quarta-feira, 16 de abril de 2025

Geração solar crescerá 22% ao ano no Brasil até 2027

Geração solar crescerá 22% ao ano no Brasil até 2027, diz Agência Internacional de Energia.

A energia solar fotovoltaica aumentou na taxa mais rápida de todas as fontes, 46% em 2024, e esperamos uma taxa média de crescimento anual de 22% de 2025 a 2027. Apesar de um declínio de 2,8% em 2024, a geração de energia hidrelétrica continua sendo a maior fonte de energia.

Relatório da IEA sobre demanda por energia elétrica no mundo projeta um crescimento de 3,5% no consumo de eletricidade no Brasil entre 2024 e 2027. O estudo conecta apagões no país a desafio global com as redes de transmissão e distribuição e alerta para riscos crescentes de eventos climáticos como as secas.
Usina solar de 519 MW em Santa Luzia, Paraíba, com trackers Vanguard-1P da Trina Tracker.

A demanda por eletricidade no Brasil cresceu 6% em 2024 em meio ao crescimento econômico robusto e às altas temperaturas do verão. Um novo relatório da Agência Internacional de Energia (IEA) projeta que a demanda por eletricidade deve crescer em torno de 3,7% ao ano de 2025 a 2027. A projeção considera que o programa Luz Para Todos, que visa combater a pobreza energética em áreas rurais e da Amazônia Legal, fornecendo acesso a eletricidade, deve dar suporte ao aumento do consumo residencial, com meta de atender às 318.000 famílias que ainda estão sem eletricidade nos próximos anos.

Do lado da oferta, a partir de 2024, o mercado de eletricidade do Brasil é marcado por taxas de crescimento substanciais em energia renovável, particularmente solar e eólica, enquanto as fontes de combustíveis fósseis continuam seu declínio constante.

A geração de energia eólica cresceu 13% em 2024, e a previsão é de que aumente a uma taxa média de cerca de 8% ao ano até 2027. A energia solar fotovoltaica aumentou na taxa mais rápida de todas as fontes, 46% em 2024, e esperamos uma taxa média de crescimento anual de 22% de 2025 a 2027.

Apesar de um declínio de 2,8% em 2024, a geração de energia hidrelétrica continua sendo a maior fonte de energia. 2025, a IEA projeta que a energia hidrelétrica retornará aos níveis de 2022, embora um ligeiro aumento seja projetado para o restante do período de previsão.

Essas tendências ressaltam a mudança acelerada do Brasil em direção a fontes de energia renováveis, cuja participação no total de eletricidade gerada será, dependendo das condições hidrológicas, de cerca de 90% até 2027, em comparação com 88% em 2024 e 78% em 2017. Como resultado, a intensidade de emissão cairá em média 13% ao ano durante o período de 2025-2027.

Desafios locais também são globais: cortes de geração e seca histórica

Com o rápido crescimento da geração renovável variável levou a cortes de geração frequentes no Brasil e, para resolver o problema, o país realizou 2 leilões de transmissão (001/2024 e 002/2024) com 3 lotes totalizando 7.250 km em linhas de transmissão, 19.200 megavolt-amperes (MVA) em capacidade de transformação para subestações e investimentos de US$ 4 bilhões. Além disso, estão em andamento as discussões na Consulta Pública 45/2019 para aprimorar as regras que regem a priorização do corte de geração pelo operador do sistema, visando mitigar os impactos técnicos e econômicos sobre os geradores e consumidores de energia elétrica.

O relatório da IEA também destaca que 2024 registrou grandes cortes de fornecimento energia em regiões do mundo em meio a problemas climáticos, de combustível e de rede, como nos EUA, Equador e Austrália. As interrupções de fornecimento de energia em larga escala afligiram uma ampla faixa de países e regiões, destacando a necessidade de aumentar a resiliência contra o crescente impacto climático nos sistemas de energia.
Brasil poderá acrescentar mais de 100 GW de energia solar até 2028

No Brasil, São Paulo sofreu um apagão em 11 de outubro, onde cerca de 2,6 milhões de clientes ficaram sem energia devido a um pico de tempestade de 30 minutos. A tempestade danificou 17 linhas de alta tensão, juntamente com 11 subestações.

Além disso, espera-se que condições climáticas extremas continuem sendo um fator-chave de riscos de adequação em muitas regiões do mundo. Avaliações recentes de adequação de recursos estudando o próximo inverno e 3 ou 4 anos à frente mostram condições de adequação apertadas em várias regiões. No curto prazo, semelhante a eventos recentes, esses riscos estão principalmente relacionados ao aumento da demanda devido a períodos de frio ou ondas de calor, que podem coincidir com interrupções de recursos, baixa geração renovável e problemas com a disponibilidade de fornecimento de combustível. Esses fatores também são combinados com impactos potenciais de aposentadorias de geradores em alguns países.

O Brasil enfrentou a pior seca de sua história em 2024 e, embora tenha sido severa para os padrões históricos, não foi tão forte nas bacias hidrológicas mais importantes do Sistema Interligado Nacional (SIN). À medida que os reservatórios hidrelétricos atingiram níveis baixos, o país dependeu de usinas termelétricas, o que levou a Aneel a acionar a tarifa adicional (tarifa bandeira vermelha, nível 1), resultando em uma cobrança de US$ 0,75 para cada 100 kWh.

Mais recente estudo de adequação de recursos do Brasil, dentro do Plano Decenal de Expansão de Energia, publicado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e pelo Ministério de Minas e Energia (MME), identificou a necessidade de capacidade adicional até 2027.

Os requisitos de energia e potência mostram sazonalidade acentuada, atingindo o pico na estação seca e crescendo de forma constante ao longo da década. O estudo indica um alto risco de um déficit de energia de 5,5 GW até o terceiro trimestre de 2028, com déficit de 1,5 GW surgindo já em setembro de 2027, no final da estação seca, em um cenário de seca severa e produção hidrelétrica particularmente baixa. Em termos de necessidades de energia, capacidade adicional será necessária até o final de 2028, destacando a necessidade de esforços de expansão para garantir a adequação.
Energia solar fotovoltaica será a maior fonte de geração elétrica do mundo em 2027. (pv-magazine-brasil)

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