Veículos elétricos emitem menos CO2 que etanol e biodiesel, mas perdem para o biometano, segundo EPE.
Carro bioelétrico é aposta da indústria com ganho de R$ 7,4 trilhões
Sim, é verdade que veículos
elétricos geralmente emitem menos CO2 do que carros movidos a etanol
e biodiesel, mas eles podem emitir mais do que veículos movidos a biometano. Um
estudo recente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério
de Minas e Energia, demonstrou que o biometano pode reduzir as emissões de CO2
em até 2,5 vezes em comparação com a eletricidade utilizada em veículos
elétricos.
Ainda assim, a EPE projeta
que a intensidade de carbono da eletricidade para veículos aumentará para 24,31
gCO₂eq/MJ em 2034, o que ainda é inferior às emissões de gasolina, diesel,
etanol e biodiesel. O biometano, no entanto, permanece como a opção com menor
emissão de carbono.
É importante notar que a comparação
entre as fontes de energia pode variar dependendo de diversos fatores, como a
matriz energética de cada país e a eficiência dos diferentes tipos de veículos.
No Brasil, a matriz elétrica com alta participação de fontes renováveis pode
favorecer a redução de emissões com veículos elétricos. Por outro lado, o
biometano, sendo um combustível renovável produzido a partir de fontes como
resíduos orgânicos, pode apresentar emissões significativamente menores,
especialmente quando comparado ao diesel de origem fóssil.
Em resumo, embora os veículos
elétricos apresentem vantagens em termos de emissões em relação a alguns
combustíveis, o biometano se destaca como uma opção ainda mais promissora para
a redução de emissões de carbono no setor de transporte.
Estudo da Empresa de Pesquisa Energética considera ciclo de vida “do poço à roda” e mostra que eletricidade e biometano são as fontes menos intensivas em carbono, embora tenham as menores participações no atendimento à demanda energética do setor rodoviário. O estudo ainda projeta que a demanda de energia para veículos crescerá de 338 GWh em 2024 para 8.021 GWh em 2034.
A nota técnica “Descarbonização do setor de transporte rodoviário – Intensidade de carbono das fontes de energia”, publicada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), aponta o biometano como a alternativa mais “limpa” para descarbonizar o transporte rodoviário no Brasil. O estudo detalha os valores de intensidade de carbono das principais fontes energéticas utilizadas no setor, com base na metodologia de avaliação do ciclo de vida.
Produzido a partir da
purificação do biogás gerado por resíduos agropecuários e urbanos, o biometano
é um combustível renovável com potencial para abastecer veículos leves e
pesados, com a vantagem de aproveitar a infraestrutura existente do gás
natural.
De acordo com o levantamento,
o biometano apresentou uma intensidade de carbono de 8,35 gramas de dióxido de
carbono equivalente por megajoule (gCO₂eq/MJ) em 2024, com expectativa de
manutenção desse valor ao longo da próxima década.
Em seguida, aparece a eletricidade, com intensidade de carbono de 21,15 gCO₂eq/MJ. Entretanto, a EPE projeta que a intensidade de carbono da eletricidade para veículos aumentará para 24,31 gCO₂eq/MJ em 2034, ainda menor que as demais fontes energéticas, como gasolina, diesel, etanol, biodiesel e eletricidade, ficando acima apenas do biometano.
Valores em gramas de dióxido de carbono equivalente por megajoule (gCO₂eq/MJ).
O estudo ainda projeta que a
demanda de eletricidade para veículos crescerá de 338 GWh em 2024 para 8.021
GWh em 2034. No entanto, a eletricidade representará apenas 0,7% da demanda
total de energia dos veículos em 2034, enquanto o biometano deve atender 0,4%.
O diesel atenderá 44,9% da demanda em 2034, seguido pelo etanol com 21,6%,
sendo 5,8% anidro e 15,8% hidratado; pela gasolina, com 19,5%; pelo biodiesel,
com 10,5% e pelo gás natural fóssil (GNV) com 2,4%.
A nota técnica foi elaborada
para subsidiar as decisões do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE)
na definição das metas do Programa Mover. A integração do programa a outras
políticas públicas foi introduzida pela Lei do Combustível do Futuro
(14.993/24), que amplia o uso de combustíveis sustentáveis e tecnologias de
baixa emissão, promovendo a mobilidade de baixo carbono e a valorização da
matriz energética nacional. (pv-magazine-brasil)