Instituto
SENAI e TotalEnergies inauguram usina fotovoltaica de 200 kWp para estudar
eventos extremos.
As
pesquisas serão conduzidas em Natal, no Rio Grande do Norte, onde 380 módulos
solares, de diferentes tecnologias, foram instalados em uma área de 4.400 m2,
equivalente a mais da metade de um campo de futebol. A capacidade de geração de
energia instalada é de 200 kWp. O início da operação está previsto para o
segundo semestre deste ano.
A
usina fotovoltaica piloto está inserida no projeto “Desenvolvimento de
Plataforma para Estudos Operacionais e Análise da Ocorrência e Impactos de
Eventos de Irradiância Extrema no Desempenho de Usinas Fotovoltaicas em
diferentes climas”, fruto do acordo de cooperação firmado entre a TotalEnergies
e o ISI-ER, em fevereiro/2024.
“Nosso
propósito é fornecer energia mais acessível, mais confiável e mais sustentável
para o maior número possível de pessoas: este projeto-piloto está totalmente
alinhado com esse compromisso para a transição energética e a ambição
tecnológica que a sustenta”, afirmou o diretor de Pesquisa &
Desenvolvimento (P&D) da TotalEnergies EP Brasil, Samuel Cunha.
Um
dos fenômenos que serão investigados na usina-piloto, a “sobre irradiância” ou
“irradiância extrema”, tem afetado grandes usinas de geração em todo o país,
causando danos aos equipamentos devido ao seu superaquecimento e comprometendo
a confiabilidade na geração de energia.
Tal
fenômeno ocorre quando, após a passagem de nuvens, os raios solares se
concentram em uma área específica da usina fotovoltaica, com efeito semelhante
ao de uma lente de aumento. Para melhor lidar com esse problema, são
necessários mais dados sobre a sua natureza e efeitos, que serão adquiridos por
meio dessa planta piloto.
“Quando o fenômeno ocorre, os raios incidem sobre os módulos fotovoltaicos com uma potência superior à que eles podem suportar, o que, na prática, pode gerar ‘pontos quentes’ e danificar os equipamentos”, explica Antonio Medeiros, coordenador de Pesquisa & Desenvolvimento do ISI-ER.
O projeto pretende responder a questões sobre a frequência do evento, em que época do ano é mais comum e que consequências traz ao setor. “A usina piloto está completamente configurada para trazer informações a respeito”, diz a pesquisadora líder do Laboratório de Energia Solar do Instituto e coordenadora do projeto, Samira Azevedo.
Ela
explica que o fenômeno pode superaquecer os equipamentos, danificá-los e
comprometer a geração de energia. Com o impacto sofrido, os módulos podem
queimar ou apresentar falhas, reduzindo a produção de energia esperada nos
empreendimentos.
A
intenção, segundo as instituições envolvidas, é ter a usina piloto funcionando
como um grande laboratório de testes a céu aberto para o setor elétrico. A
infraestrutura foi instalada no Hub de Inovação e Tecnologia do SENAI-RN, em
Natal, complexo que sedia o ISI-ER.
O
Sistema de geração de energia é composto por módulos monofaciais e bifaciais,
com diferentes tecnologias de células fotovoltaicas, possibilitando análises
comparativas do desempenho em diversas condições. Estrutura de fixação e tipos
de inversores também variam, abrindo perspectivas para diferentes tipos de
avaliação sobre eficiência e adaptação de cada configuração, bem como para
análises detalhadas do comportamento dos sistemas de conversão de energia.
A
estação meteorológica presente na infraestrutura é equipada com sensores de
medição e instrumentos para monitoramento da irradiância solar, temperatura,
distribuição espectral e caracterização das nuvens.
Com essa instrumentação avançada, será possível correlacionar fatores ambientais com o desempenho das diferentes tecnologias de módulos fotovoltaicos, permitindo uma compreensão aprofundada dos impactos climáticos na geração de energia.
A infraestrutura está em fase final de execução para início da operação. A energia gerada vai abastecer os principais laboratórios do ISI-ER, contribuindo para a redução de custos operacionais e a sustentabilidade das atividades de pesquisa. (pv-magazine-brasil)
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