terça-feira, 8 de abril de 2025

Pesquisadores australianos desenvolvem processo que permite coletar energia solar à noite

Pesquisadores da Austrália desenvolveram um processo que permite que a energia solar seja coletada à noite.

Pesquisadores da Austrália apresentam uma nova tecnologia que capta a energia solar armazenada e a libera durante a noite, promovendo avanços na sustentabilidade energética. A energia solar tem se consolidado como uma das principais soluções para a redução das emissões de gases de efeito estufa.
No entanto, a dependência da luz solar direta para gerar eletricidade limita sua eficiência durante a noite e em dias nublados.

Para contornar essa limitação, cientistas australianos desenvolveram uma tecnologia inovadora capaz de gerar energia a partir da radiação infravermelha emitida pela Terra após o pôr do sol.

O desafio da energia solar convencional

Uma câmera de imagem térmica destaca a quantidade de calor que irradia da baía de Sydney, voltando à atmosfera no período noturno.

Cientistas australianos desenvolveram uma tecnologia que permite a geração de energia solar à noite por meio de ondas infravermelhas.

Os painéis solares fotovoltaicos dependem da luz visível para gerar eletricidade. Por conta disso, sua produção é interrompida durante a noite e pode ser reduzida em condições climáticas adversas.

Para garantir o fornecimento contínuo de energia, muitas instalações utilizam baterias de armazenamento, o que aumenta significativamente os custos.

Conforme a Agência Internacional de Energia (IEA), a energia solar fotovoltaica representou 3,6% da geração mundial de eletricidade em 2022.

No entanto, a intermitência da produção é um dos principais desafios para sua adoção em larga escala. Com isso, novas abordagens estão sendo desenvolvidas para maximizar a eficiência da captação de energia solar.

A captação da radiação infravermelha

Cientistas da Austrália desenvolvem tecnologia que permite gerar energia solar durante a noite.

Durante o dia, a Terra absorve grande parte da energia solar e, à noite, dissipa esse calor na forma de radiação infravermelha.

Foi com base nesse princípio que pesquisadores da Escola de Engenharia Fotovoltaica e Energia Renovável da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, desenvolveram um dispositivo capaz de transformar essa energia dissipada em eletricidade.

O equipamento é chamado de diodo termo radiativo, um semicondutor similar aos utilizados em óculos de visão noturna.

Segundo a Dra. Phoebe Pearce, integrante do grupo de pesquisa, da mesma forma que uma célula solar gera eletricidade ao absorver luz emitida pelo Sol, o diodo termo radiativo gera eletricidade captando luz infravermelha em um ambiente mais frio.

Benefícios e aplicabilidades

Cientistas criam sistema capaz de coletar energia solar 24 horas por dia, sete dias por semana, durante todos os dias do ano, quebrando limites de qualquer dispositivo fotovoltaico disponível no mercado.

Essa nova tecnologia abre possibilidades inéditas para a geração de energia renovável. Atualmente, a quantidade de eletricidade gerada pelo diodo termo radiativo ainda é pequena — cerca de 100.000 vezes menor do que a produção de um painel solar tradicional.

No entanto, os cientistas acreditam que avanços na pesquisa podem tornar essa fonte de energia viável para diversas aplicações.

Entre os benefícios potenciais, está a possibilidade de reduzir ou até eliminar a necessidade de baterias em dispositivos eletrônicos como smartwatches e sensores da Internet das Coisas (IoT).

Além disso, essa tecnologia pode ser aplicada na indústria espacial, onde satélites e espaçonaves dependem da energia solar para funcionamento.

Caso os avanços continuem, a tecnologia pode contribuir para o fornecimento de eletricidade em ambientes remotos e de difícil acesso.

Desafios e perspectivas futuras

Energia solar à noite? Novo estudo sugere que pode ser possível

Apesar do grande potencial, a captação de energia infravermelha ainda está em estágios iniciais de desenvolvimento.

Os principais desafios incluem o aumento da eficiência da conversão energética e a redução dos custos de produção dos diodos termo radiativos.

Pesquisadores do setor energético acreditam que, com os avanços tecnológicos, essa solução pode se tornar um complemento viável para os sistemas solares convencionais.

O professor Ned Ekins-Daukes, líder da pesquisa, afirma que ainda há um longo caminho a percorrer, mas eles estão de que essa tecnologia pode transformar o setor de energia renovável nas próximas décadas.

Com isso, a possibilidade de gerar energia durante a noite abre novos horizontes para um futuro mais sustentável.

A combinação de tecnologias solares diurnas e noturnas pode impulsionar ainda mais a transição energética global, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e contribuindo para o objetivo de neutralidade de carbono até 2050. (clickpetroleoegas)

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