Governo propõe reforma no
setor elétrico com tarifa social ampliada e abertura do mercado a todos os
consumidores.
Entre os destaques está a
criação de uma nova Tarifa Social, que prevê gratuidade na tarifa em casos de
consumo de até 80 kWh por mês para famílias de baixa renda. A medida pode
beneficiar cerca de 17 milhões de famílias, sendo que 4,5 milhões teriam a
conta de luz integralmente zerada.
Tarifa Social mais ampla
Entre os destaques está a
criação de uma nova Tarifa Social, que prevê gratuidade na tarifa em casos de
consumo de até 80 kWh por mês para famílias de baixa renda. A medida pode
beneficiar cerca de 17 milhões de famílias, sendo que 4,5 milhões teriam a
conta de luz integralmente zerada. Para famílias com renda um pouco superior —
entre meio e um salário mínimo per capita — seria concedido um desconto social,
com isenção da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) no consumo de até 120
kWh por mês.
Segundo o MME, o objetivo é
simplificar as regras atuais, consideradas complexas e defasadas, e garantir o
acesso à energia elétrica como um direito básico. O custo estimado das medidas
é de R$ 3,6 bilhões por ano, que será diluído entre os demais consumidores
regulados, gerando um impacto médio de 0,9% na conta de luz.
Ideia é a de oferecer ao
consumidor liberdade de escolha semelhante ao que ele tem hoje em serviços de
telefonia, internet e bancos; isenção de pagamento pode chegar a 60 milhões de
pessoas.
Abertura total de mercado
Outra frente importante da
proposta é a abertura total do mercado de energia elétrica, prevista para
ocorrer em duas etapas: a partir de março de 2027 para indústrias e comércios,
e de março de 2028 para os demais consumidores. A medida permitirá que qualquer
cidadão escolha seu fornecedor de energia, em um modelo semelhante ao adotado
nas telecomunicações.
Para viabilizar a mudança, o governo propõe a criação de novos mecanismos, como tarifas flexíveis (pré-pagas, binomiais ou horárias), um Supridor de Última Instância para garantir fornecimento em caso de falência de comercializadoras, e encargos para cobrir eventuais custos operacionais das distribuidoras.
Distribuição de encargos
O terceiro eixo da reforma
busca corrigir distorções na distribuição de encargos entre consumidores do
mercado livre e regulado. Entre as medidas propostas estão o rateio igualitário
da energia gerada pelas usinas nucleares de Angra 1 e 2, a cobrança
proporcional da CDE com base no consumo total (e não no nível de tensão), e o
fim de subsídios cruzados entre classes de consumidores.
A proposta também propõe
restringir o uso indevido do modelo de autoprodução de energia, que vem sendo
utilizado por grandes empresas para reduzir encargos, muitas vezes sem cumprir
os requisitos originais da legislação.
O texto ainda prevê medidas
para destravar o pagamento de débitos no Mercado de Curto Prazo (MCP) e a
manutenção de descontos para irrigação e aquicultura em horários específicos.
(pv-magazine-brasil)
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