sábado, 30 de março de 2019

Preço do sebo bovino recuou 4% na semana passada

O sebo bovino fechou a semana de 17 a 23/03/19 mais barato. Segundo levantamento realizado pela Scot Consultoria, houve uma contração de aproximadamente 4,3% nos valores cobrados pelo subproduto da indústria frigorífica nacional e segunda matéria-prima mais consumida pela indústria de biodiesel.
Sebo retoma vice-liderança entre as matérias-primas do biodiesel.
Processo de obtenção de biodiesel a partir da transesterificação.
O sebo bovino reagiu e retomou das matérias-primas desconhecidas o segundo lugar entre as maiores fontes de gordura usadas pela indústria do biodiesel. Mas foi por pouco. Segundo dados de fevereiro divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em fevereiro o subproduto a atividade dos frigoríficos ficou com uma fatia de quase 13,7%, cerca de um ponto percentual à frente das desconhecidas. (biodieselbr)

Bioeletricidade é a 3ª fonte brasileira mais importante

Bioeletricidade é a terceira fonte mais importante no Brasil.
Esteira levando biomassa de cana para caldeiras gerarem energia elétrica renovável.
A bioeletricidade fechou 2018 como a terceira fonte mais importante na Oferta Interna de Energia Elétrica (OIEE) no país, quase empatando com o gás natural. A informação é do Boletim Mensal de Energia – referente a dezembro/2018 – divulgado em 07/03/19 pelo Ministério de Minas e Energia (MME).
De acordo com a publicação, em 2018, a OIEE foi estimada em 632,1 TWh, mostrando um aumento de 1,3% sobre 2017. A geração hídrica permanece na liderança com 67% do total da OIEE, seguida pelo gás natural com 8,5%. A fonte biomassa gerou 52,5 TWh, incluindo a geração destinada ao autoconsumo, representando 8,3% de toda a oferta interna. Embora a fonte eólica continue aumentando sua participação, ainda ficou na 4ª posição, representando 7,7% da OIEE em 2018.
No ano passado, do total de bioeletricidade ofertada para a rede, 82% foram produzidos a partir da biomassa disponível no setor sucroenergético brasileiro.
Para o gerente em Bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Zilmar Souza, o relatório mostra como a bioeletricidade é estratégica para o setor elétrico brasileiro. “Em 2018, a produção de bioeletricidade significou 54% da geração total da Usina Itaipu, a segunda maior hidrelétrica do mundo em geração, superada apenas pela produção da usina chinesa de Três Gargantas.”
Em 2018, segundo o gerente, o desempenho poderia ter sido muito melhor, pois a geração de bioeletricidade da cana-de-açúcar para a rede foi prejudicada pela judicialização do Mercado de Curto Prazo no setor elétrico, fato que se arrasta desde 2015 e pela falta de ajustes na metodologia de revisão da garantia física das usinas à biomassa, variável que determina a quantidade máxima de energia que uma usina pode comercializar no mercado.
“Recentemente, apresentamos propostas ao Ministério de Minas e Energia para melhorar esta questão da garantia física e estamos aguardando a avaliação. Acreditamos que resolvendo a judicialização no Mercado de Curto Prazo e com a definição de uma garantia física mais aderente às usinas, a bioeletricidade tenha capacidade para produzir 20% ou mais nas próximas safras, sem aumentar a capacidade instalada, apenas maximizando as possibilidades de geração com a biomassa própria e de terceiros”, avalia Souza.
Ano passado, 63% de toda a bioeletricidade sucroenergética ofertada para a rede ocorreu nos meses em que as contas de luz tiveram a chamada bandeira tarifária vermelha, no seu patamar mais elevado da cobrança extra, indicando como é estratégico estimular essa geração renovável e sustentável para o setor elétrico brasileiro. (noticiasagricolas)

quinta-feira, 28 de março de 2019

América do Sul resiste a campanha global por veículos elétricos

América do Sul resiste a campanha global por veículos elétricos, dizem montadoras.
Elétricos no Salão do Automóvel de SP 2018.
Executivos da Toyota e da GM conversaram esta semana sobre fontes tradicionais de combustível, como etanol, gás natural e diesel, destacando como o mercado de automóveis da América do Sul provavelmente resistirá ao movimento global para veículos elétricos nos próximos anos.
Mesmo que as montadoras reformulem seus negócios globais para focar em carros elétricos na Europa, América do Norte e Ásia, os executivos que coordenam a produção no Brasil e na Argentina priorizam os motores de combustão em parte devido aos subsídios concedidos a esses combustíveis.
"O futuro da energia da Argentina é o gás natural", disse Cristiano Ratazzi, que lidera a unidade do país da Fiat Chrysler, bem como o grupo comercial de montadoras da Argentina, Abefa. Ele acrescentou que o combustível diesel, visto com maus olhos em grande parte do mundo, também tem potencial para isso.
A produção de gás natural na Argentina deve aumentar fortemente à medida que as petrolíferas estrangeiras e a estatal YPF investem bilhões na Vaca Muerta, uma das maiores reservas de gás de xisto do mundo.
Já Aurelio Santana, diretor-executivo da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), mostra otimismo com o etanol.
"É muito importante que o governo apoie investimentos em pesquisa e desenvolvimento envolvendo o etanol", disse Santana. "Precisamos manter o que já temos aqui", afirmou, destacando a vantagem energética do etanol do Brasil.
O presidente Juscelino Kubitschek acena para a Romi Isetta clara, na Caravana de Integração Nacional, composta por colunas de veículos de fabricação brasileira procedentes de vários pontos do País.
A resistência aos veículos elétricos ressalta a influência política dos produtores locais de cana-de-açúcar no Brasil e de gás natural na Argentina. Recentemente, o Congresso brasileiro aprovou o Rota 2030, que oferece benefícios significativos para montadoras que optam por investir em pesquisa de etanol.
Montadoras se encontraram esta semana num evento do setor em São Bernardo do Campo, sede histórica do setor automobilístico brasileiro, que ainda está se recuperando do choque no início do ano, após a Ford anunciar que vai fechar sua fábrica na região.
Até agora, a Toyota é a única montadora a anunciar que planeja fabricar um modelo híbrido na América do Sul, com um motor que funciona com eletricidade, etanol ou gasolina.
É a melhor sol
A General Motors anunciou no início do mês um investimento de R$ 10 bilhões no Brasil durante os próximos cinco anos, mas nada disso vai para os carros elétricos, disse Carlos Zarlenga, chefe da GM na América do Sul.
A GM começará a importar veículos elétricos este ano para testar o mercado, acrescentou ele, mas ainda não há planos para montá-los internamente.
ução para a nossa região", disse Celso Simomura, vice-presidente de Operações da Toyota no Brasil.
Principal executivo da Volkswagen para a América do Sul e Caribe, Pablo Di Si, disse que a montadora vai importar seis modelos elétricos ou híbridos para o Brasil até 2023. Mas ele também disse que não há planos de produzi-los localmente. (biodieselbr)

Carros elétricos e híbridos em SC aumentam mais de 50% em 2 anos

Frota de carros elétricos e híbridos em SC aumenta mais de 50% em quase dois anos.
O número de carros elétricos e híbridos (motor elétrico e a combustão) em Santa Catarina aumentou em quase cinco vezes nos últimos cinco anos. Em agosto de 2014, a frota era de 158, segundo dados do Denatran, e neste ano chegou a 733. Somente entre 2017 e 2018, o salto foi de 54,3%. 
Porém ainda enfrentam obstáculos e, mesmo diante do crescimento, os carros “verdes” respondem por apenas 0,01% da frota total de SC. Cenário semelhante ao brasileiro, onde os 17.273 veículos elétricos e híbridos também representam 0,01% da frota total do país.
Apesar das inúmeras vantagens - emissão zero, nenhum ruído e pouca manutenção - um dos principais desafios para a disseminação dos carros movidos a eletricidade ainda é o custo. A faixa de preço no país dos modelos parte de R$ 200 mil.
— A frota ainda é pequena, porque o preço dos carros elétricos no Brasil ainda é proibitivo. O cenário para os veículos elétricos em SC e no Brasil deve melhorar com a equiparação dos tributos que estes veículos pagam com a tributação dos veículos convencionais e isso deve ocorrer com o Rota 2030 (novo regime automotivo) que já foi aprovado — afirma Ricardo Rüther, coordenador do laboratório Fotovoltaica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), um dos responsáveis pelo projeto do eBus. 
O veículo elétrico, totalmente alimentado por energia solar, realiza cinco viagens diárias entre o campus da UFSC e o Sapiens Parque, e já rodou, até agora, 80 mil quilômetros.
Rüther acredita que a redução de impostos dos modelos mais amigáveis ao meio ambiente, melhora da autonomia dos carros “verdes” - em média fica em torno de 200 a 300 quilômetros -, e os aumentos constantes da gasolina serão estímulos para aquisição desse tipo de transporte que ainda não é usual.
— Algumas vantagens são: o menor impacto ambiental por não queimar combustíveis fósseis e a independência do posto de gasolina (a tomada da sua casa é seu “posto de abastecimento” de energia elétrica). E custa cerca de um quarto do que é gasto por quilômetro rodado do carro a combustão — defende.
O presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), Ricardo Guggisberg, acredita que começou um movimento de aquisição desses modelos, porque agora os preços estão mais acessíveis:
— Agora, com a baixa do dólar, isso vai ficar muito mais em conta do que já esteve. Muitas empresas estão investindo em novos modelos. O veículo elétrico carrega em casa, mas como a autonomia é limitada, você também precisa de rodovias que tem abastecimento para alcançar distâncias maiores.
Carrega em qualquer tomada de 22 volts
O empresário Cezar Carneiro Pacenko, 58 anos, aponta essa falta de pontos de abastecimento como um dos entraves para as viagens mais longas no país. Morador de Florianópolis comprou um elétrico da BMW no ano passado, depois de uma viagem à Europa, onde é comum ver estacionamentos para os modelos movidos a bateria. 
Ele conta que usa principalmente na cidade e em alguns trajetos mais curtos, entre a Capital e Curitiba, por exemplo. Com autonomia de 160 quilômetros na estrada, ele recarrega em um eletroposto no caminho (um dos instalados pela Celesc e Certi). 
Mas no dia a dia, usa uma tomada em casa – que, na carga lenta, leva em torno de oito horas. Pacenko avalia as questões econômicas e ambientais como vantagem.
— Em qualquer tomada 220 volts você pode carregar, como se fosse um celular. Escolhi por uma questão ambiental, além da economia. Não tem vela, troca de óleo, correia dentada, ou seja, não existe manutenção — explica o empresário.
Segundo dados do Denatran, na Capital são 152 veículos híbridos e elétricos emplacados.
Corredor elétrico em SC
Um dos incentivos para aquisição de veículos elétricos é a instalação de eletropostos (pontos de abastecimento exclusivamente elétrico), que começou a ganhar força nos últimos anos em SC. A Celesc, em parceria com a Fundação Certi, instalou sete postos desse tipo no Estado. 
O corredor elétrico é formado por três pontos de abastecimento rápido, com unidades em Florianópolis, Porto Belo e Araquari; além de quatro estações semirrápidas, localizadas em Joinville, Blumenau e nas sedes da Certi e da Celesc. 
As bases permitem que um motorista percorra cerca de 300 quilômetros de estradas com possibilidade de recarga. Onde há abastecimento rápido, a carga de 80% da bateria é feita em cerca de 20 minutos.
A ideia é estender o corredor de abastecimento até Curitiba em 2019, diz Marco Aurélio Gianesini, gerente do Departamento de Engenharia e Planejamento do Sistema Elétrico e coordenador de Inovação da Celesc:
— Já a interligação com o Sudeste dependerá da inclusão de novos parceiros ao projeto, devendo ocorrer em 2020.
Por enquanto, as cargas ainda são gratuitas, pois dependem de autorização da Aneel para exploração desse tipo de comercialização:
— A ideia central do projeto é criar uma infraestrutura no Estado para que as pessoas sintam-se confortáveis em sair com os seus veículos elétricos, com acesso a postos de recarga, estejam eles instalados em praças, rodovias, shoppings ou outros locais.
Carro elétrico made in SC.
Santa Catarina já conta com um modelo movido 100% a eletricidade desenvolvido e produzido em Palhoça, na Grande Florianópolis. O modelo lançado neste ano pela Mobilis, o Li, está sendo usado em condomínios e indústrias e já foram 10 unidades vendidas. Mas agora a empresa trabalha no processo de homologação para lançar o carro que poderia rodar final de 2019:
— Temos mais de 400 pessoas interessadas em participar de uma pré-venda. Ele vai ser vendido a R$ 65 mil. Comparado com veículo popular a combustão, com uso normal, a gente está falando de R$ 12 mil por ano de economia em combustível e manutenção — diz o sócio da Mobilis, o engenheiro mecânico Mahatma Marostica.
O carro é automático, tem dois lugares e uma autonomia de até 100 quilômetros. Além disso, já é conectado com a internet e está pronto para novos modelos de negócio, como assinatura de carros e compartilhamento.
Acesse o link e confira a frota de veículos em SC e os veículos elétricos e híbridos nas principais cidades de SC: https://infogram.com/eletricos-1h7j4dnp5d3v6nr (dc.clicrbs)

terça-feira, 26 de março de 2019

Energias renováveis ou energias alternativas

Energia renovável ou energia alternativa é aquela gerada através de fontes renováveis e que, portanto, não gera impacto no meio ambiente, seja através do esgotamento de recursos ou pela emissão de CO2 na atmosfera. As principais fontes alternativas de energia são a energia solar, eólica, hidráulica, biomassa, maremotriz e geotérmica. Duas dessas fontes, no entanto, a biomassa e a hidráulica, merecem uma observação:
A biomassa, apesar de emitir CO2 na queima para gerar energia, recupera esse CO2 através da fotossíntese enquanto se desenvolve e por isso não afeta o meio ambiente. A observação vem de sua origem, que pode ser de sobras ou resíduos de matéria orgânica da atividade humana, ou ainda biomassa exclusivamente produzida para geração de energia. No segundo caso, questiona-se a concorrência por terra do plantio para geração de energia com o plantio para alimentação. O plantio para geração de energia pode estar relacionado à escassez de alimentos e à alta de preços dos mesmos, porém esta realidade não é valida para todas as regiões, o que torna o tema polêmico.
Já a energia hidráulica, de fonte indiscutivelmente renovável, é questionada nos grandes projetos. Uma grande usina causa uma série de impactos devido à área alagada que gera e suas consequentes alterações no meio ambiente e entorno.
Além do grande impacto social de algumas dessas usinas, cientistas alegam que os impactos ambientais são irreversíveis e, muitas vezes, podem ser mais prejudiciais que os benefícios de utilizar uma fonte renovável. Existem, porém, as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) que são pequenas usinas hidrelétricas que praticamente não geram áreas de alagamento. Estas se utilizam da fonte renovável e preservam o meio ambiente sendo, portanto, uma excelente alternativa. (neosolar)

Demanda por energia renovável ultrapassa 500 TWh na Europa

“Pela primeira vez, a demanda de energia renovável na Europa ultrapassa 500 TWh – ou meio bilhão de Garantias de Origem (GOs) ”, diz Tom Lindberg, Diretor Executivo da ECOHZ, comentando as estatísticas de 2018 da Associação de Organismos Emissores (AIB). 
“Se a tendência de crescimento dos últimos cinco anos continuar, o mercado GO em breve ultrapassará um bilhão de euros”, acrescenta Tom Lindberg, observando que “os clientes estão dispostos a pagar um prêmio por certas origens de energia”. 
A União Europeia já determinou a compra de garantias de origem para documentar e relatar o consumo de energias renováveis na Europa.
O volume atual relatado é de 499 TWh, mas espera-se que aumente 10 TWh adicionais, quando os números alemães do quarto trimestre não declarados forem incluídos. Isso impulsionará a demanda total esperada de eletricidade renovável documentada com Garantias de Origem próximas a 510 TWh. Isso representa um aumento impressionante de 8% em relação a 470 TWh em 2017.
Demanda por eletricidade renovável na França cresce 50%
A demanda por eletricidade renovável continua a mostrar um crescimento robusto nos maiores mercados da Europa. Holanda, França, Suíça e Itália mostram alta demanda recorde em 2018. A demanda do mercado francês aumentou de 21 TWh para 33 TWh em 2018, enquanto a Itália registrou uma demanda recorde de 45 TWh em comparação com 41 TWh no ano passado.
Embora os números finais ainda não tenham sido publicados para a Alemanha, eles estão na fila para exceder 100 TWh pela primeira vez.
Graves níveis de preços em 2018
Os preços do atacado para os GOs foram em média de cerca de 1,30/MWh em 2018, enquanto os de energia nórdica foram negociados a 2,29/MWh. Isso indica que o mercado está disposto a pagar preços mais altos, embora a demanda não tenha crescido tão agressivamente quanto em 2017.
Com a procura de energia renovável a ultrapassar os 500 TWh e os preços a prazo fixados em cerca de 1,30/MWh, o valor anual do mercado excede os 650 MEUR. Se as tendências de crescimento continuarem, podemos prever com segurança que este será um mercado de bilhões de euros em alguns anos.
A energia eólica continua a fortalecer sua posição entre os compradores
Embora a energia hidrelétrica ainda seja a maior fonte de eletricidade renovável, as preferências estão gradualmente mudando para fontes alternativas renováveis, com a energia eólica sendo “a tecnologia de escolha”. Como os números de 2018 são atualizados e informados posteriormente em 2019, esses turnos provavelmente se tornarão mais pronunciados. Essas mudanças na demanda podem não apenas refletir mudanças nas preferências do cliente, mas também refletir mudanças na disponibilidade do mercado para diferentes tecnologias.
As forças por trás da demanda
Famílias, organizações e empresas contribuem para o crescimento do mercado. Mas o setor corporativo é o principal impulsionador porque mais corporações veem a sustentabilidade como necessária para a competitividade futura. Várias iniciativas existem para apoiar as ambições de sustentabilidade corporativa. Duas iniciativas notáveis ​​são o  WeMeanBusiness e o RE100 .
A iniciativa RE100 tem agora 161 membros corporativos que se comprometeram publicamente a consumir 100% de energia renovável. Iniciativas de relatórios globais como o CDP e o Greenhouse Gas Protocol estão possibilitando esse movimento. Além disso, a UE aprovou recentemente uma nova Diretiva relativa às energias renováveis ​​(REDII), reforçando o sistema GO ao incorporá-lo na legislação europeia.
“As Garantias de Origem são a principal ferramenta na Europa para documentar a compra de energia renovável e a REDII representa um grande avanço no fortalecimento do sistema de Garantias de Origem”, diz Tom Lindberg.
O acima é um comentário baseado em números publicados pela  AIB (Association of Issuing Bodies). Muitos dos países membros da AIB têm esquemas de relatórios divergentes e, portanto, as estatísticas não estão totalmente completas neste momento.
Os números atualizados contribuirão, assim, para fortalecer as figuras e tendências agregadas, mas podem potencialmente alterar as conclusões específicas de cada país e tecnologia. (ecodebate)

domingo, 24 de março de 2019

Fabricantes de torres eólicas estão otimistas com expectativa de retomada do mercado

Torres Eólicas do Nordeste completou 4 anos de operação no Brasil e recebeu como presente a certificação ISO 9001.
A Torres Eólicas do Nordeste (TEN) completou 4 anos de operação em 30 de janeiro. No mês de aniversário, a empresa recebeu como presente a certificação ISO 9001, um reconhecimento conquistado pelo modelo de gestão implantado na fabricação e comercialização de torres metálicas para o setor eólico brasileiro.
De acordo com Roberto Miranda, diretor Comercial da TEN, a unidade localizada em Jacobina, na Bahia, está próxima de atingir a marca de 400 torres produzidas, equivalente a 1 GW em capacidade instalada no Brasil. “Acreditamos que no primeiro semestre do ano devemos alcançar essa marca”, disse o executivo à Agência CanalEnergia.
Com a ausência de contratação de novas usinas eólicas nos anos de 2015 e 2016, que prejudicou a demanda por novas torres, a aposta da empresa está nos pedidos que devem surgir de projetos viabilizados no mercado livre. “A nossa esperança é o grande impulso que virá do mercado livre”, afirmou Miranda.
Em 2018, o Governo Federal realizou dois leilões para contratação de nova capacidade, somando 1,2 GW e 48 projetos. Parte desses projetos só foram viabilizados graças a estratégia inovadora dos empreendedores de comercializarem parte da energia no mercado livre. Houve também três grandes leilões privados, dois promovidos pela Cemig e um pela Casa dos Ventos. Embora o número dessas operações não tenha sido divulgado oficialmente, a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) estima que foram vendidos 2 GW em projetos eólicos nessa modalidade.
Miranda, contudo, lamentou a demissão de cerca de 200 funcionários em dezembro de 2018. A fábrica na Bahia está operando em lay-off. A unidade tem capacidade de produzir 250 tores no ano, mas está sem pedidos para entregar no primeiro trimestre desse ano. “Se não fosse o mercado livre acenando com boas perspectivas, esse ano seria desanimador”, disse o executivo. “Apesar do momento difícil, vamos manter o investimento porque acreditamos que o mercado eólico vai continuar crescendo no Brasil, seja pelos leilões promovidos pelo Governo, como pelo crescimento do mercado livre”, completou.
No caso da também fabricante de torres metálicas Torrebras, o momento mais difícil ficou para trás, disse o presidente da companhia, Álvaro Carrascosa. “A falta de leilões em 2015 e 2016 repercutiu 100% em 2018. Tivemos praticamente seis meses de capacidade ociosa”, contou.
“Este ano o cenário está mais positivo e acreditamos que 2020 vai ter um volume bem significativo de negócios para toda cadeia eólica, tanto pelos leilões realizados em 2017 e 2018, como também pelo mercado livre que começou a fazer negócios interessantes”, disse o executivo. “Estamos saindo de um cenário desanimador para um cenário bem otimista”, completou Carrascosa.
Assim como a TEN, a Torrebras também precisou reduzir seu quadro de 350 para 120 colaboradores em 2018. Contudo, a expectativa é realizar novas contratações neste início de ano, com a meta de atingir um quadro de 250 funcionários. Em 2019, a Torrebras está com 90% da capacidade produtiva ocupada, em parte em função das exportações. A fábrica fica no polo petroquímico de Camaçari, na Bahia. “Os ventos de 2019 estão sobrando positivamente. Acreditamos que o Brasil vai ter um novo ciclo de crescimento em todos os setores, para que a gente possa ter um planejamento mais consistente”, finalizou Carrascosa.
Considerando a matriz elétrica brasileira em dezembro de 2018, a participação da energia eólica era de 9%, sendo a terceira fonte mais representativa. A biomassa, segunda fonte, representava 9,1% da matriz no final de 2018. O Brasil terminou 2018 com a marca de 14,71 GW de capacidade instalada de energia eólica, em 583 parques eólicos e mais de 7.000 aerogeradores em 12 estados. (abraceel)

Parceria entre Vale e Casa dos Ventos traz ineditismo para ACL

PPA bilateral tem maior prazo já acertado no mercado livre. Tipo de contato vem crescendo no mundo.
A negociação de fornecimento de energia eólica firmada entre a Vale e a Casa dos Ventos trouxe para o mercado livre um novo tipo de parceria. O PPA bilateral – que tem o maior prazo já assegurado por um parque eólico no país, de 23 anos – permite que grandes consumidores de energia negociem diretamente com as empresas geradoras, repetindo uma tendência mundial de aproximação entre geradores eólicos e grandes consumidores. De acordo com Lucas Araripe, diretor de Novos Negócios da Casa dos Ventos, esse tipo de contratação por prazos maiores também garante uma previsibilidade, o que é interessante em países como o Brasil, onde existe uma alta volatilidade de preços.
Ainda pouco difundido no Brasil, países da Europa e Estados Unidos tem grande número de empresas companhias que, gradativamente, vem comprando energia renovável. Levantamento da Bloomberg New Energy Finance mostra que até setembro de 2018, os novos PPAs bilaterais de eólica e solar totalizavam 8,4 GW de potência instalada no mundo, um aumento de 70% em relação a 2017, quando 5,4 GW foram viabilizados nesta modalidade. Segundo relatório da Agência Internacional de Energias Renováveis, em 2018, o fornecimento corporativo de energia limpa ultrapassou 465 TWh, valor correspondente a demanda total de eletricidade da França.
O projeto Folha Larga Sul terá 36 turbinas da dinamarquesa Vestas e vai demandar investimentos de R$ 750 milhões, que serão de responsabilidade da Casa dos Ventos. O início da operação comercial está prevista para o primeiro semestre de 2020. O parque eólico é um dos primeiros financiamentos contratados no Banco do Nordeste para o mercado livre, o que segundo Ivan Hong, diretor financeiro da Casa dos Ventos, mostra o apoio do banco para o setor e a evolução das condições de apoio à nova realidade de comercialização. Ao término do contrato, a Vale tem a opção de fazer uma oferta por ele.
Ainda segundo Araripe, a Casa dos Ventos recentemente tem buscado customizar soluções e auxiliar grandes empresas a consumirem energia da maneira mais eficiente e sustentável possível. Além do parque eólico para a Vale, ela está estruturando novas parcerias em função do seu grande portfólio de projetos no Nordeste do país.
Esse modelo de autoprodução também garante benefícios em isenções de encargos. (canalenergia)

sexta-feira, 22 de março de 2019

Enel Green Power começa a construir no Piauí maior parque eólico do país

Lagoa dos Ventos tem 716 MW de capacidade vai demandar investimentos de R$ 3 bilhões.
A Enel Green Power Brasil iniciou a construção do parque eólico Lagoa dos Ventos (PI-716 MW), nos municípios de Lagoa do Barro do Piauí, Queimada Nova e Dom Inocêncio. Lagoa dos Ventos, que deve entrar em operação em 2021, é o maior parque eólico atualmente em construção na América do Sul e o maior parque eólico da EGP no mundo. Os investimentos para a construção da planta vão totalizar cerca de R$ 3 bilhões, o equivalente a mais de € 700 milhões à taxa de câmbio atual, em linha com o Plano Estratégico da Enel para o período 2019-2021 e financiado por recursos próprios do Grupo.
De acordo com Antonio Cammisecra, Responsável pela Enel Green Power, o início da construção dessa eólica no Brasil é um grande marco da presença da EGP no país, que continua sendo um dos mercados mais proeminentes para a EGP. O executivo conta que Lagoa dos Ventos vai estabelecer um novo e mais elevado padrão na construção de grandes infraestruturas de energia sustentável, contribuindo ainda mais para a diversificação da matriz energética do Brasil.
O parque é composto por 230 turbinas eólicas e quando estiver em plena operação, será capaz de gerar mais de 3,3 TWh por ano, evitando a emissão de mais de 1,6 milhão de toneladas de CO2 na atmosfera. Da capacidade instalada total da planta, 510 MW foram conquistados pela EGP no leilão A-6 de 2017 e estão apoiados por contratos de fornecimento de energia de 20 anos para um pool de distribuidoras que operam no mercado regulado, enquanto a produção dos 206 MW restantes será fornecida ao mercado livre para venda a clientes comerciais, alavancando a presença integrada da Enel no país.
PI é o 5º maior estado em capacidade de geração de energia eólica no Brasil.
Dada a grande escala do projeto, a EGP Brasil desenhou um layout de planta inovador e baseado numa avaliação em alta resolução dos recursos eólicos para otimizar a produção de energia do projeto. Além disso, ela usar uma variedade de ferramentas e métodos inovadores na construção de Lagoa dos Ventos, como sensores de proximidade em máquinas para ampliar a segurança na construção, drones para levantamento topográfico, rastreadores inteligentes de componentes das turbinas, assim como plataformas e soluções em software digitais para monitorar e apoiar remotamente atividades de campo e o comissionamento da planta.
Os processos e ferramentas vão possibilitar uma coleta de dados mais rápida, precisa e confiável, aumentando a qualidade da construção e facilitando a comunicação entre os times dentro e fora da obra. A empresa também vai implementar iniciativas em linha com o modelo “Sustainable Construction Site” da Enel Green Power, como ações de economia e reciclagem de água, bem como medidas de eficiência na iluminação.
Curral Novo/Piauí.
No Brasil, o Grupo Enel gerencia cerca de 2,9 GW de capacidade instalada renovável, dos quais 842 MW de energia eólica, 820 MW de energia solar fotovoltaica e 1.269 MW de energia hídrica. Além disso, a EGPB tem mais de 1 GW em execução no Brasil, conquistados nos leilões de 2017. (canalenergia)

Empresa brasileira consegue obras de parque eólico para geração de 303 MW

A Omega Geracao adquiriu a  Assurua e seus 13 parques eólicos com a participação de instituição que oferece fundos de investimentos para projetos de energia renováveis
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica do Brasil (CADE) aprovou sem restrições a aquisição pela empresa brasileira de energia renovável Omega Geracao SA do parque eólico de 303 MW Assurua. Além do ativo eólico, a Omega também terá o direito de primeira oferta (ROFO) para 2 GW de projetos eólicos e solares no estado da Bahia. Este direito pode ser exercido assim que os ativos se tornarem operacionais.
O negócio foi fechado há um mês com o Fundo de Investimentos em Participações (FIP IEER), fundo de investimento da Companhia de Energias Renováveis ​​(CER). De acordo com um comunicado anterior feito pela Omega, a transação está avaliada em BRL 1,9 bilhão (USD 516,67m / EUR 451,33m), incluindo pagamento em dinheiro e pouco mais de BRL 1 bilhão em dívida líquida assumida.
Assurua consiste em 13 parques eólicos diferentes, garantidos durante os leilões de energia de reserva de 2013 e 2014. Está em operação desde fevereiro de 2018 e tem um contrato de compra de energia de 20 anos (PPA), observou a Omega. (clickpetroleoegas)

quarta-feira, 20 de março de 2019

11 de março de 2011, um dia para não ser esquecido

8° aniversário do desastre de Fukushima: 11 de março de 2011, um dia para não ser esquecido.
Usina de Fukushima, após o desastre nuclear – Em 11 de março de 2011, o mundo soube da tragédia de Fukushima: um fortíssimo terremoto e um tsunami de grandes proporções, a que se seguiu a explosão de uma usina nuclear com todas as consequências de um acidente nuclear: a difusão de radioatividade, que permanecerá ativa durante anos, ameaçando muitas gerações.
Oito anos se passaram desde o acidente na usina nuclear Fukushima Dai-Ichi, com a explosão de 3 reatores, e que espalhou poeira radioativa pela província japonesa de Fukushima, em 11 de março de 2011.
A contaminação do ar, da terra e da água forçou o deslocamento de mais de 100.000 pessoas. Antes do acidente, a província de Fukushima tinha 2 milhões de habitantes, e era conhecida como uma área tranquila e turística, que preservava o jeito tradicional do Japão, atraindo muito visitantes para contemplação de suas belas paisagens montanhosas, com seus castelos de samurais e comida de boa qualidade, principalmente arroz, pescados e frutas.
Diante desta tragédia o governo japonês prometeu desmontar a usina, descontaminar a região e trazer a população de volta. Para atingir tal objetivo as cifras estimadas para tal empreendimento são espantosas, 125 bilhões de dólares (100 bilhões de euros) até meados de 2040. Mas ninguém sabe ao certo quando a tarefa será concluída, e quanto custará realmente.
A falta de credibilidade do governo e da empresa operadora da central nuclear de Fukushima, a Tokyo Electric Power Company – Tepco, é muito grande no Japão. E mesmo com a campanha publicitária do governo, afirmando que não há mais riscos, e que os moradores podem retornar as suas casas, a seus afazeres, a sua vida; a população da província encolheu, e conta atualmente com 1,8 milhão de habitantes. Mais de 50 mil pessoas vivem na condição de refugiados, em residências provisórias, com auxílio financeiro. O que é relatado e dito com frequência pelos moradores impactados diretamente pela catástrofe, está resumido em uma frase “perdemos nossa cidade, perdemos nossa vida”.
A descontaminação é uma tarefa, além de bilionária, gigantesca, principalmente pelo volume produzido do chamado “lixo atômico”, verdadeira “herança” desta trágica catástrofe.
Escombros da usina nuclear de Fukushima-Daichi após o terremoto e tsunami no Japão.
Segundo informações oficiais do governo da província e do Ministério do Meio Ambiental, prevê-se procedimentos para descontaminação de uma área aproximadamente 30% da província de Fukushima. Neste trabalho de “descontaminar” é retirado uma camada do solo (podendo atingir 5 cm) de toda área usada para plantações, ensacada e empilhada em áreas de depósito provisório de “lixo atômico”. Pés de pera e pêssegos, abundantes na região, foram “lavados” um a um, assim como aproximadamente 420 mil casas e 11.900 instalações públicas e similares, 18.500 km de estradas, que sofreram intervenção para tirar a poeira radioativa.
Estes números revelam, por si só, o significado de um acidente nuclear e de suas consequências econômicas, sociais e ambientais. E que diferentemente de um acidente, por exemplo, de avião, que atinge diretamente os passageiros, terminando no local e no instante que ocorrem; um acidente em uma usina nuclear começa no instante e no local, mas depois centenas e mesmo milhares de pessoas em territórios inteiros sofrerão as consequências induzidas pela radiação. E anos depois crianças nascerão com aberrações cromossômicas e desenvolverão leucemia, provocadas pela absorção, por seus pais, de doses de radiação acima do tolerável.
Uma conclusão dos acontecimentos de Chernobyl, TreeMile Island e Fukushima é que uma usina núcleo-elétrica é intrinsecamente perigosa, e os riscos de acidentes são inevitáveis, que vão de pequenos vazamentos de material radioativo até catástrofes com a emissão de grandes quantidades de materiais que contaminam o ar, a terra e a água. Mesmo com baixa probabilidade de ocorrência de um acidente, quando acontecem os danos provocados são muito altos e assustadores, e assim devem ser evitados para a continuidade da vida, como a conhecemos em nosso planeta.
Logo, nesta data, não deixemos passar em branco o ocorrido em Fukushima. É hora de indignação, rebelião, e de ação diante de propostas atuais da administração federal em dar prosseguimento ao programa de desenvolvimento da energia nuclear em nosso país, incluindo a finalização de Angra III, e a construção de novas centrais nucleares no sudeste e nordeste do país.
Terremoto no Japão fez renascer o medo nuclear.
Alvissareiro são os movimentos que se alastram pelo país contrários ao uso da energia nuclear em usinas elétricas. A mineração do urânio é rejeitada em Caetité (BA), e em Santa Quitéria (CE). Em Minas Gerais, em Caldas, é denunciado o abandono da barragem de resíduos radioativos produzidos pela exploração da 1ª usina de mineração de urânio. Em Angra dos Reis (RJ), em Itacuruba e região (PE), em São Paulo, Recife, Fortaleza grupos organizados da sociedade civil, juntamente com setores da Igreja, ambientalistas, cientistas, comunidades originárias se unem. A rejeição da população e sua ação direta impedirá que o país entre nesta aventura insana, cujos verdadeiros interesses não são devidamente anunciados a população. Xô Nuclear!!! (ecodebate)

Se houver acidente nuclear em usina instalada no Rio São Francisco

E se houvesse um acidente nuclear em uma usina instalada no Rio São Francisco?
O acidente mais grave que pode ocorrer em uma usina nuclear é a liberação de material radioativo para o ar-terra-água. Nunca uma usina poderá explodir tal qual uma bomba atômica. Por uma razão simples. O combustível usado na usina tem uma concentração do material físsil bem inferior do que a usada em uma bomba nuclear. Ou seja, o urânio que se presta a fissão nuclear (reação química com quebra do núcleo de um átomo com a liberação de grande quantidade de energia) no reator de uma usina, o urânio 235, tem uma concentração em torno de 3 a 5%. Enquanto para aplicações militares ultrapassa 85%.
Assim é errôneo pensar, e comparar uma usina para produzir energia elétrica como uma bomba nuclear. Portanto uma bomba nuclear e um reator nuclear são coisas diferentes. Todavia acidentes existem nas usinas, e são classificados em uma escala introduzida pela AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) no ano de 1990. A Escala Internacional de Acidentes Nucleares e Radiológicos (INES – International Nuclear Event Scale) estabelece uma escala de gravidade de incidentes e acidentes nucleares, facilitando assim a compreensão e as medidas para enfrentar o evento. Ao todo são 7 níveis, sendo os 3 primeiros de incidentes e os 4 subsequentes acidentes. O acidente mais grave ou superior (nível 7) consiste no vazamento em larga escala, para fora da  usina, de material radioativo, com efeitos amplos sobre a saúde da população e do meio ambiente. Sendo reconhecido nos níveis 6 e 7 os acidentes de Chernobyl, na Ucrânia (1976), o de Three Mile Island na Pensilvânia-USA (1979), e o de Fukushima no Japão (2011).
As  normas e procedimentos internacionais impostas para garantir as condições de segurança de uma usina núcleo-elétrica são muito rígidas. E a probabilidade de um acidente de grandes proporções acontecer é pequena, mas mesmo assim sempre existe. Por muito tempo, e ainda hoje, os defensores da energia nuclear vendem a imagem de que as usinas estão imunes a acidentes, o que não é verdade. Não existe risco zero de acontecer um acidente, mesmo o de nível 7.
E ai que está toda a questão, e a pergunta que não quer calar. Vale o risco de instalar uma usina, sabendo que um acidente pode provocar uma tragédia sócio-econômica-ambiental de grandes proporções, local, regional e mesmo planetária?  Sem dúvida, não existe nada de tão assustador do que um acidente com radiação liberada para o meio ambiente, atingindo toda forma de vida.
No planejamento governamental, declarado prioritário pelo atual governo, está o desenvolvimento do programa nuclear, que prevê a conclusão de Angra III, projeto elaborado na década de 1970, cuja construção foi iniciada na década de 80. Sua construção sofreu interrupção, sendo reiniciada em 2009, e suspensa novamente em 2015, após revelações de denúncias de corrupção. Estima-se que serão necessários mais 17 bilhões de reais para a conclusão desta obra.
A construção de novas usinas nucleares no Brasil, também estaria nas prioridades governamentais, com a construção de mais 8 usinas nas regiões Nordeste e Sudeste. No caso da região Nordeste, este empreendimento estaria localizada ao longo do rio São Francisco em locais já estudados pela Eletronuclear (Atlas Nuclear de Localização de Centrais Nucleares no Brasil). Um desses locais anunciados foi o município de Itacuruba no sertão pernambucano.
A denúncia dos grupos contrários as usinas nucleares em nosso país, no caso do Nordeste particularmente, alerta para uma situação gravíssima. A contaminação radioativa, caso haja vazamento, de um rio que percorre 5 estados nordestinos, e atende a mais de 500 municípios ao longo de sua bacia. Estamos falando de algo em torno a 20 milhões de pessoas impactadas. Sendo que  esta região concentra 28% da população brasileira, e 15% do PIB (Produto Interno Bruto). 
Então, o que seria do Rio da Unidade Nacional, com relação a vida existente ao longo de seu percurso e de seus afluentes que dependem da água do rio, no caso de vazamento radioativo, e de sua contaminação?  Por mais que setores interessados defendam a construção de usinas, minimizando,  e mesmo desdenhando a possibilidade de um acidente nuclear, ele existe, pode acontecer, e já aconteceu em outros países.
No caso de um acidente, os principais gases que poderiam vazar para a atmosfera seriam o césio 137, aquele do acidente de Goiânia em 1987 (considerado ­­­­­maior acidente radiológico do mundo), e o iodo 131. O césio provoca náusea, vômito e diarreia; ingerido em grandes proporções, mata em poucas horas. O iodo 131 em grandes quantidades, provoca tumores malignos em órgãos internos do corpo humano. Também ocorre escape de isótopos de nitrogênio e argônio radioativo.
Os reflexos de um acidente de tal natureza afetaria o turismo na região, provocando uma debandada geral. Pois quem visitaria um lugar que sofreu um acidente radioativo, mesmo que as autoridades digam que está tudo sob controle?  Não haveria visitação, é o que deve pensar a esmagadora maioria dos turistas que visitam todos os anos, e aportam à região bilhões de reais. Esse dinheiro desapareceria.
A liberação de radiação atingiria a água do rio. O gás em função das condições atmosféricas poderiam ser espalhados a várias centenas e mesmo milhares de quilômetros, atingindo as aves e animais e populações ribeirinhas. Além de se infiltrar no solo, inviabilizando a agricultura e criação de animais, podendo atingir e contaminar o lençol freático. Desequilibraria todo o ecossistema local. A pesca seria afetada, e toda renda proveniente desta atividade desapareceria da noite para o dia.
Para uma simples análise sobre o significado financeiro de uma tragédia nuclear, levemos em conta o custo total do acidente de Fukushima. Incluindo a descontaminação e as indenizações às vítimas, o custo pode chegar a 125 bilhões de dólares – 100 bilhões de euros), segundo a empresa Tepco, que administra a central nuclear destruída pelo tsunami em 11 de março de 2011. A catástrofe de Fukushima, a mais grave do setor desde Chernobyl (Ucrânia) em 1986, provocou grandes emissões radioativas no ar, no solo e nas águas da região, e forçou cerca de 100.000 pessoas a abandonarem suas casas. Imagine agora o significado desta  catástrofe para um pais como o Brasil, que tem a economia capenga, e com tantas demandas, ainda teria condições de suportar tal dispêndio?
Sejamos claros: trata-se da possibilidade de uma catástrofe que afetará muitas gerações, tornando inabitável esta parte do Brasil. Pode ser evitada, caso decidamos não construir usinas nucleares, e apoiarmos outras opções disponíveis, como as fontes renováveis  de energia abundantes em todo país. (ecodebate)

segunda-feira, 18 de março de 2019

Brasil ultrapassa a marca de 14 GW em energia eólica

Rio Grande do Norte (4 GW), Bahia (3,5 GW) , Ceará (2 GW) e Rio Grande do Sul (1,8 GW) e Piauí (1,6 GW) são os estados que lideram a produção de energia a partir do vento.
O Brasil ultrapassou a marca de 14 GW capacidade instalada de energia eólica, potência superior a da maior hidrelétrica da América Latina, a binacional Itaipu. Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), são 583 parques distribuídos em 12 estados da federação. Rio Grande do Norte (4 GW), Bahia (3,5 GW) , Ceará (2 GW) e Rio Grande do Sul (1,8 GW) e Piauí (1,6 GW) são os estados que lideram a produção de energia a partir do vento.
Além dos 14,71 GW de capacidade instalada, há outros 4,33 GW já contratados em construção ou projeto, o que significa que, ao final de 2024, serão pelo menos 19,04 GW considerando apenas contratos já viabilizados em leilões e com outorgas do mercado livre publicadas e contratos assinados até agora. Considerando a matriz elétrica brasileira em dezembro de 2018, a participação da energia eólica era de 9%, sendo a terceira fonte mais representativa. A biomassa, segunda fonte, representava 9,1% da matriz no final de 2018.
“Dentro de pouco tempo, a eólica passará a ser segunda fonte da matriz elétrica brasileira, um feito realmente histórico para uma fonte que se desenvolveu de maneira mais intensa há pouco menos de dez anos. Quando começamos o ano de 2011, tínhamos menos de 1 GW. Em 2012, estávamos no 15º lugar no Ranking de Capacidade Instalada do Global Wind Energy Council. Agora já estamos a caminho de completar 15 GW e ocupamos a 8ª posição no ranking. Estes são alguns dos dados que mostram a importância da indústria eólica, nossa capacidade de crescer, fazer investimentos e trazer benefícios para o Brasil”, explica Elbia Gannoum, presidente executiva da ABEEólica.
Contratações em 2018
Em 2018 foram realizados dois leilões de energia nova, denominados A-4 e A-6. Ambos os leilões contaram com a participação da fonte eólica. No leilão A-4, realizado em 04 de abril, foram viabilizados 114,4 MW de potência e 33,4 MW médios de garantia física contratada, que deverão iniciar o fornecimento de energia elétrica a partir de 1º de janeiro de 2022. Já o leilão A-6, realizado em 31 de agosto, teve uma contratação mais expressiva e foram 48 projetos eólicos (1.136,30 MW de potência e 420,10 MW médios de garantia física contratada). Neste certame, as usinas devem iniciar a operação comercial a partir de 1º de janeiro de 2024. Ao todo, foram contratados 1,25 GW de capacidade instalada, em 48 parques, nos leilões regulados de 2018.
No ano passado houve também a contratação de projetos eólicos no mercado livre. Foram realizados três grandes leilões promovidos pela Cemig e Casa dos Ventos. Embora os números dessas operações não tenha sido divulgado por fontes, estimamos que, de uma forma geral, as empresas de energia eólica venderam cerca de 2 GW de capacidade instalada para o mercado livre em 2018, o que demonstra que este mercado vem se expandindo consideravelmente para o setor eólico”, explica Elbia. Considerando, portanto, os contratos de leilão e a estimativa de venda no mercado livre, houve uma contratação estimada de 3,2 GW em 2018.
“Sempre que falamos de contratações e do futuro da fonte eólica no Brasil, gosto de reiterar um conceito muito importante: nossa matriz elétrica tem a admirável qualidade de ser diversificada e assim deve continuar. Cada fonte tem seus méritos e precisamos de todas, especialmente se considerarmos que a expansão da matriz deve se dar majoritariamente por fontes renováveis. Do lado da energia eólica, o que podemos dizer é que a escolha de sua contratação faz sentido do ponto de vista técnico, social, ambiental e econômico, já que tem sido a mais competitiva nos últimos leilões”, resume Gannoum.
(canalenergia)

Casa dos Ventos fornece energia eólica para Vale

Casa dos Ventos vai fornecer energia eólica para Vale.
Parque operado pela Casa dos Ventos, Ventos do Araripe III será o primeiro complexo eólico na região a usar a solução WiSE.
Energia virá de parque eólico de 151,2 MW na Bahia. Contrato traz opção de compra do ativo.
A Vale fechou contrato de fornecimento de energia de longo prazo com a Casa dos Ventos. O anúncio foi feito em comunicado ao mercado em 16/01/2018. A energia vai ser produzida pelo parque eólico Folha Larga Sul, localizado na cidade de Campo Formoso, na Bahia. O empreendimento tem 151,2 MW de potência instalada, energia contratada por 23 anos e a sua operação comercial está programada para o primeiro semestre de 2020.
Inaugurado em junho/2017, complexo eólico Ventos do Araripe III conquista o Project and Infrastructure Finance Awards.
O comunicado diz ainda que no contrato entre as duas empresas há uma opção de compra do ativo pela Vale no futuro. A decisão é mais um passo na direção da mineradora de usar apenas de energia renovável no Brasil até 2030. O Cade autorizou ontem a compra pela Vale de três usinas eólicas na Bahia que eram do FIP Salus, do mesmo grupo da Casa dos Ventos. (canalenergia)