O Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP) em Aracaju (SE) está
avançando com a produção de biocombustível a partir da biomassa residual do
coco verde, um dos resíduos mais abundantes na região. O projeto consiste na
integração de três etapas essenciais: extração de óleo, produção de biodiesel e
de um bio-óleo a partir de oleaginosas que pode ser utilizado para diversos
fins.
Biocombustível de coco “desafoga” resíduos em Aracaju
Projeto do ITP (Instituto de Tecnologia e Pesquisa) oferece uma alternativa energética renovável e ainda melhora a gestão do lixo urbano.
Processos da produção de biocombustível a partir da biomassa residual de coco verde.
O setor de transporte é hoje o maior consumidor de combustíveis fósseis
do Brasil. Entretanto, um projeto de pesquisa desenvolvido pelo Instituto de
Tecnologia e Pesquisa (ITP) quer amenizar este problema transformando resíduos
de coco verde em biocombustível.
O coco verde, amplamente consumido em regiões tropicais, gera um grande
desafio ambiental devido ao alto volume e à baixa taxa de decomposição de seus
resíduos, especialmente a fibra. Em Aracaju, um estudo da Empresa Municipal de
Serviços Urbanos (Emsurb) revelou que a cidade gera cerca de 190 toneladas de
resíduos de coco verde por semana. Na capital sergipana foram identificados 87
pontos de venda, sendo 30 deles considerados grandes geradores: descartaram até
200 kg diários ou 400 kg em dias alternados.
É em Aracaju que está instalado o ITP e onde a produção de biocombustível a partir da biomassa residual de coco – um dos resíduos mais abundantes da cidade – está sendo testada. O projeto se insere no contexto da necessidade atual de diversificação das fontes energéticas, como parte das estratégias para a descarbonização de atividades econômicas.
O ITP abriga o Núcleo de Estudos em Sistemas Coloidais (NUESC) criado há 15 anos em parceria com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), Centro de Pesquisa da Petrobras (CENPES) e Petrobras. “Em Aracaju, o núcleo de pesquisa científica contribui para dar nova utilização às 190 toneladas de resíduos de coco verde descartadas por semana na cidade. Transformamos em energia um material que representa um grande desafio para o meio ambiente, em função do alto volume e baixa taxa de liquidação”, esclarece o coordenador-adjunto de Programas Profissionais da Área de Engenharia II na CAPES, docente da Unidade, pesquisador do ITP e coordenador do NUESC, Cláudio Dariva.
Biocombustível de coco: de problema à solução
A quantidade de resíduos de coco descartados em Aracaju sobrecarrega a coleta domiciliar e gera um custo anual de aproximadamente R$ 900 mil para a limpeza pública. Além disso, quando não são destinados ao aterro sanitário, muitos desses resíduos acabam descartados de forma doméstica, agravando o passivo ambiental da cidade.
A conversão dos resíduos em biocombustível não apenas reduz o impacto ambiental, mas também oferece uma alternativa energética renovável e sustentável. Mas, como isso é feito? Confira abaixo.
Processo de produção do biocombustível
A transformação da fibra do coco verde em biocombustível pode ocorrer por diferentes rotas tecnológicas, como a pirólise, a gaseificação e a fermentação. No caso da pesquisa realizada no NUESC do ITP, prioriza-se um processo eficiente e de baixo impacto ambiental:
• Secagem e trituração: a fibra do coco é coletada, seca e triturada para facilitar o processamento.
• Conversão térmica: a biomassa pode ser submetida à pirólise, que
converte o material em bio-óleo, biocarvão e gases combustíveis.
• Refino e aproveitamento: o bio-óleo pode ser orgânico para uso em
motores e geradores, enquanto o biocarvão pode ser utilizado como fonte de
energia ou para melhorar a qualidade do solo. (ciclovivo)
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