América
do Sul registra fortes ganhos solares, apesar das fracas condições de La Niña.
Em
uma nova atualização semanal para a pv magazine, a Solcast, uma empresa da DNV,
relata que a América do Sul registrou irradiância acima da média em janeiro,
apesar das fracas condições de La Niña. No entanto, os sistemas de tempestades
alimentados pela umidade do Atlântico suprimiram a geração solar em partes do
Brasil e da Bolívia.
A
América do Sul registrou irradiância acima da média em janeiro, apesar das
fracas condições de La Niña. No entanto, os sistemas de tempestades alimentados
pela umidade do Atlântico suprimiram a geração solar em partes do Brasil e da
Bolívia. De acordo com a análise usando o Solcast API, a irradiância variou de
até 15% acima da média na maioria das regiões a 10% abaixo da média nas áreas
afetadas pelas tempestades.
O
mês de janeiro foi favorável para a produção fotovoltaica em grande parte da
América do Sul, com irradiância de 5 a 15% acima da média. Essa observação
contrastou com as condições típicas de La Niña fraca, que geralmente não trazem
aumentos tão generalizados na irradiância.

Embora
algumas agências de modelos tenham declarado condições de La Niña para janeiro,
apoiadas pelas temperaturas da superfície do mar do Pacífico que atendem aos
limites de La Niña, os dados históricos mostram que eventos fracos raramente
impulsionam esses aumentos na irradiância. Em comparação com anos semelhantes
do ENOS, janeiro de 2025 registrou anomalias de irradiância mais altas, particularmente
nas partes oeste e sul do continente. Isso se alinha com as previsões
anteriores que previam uma temporada de verão brilhante na região. Além disso,
as temperaturas globais recordes da superfície do mar, um indicador contínuo
das mudanças climáticas, podem estar influenciando e alterando os impactos
típicos do La Niña.

No
entanto, nem toda a América do Sul se beneficiou dessas tendências. Partes do
Brasil e da Bolívia viram os níveis de irradiância caírem de 5 a 10% abaixo da
média devido ao clima tempestuoso e à cobertura de nuvens associada. Essas
condições foram impulsionadas por ventos alísios mais fortes do que o normal,
que transportaram umidade abundante do Oceano Atlântico anormalmente quente
para a região. As fortes chuvas resultantes levaram a inundações e
deslizamentos de terra generalizados, particularmente no sudeste do Brasil e na
Bolívia.
Esses
perturbadores eventos de chuva e os impactos de irradiância associados destacam
o desafio de prever as condições solares em um clima tropical variável de
verão. O La Niña e as mudanças climáticas aumentaram a complexidade da tarefa.
A
Solcast produz esses números rastreando nuvens e aerossóis com resolução de 1 a
2 km globalmente, usando dados de satélite e algoritmos proprietários de IA/ML.
Esses dados são usados para conduzir modelos de irradiância, permitindo que a
Solcast calcule a irradiância em alta resolução, com viés típico de menos de
2%, e também previsões de rastreamento de nuvens. Esses dados são usados por
mais de 300 empresas que gerenciam mais de 150 GW de ativos solares em todo o
mundo.

A
presença do La Niña gera efeitos distintos em diferentes regiões do planeta. No
Brasil o fenômeno tende a causar uma redução nas chuvas no Sul, enquanto aumenta
a precipitação no Norte e Nordeste. Tal distribuição desigual pode resultar em
estiagens significativas no Sul do Brasil, afetando potencialmente a
produtividade agrícola, especialmente em estados como o Rio Grande do Sul.
Além
da alteração nas chuvas, La Niña também influencia as massas de ar e o
comportamento das temperaturas. Durante o fenômeno, é comum a entrada de massas
de ar frio no Sul do Brasil, o que pode contribuir para ondas de frio fora de
época. Em contrapartida, também aumenta a probabilidade de ondas de calor
durante o verão, devido à redução das chuvas. (pv-magazine-brasil)
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