Primavera
ou verão: qual estação favorece mais a geração de energia solar no Brasil?
Verão
geralmente favorece a geração de energia solar no Brasil devido aos dias mais
longos e à maior incidência de radiação solar, resultando em um potencial de
produção maior. No entanto, as altas temperaturas do verão podem diminuir a
eficiência dos painéis, enquanto a primavera oferece uma combinação de dias
ensolarados e temperaturas moderadas, o que pode ser mais eficiente.
Verão
Vantagens:
Os dias são mais longos e o sol é mais intenso, o que faz com que os painéis
captem mais luz e gerem mais eletricidade. Essa alta produção pode gerar
créditos de energia para serem usados posteriormente, especialmente porque as
temperaturas elevadas no verão também aumentam a demanda por eletricidade (com
o uso de ar-condicionado, por exemplo).
Desvantagens:
O calor excessivo pode reduzir a eficiência dos painéis fotovoltaicos,
diminuindo sua capacidade de geração em comparação com dias mais frescos.
Primavera
Vantagens:
Apresenta um equilíbrio entre dias ensolarados e temperaturas mais amenas, o
que é ideal para a eficiência dos painéis. A menor incidência de chuva e a
maior quantidade de dias ensolarados comparados ao outono e inverno a tornam
uma época muito favorável para a geração.
Desvantagens:
Os dias são um pouco mais curtos do que no verão, o que pode resultar em um
pico de produção ligeiramente menor em comparação.
No
verão, a região interior e oeste do Brasil apresenta um recurso solar inferior
à primavera. Porém, nas demais regiões do país, o verão é a estação
predominante em termos de disponibilidade de radiação solar, especialmente na
região Sul. Em novo artigo para a pv magazine Brasil, o meteorologista da Tempo
OK Jorge Rosas analisa as diferenças entre as estações para a geração solar.
Brasil
é um dos melhores países para a produção de energia solar por ocupar uma
posição de destaque nesse cenário, graças à sua localização privilegiada e
condições climáticas favoráveis, o país reúne características únicas que o
tornam ideal para o desenvolvimento de projetos solares.
Há
quem diga que o verão é a melhor estação para a geração de energia solar,
afinal, os dias são mais longos e o sol está mais alto no céu. No entanto,
fatores como o calor excessivo e pancadas de chuva podem reduzir a eficiência
dos painéis solares. Outros apostam na primavera, devido as temperaturas mais
amenas. Mas essa estação muitas vezes é marcada pela formação de corredores de
umidade, que também limitam a irradiância solar. A dúvida, então, persiste:
afinal, é na primavera ou no verão que os sistemas fotovoltaicos produzem mais
energia?
A
resposta é: depende. Apesar de a primavera e o verão apresentarem
características astronômicas relativamente similares, a meteorologia mostra que
o predomínio de diferentes sistemas meteorológicos pode levar a diferenças
significativas e, portanto, o predomínio de uma estação ou outra depende da
região específica.
Para
entender essa variação, é importante analisar o recurso solar desde o momento
em que ele chega ao topo da atmosfera, em uma superfície horizontal ortogonal
ao raio solar, a chamada irradiância no topo da atmosfera, ou TOA (Top of
Atmosphere).
Na
figura 1, é possível observar a série temporal dos valores de TOA. Quanto maior
esse valor, maior é a quantidade de energia solar incidente esperada no topo da
atmosfera. No entanto, não é apenas isso que influencia o potencial solar no
topo da atmosfera, fatores como a declinação solar, que é a inclinação do eixo
da Terra em relação ao plano do Sol ao longo do ano, e a posição geográfica da
região, também exercem grande influência.

Figura
1: irradiância solar no topo da atmosfera em uma superfície horizontal
ortogonal ao feixe solar (TOA).
Ao
observar a série temporal dos valores de TOA, pode parecer que a quantidade de
energia solar disponível é relativamente estável ao longo do tempo e muito
similares entre a primavera e verão, apenas dependendo dos parâmetros
astronômicos. Mas, na prática, o que realmente importa é o que chega à
superfície considerando os processos de extinção da radiação solar por meio da
absorção e do espalhamento pelos componentes atmosféricos.
Para
captar essa realidade com mais precisão, a Tempo OK calcula as climatologias
(Figura 2), que mostram o comportamento do recurso solar diário em superfície
usando dados de satélite. Os dados revelam para o Brasil que nem sempre o
recurso solar é maior em verão ou primavera, portanto, esse recurso precisa ser
analisado regionalmente.

Figura
2: declinação terrestre como exemplo para o ano 2025, esta variável apenas
depende do dia do ano, em cores ou sombras se mostram os dias correspondentes
as estações primavera e verão.
No
verão, a região interior e oeste do Brasil apresenta um recurso solar inferior
à primavera. Porém, nas demais regiões do país, o verão é a estação
predominante em termos de disponibilidade de radiação solar, especialmente na
região Sul. Nesse caso, os sistemas meteorológicos predominantes são os que
determinam esse comportamento.
Na
Figura 3 podem ser resumidas as diferenças climatológicas da irradiação solar
diurna média entre a primavera e o verão. No verão, sistemas transientes chegam
com menor frequência às regiões Sul e Sudeste, especialmente sobre o mar e a
costa, resultando em menor nebulosidade e, consequentemente, maior irradiação
solar nessas áreas. Por outro lado, na região amazônica e Norte do Brasil, o
verão é caracterizado pelo aumento do transporte de umidade e da atividade
convectiva local, o que eleva a nebulosidade e, portanto, reduz a irradiação em
superfície.

Figura
3: diferenças entre a irradiação média do Verão com a primavera. Valores
positivos (vermelhos) correspondem a valores onde o verão é superior a
primavera.
Esse
cenário reforça a importância de uma análise regionalizada, sustentada por
dados climatológicos confiáveis. Com ferramentas como o TOK Solar, da Tempo OK,
profissionais e empresas podem acompanhar informações de irradiância e
climatologia em tempo real, testar diferentes cenários e tomar decisões mais
precisas e estratégicas.
A
eficiência dos sistemas fotovoltaicos não depende apenas de fatores astronômicos,
mas em grande medida, da meteorologia. (pv-magazine-brasil.com)