alemão Deutsche Welle, a mineração solta resíduos tóxicos que poluem rios e matam a fauna. E 40% do impacto climático da bateria vem dessa etapa de mineração e refino.
A charge mostra um carro a diesel soltando fumaça, com o motorista dizendo "me sinto tão sujo". Abaixo, o mesmo carro, agora elétrico, ligado a uma tomada com uma usina fumegante ao fundo, e ele fala "me sinto tão limpo
Depois, tem a energia para
fabricar. A maioria das baterias sai da China, onde 60% da eletricidade vem de
carvão. Processar os minerais e montar as células exige fornos quentes e
máquinas pesadas, tudo queimando energia suja.
Quanto tempo um elétrico leva
para compensar a produção?
O carro elétrico polui mais
para ser feito, mas compensa quando roda, se a energia for limpa. Vamos pegar a
média do Brasil, onde o brasileiro roda em média 12 mil km por ano, segundo a
KBB. Uma Fiat Strada 1.3, líder de vendas, tem média de consumo de 11,7 km/l,
vamos jogar para 12 km/l no etanol e gasolina, seja cidade ou estrada (dados
Inmetro).
Cada litro queimado solta 2,3
kg de CO2, então por km são 191 g. Em 12 mil km, ele usa 1.000
litros e emite 2.300 kg de CO2, ou seja, 2,3 toneladas por ano.
Agora, o elétrico. O BYD
Dolphin emite 50 g de CO2 por km na produção de eletricidade, já que
ele não emite nada enquanto roda, já que a energia não é 100% limpa, mesmo com
83% vindo de hidrelétricas, segundo o Ministério de Minas e Energia.
Em 12 mil km, são 600 kg por ano. A diferença para a combustão é de 145 g/km. A bateria do Dolphin, de 44,9 kWh, tomando em conta a média 6,7 toneladas de CO2 para ser feita, 5 toneladas a mais que um Strada.
O próprio tempo pode ser um fator determinante na degradação das baterias
Ou seja, para compensar a
emissão aqui no Brasil, dá cerca de menos de 3 anos para compensar as emissões
de CO2 para ter um carro elétrico. Um Tesla Model 3, com 11
toneladas a mais na fabricação, levaria uns 6 anos para compensar, por exemplo.
Se a combustão for mais econômica, a diferença cai para 114 g/km, e o Dolphin
demora 3,6 anos. Depende do carro, mas com 12 mil km por ano, a média no Brasil
é essa: 3 a 6 anos para elétrico compensar.
Não é só CO2.
Minerar lítio no Chile seca aquíferos e deixa comunidades sem água. Cobalto no
Congo polui rios com metais pesados. Fabricar um carro a combustão também
polui, mas o impacto é menor: a gasolina vem de petróleo, que já tem
infraestrutura pronta, enquanto baterias exigem mineração nova e intensiva.
Produzir um elétrico polui
mais, sim, entre 50% e 100% mais CO2 que uma combustão, dependendo
da bateria e da energia usada. Uma bateria de 60 kWh, comum em modelos médios,
pode emitir 9 toneladas de CO2 sozinha, contra 7 toneladas de um
carro a gasolina inteiro. Depois de 25 mil a 50 mil km, o elétrico compensa
mais por não emitir poluentes, desde que a energia venha de fontes limpas.
No Brasil, com hidrelétricas, isso acontece rápido. O problema é o “antes”: a mineração e a energia suja na produção mostram que o elétrico não é tão santo quanto parece.
Com o aumento da demanda, a tendência é que os componentes do carro elétrico encareçam.
Elétrico: o que ninguém
contou
Existem questões que não são
esclarecidas nas análises sobre o carro elétrico; este, que vai dominar o
mercado dentro de alguns anos.
O carro elétrico tem
problemas conhecidos como preço, pontos e tempo de recarga, autonomia, duração
e custo da bateria. (vrum)