sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Veículos elétricos emitem menos CO2 que etanol e biodiesel, mas perdem pro biometano

Veículos elétricos emitem menos CO2 que etanol e biodiesel, mas perdem para o biometano, segundo EPE.

Carro bioelétrico é aposta da indústria com ganho de R$ 7,4 trilhões

Sim, é verdade que veículos elétricos geralmente emitem menos CO2 do que carros movidos a etanol e biodiesel, mas eles podem emitir mais do que veículos movidos a biometano. Um estudo recente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, demonstrou que o biometano pode reduzir as emissões de CO2 em até 2,5 vezes em comparação com a eletricidade utilizada em veículos elétricos.

Ainda assim, a EPE projeta que a intensidade de carbono da eletricidade para veículos aumentará para 24,31 gCO₂eq/MJ em 2034, o que ainda é inferior às emissões de gasolina, diesel, etanol e biodiesel. O biometano, no entanto, permanece como a opção com menor emissão de carbono.

É importante notar que a comparação entre as fontes de energia pode variar dependendo de diversos fatores, como a matriz energética de cada país e a eficiência dos diferentes tipos de veículos. No Brasil, a matriz elétrica com alta participação de fontes renováveis pode favorecer a redução de emissões com veículos elétricos. Por outro lado, o biometano, sendo um combustível renovável produzido a partir de fontes como resíduos orgânicos, pode apresentar emissões significativamente menores, especialmente quando comparado ao diesel de origem fóssil.

Em resumo, embora os veículos elétricos apresentem vantagens em termos de emissões em relação a alguns combustíveis, o biometano se destaca como uma opção ainda mais promissora para a redução de emissões de carbono no setor de transporte.

Estudo da Empresa de Pesquisa Energética considera ciclo de vida “do poço à roda” e mostra que eletricidade e biometano são as fontes menos intensivas em carbono, embora tenham as menores participações no atendimento à demanda energética do setor rodoviário. O estudo ainda projeta que a demanda de energia para veículos crescerá de 338 GWh em 2024 para 8.021 GWh em 2034.

A nota técnica “Descarbonização do setor de transporte rodoviário – Intensidade de carbono das fontes de energia”, publicada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), aponta o biometano como a alternativa mais “limpa” para descarbonizar o transporte rodoviário no Brasil. O estudo detalha os valores de intensidade de carbono das principais fontes energéticas utilizadas no setor, com base na metodologia de avaliação do ciclo de vida.

Produzido a partir da purificação do biogás gerado por resíduos agropecuários e urbanos, o biometano é um combustível renovável com potencial para abastecer veículos leves e pesados, com a vantagem de aproveitar a infraestrutura existente do gás natural.

De acordo com o levantamento, o biometano apresentou uma intensidade de carbono de 8,35 gramas de dióxido de carbono equivalente por megajoule (gCO₂eq/MJ) em 2024, com expectativa de manutenção desse valor ao longo da próxima década.

Em seguida, aparece a eletricidade, com intensidade de carbono de 21,15 gCO₂eq/MJ. Entretanto, a EPE projeta que a intensidade de carbono da eletricidade para veículos aumentará para 24,31 gCO₂eq/MJ em 2034, ainda menor que as demais fontes energéticas, como gasolina, diesel, etanol, biodiesel e eletricidade, ficando acima apenas do biometano.

Valores em gramas de dióxido de carbono equivalente por megajoule (gCO₂eq/MJ).

O estudo ainda projeta que a demanda de eletricidade para veículos crescerá de 338 GWh em 2024 para 8.021 GWh em 2034. No entanto, a eletricidade representará apenas 0,7% da demanda total de energia dos veículos em 2034, enquanto o biometano deve atender 0,4%. O diesel atenderá 44,9% da demanda em 2034, seguido pelo etanol com 21,6%, sendo 5,8% anidro e 15,8% hidratado; pela gasolina, com 19,5%; pelo biodiesel, com 10,5% e pelo gás natural fóssil (GNV) com 2,4%.

A nota técnica foi elaborada para subsidiar as decisões do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) na definição das metas do Programa Mover. A integração do programa a outras políticas públicas foi introduzida pela Lei do Combustível do Futuro (14.993/24), que amplia o uso de combustíveis sustentáveis e tecnologias de baixa emissão, promovendo a mobilidade de baixo carbono e a valorização da matriz energética nacional. (pv-magazine-brasil)

Como o albedo interage com diferentes padrões de sistemas fotovoltaicos em telhados

Albedo é a capacidade de uma superfície de refletir a luz solar, tem um impacto significativo na eficiência de sistemas fotovoltaicos em telhados. Superfícies com alto albedo (como telhados brancos ou com materiais claros) refletem mais luz solar, o que pode aumentar a produção de energia de painéis fotovoltaicos, especialmente os bifaciais, que captam luz de ambos os lados. No entanto, o efeito do albedo pode ser complexo, dependendo de fatores como a disposição dos painéis, a inclinação do telhado e a geometria da instalação.

Como o albedo interage com diferentes padrões de sistemas fotovoltaicos:

Painéis bifaciais:

Painéis bifaciais são projetados para gerar eletricidade tanto pela luz solar direta quanto pela luz refletida pela superfície abaixo. Portanto, um alto albedo na superfície do telhado pode aumentar significativamente a produção de energia desses painéis.

Distância entre os painéis:

Em instalações com maior espaçamento entre os painéis, o albedo pode ter um impacto mais positivo, pois mais luz solar refletida alcança a parte traseira dos painéis.

Taxa de cobertura do telhado:

Em telhados com alta taxa de cobertura (onde os painéis cobrem uma grande área), o albedo pode se tornar mais importante, pois a luz refletida pode ser usada de forma mais eficiente pelos painéis restantes.

Painéis bifaciais com alterações de albedo e temperatura ambiente

Sombreamento:

O albedo também pode influenciar o sombreamento. Superfícies com baixo albedo podem absorver mais calor e, consequentemente, aumentar o sombreamento, reduzindo a eficiência do sistema.

Materiais do telhado:

Diferentes materiais de telhado possuem diferentes albedos. Telhados com materiais claros e brilhantes (como telhas brancas ou telhas metálicas com revestimento branco) tendem a ter um albedo mais alto, enquanto materiais escuros (como telhas de barro escuras) têm um albedo mais baixo.

Em resumo: O albedo é um fator importante a ser considerado na instalação e otimização de sistemas fotovoltaicos em telhados. Em muitos casos, um alto albedo pode aumentar a eficiência do sistema, especialmente com painéis bifaciais, mas a interação com outros fatores como a disposição dos painéis e o sombreamento também deve ser considerada.

Pesquisadores simularam 160 casos de instalação de telhados fotovoltaicos no sul e norte da Itália. Entre os parâmetros variáveis estavam o tamanho e o tipo dos painéis, bem como a taxa de cobertura do telhado. Os albedos considerados foram de 20%, 40%, 60% e 80%, representando diferentes tipos de materiais de cobertura.

Um grupo de pesquisa liderado pela Universidade da Calábria, na Itália, investigou o impacto do albedo na geração de energia fotovoltaica no telhado e descobriu que a reflexão da radiação de saída das superfícies dos painéis solares para a parte traseira dos módulos adjacentes desempenha um papel importante no aumento do rendimento da eletricidade solar.

“O estudo explora o desempenho de painéis solares monofaciais e bifaciais em várias tipologias de telhados com padrões de instalação e albedos variáveis. Nesse sentido, a comparação ajudará a compreender como o albedo do telhado afeta a produção anual de energia, a maneira mais adequada de instalar painéis solares no telhado e a distinção entre painéis solares monofaciais e bifaciais”, informaram os cientistas. “A avaliação é baseada especificamente em um conjunto de 160 simulações”.

Usando dois estudos de caso da Itália – um do Sul e outro do norte do país – a equipe concentrou seu trabalho nos diferentes impactos do albedo em vários padrões de instalação.

Todas as simulações foram realizadas em uma cobertura de 10 m x 10 m, com área total de 100 m². Milão foi escolhida como local das simulações do norte da Itália, com uma temperatura média anual de 13,5°C de irradiação global anual de 1.317 kWh / m² e uma inclinação de 39°, enquanto Cosenza foi tomada como o estudo de caso sul, com uma temperatura média anual de 17,7°C, irradiação global anual de 1.635 kWh / m² e uma inclinação de 33°.

Os experimentos incluíram dois tamanhos de sistema fotovoltaico – 1 m x 1,5 m ou 1 m x 2 m – cobrindo 10%, 20%, 30%, 40% ou 50% do telhado. Dois tipos de painéis fotovoltaicos foram considerados: um painel monocristalino bifacial com 20% de eficiência ou um painel monocristalino monofacial com 20% de eficiência. Os albedos considerados foram de 20%, 40%, 60% e 80%, representando diferentes tipos de materiais de cobertura.

“Na área limitada de um telhado, ao aumentar o número de módulos fotovoltaicos, a produção anual de energia pode aumentar até um determinado valor e, em seguida, pode diminuir devido à maior frequência de sombra dos painéis solares na superfície de outros painéis solares”, enfatizaram os cientistas. “Neste estudo, no sul e norte da Itália, isso aconteceu após aumentar o número de módulos de 40 a 50% da cobertura da área do telhado”.

De acordo com o grupo, a saída bifacial aprimorada a essa taxa parece ser desencadeada pela reflexão da radiação das superfícies do painel solar para a parte traseira dos módulos adjacentes, em vez do albedo do telhado. Além disso, a escolha entre painéis solares monofaciais e bifaciais dependia da porcentagem de cobertura dos painéis solares no telhado.

“Pode-se concluir que, com baixas porcentagens de cobertura de painéis fotovoltaicos na superfície do telhado, a instalação de painéis bifaciais não parece ser vantajosa do ponto de vista da produção de energia”, acrescentou o grupo. “No entanto, em uma porcentagem de cobertura mais alta de cerca de 50%, e devido aos impactos simultâneos do albedo do telhado e reflexão dos painéis solares, é mais benéfico usar painéis solares bifaciais, como na Itália, a produção de energia foi aumentada em até 18%”.

(pv-magazine-brasil)

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Unicamp lança centro dedicado à mobilidade elétrica

Com investimentos superiores a R$ 100 milhões em projetos e uma sede própria de 1.600 m2 em construção, o centro se posiciona como referência continental.
UNICAMP lança CEMOBE: primeiro centro da América Latina dedicado à mobilidade elétrica com sede própria e mais de R$ 100 milhões em projetos.

Com laboratórios multiusuários, equipe multidisciplinar e sede de 1.600 m², centro será referência nacional na transição energética e no desenvolvimento de tecnologias veiculares sustentáveis

UNICAMP

A Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) acaba de anunciar a criação do Centro de Pesquisa em Mobilidade Elétrica (CEMOBE), um projeto inédito na América Latina, voltado ao desenvolvimento de soluções inovadoras em mobilidade elétrica, sistemas híbridos, veículos agrícolas eletrificados e infraestrutura para testes e certificações. A iniciativa é coordenada pelo professor Tárcio Barros, da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC), e vinculada ao Centro de Estudos de Energia e Petróleo (CEPETRO), braço estratégico da Unicamp na transição energética.

O CEMOBE se destaca desde sua origem pela robustez da proposta: além de reunir uma ampla rede de pesquisadores e mais de 20 projetos em andamento, contará com uma sede própria de 1.600 m², prevista para ser concluída em até dois anos. A construção será viabilizada por um investimento inicial de R$ 15 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), conquistado por meio de um edital nacional altamente competitivo — sendo o único projeto aprovado no país na área de mobilidade elétrica.

Segundo o professor Tárcio Barros, o centro já nasce com R$ 105 milhões mobilizados em projetos vigentes, envolvendo mais de 200 pós-graduandos, 100 alunos de graduação, 33 docentes e 40 empresas parceiras. O prédio será instalado no Hub Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (HIDS), uma iniciativa da UNICAMP voltada à criação de um distrito de inovação inteligente, dedicado à geração de soluções para os desafios do desenvolvimento sustentável.

“O CEMOBE será o primeiro centro na América Latina com estrutura própria e equipamentos de ponta voltados exclusivamente para a mobilidade elétrica. Nosso objetivo é ser um polo integrador entre universidade e indústria, capaz de acelerar o desenvolvimento tecnológico e dar respostas às demandas brasileiras de forma customizada”, destaca o coordenador.

CEMOBE Unicamp: Onde a Mobilidade Elétrica Ganha Consistência Científica no Brasil

Pesquisas aplicadas ao contexto nacional

O CEMOBE reúne docentes de várias unidades da Unicamp, como as Faculdades de Engenharia Elétrica (FEEC), Mecânica (FEM), Agrícola (FEAGRI), Química (FEQ) e o Instituto de Geociências (IG). Os projetos atendem desafios reais da mobilidade e da transição energética no Brasil. Entre os destaques:

- Eletrificação do transporte, com foco em veículos híbridos e elétricos;

- Sistemas de armazenamento de energia, como baterias, supercapacitores e células a combustível;

- Tecnologias de tração alternativas à combustão, promovendo soluções de baixo carbono;

- Sistemas de gerenciamento de energia e potência, voltados à eficiência e à segurança operacional;

- Eletromobilidade, incluindo o desenvolvimento de estações de recarga e dispositivos de micro mobilidade;

- Eletrificação de veículos e implementos agrícolas, com ênfase em precisão, redução de insumos e menor impacto ambiental;

- Estudos sobre os impactos sociais da mobilidade elétrica, contribuindo para políticas públicas mais eficazes.

- Além disso, o CEMOBE será também um espaço de teste e certificação, com laboratórios de motores elétricos, eletrônica de potência, dinâmica veicular, armazenamento de energia e oficina de prototipagem rápida, entre outros.
UNICAMP lança CEMOBE: primeiro centro da América Latina dedicado à mobilidade elétrica com sede própria e mais de R$ 100 milhões em projetos.

Rumo a uma rede nacional

Além da infraestrutura própria, o CEMOBE é também parte de uma ambição maior. A partir de recursos adicionais, em processo de captação, o centro se tornará sede de uma rede nacional de laboratórios multiusuários voltados à eletromobilidade, aberta à academia e à indústria.

“Queremos envolver a iniciativa privada na criação conjunta de novos laboratórios. Já recebemos visitas de empresas internacionais interessadas, e estamos preparados para ampliar significativamente nossa atuação”, reforça Tárcio Barros.

O centro será também um catalisador de ações sustentáveis e de formação de talentos, fortalecendo a posição da Unicamp como protagonista da inovação em energia e mobilidade para um futuro de baixo carbono. (investe.sp.gov)

Sistema fotovoltaico flutuante offshore resistente a fortes ondas

Sistema fotovoltaico flutuante offshore que resiste às maiores ondas artificiais do mundo.
Um sistema fotovoltaico flutuante offshore, desenvolvido pela Oceans of Energy, foi testado com sucesso nas maiores ondas artificiais do mundo no canal de ondas Delta Flume, na Holanda. O sistema foi submetido a condições extremas, simulando ondas de até cinco metros de altura, com o objetivo de padronizar testes e certificações para tecnologias fotovoltaicas flutuantes offshore.

O Delta Flume, com 300 metros de comprimento e equipado com um potente gerador de ondas, é um recurso único para testar a resistência de estruturas flutuantes em condições marítimas adversas. A tecnologia da Oceans of Energy, desenvolvida desde 2019, visa a instalação de painéis solares em alto mar, independentemente da profundidade do leito marinho.

A pesquisa e desenvolvimento de sistemas fotovoltaicos flutuantes offshore representa uma alternativa promissora para a geração de energia renovável, especialmente em áreas com restrições de espaço terrestre e em águas profundas. Esses sistemas podem contribuir para a diversificação da matriz energética e para a redução da emissão de gases de efeito estufa.

Além do projeto da Oceans of Energy, outras iniciativas estão em andamento para explorar o potencial da energia solar flutuante, incluindo a construção de usinas solares flutuantes em larga escala e o desenvolvimento de tecnologias de rastreamento solar para otimizar a captação de energia.

As tecnologias fotovoltaicas offshore foram testadas pela primeira vez sob as severas cargas de ondas geradas pelo Delta Flume, uma calha artificial de 300 m de comprimento com um gerador de ondas capaz de produzir ondas de até cinco metros. O teste busca padronizar os processos de teste e certificação para sistemas fotovoltaicos flutuantes offshore.
A unidade de testes Delta Flume está localizada no Instituto de Pesquisa Deltares, nos arredores da cidade de Delft, Holanda.

A Organização Holandesa de Pesquisa Científica Aplicada (TNO), a especialista em energia fotovoltaica offshore holandesa Oceans of Energy, o Instituto Tecnológico Deltares e sociedade de classificação norueguesa DNV anunciaram a realização inédita de um teste de tecnologias fotovoltaicas offshore no Delta Flume, uma calha de 300 m de comprimento capaz de produzir as maiores ondas artificiais do mundo, com uma altura de até cinco metros

“Essa participação foi crucial para melhorar a compreensão da DNV sobre as demandas estruturais e mecânicas desses sistemas, explorando como as atividades de teste podem ajudar no desenvolvimento da certificação solar offshore e compartilhando resultados obtidos com o projeto”, afirmou a Oceans of Energy em um comunicado. “Ao simular as condições offshore, os testes forneceram dados valiosos sobre como esses sistemas reagem a diferentes condições de onda com base no comprimento do flutuador”.

De acordo com a empresa, os testes NS2 Delta Flume revelaram como as usinas fotovoltaicas offshore podem suportar as difíceis condições adversas do Mar do Norte, onde construiu vários sistemas piloto e planeja implantar cerca de 150 MW de capacidade. “Esta colaboração em conjunto com a Deltares, TNO e DNV é de grande importância para progredir em direção à certificação de energia solar offshore”, relatou Fabian Koppes, chefe de produto da Oceans of Energy, “Os aprendizados contribuíram para histórias de sucesso do setor, incluindo a adoção de nosso sistema solar offshore pela Shell e Eneco no parque eólico offshore Crosswind’ Hollandse Kust Noord no verão de 2025”.

Cientistas afirmam que as usinas solares offshore são mais produtivas que as de solo.

Os resultados dos testes nas instalações da Delta Flume foram apresentados pela TNO, Deltares e Oceans of Energy em um white paper, onde os pesquisadores explicaram que realizaram testes hidrodinâmicos em escala real da matriz de plataforma solar offshore da Oceans of Energy e testes de ondas de montagem fotovoltaica fixa e módulos fotovoltaicos. “O teste hidrodinâmico revelou uma relação entre a resposta do sistema à variação do comprimento de onda e do comprimento do flutuador”, diz o relatório. “O teste de quebra de ondas teve como objetivo investigar a potencial degradação do desempenho dos módulos fotovoltaicos, mas não revelou nenhum sinal de degradação”.

A plataforma da Oceans of Energy foi feita de quatro flutuadores rígidos leves que podem ser integrados em painéis solares offshore por um componente de ‘interconector’, com a estrutura formada por estruturas rígidas e uma parte flexível. Uma solução de montagem especial é adotada para permitir essa configuração do sistema e evitar que as ondas quebrando o vidro do módulo fotovoltaico.

Os cientistas usaram um sistema de amarração de cordas e correntes de fibra para manter a matriz flutuante em posição, com o sistema de amarração sendo aparafusado ao fundo do Delta Flume. Os flutuadores foram equipados com células de carga que medem as cargas dos cabos de amarração, extensômetros nas plataformas, sensores de pressão e unidades de medição inercial para medir a aceleração e o giro das plataformas. Os sensores foram então conectados a um sistema de aquisição a bordo acoplado ao sistema de aquisição de dados Delta Flume. O equipamento de câmera foi utilizado para avaliar o comportamento da matriz flutuante durante diferentes condições de onda.

Painéis solares offshore de ondas altas serão uma realidade.

“As alturas de onda testadas no Delta Flume variaram de 0,25 m a 2,50 m, com períodos de onda variando entre 2 a 16 s. Isso proporcionou condições de carga significativas nas plataformas flutuantes, correspondentes a ondas que podem ocorrer várias vezes por ano no Mar do Norte”, diz o white paper. “Os resultados dos testes Delta Flume são usados para validar modelos numéricos que podem ser usados posteriormente para calcular cargas sob condições de projeto mais extremas”.

O projeto de pesquisa busca padronizar os processos de teste e certificação para tecnologias fotovoltaicas offshore. “Esses padrões estão em desenvolvimento e contribuirão para garantir que as fazendas solares offshore possam ser implantadas com segurança, economia e estabilidade de longo prazo”, afirmou o grupo de empresas e institutos de pesquisa.

De acordo com um relatório recente da DNV GL, o Mar do Norte pode hospedar cerca de 100 MW de capacidade solar flutuante até 2030 e 500 MW até 2035. (pv-magazine-brasil)

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

A vida no Sul e Sudeste depende muito da energia gerada na Amazônia

Apenas 4 hidrelétricas da Amazônia respondem por mais de 10% da carga do país. Elas operam para poupar os reservatórios do Sul e equilibrar a carga. Mas enfrentam, ano após ano, secas cada vez mais intensas nos rios Madeira, Xingu e Teles Pires, afluente do Tapajós.

Não, a vida no Sul e Sudeste não depende exclusivamente da energia gerada na Amazônia. Embora a região amazônica seja uma importante fonte de energia para o Brasil, com a geração de cerca de 26% da eletricidade do país, a geração de energia no Sudeste e Sul é diversificada e inclui outras fontes como hidrelétricas, termelétricas e fontes renováveis.

Elaboração:

Fontes de energia no Sudeste e Sul:

A região Sudeste, por exemplo, possui grande capacidade instalada de usinas hidrelétricas e termelétricas a gás, além de contar com a geração de energia da biomassa da cana-de-açúcar. Já a região Sul tem destaque na geração de energia a partir do carvão mineral.

(Des) matando as Hidrelétricas: A Ameaça do Desmatamento na Amazônia para a Energia do Brasil.

Interligação do sistema:

O Sistema Interligado Nacional (SIN) permite a distribuição de energia elétrica por todo o país, incluindo o transporte de energia gerada na Amazônia para outras regiões, como o Sudeste e Sul, onde o consumo é maior.

Diversificação da matriz energética:

O Brasil como um todo tem buscado diversificar sua matriz energética, investindo em fontes renováveis como solar e eólica, inclusive na região Nordeste, que se destaca como um grande gerador e exportador de energia.

Desafios na Amazônia:

A região amazônica, por outro lado, enfrenta desafios para levar energia para todos os seus habitantes, com cerca de um milhão de pessoas sem acesso à eletricidade, especialmente em áreas próximas às usinas hidrelétricas.

Importância da região amazônica:

Apesar de não ser a única fonte de energia, a região amazônica desempenha um papel crucial na oferta de energia para o Brasil, além de ser fundamental para o equilíbrio climático e a biodiversidade do país. (google)

Barcos movidos à energia solar participam de competição em Niterói

Iniciativas reúnem equipes de Santa Catarina, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
O Desafio Sol & Mar chegou a Praia de Icaraí, em Niterói, entre os dias 18/06/25 e 22/06/25.

O grande destaque do evento foi a emocionante competição de embarcações movidas exclusivamente à energia solar. Equipes universitárias do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Santa Catarina.

Niterói recebeu competição de barcos movidos a energia solar com programação gratuita na Praia de Icaraí.

Evento uniu esporte, tecnologia e sustentabilidade, com exposição de embarcações, simuladores, shows e ações educativas.

A Praia de Icaraí, em Niterói, foi palco de uma programação que une inovação, ciência e lazer. Entre 18 a 22 de junho/25, o Desafio Sol & Mar promove uma experiência gratuita que combina esporte, tecnologia e sustentabilidade, com competições náuticas de embarcações movidas a energia solar, atrações interativas e atividades educativas para todas as idades.

Com patrocínio da Enel Rio, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte do Governo do Estado, e apoio da Prefeitura de Niterói, do Clube Central Icaraí e da Universidade Federal Fluminense (UFF), o evento visou estimular o uso de energias renováveis e fomentar a mobilidade limpa.

O grande destaque da programação é a competição entre barcos solares, desenvolvidos por 6 equipes universitárias do Rio de Janeiro, Santa Catarina e Espírito Santo. As embarcações, movidas exclusivamente a energia solar, enfrentaram provas que avaliaram não apenas a eficiência tecnológica, mas também a capacidade de navegação e a estratégia dos competidores. As disputas foram transmitidas em tempo real por meio de um sistema de rastreamento com imagens dinâmicas, disponíveis no site oficial do evento.

“A ideia foi promover a integração entre esporte, inovação e sustentabilidade, mostrando como a tecnologia pode impulsionar soluções para o futuro. Queremos que o público participe, aprendendo e se inspirando com as possibilidades das energias limpas”, explica Marco Antônio Junqueira, sócio-diretor da Sagre, agência responsável pela realização do evento.

Inovação no mar de Niterói: regata reuniu barcos movidos a energia solar

O Desafio Solar Brasil foi até 22/06/25, com uma competição de 13 embarcações construídas por estudantes de instituições públicas de ensino, todas com placas fotovoltaicas.

Ciência e diversão à beira-mar

O paddock solar, montado à beira-mar, permitiu aos visitantes conhecerem de perto os barcos que participarão da disputa, conversar com os estudantes que os projetaram e entender os processos de construção das embarcações sustentáveis. Outras atrações incluíram um tanque de nautimodelismo, um simulador de rafting em realidade virtual e espaços interativos voltados ao universo náutico.

A música também fez parte da programação. O DJ Raphael Moraes comandou as trilhas sonoras ao longo do evento.
Compromisso ambiental

Durante os 5 dias de evento, a sustentabilidade foi um eixo central. Além de coleta seletiva com suporte da Companhia Municipal de Limpeza Urbana de Niterói (Clin), houve um estande da Enel Rio dedicado ao consumo consciente de energia, onde o público pode trocar lâmpadas fluorescentes ou incandescentes por modelos de LED mais eficientes.

Outra iniciativa foi a compensação da pegada de carbono do evento. Em parceria com a Carbon Free Brasil, o Desafio Sol & Mar foi neutralizar todas as 22 toneladas de CO2 geradas por meio do apoio ao projeto Envira Amazônia Carbon, que atua na preservação da floresta amazônica e no desenvolvimento de comunidades locais. (diariodorio)

sábado, 2 de agosto de 2025

Caminhões elétricos na China podem chegar a 50% do mercado em 2028

Venda de caminhões elétricos na China disparam e podem chegar a 50% do mercado em 2028.
China está acelerando a transição energética em seu setor de transporte rodoviário. Com apoio direto do governo central e de autoridades locais, a venda de caminhões elétricos aumentou de forma significativa em 2025 e começa a ameaçar o uso tradicional de combustíveis fósseis no país.

De acordo com a BloombergNEF, os modelos elétricos responderam por 22% das vendas de veículos comerciais leves em abril deste ano, um avanço notável em relação aos 13% registrados no mesmo mês de 2024. Além disso, o crescimento entre caminhões pesados foi ainda mais expressivo: as vendas triplicaram e chegaram a 15% do total no mesmo período.

Essa transformação ocorre em um país que depende fortemente do diesel para o transporte de cargas. Atualmente, mais de 70% do consumo de combustível na China está vinculado a caminhões, veículos de mineração e máquinas de construção civil. Ainda assim, os dados mais recentes indicam uma reversão dessa tendência. A demanda aparente por diesel caiu 8,4% em abril, somando 3,78 milhões de barris por dia.

Além disso, a gasolina, que responde por mais de um quinto do consumo de petróleo no país, também já apresenta queda de longo prazo, impulsionada pela popularização dos carros elétricos.

China inventiva adoção

O avanço dos caminhões elétricos na China tem como pilar uma política agressiva de incentivos. O governo central oferece isenções fiscais para a venda de veículos elétricos, inclusive modelos pesados, enquanto as administrações regionais impulsionam programas de renovação de frota que priorizam modelos comerciais de zero emissão.

Ademais, o uso de gás natural liquefeito (GNL), que já vinha ganhando terreno entre os caminhoneiros chineses, agora enfrenta concorrência direta da eletrificação. Esse movimento tem impacto direto sobre os mercados globais de energia, já que a China é o maior importador mundial de petróleo.

Atualmente, os caminhões elétricos chineses ainda operam principalmente em trajetos curtos ou em áreas controladas, como portos e minas. No entanto, esse cenário deve mudar nos próximos anos. À medida que a autonomia das baterias aumenta e estações de recarga mais potentes entram em operação, os veículos elétricos devem migrar para rotas mais longas e complexas.

O otimismo também vem da indústria. Robin Zeng, presidente da fabricante de baterias CATL, afirmou que os caminhões elétricos podem responder por até 50% das novas vendas na China até 2028. A declaração foi feita durante o lançamento de uma nova bateria voltada para veículos pesados.

Com essas projeções, a China sinaliza uma nova fase na eletrificação do transporte de cargas, um movimento que pode influenciar não só o mercado interno, mas também a dinâmica energética global. (biodieselbr)

Reino Unido exige painéis solares para novas casas na Inglaterra

Governo do Reino Unido exige painéis solares para novas casas na Inglaterra.
Governo do Reino Unido exigirá a instalação de painéis solares em todas as novas casas construídas na Inglaterra a partir de 2027, como parte do "Future Homes Standard". Esta medida visa reduzir as emissões de carbono e promover a sustentabilidade, além de potencialmente reduzir as contas de energia dos moradores.

Detalhes da medida:

Data de implementação:

A partir de 2027, todas as novas casas construídas na Inglaterra terão que ter painéis solares instalados no telhado.

"Future Homes Standard":

Esta medida faz parte de um padrão mais amplo para novas construções que visa melhorar a eficiência energética e reduzir o impacto ambiental das novas casas.

Exceções:

Embora a maioria das novas casas seja obrigada a ter painéis solares, o governo prevê "raras exceções" onde o impacto seria insignificante, mas não especificou quais seriam essas exceções.

Objetivos:

Reduzir as emissões de carbono e cumprir as metas de emissão zero do Reino Unido.

Reduzir as contas de energia dos proprietários, com economias potenciais de mais de £1.000 por ano, segundo o jornal The Guardian.

Promover o uso de energias renováveis e a transição para uma economia de baixo carbono.

Impacto Financeiro:

Embora a instalação inicial possa ter um custo adicional para a construção, as economias nas contas de energia ao longo do tempo devem compensar esse investimento inicial.

Contexto:

A medida faz parte de um esforço mais amplo do Reino Unido para atingir a neutralidade de carbono e cumprir os compromissos do Acordo de Paris.

A energia solar tem se tornado uma opção cada vez mais popular e acessível para a geração de energia, e a iniciativa do Reino Unido reflete essa tendência.

A Inglaterra está seguindo o exemplo de outros países que já estão incentivando ou exigindo o uso de energia solar em novas construções.

O Future Homes Standard incluirá determinação de instalação do painel solar para novas casas, confirma o governo do Reino Unido. Espera-se que os novos regulamentos de construção tornem a energia fotovoltaica um requisito para quase todas as casas, com apenas “raras exceções” onde o impacto seria insignificante, de acordo com o secretário de Energia do Reino Unido, Ed Miliband.

Energia solar no telhado de uma casa em Birmingham.

Painéis solares serão obrigatórios em quase todas as novas casas construídas na Inglaterra sob novas determinações definidas para publicação no outono de 2025.

O secretário de Energia do governo do Reino Unido, Ed Miliband, confirmou em 06/06/25 que o próximo Future Homes Standard tornará a instalação de painéis solares em novas casas “quase universal” na Inglaterra, fora de “raras exceções” em que uma instalação fotovoltaica não faria diferença na eficiência energética. Os regulamentos de construção para a Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte são definidos localmente.

A Solar Energy UK estima que a determinação solar se aplicará a 90% das novas residências na Inglaterra, o que a associação comercial descreveu como uma “grande vitória” para a indústria solar, residências e meio ambiente. O governo do Reino Unido afirmou que a instalação de energia solar poderia economizar cerca de £$ 530 (US$ 715) por ano com base nos preços atuais da energia.

A maioria das instalações solares do Reino Unido é doméstica, mas responde por apenas 31% da capacidade fotovoltaica total, de acordo com estatísticas provisórias de implantação do governo para o final de abril/2025. A participação da energia solar doméstica na capacidade instalada caiu rapidamente após os primeiros anos da tarifa feed-in do Reino Unido, que aceitou candidatos de 2010 a 2019. O ritmo de implantação nas residências aumentou nos 18 meses até abril de 2025.

A obrigatoriedade da energia solar em novas casas construídas na Inglaterra, combinada com o compromisso do governo do Reino Unido de acelerar a construção de casas, tem potencial para aumentar significativamente a capacidade do telhado implantado. O governo do Reino Unido prometeu anteriormente construir 1,5 milhão de novas casas até 2029, embora o Escritório de Responsabilidade Orçamentária do Reino Unido (OBR) tenha projetado que ficará aquém dessa meta. No entanto, o OBR disse em março de 2025 que as reformas de planejamento levarão a construção de casas no Reino Unido ao seu nível mais alto em 40 anos.

Em um comunicado, o secretário de Energia, Ed Miliband, descreveu o novo padrão residencial como um “passo monumental” para desencadear uma “revolução no telhado”.

Outras disposições esperadas no Future Homes Standard incluem novos requisitos relativos ao aquecimento de baixo carbono, como bombas de calor e redes de calor.

Painéis solares serão obrigatórios em novas casas na Inglaterra

Para reduzir emissões de carbono, Reino Unido planeja exigir painéis solares em novas construções a partir de 2027. (pv-magazine-brasil)

quarta-feira, 30 de julho de 2025

Carrefour Brasil planeja fechar 2025 com 25 usinas solares em seus telhados

Grupo Carrefour Brasil planeja fechar 2025 com 25 usinas solares em seus telhados.
A parceria entre a GreenYellow e o Carrefour promete solarizar 350 estacionamentos, estabelecendo um marco na energia renovável na Europa.

GreenYellow e Carrefour transformam o Cenário Energético da França com Projeto Solar Inédito.

O grupo Carrefour Brasil planeja concluir o ano de 2025 com 25 usinas solares instaladas em seus telhados.

A expansão do projeto de usinas solares faz parte da estratégia do Carrefour Brasil de aumentar a geração de energia limpa e reduzir a dependência de fontes tradicionais. A empresa pretende instalar mais 22 usinas até o final de 2025, com o objetivo de otimizar o consumo de energia e promover a sustentabilidade.

Além disso, o Carrefour Property, divisão do grupo responsável pela gestão de imóveis, registrou uma redução de 15% no consumo de energia graças à implementação de tecnologias e práticas sustentáveis.

Atualmente, as unidades do grupo já contam com 2 usinas em Canoas (RS) e em Americana (SP). Uma terceira usina deve entrar em operação em Recife (PE) ainda neste semestre. Somadas, as três plantas têm potencial de gerar mais de 300 mil kWh.

Buscando a redução do consumo energético, o Grupo Carrefour Brasil, já conta atualmente com duas usinas fotovoltaicas instaladas nas unidades do Hiper Carrefour Canoas, no Rio Grande do Sul, e do Sam’s Club Americana, interior de São Paulo. Uma terceira localizada no Hiper Carrefour em Recife, em Pernambuco, está prevista para iniciar operação ainda neste semestre.

Somadas, as três usinas têm potencial de gerar mais de 300 mil kWh por mês e reduzir significativamente os custos de energia dessas unidades. Até o final de 2025, a companhia deve ampliar esse modelo com a instalação de mais 22 usinas solares, totalizando um potencial de geração de 32,8 mil MWh/ano, o que representa uma redução estimada de 4,4% do consumo anual na operação de varejo do Grupo Carrefour Brasil.

O Grupo Carrefour Brasil tem como meta de utilizar 100% de eletricidade proveniente de fontes renováveis até 2030 e a redução de 27,5% do consumo total de energia no mesmo período. Em relação aos sistemas fotovoltaicos, a empresa pretende instalar plantas em uma área de 4,5 milhões de metros quadrados até 2026, nos países onde opera.

“Os painéis solares contribuem para a geração de energia limpa e renovável, reduzindo a dependência de fontes tradicionais e colaborando para a diminuição das emissões dos gases de efeito estufa. Já temos resultados expressivos com as usinas em operação e, com a implantação das novas estruturas até o fim de 2025, teremos um impacto ainda mais relevante na redução do nosso consumo energético e no fortalecimento das nossas ações em prol do meio ambiente”, afirma o Diretor de Manutenção e Construção de Carrefour Property, Marcelo Poli.

A unidade imobiliária do Grupo vem apostando em tecnologia e ações internas para eficiência energética e redução do impacto ambiental, e foi responsável pela redução de 15% do consumo de energia por metro quadrado das lojas e centros de distribuição do Grupo em 2024. O time técnico desenvolveu soluções que vão desde a adoção de usinas solares, sistemas avançados de automação e telemetria, além das campanhas internas educativas e de engajamento.

Carrefour e GreenYellow já fizeram parceria para a solarização de estacionamentos na França. (pv-magazine-brasil)

Por que focar em ônibus e trens, não apenas carros?

Mobilidade elétrica no Brasil: Por que focar em ônibus e trens, não apenas carros?

O desenvolvimento de uma cadeia produtiva nacional voltada à fabricação de ônibus, trens e componentes elétricos poderia gerar empregos qualificados e impulsionar a inovação tecnológica em setores estratégicos.
Especialistas defendem que eletrificar o transporte público e de cargas é a chave para descarbonizar o setor e democratizar o acesso nas cidades brasileiras.

Enquanto o mundo avança na eletrificação de carros particulares, o Brasil tem uma oportunidade única de impulsionar a sustentabilidade e a economia priorizando trens, metrôs e ônibus elétricos. Descubra os benefícios e desafios dessa transformação.

Brasil tem oportunidade de liderar transição energética no setor, mas especialistas defendem abordagem focada em transporte público e de cargas

Em meio à crescente onda global de eletrificação automotiva, especialistas em mobilidade urbana e sustentabilidade defendem que o Brasil precisa adotar uma estratégia diferenciada: priorizar a eletrificação do transporte público e de cargas, e não apenas incentivar a substituição da frota de automóveis particulares.

O setor de transportes representa um dos principais emissores de gases de efeito estufa no país, e sua efetiva descarbonização exige uma transformação estrutural profunda, centrada no transporte coletivo eletrificado de massa – trens, metrôs, VLTs, BRTs e, principalmente, ônibus – além da eletrificação de veículos de carga e expansão do sistema ferroviário.

Panorama global

Dados do relatório “Perspectivas globais de EV 2025”, da Agência Internacional de Energia (IEA), mostram que as vendas de carros elétricos ultrapassaram 17 milhões em todo o mundo em 2024, alcançando mais de 20% do mercado global.

A China continua liderando esse processo, respondendo por mais de 70% da produção mundial de veículos elétricos e com quase metade de suas vendas de automóveis já eletrificadas. Projeta-se que, em 2030, mais de 40% dos carros vendidos globalmente serão elétricos.

Transporte coletivo: o caminho mais eficiente

Embora os números de veículos particulares impressionem, é no transporte coletivo que a eletrificação pode ter impacto mais significativo, especialmente em países como o Brasil.

Segundo o mesmo relatório da IEA, as vendas de ônibus elétricos cresceram 30% globalmente em 2024, atingindo mais de 70 mil unidades. Na Europa, vários países já apresentam índices elevados de eletrificação: Dinamarca, Finlândia, Holanda e Noruega têm mais de 40% das novas aquisições de ônibus já eletrificadas.

Na América Latina, as vendas de ônibus elétricos saltaram de aproximadamente 600 em 2020 para mais de 2 mil em 2024, representando quase 40% das vendas fora da China e Europa.

Benefícios para o Brasil

Nos grandes centros urbanos brasileiros, a substituição de ônibus a diesel por modelos elétricos traria ganhos ambientais e de saúde pública consideráveis. Estudos indicam que a poluição atmosférica nas metrópoles brasileiras é responsável por milhares de mortes prematuras anualmente.

“Além da redução de emissões, há a questão do acesso. Para milhões de brasileiros, o transporte público é a única opção de mobilidade. Eletrificá-lo significa democratizar o acesso à cidade e seus serviços”, destaca Paulo Ribeiro, diretor da Associação Nacional de Transportes Públicos.

No setor de cargas, especialistas defendem que a eletrificação e a expansão do transporte ferroviário poderiam transformar a logística nacional, reduzindo custos e emissões em um país continental como o Brasil. As vendas de caminhões elétricos cresceram quase 80% globalmente em 2024, mas ainda representam apenas 2% do total.
Oportunidade econômica

A transição para a mobilidade elétrica coletiva também representa uma oportunidade econômica para o Brasil. O desenvolvimento de uma cadeia produtiva nacional voltada à fabricação de ônibus, trens e componentes elétricos poderia gerar empregos qualificados e impulsionar a inovação tecnológica em setores estratégicos.

Para os especialistas, as políticas públicas brasileiras precisam estabelecer metas ambiciosas para a eletrificação do transporte público urbano, investir em infraestrutura ferroviária e criar incentivos para que operadores de transporte coletivo e empresas logísticas façam a transição para veículos elétricos.

O desafio não é pequeno, mas o caminho para uma mobilidade verdadeiramente sustentável no Brasil passa necessariamente pela priorização do transporte coletivo eletrificado, e não apenas pela substituição da frota particular. (ecodebate)

segunda-feira, 28 de julho de 2025

Venda de veículos elétricos dispara e cresce 22% em maio/25

Dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) mostram que o mercado de veículos eletrificados no Brasil registrou forte alta em maio, com 16.641 unidades vendidas, o que representa um crescimento de 12,7% em relação a abril (14.759). Na comparação com maio de 2024 (13.612), houve crescimento de 22,25%.

Mercado de veículos eletrificados registrou alta de 12,7% em maio/25.

Participação dos eletrificados no mercado total de veículos leves também vem aumentando

O mercado de veículos eletrificados no Brasil apresentou forte crescimento em maio, com 16.641 unidades comercializadas — alta de 12,7% em relação a abril (14.759). Na comparação com maio de 2024 (13.612), o avanço foi de 22,25%.

No acumulado de janeiro a maio, as vendas de modelos eletrificados — que incluem as categorias BEV (100% elétricos), PHEV (híbridos plug-in), HEV e HEV Flex — somaram 71.324 unidades. O volume representa crescimento de 19,5% frente ao mesmo período de 2024 (59.669). Os micro-híbridos (MHEV) não fazem parte dessa estatística.

A participação dos eletrificados no mercado total de veículos leves também vem aumentando. Em maio, esses modelos responderam por 7,76% dos emplacamentos de automóveis e comerciais leves. O percentual tem como base os 16.641 emplacamentos de eletrificados frente ao total de 214.383 unidades vendidas no mês, conforme dados da Fenabrave.

Avanço dos 100% elétricos

O principal destaque de maio foi o desempenho dos BEV, que atingiram um recorde com 6.969 unidades vendidas — alta de 48,2% em relação a abril (4.702). Frente a maio de 2024 (5.175), o crescimento foi de 34,7%.

Desde abril de 2024, quando o segmento havia registrado 6.705 unidades, os 100% elétricos não alcançavam volume tão elevado. A categoria segue em expansão constante, refletindo um amadurecimento do mercado nacional.

Os veículos elétricos plug-in vem ganhando protagonismo desde 2023, consolidando uma tendência que aproxima o Brasil dos mercados mais desenvolvidos, como Europa e Ásia, onde essa tecnologia já domina as vendas. Atualmente, os plug-ins representam 87% do total de veículos eletrificados vendidos no país, com 14.550 unidades comercializadas em maio.

Em maio de 2023, os modelos plug-in respondiam por apenas 47% das vendas de eletrificados (3.039). No mesmo mês de 2024, a participação subiu para 60,6% (9.057) e, agora, alcançou 87%.

A forte adesão aos elétricos plug-in reflete o avanço da eletromobilidade no Brasil. A ampliação da oferta de modelos, a chegada de novas montadoras e os ganhos de escala têm impulsionado esse movimento. Paralelamente, o crescimento da infraestrutura de recarga também exerce papel decisivo na transformação do setor.
Detalhamento das vendas

As 14.550 unidades plug-in (BEV + PHEV) vendidas em maio representam aumento de 15,3% em relação a fevereiro (12.615) e expressiva alta de 60,6% na comparação com maio de 2024 (9.057).

Entre os plug-in, os híbridos PHEV responderam por 52,1% das vendas (7.581), enquanto os 100% elétricos BEV ficaram com 47,9% (6.969). As vendas de BEVs subiram 48,2% em relação a abril (4.702) e 34,7% frente a maio de 2024 (5.175). Já os PHEVs recuaram 4,2% na comparação mensal (7.913), mas quase dobraram em relação ao mesmo mês do ano anterior, com alta de 95,3% (3.882).

Enquanto isso, os híbridos convencionais (HEV e HEV Flex) perderam participação no mercado, indicando uma possível transição gradual rumo à eletrificação plena. Em maio de 2025, os HEVs representaram 6,8% das vendas de eletrificados (1.129), e os HEV Flex, 5,7% (962), totalizando juntos 12,5%.

As vendas de HEVs subiram 36,2% frente a abril (830), mas recuaram 17% em comparação com maio de 2024 (1.360). Os HEV Flex registraram queda tanto em relação a abril (26,8%) quanto ao mesmo mês do ano passado (53,1%).

Participação por tecnologia – maio de 2025

PHEV: 7.581 (34,0%)

BEV: 6.969 (31,3%)

HEV: 1.129 (5,1%)

HEV Flex: 962 (4,3%)

Total: 16.641 unidades

Ônibus elétricos seguem em ritmo variável

O mercado de ônibus elétricos ainda apresenta oscilação. Em maio, foram emplacadas 24 unidades, redução de 73% frente a abril (79). No entanto, houve aumento de 167% na comparação com maio de 2024.

Diferente dos veículos leves, o segmento de ônibus elétricos ainda não segue um padrão de crescimento linear, o que reflete seu estágio inicial no processo de descarbonização do transporte público urbano.

De janeiro a maio, foram vendidas 272 unidades, alta de 130,5% em relação ao mesmo período de 2024. O avanço se deve, em parte, aos incentivos do governo federal por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) voltado às cidades.

Eletromobilidade ganha capilaridade no Brasil

As vendas de eletrificados vêm se distribuindo de forma mais equilibrada entre os estados, resultado de políticas públicas — como isenção ou redução do IPVA —, expansão da rede de concessionárias e crescimento da infraestrutura de recarga.

Regiões como Nordeste e Norte, historicamente com menor participação, vêm ampliando gradualmente sua presença no mercado nacional.

Liderança em vendas de eletrificados leves em maio de 2025

1º – São Paulo: 1.976 unidades

2º – Brasília: 1.461

3º – Rio de Janeiro: 643

4º – Belo Horizonte: 636

5º – Curitiba: 461

Micro híbridos também avançam

Em maio, foram vendidos 5.638 veículos micro-híbridos, sendo 76,2% MHEV 12V (4.299) e 23,8% MHEV 48V (1.339). Em relação a abril (5.064), o aumento foi de 11,3%. Somando eletrificados e micro-híbridos, o Brasil contabilizou 22.279 unidades comercializadas em maio, alta de 12,3% frente a abril (19.823).

A ABVE disponibiliza os dados completos de eletromobilidade por meio de seu Business Intelligence (BI), com painéis interativos que detalham as vendas gerais, por frotas, geografia e modelos de ônibus. (reporterdiario)