Apenas
algumas áreas entre o norte do Ceará, Piauí, Maranhão e Pará registraram
anomalias negativas de irradiação devido à atuação da Zona de Convergência
Intertropical (ZCIT) e da borda do VCAN, que provocam nebulosidade mais
persistente e aumentam o conteúdo de umidade ao longo de todo o mês, limitando
a geração solar.
Entretanto,
de modo geral, mesmo com as chuvas registradas no Sul do Brasil nos últimos
dias, os dias ensolarados na primeira semana do mês têm sido suficientes para
deixar a irradiação solar de aproximadamente 5 a 10% acima da média no Rio
Grande do Sul e em Santa Catarina.
Norte
do Paraná, além do centro-sul e oeste paulista, Mato Grosso do Sul e Mato
Grosso também apresentam uma irradiância solar acima da média, com valores no
geral entre 1% e 5%. Já no Vale do Paraíba, Espírito Santo, norte de Minas
Gerais, Goiás, Distrito Federal e interior do Nordeste, a irradiância pode
ficar mais de 15% acima do normal no fechamento mensal, podendo chegar a até
30% pontualmente.
O
contraponto para esta condição positiva para a irradiância solar que vale ser
mencionado é que a mesma circulação atmosférica caracterizada pelo par alta
anômala + VCAN faz com que as temperaturas máximas subam a valores muito acima
da média para a época do ano (de 5 a 7°C acima), o que pode comprometer a
conversão da irradiância em geração.
Ainda assim, as condições mais favoráveis à irradiação e energia solar ajudam a compensar um mês de janeiro bastante desafiador. A nebulosidade frequente formou um “cobertor” sobre os painéis fotovoltaicos, reduzindo o potencial de geração de energia por boa parte do país no primeiro mês do ano.
Irradiação observada em janeiro de 2025.
Anomalia de irradiação em janeiro de 2025.
Climatologia de Janeiro.
Em
janeiro, as áreas que tiveram mais dias cobertos por nebulosidade são as
regiões que registraram as maiores anomalias negativas de irradiação, como é o
caso do Espírito Santo, metade norte de Minas Gerais e grande parte do
Nordeste, com valores em torno de -1,2 kWh/m²dia.
A
configuração de um episódio de Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) com
duração de dez dias (entre 6 e 15 de janeiro) gerou os maiores acumulados de
precipitação nos subsistemas Norte e, principalmente, Nordeste, devido à
influência da Oscilação de Madden-Julian (MJO) na fase 1, juntamente com o
acoplamento da La Niña. O resultado foi a ocorrência de elevados volumes de chuva
e anomalias negativas na irradiância solar.
Em
janeiro/25 os acumulados de chuva foram anormalmente mais elevados em todos os
estados do Nordeste, Tocantins, Pará, norte de Minas Gerais, Espírito Santo,
norte de Goiás, Distrito Federal e algumas áreas do Mato Grosso, enquanto um
padrão mais seco foi observado no Sul do país, maior parte do estado de São
Paulo, Mato Grosso do Sul, Triângulo Mineiro, sul de Minas Gerais e Rio de
Janeiro.
Com os bons resultados de fevereiro, as energias
renováveis retomam o protagonismo no abastecimento do Sistema Interligado
Nacional (SIN). Segundo dados da ONS, a energia solar contribuiu com mais de
11,5% para o abastecimento da demanda (8 a 14/2/25), atrás apenas das
hidrelétricas. A energia eólica foi responsável por 10,9% da energia do SIN.
(pv-magazine-brasil)
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