quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Chuva e frio fez consumo de energia cair 2,5% em set/22

Chuva e frio fazem consumo de energia cair 2,5% em setembro/2022.
Tempo nublado em Copacabana, no Rio de Janeiro.

Chuva e frio afetam consumo nacional de energia pelo 2º mês seguido, diz CCEE.

Tempo no Sul e Sudeste motivou queda de 2,5% em setembro no comparativo anual.

Resultado negativo pelo segundo mês seguido também foi influenciado pela forte retração no mercado regulado, aponta CCEE.

O volume elevado de chuvas no Sudeste e no Sul, aliado às temperaturas abaixo da média histórica em boa parte do país, reduziram em 2,5% o consumo de energia elétrica no Brasil em setembro na comparação ao mesmo período do ano passado.

As informações constam no Boletim InfoMercado Quinzenal da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que aponta queda de 6% no mercado regulado, muito por conta do menor uso de equipamentos de refrigeração como ar-condicionado. O segmento utilizou 40.690 megawatts médios.

Já o mercado livre continua crescendo, tendo consumido 23.629 MW médios, montante 4,4% maior frente ao mesmo mês em 2021. Para a CCEE, a alta é explicada pela maior atividade em setores produtivos importantes, sobretudo aqueles voltados à exportação, bem como pela entrada de novos consumidores.

Como a intensa migração de agentes entre os ambientes pode influenciar os dados, o relatório também apura o consumo desconsiderando o efeito. Neste cenário, o ACL teria um avanço menor, de 1,8%, enquanto o ACR teria registrado um declínio de 4,7%.

Outro fator que influencia é o crescimento da geração distribuída, principalmente dos painéis fotovoltaicos instalados em residências e empresas e que podem reduzir a demanda na rede. Se não houvesse esse tipo de sistema, o consumo do mercado regulado amenizaria a retração para 3,3%.

Atividade econômica e regional

Entre os 15 setores da economia monitorados pela CCEE e que atuam no mercado livre, o maior aumento foi registrado no ramo de Madeira, Papel e Celulose, que, desconsiderando a migração de cargas, avançou 11,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Em seguida, destaque para Extração de Minerais Metálicos (10,8%) e Saneamento (4,4%). Entre os que mais recuaram, estão o Comércio, Transporte e Têxteis, com 8%, 6% e 5,7% respectivamente.

Na análise regional, mais da metade dos estados registrou recuo na demanda em setembro, com destaque para o Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro, com 15% e 11%, resultado de um maior volume de chuvas e de baixas temperaturas nestas localidades.

O inverso aconteceu em boa parte da região Norte, onde o clima mais quente aumentou o consumo elétrico, especialmente em Rondônia, com alta de 15%. No Nordeste, o Maranhão teve a maior taxa de aumento do país, 21%, mas o avanço tem relação com o aumento gradativo de um grande consumidor do ACL.

Geração e exportação

A participação das hidrelétricas na produção de energia segue em alta, com acréscimo de 24,8% frente a igual período do ano passado. Consequentemente, as termelétricas ocupam menos espaço no fornecimento e recuaram 57% no último mês. A geração solar registrou alta de 54,9%, enquanto a produção eólica entregou 18,3% a mais de eletricidade.

O Brasil também exportou 893,4 MW médios para a Argentina. Pela contabilização do setor, a venda de excedentes para é registrada como um “consumo” no segmento de Serviços. Levando em consideração esse efeito, o volume demandado total do país teria crescido em 1,1% frente ao mesmo mês do ano passado.

(canalenergia)

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Usinas eólicas da Oitis somam 11MW

Usinas eólicas da Oitis somam 11MW para teste.

Já a EOL Ventos de São Ciro poderá operar 4,4MW.
A Agência Nacional de Energia Elétrica autorizou para início da operação em teste, a partir de 25/11/2022, as unidades geradoras UG4 da EOL Oitis 6, com 5,5 MW, e a UG7 da EOL Oitis 21, com 5,5 MW. Juntas as UGs somam 11 MW de capacidade instalada e estão localizadas nos estados do Piauí e Bahia, respectivamente.
Para operação comercial foram liberados 4,4 MW, da UG4 da EOL Ventos de São Ciro, que está localizada no Piauí. (canalenergia)

H2 Verde é a resposta para a eólica offshore no Brasil

H2 Verde é a resposta para a eólica offshore no Brasil, avalia Siemens Gamesa.
Estudos da controladora da fabricante, a Siemens Energy, apontam que o hidrogênio verde no Brasil pode ser 30% mais barato do que o hidrogênio cinza, produzido com combustíveis fósseis.

A Siemens Gamesa, uma das grandes fabricantes de aerogeradores do mundo, avalia que o desenvolvimento da eólica offshore no Brasil será impulsionado pelo hidrogênio verde. Um dos motivos é o custo da tecnologia que ainda é duas vezes mais elevado que a versão onshore na instalação e de cinco vezes para a manutenção. Por isso, é necessário escala e aproveitar toda a energia gerada e ter um mercado com demanda intensiva é a resposta.

Essa é a avaliação do diretor geral da empresa no Brasil, Felipe Ferrés. Segundo o executivo, o fator de capacidade de projetos no mar em outros mercados, como o europeu, é o dobro do registrado em terra, já por aqui essa diferença é bem menor, está em 55% no onshore e 65% no mar. “Diante da demanda por energia que há atualmente os projetos só serão viáveis em três décadas”, calculou ele em entrevista à Agência CanalEnergia no Brazil Windpower 2022.

Ele contou que estudos da Siemens Energy em relação ao hidrogênio verde no país é de que a produção desse insumo no formato de amônia, por exemplo, estaria 30% mais barato por aqui do que o H2 cinza o que abre uma margem interessante para quem investe nessas plantas. Isso, ressaltou ele, vai ao encontro da transição energética e o net zero que é buscado por países europeus, ainda mais agora com o preço do gás natural batendo recordes por conta da guerra Rússia/Ucrânia.

“Eu tenho um passado na indústria térmica, o gás na Europa chegou a US$ 30 por milhão de BTU, já houve casos em que a carga do navio valia mais que a própria embarcação e isso porque a carga era de gás”, citou.

Em sua análise, a tendência é de que o custo continuará alto para o combustível fóssil, apesar de não se saber quanto tempo. Então, é um momento em que o H2 Verde tem espaço para ocupar o mercado. Enquanto a offshore não sai do papel, a geração pode ser feita com o onshore que também possui um grande potencial no país. Mas quando acontecer a offshore, aqueles 30 anos citados anteriormente, serão reduzidos para 10 anos.

Até lá é necessária uma mudança na cadeia de fornecedores que precisam adaptar-se para atender a demanda de fabricantes como a Siemens Gamesa. A empresa para o offshore possui um aerogerador de 15 MW, que é mais do que o dobro do maior na versão onshore que pode chegar a até 7 MW.

Por isso, Ferrés acredita que nos próximos 10 anos ainda teremos a geração em terra como a grande protagonista do mercado por aqui. Mas no longo prazo as duas formas coexistirão, cada uma para sua atribuição. “Independente do gás da Rússia, a eólica brasileira é a mais barata do mundo”, destacou.

E há uma combinação de fatores, além de termos a indústria local estabelecida, que mesmo diante da crise de insumos que aumentou o custo de investimento, por aqui foi menor do que em outros locais. O fator de capacidade ajudou a manter o custo. Não é à toa que a fabricante coloca o Brasil como um de seus hubs de compras com a meta de regionalizar o fornecimento para suas fábricas e não depender, por exemplo, como a solar, de um país apenas. E assim mitigar efeitos como da elevação do custo de frete marítimo.

“Se não fosse a produção local que existe, com a crise, projetos em geral não teriam se viabilizado, com o nível de custos atual não ficaria de pé”, avaliou. “Hoje sem o Finame o produto brasileiro já é competitivo com outros países, um fator que não ocorria anos atrás”, comparou.

De acordo com dados do GWEC, sobre o desempenho dos fabricantes de aerogeradores em 2021, a Siemens Gamesa também teve um ano recorde com 9,7% de participação no mercado global, subindo duas posições para o 3° lugar em 2021. (canalenergia)

sábado, 26 de novembro de 2022

Conta de luz vai bancar geração distribuída

 
Conta de luz vai bancar geração de energia solar gerada pelos consumidores.

Incentivo dado a quem investe em geração solar própria deve somar R$ 1,4 bilhão em 2023, segundo a Aneel.

Subsídio alcançou R$ 4 bilhões e totalizará R$ 5,4 bilhões no próximo ano.

Feitosa, da Aneel: encargos repassados para a conta de luz saltaram de R$ 16 bilhões para R$ 32 bilhões em cinco anos.

O custo do incentivo à geração de energia elétrica pelos próprios consumidores por meio de painéis solares — a geração distribuída (GD) — aumentará em R$ 1,4 bilhão somente em 2023, segundo informação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Este ano o subsídio alcançou R$ 4 bilhões e totalizará R$ 5,4 bilhões no próximo ano.

A geração distribuída tem puxado a expansão da produção de energia solar no país. O crescimento se deve à corrida para aproveitar o benefício integral, previsto para quem fizer a adesão até 06/01/2023, e assim obter desconto na tarifa correspondente ao excedente de energia injetado na rede da distribuidora.

O custo do incentivo para o próximo ano foi divulgado ontem pela diretoria da Aneel. O colegiado aprovou a abertura de consulta pública para discutir a regulamentação do marco legal da geração distribuída, a Lei 14.300/22. (valorinveste.globo)

Térmicas avançaram em 2021, mas renováveis estão acelerando

Térmicas avançaram em 2021, mas renováveis estão acelerando, aponta BNEF.
Fontes eólicas e solares já representaram em 2021 metade da expansão global de geração e a partir de 2025 LCOE passará a recuar depois da crise da cadeia de suprimentos

A retomada da economia no que foi chamado de pós pandemia pela BloombergNEF tem sido liderada pela geração térmica em termos globais. Na comparação com 2020 houve um aumento de 5,6% na produção de eletricidade, sendo o carvão mineral um dos expoentes com alta de 8,5%. Apesar desses indicadores a situação é conjuntural e a tendência é de que as renováveis voltem a apresentar custos mais baixos a partir dos próximos anos.

De acordo com analista de Transição Energética da BNEF, Sofia Maia, além da retomada da atividade econômica, outros fatores explicam esse aumento. Um deles é a ocorrência de secas que afetou, principalmente, países com alta dependência hídrica, e o aumento do custo do gás natural em países da Europa.

Como consequência, disse ela, as emissões de gases de efeito estufa aumentaram em 7%, sendo que as térmicas a carvão foram as que mais contribuíram, alta de 8% só desta fonte, enquanto a gás ficou em 4%. Três países apenas concentraram 57% do total de emissões, os Estados Unidos, China e Índia.

Apesar dos números, a executiva ressaltou que há boas notícias. E essas vêm da expansão das renováveis, que continuam a ser as fontes que mais crescem no mundo. Na soma entre as fontes eólica e solar o índice é de 50% do total acrescentado em 2021. A Ásia vem liderando esses aportes com 49% da expansão global e por lá metade é originado nessas fontes.

“O Brasil é um dos países que estão entre os que mais adicionam capacidade de geração renovável no mundo”, afirmou Sofia durante sua participação no Painel transição energética justa: como acelerar a implantação de energia eólica de forma sustentável, realizado no primeiro dia do Brazil Windpower 2022, evento realizado e promovido pelo Grupo CanalEnergia, by Informa Markets, ABEEólica e GWEC.

“O LCOE das renováveis estão caindo em todo o mundo e esse é o argumento que tem levado os países a escolherem as duas fontes como as preferidas para a expansão, atualmente estão entre US$ 45 e US$ 46 por MWh”, apontou. “De 2025 para frente é possível que os preços normalizem e continuem a redução nos próximos anos após a recente alta por conta das pressões que a cadeia de suprimentos vem passando”, acrescentou.

Moderador do painel, o professor Maurício Tolmasquim ressaltou que esses dados refletem o momento de que é mais barato hoje em dia construir ativos de fontes solar e eólica do que gerar energia a partir de uma usina térmica de fontes fosseis já estabelecida. Mas lembrou que essa análise não leva em conta a segurança energética e sim apenas olhando do ponto de visto econômico-financeiro, pois com as renováveis há a questão da variabilidade que não pode ser controlada.

Mas reforçou a importância dessas fontes pelo lado econômico e que possuem o aspecto ambiental e de sustentabilidade.

Esse comentário vem em complemento ao que defendeu o presidente do Conselho da GWEC, Morten Dyrholm, que a fonte eólica não é apenas o valor financeiro que se paga pela energia. A questão de inserção das pessoas no mercado de trabalho, que atribuiu valor por meio do combate às mudanças climáticas e à vida das pessoas são pontos importantes intangíveis. “Há barreiras que ainda existem para que possamos aumentar escala, mas são questões de fácil implementação, não inventaremos algo novo, a tecnologia está colocada, é conhecida”, afirmou ele.

A presidente executiva da ABEEólica, Élbia Gannoum, reforçou essa declaração, destacou que os números mostram que estamos fazendo a transição energética não é apenas custo e preço mas com valor social e ambiental das renováveis, com especial destaque para a eólica.

“Os dados do IBGE mostraram que o PIB no Nordeste cresceu 21% associado à chegada dos parques eólicos e consequentemente o índice de desenvolvimento humano aumentou”, relatou. “A cada real de investimento na fonte eólica devolvemos R$ 2,9 para o PIB. Energia é de fato determinante para a retomada econômica, mas não é somente a retomada e representa sim o desenvolvimento social das regiões”, acrescentou.

Élbia ainda defendeu que a perspectiva de investimentos do Hidrogênio Verde deverá acelerar mais ainda esse cenário com as possibilidades de fornecimento do insumo em seus diversos formatos como a amônia, para exportação, já que a demanda por energia mesmo é um dos desafios que o país enfrenta. E avisou que em 2035 disse esperar que o país já tenha muito mais capacidade instalada de eólica offshore do que a BNEF prevê, que é de 3 GW em desenvolvimento.

Geração renovável avançou em 2021, mas ainda é insuficiente para conter crise climática.

“Eu quero 8 GW ainda nesta década, não tudo em operação mas sabemos que estamos prontos”, finalizou. (canalenergia)

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Especialistas veem boas perspectivas para eólica offshore no Brasil

MME publica portarias que definem regramentos e diretrizes complementares para cessão de uso de áreas fora da costa.

Atualmente o mundo possui cerca de 57 GW de eólica offshore instalados na Alemanha, China, Reino Unido, entre outros. No Brasil, o potencial para eólicas offshore está em cerca de 700 GW distribuídos por locais com profundidade de até 50 metros, segundo dados do Roadmap Eólica Offshore Brasil, publicado pela EPE. Segundo a presidente da ABEEólica, Elbia Gannoum, trazer a indústria eólica para o Brasil certamente virá com benefícios. “Iremos aproveitar o capital internacional ávido para entrar no País e, com isso, o Brasil vai se posicionar num processo de transição energético e tem capacidade para ser o número um”, disse.

“Hoje fomos surpreendidos com a publicação das tão sonhadas portarias”, declarou Elbia sobre as publicações do Ministério de Minas e Energia com a Portaria nº 52/GM/MME e a Portaria Interministerial MME/MMA nº 03/2022, que definem, respectivamente, os regramentos e diretrizes complementares para cessão de uso de áreas fora da costa, e as diretrizes para criação de Portal Único de Gestão do Uso das Áreas Offshore. “Do ano passado para cá estamos vislumbrando uma regulação para offshore. Estamos construindo essa indústria com base concreta. O futuro está sendo decidido hoje e é a eólica offshore”, ressaltou.

Para a diretora executiva de renováveis do grupo Neoenergia, Laura Porto, o offshore tem desafios mais complexos. “Temos tudo para dar certo, porém é importante discutir a financiabilidade dos projetos”, declarou.

Já o diretor de eólicas offshore Brasil e América Latina da Equinor, André Leite, cerca de 20% do offshore no mundo estão localizados em água rasa e ainda 80% na geração flutuando. “Temos uma previsão de 2 TW de energia eólica instalada no mundo em 2050”, afirmou.

De acordo com o executivo, a empresa pretende investir cerca de US$ 23 bilhões de dólares nos próximos cinco anos em renovável e soluções de baixo carbono e a eólica offshore vai pegar a maior parte. “O mundo precisa de energia eólica, mas a onshore não vai dar conta e a offshore é a saída e muito mais rápida”, declarou.

Contudo, a senior business development offshore wind Brazil da TotalEnergies, Fernanda Scoponi, afirmou que a companhia está aumentando o portfólio em renovável e pretendem crescer ainda mais até 2030. “A eólica offshore tem um papel fundamental”. É oferecer mais energia limpa, justa e confiável.

Já o especialista em energia renovável da International Finance Corporation (IFC), Sean Whittaker, reconheceu o interesse nesse tipo de energia. “O IFC tem perspectivas para financiar os primeiro GW desse mercado e queremos financiar os projetos e focar em soluções bancarias com quarto pilares: estratégia, política, mercado e entrega”, disse.

Para finalizar, o presidente da EPE, Thiago Barral, declarou que a eólica offshore amplia a fonte de desenvolvimento de energia renovável no Brasil. É uma oportunidade de mercado de terreno sólido, resiliente e com potencial. O próximo passo implantação do que foi construída ao longo dos últimos anos. A eólica offshore exige um nível de complexidade em termos de governança e temos que estar atentos. (canalenergia)

Carruagem elétrica que substituirá charretes entra em testes em Poços de Caldas

Modelo de carruagem elétrica para substituir charretes entra em fase de testes em Poços de Caldas/MG.

Protótipo foi apresentado em 05/10/22 e vai passar por período de testes antes que passe a funcionar no lugar dos veículos com tração animal.
Modelo de carruagem elétrica começa a funcionar em fase de testes em Poços de Caldas.

O modelo de carruagem elétrica que deve substituir as charretes com tração animal em Poços de Caldas foi apresentado dia 05/10/22 em Poços de Caldas. O protótipo agora entra em fase de testes antes de passar a funcionar no lugar dos veículos com tração animal. A data prevista para a substituição era 04/10/22, mas a data foi prorrogada para reajuste do projeto.

Foram nove meses de trabalho pra chegar ao modelo de carruagem elétrica apresentado.

“Ela começou do zero. Fomos visitar fábricas de carruagens pelo Brasil, fomos correr atrás de motor elétrico para esse veículo, o que foi a parte mais difícil. Depois de achar esse motor elétrico, contratamos a carruagem, que fez todo o projeto. Esse projeto foi feito em três mãos, a carruagem, o tamanho, o pedaço, se adequando às peças que conseguimos comprar. É um modelo único, é a primeira carruagem elétrica, neste modelo, no Brasil”, destacou o gerente P&D DME, Anderson Muniz.

Além do Departamento de Eletricidade, que é responsável pelo projeto, duas instituições de ensino de Poços de Caldas também participaram da elaboração da carruagem.

Assista ao vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=r19IO0JXT3s.

“Poços é, hoje, uma das principais cidades na mobilidade elétrica mineira, graças a esse projeto que trouxe recurso, permitiu formar mão de obra, conhecimento sobre o tema. Dentro deste projeto, temos também, a construção de tecnologias para carros elétricos. Neste momento, estamos pensando e falando em tecnologia, sustentabilidade e, agora, a questão de ampliar a discussão para outra área, que a de proteção ao animal”, disse o professor da PUC, Fabiano Costa Teixeira.

“Nós temos hoje o maior eletro posto público de Minas Gerais na FEPASA, que vai alimentar também essas charretes. Isso vai ao encontro deste novo passo tecnológico. Poços de Caldas, sem dúvidas, com esse contexto acadêmico local e essa proximidade com a sociedade está se destacando em nível nacional”, falou o diretor do campus do IF Sul de Minas em Poços de Calda, Felipe Coelho Neves.

A nova carruagem elétrica tem capacidade pra transportar até quatro turistas além do condutor. Ela pode ser carregada nos eletro postos da cidade. Estimasse que em 40 minutos carregue até 80%, sendo que a autonomia dela é de 50 km. Outra curiosidade é que ela não ultrapassa 30 km/h.

Em dezembro do ano passado, o prefeito afirmou que até 04/10/2022 acabaria com as charretes movidas por animais que seriam substituídas pelas carruagens. Um dia após a data prevista, no entanto, foi apresentado um exemplar pra funcionar em formato de teste.

Modelo de carruagem elétrica para substituir charretes entra em fase de testes em Poços de Caldas/MG.

“Entendemos que já nesta semana, ou na semana que vem, já esteja em funcionamento. Vamos ver alguém da própria associação dos charretistas que possa estar usando, é importante que eles se revezem e se acostumem com ele. É inédito em nosso país e acho que no mundo também. Agora vamos colocar em funcionamento, ver os defeitos que possam aparecer para que possamos corrigir. O mais importante é o protótipo o mais perfeito que possa ser, corrigindo todos os defeitos que possam existir, vai construir em série para ser implantado em nossa cidade”, explicou o prefeito Sérgio Azevedo (PSDB).

Para o presidente da Associação dos Condutores de Veículos de Tração Animal, Francisco Carlos Rodrigues, as charretes tradicionais não deveriam acabar. Segundo ele, o grande atrativo para os turistas, são os animais.

“A charrete com animal é aceita pelas crianças, tem crianças que viajam 200 quilômetros para andar na charrete. Se colocar motorizado, com certeza, não vai ser aceito. A charrete é dia de semana, é final de semana, todo dia roda”, disse o presidente.

Não há previsão de quando as novas carruagens serão fabricadas. Para que a substituição das charretes tradicionais aconteça, de forma definitiva, uma lei que proíba que haja charretes movidas por animais precisa ser aprovada na Câmara. Esse projeto de lei foi encaminhado pelo executivo e segue em tramitação no legislativo, sem previsão ainda de quando será votado.

Protótipo de carruagem elétrica é apresentado pela prefeitura e deve substituir as charretes no futuro. ( g1)

terça-feira, 22 de novembro de 2022

Volkswagen cria pós-graduação em veículos elétricos

Volkswagen cria pós-graduação em veículos elétricos e autônomos.

Curso da Volkswagen terá a duração de 24 meses.

• Volkswagen lançou pós-graduação em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina;

• A formação tem como objetivo desenvolver os profissionais para atuar na área;

• Aulas acontecerão presencialmente dentro do centro de treinamento da marca.

Enquanto o mercado de veículos elétricos e autônomos caminha para se tornar um dos segmentos mais relevantes do setor automobilístico, empresas encontram o desafio de procurar por profissionais qualificados para desenvolver essas tecnologias.

É por isso que a Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO) lançou a primeira pós-graduação in company em veículos elétricos, autônomos e conectados do Brasil, criada em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

A formação direcionada tem como objetivo desenvolver os profissionais do centro mundial de desenvolvimento da VWCO para as novas tendências tecnológicas do mercado de veículos.

“Nós queremos pavimentar um caminho rumo a tecnologias mais eficientes e limpas, já que a sociedade anseia pela aceleração desse processo. Por isso, criamos a pós-graduação in company voltada para essa área, e estamos muito orgulhosos por dar mais este grande passo”, disse Roberto Cortes, presidente e CEO da VWCO, ao Garagem 360.

Ao longo de 24 meses, o curso da marca ministrará as bases teóricas e práticas no primeiro ano. Posteriormente, a turma será dividida em dois eixos de formação separados em software e hardware, sempre na perspectiva dos veículos elétricos, autônomos e conectividade.

Para aliar teoria com prática, as aulas da pós-graduação acontecerão presencialmente dentro do centro de treinamento da marca.

“A pós-graduação in company faz parte da estratégia da VWCO em ser pioneira no desenvolvimento de produtos alinhados à sustentabilidade, com o cuidado com a sociedade e o meio ambiente”, diz Cortes. (yahoo)

Taxi voador elétrico pode chegar em breve São Paulo

Uber aéreo? Taxi voador elétrico pode chegar em breve São Paulo.
No começo do mês, a Wisk Aero apresentou a sexta geração do seu eVTOL, projetado para funcionar como um táxi voador elétrico em ambientes urbanos, e segundo seu CEO, ele pode chegar em breve aos céus do Brasil, incluindo São Paulo.

O Generation 6 (Geração 6) é o primeiro eVTOL para quatro passageiros desenvolvido especialmente para ser usado como um táxi voador, incluindo espaço de sobra para malas. Um eVTOL é um veículo elétrico que consegue decolar e pousar de forma vertical, como um drone ou helicóptero.

Wisk Generation 6 é o primeiro eVTOL criado para ser táxi aéreo ou voador.

O táxi voador da Wisk Aero pode ser operado a uma altura de 762 metros até 1,21 km, com uma velocidade de 200 a 222 km/h e um alcance de 144 km.

O tempo de carregamento da bateria é de 15 minutos. Esse é um veículo autônomo, mas que foi projetado para ser supervisionado por um piloto em todos os voos. De acordo com a empresa, esse eVTOL é totalmente seguro, com uma chance em um bilhão de enfrentar algum problema no voo.

Generation 6 tem alcance de 144km.

Segundo informações da Wisk, o preço médio de US$ 3 (ou R$ 15,87 na conversão direta) a cada 1,6 km percorridos, ou seja, um custo bem acessível para um táxi voador elétrico.

O CEO conta que espera ter até 5000 eVTOLs em operação até 2035. Além disso, a empresa também contou ao site CNet que pretende transportar nos próximos anos até 300 milhões de passageiros em corridas rápidas, ou melhor, voos rápidos.

Objetivo do carro voador da Wisk é melhorar o trânsito em grandes cidades

O CEO da Wisk, Gary Gysin, falou sobre os objetivos do projeto. Para ele, “o problema que estamos tentando solucionar é o supercongestionamento de cidades como Los Angeles, Nova York, Londres, Mumbai e São Paulo”.

O executivo completa: “se você está preso em um carro por uma hora e meia ou duas horas, você pode ter de 30 a 60 km para percorrer, mas sem fazer ideia de como vai chegar até o seu destino”.

Taxi voador da Wisk Aero tem 12 motores.

Por enquanto, Wisk Generation 6 ainda busca a certificação pela FAA (Federal Aviation Administration ou Administração Federal de Aviação), o órgão equivalente a nossa Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Assista ao vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=C1ohIJtOJxU.

Clique abaixo para ver um vídeo de apresentação do eVTOL táxi aéreo da Wisk Aero. (jornalfatosenoticias)

domingo, 20 de novembro de 2022

Investimento em fontes limpas tem que dobrar até 2030

Investimento em fontes limpas tem que dobrar até 2030, alerta WMO.
Organização Mundial de Meteorologia indica que são necessários 7,1 TW de capacidade de energia limpa instalados até 2030 para que as metas de Paris possam ser alcançadas.

O suprimento de energia limpa deverá dobrar nos próximos oito anos como forma de limitar o aumento da temperatura global. De outro lado, se isso não ocorrer, há um risco de que o clima fique mais extremo e o stress hídrico chegará a um ponto que a segurança energética inclusive das fontes renováveis seja ameaçada. Essa é a principal conclusão de um relatório da Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês). Segundo a publicação que está disponível para download em inglês, o foco em energia neste ano deve-se ao fato de que esse é o principal fator que impacta a saúde climática do planeta.

As promessas de investimentos em energia renovável representam atualmente menos da metade do que é necessário para alcançar as metas de combate às mudanças climáticas. Segundo estimativa da WMO, o caminho para alcançar a meta global de temperatura de longo prazo do Acordo de Paris exige que 7,1 TW de capacidade de energia limpa sejam instalados até 2030, de acordo com números citados no relatório, mas com os números de hoje em dia deverá ficar bem afastado da meta.

Além disso, a entidade aponta que os investimentos em energia renovável precisam triplicar até 2050 para colocar o mundo em uma trajetória líquida zero até 2050. Citou que em 2019 e 2020, a maioria dos investimentos em energia renovável foi feita na região do Leste Asiático e Pacífico (principalmente China e Japão), seguida pela Europa Ocidental e América do Norte. Alertou ainda que os países em desenvolvimento estão sub representados no que diz respeito ao acesso ao financiamento de energia limpa.

Os fluxos financeiros públicos internacionais para países em desenvolvimento em apoio à energia limpa e ao cumprimento do ODS 7 diminuíram em 2019 pelo segundo ano consecutivo, caindo para US$ 10,9 bilhões. Esse nível de apoio foi 23% inferior aos US$ 14,2 bilhões fornecidos em 2018, 25% inferior à média de 2010-2019 e menos da metade do pico de US$ 24,7 bilhões em 2017.

Segundo avaliação do secretário geral da entidade, Prof. Petteri Taalas, a energia está no centro da resposta global para a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável do Acordo de Paris. Essa visão tomo como base o fato de que a energia contribui com cerca de três quartos das emissões de gases de efeito estufa em termos globais. Por isso, trocar as formas de geração para fontes limpas como a solar, eólica e hídrica, bem como aprimorar ações de eficiência energética “é absolutamente vital se quisermos alcançar ainda no século XXI essa meta”. E acrescentou que “o tempo não está ao nosso lado e nosso clima está mudando diante de nossos olhos. Precisamos de uma transformação completa no nosso sistema global de energia”.

O acesso a informações e serviços confiáveis sobre água e clima será cada vez mais importante para fortalecer a resiliência da infraestrutura energética e atender à crescente demanda que é projetada em cerca de 30% nos últimos dez anos.

As mudanças climáticas, continua a WMO, afeta diretamente o fornecimento de combustível, a produção de energia, bem como a resiliência física da infraestrutura energética atual e futura. Avalia que as ondas de calor e secas já estão colocando a geração de energia existente sob estresse, tornando ainda mais importante reduzir as emissões de combustíveis fósseis. E afirma que o impacto de eventos hídricos e climáticos extremos mais frequentes e intensos já é claro. Cita quedas maciças de energia causadas por uma onda de calor histórica em Buenos Aires, Argentina, e ainda, a ocorrência de chuva gelada que revestiu linhas de energia no Extremo Oriente da Rússia. Em ambos os casos, centenas de milhares de pessoas ficaram sem fornecimento de energia elétrica.

A questão da escassez hídrica acaba não afetando apenas a geração renovável. Esse fato deve-se à necessidade da própria geração térmica acessar esses recursos para resfriamento. A WMO lembra que em 2020, 87% da eletricidade global é gerada por sistemas térmicos, nucleares e hidrelétricos que dependiam diretamente da disponibilidade de água. Enquanto isso, 33% das usinas termelétricas que dependem da disponibilidade de água doce para resfriamento estão em áreas de alto estresse hídrico. Este também é o caso de 15% das usinas nucleares existentes, uma parcela que deverá aumentar para 25% nos próximos 20 anos. Além disso, essas usinas ainda enfrentam a ameaça de elevação do nível do mar.

Além disso, 11% da capacidade hidrelétrica também está localizada em áreas com alto estresse hídrico. E aproximadamente 26% das barragens hidrelétricas existentes e 23% das barragens projetadas estão dentro de bacias hidrográficas que atualmente têm um risco médio a muito alto de escassez.

Apesar desses riscos, constata a entidade, as ações não estão sendo tomadas em um ritmo adequado. Apenas 40% dos planos de ação climática apresentados pelos governos à UNFCCC priorizam a adaptação no setor de energia, e o investimento é correspondentemente baixo. Por isso aponta que a oferta de fontes de baixas emissões precisa dobrar até 2030 se o mundo quiser atingir zero líquido até 2050.

“Uma transição para energia renovável ajudará a aliviar o crescente estresse hídrico global porque a quantidade de água usada para gerar eletricidade por energia solar e eólica é muito menor do que para usinas de energia mais tradicionais, sejam de combustível fóssil ou nuclear”, sinaliza.

As políticas e regulamentações necessárias para permitir a descarbonização no setor de energia ainda são particularmente fracas na África, América do Sul e Ásia, segundo o Banco Mundial. E o reconhecimento da necessidade de serviços de apoio às energias renováveis ​​é particularmente baixo nas Contribuições Nacionalmente Determinadas para o Acordo de Paris.

Mas, o relatório contém notícias positivas apesar deste cenário. Destaca as oportunidades para redes de energia verde ajudarem a combater as mudanças climáticas, melhorar a qualidade do ar, conservar os recursos hídricos, proteger o meio ambiente, criar empregos e salvaguardar um futuro melhor.

Até 2050, as necessidades globais de eletricidade aumentarão ao longo dos anos, isso porque a eletrificação é vista como uma alavanca estratégica para atingir as metas do Net Zero. Esse caminho será atendido por meio da energia renovável, sendo a solar a maior fonte de fornecimento, relata a WNO. “Os países africanos têm a oportunidade de aproveitar o potencial inexplorado e ser os principais players do mercado. A África abriga 60% dos melhores recursos solares do mundo, mas com apenas 1% da capacidade fotovoltaica instalada”, sinaliza.

A entidade passou a emitir relatórios anuais sobre o estado dos serviços climáticos desde 2019 em resposta a um pedido da ONU para obter mais informações sobre as necessidades de adaptação dos países. A edição deste ano inclui contribuições da Agência Internacional de Energia (AIE), Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), entre outras otgrnizações do setor privado e da sociedade civil.

O relatório foi apresentado em 13/10/22, em um evento do World Energy Council, realizado na Escócia. (canalenergia)

ONS registrou recordes de geração solar e eólica em setembro

ONS registrou 29 recordes de geração solar e eólica em setembro/22.
Fonte solar teve 24 novas marcas no período, enquanto fonte eólica obteve 5. Em 27/09/22 geração solar no NE teve pico de 3.499 MW.

Em setembro/22 o Operador Nacional do Sistema Elétrico registrou 29 recordes na geração de energia solar e eólica. A fonte solar se destacou no período, com 24 novas marcas aferidas no mês, as mais recentes delas confirmadas entre os dias 27 e 29 de setembro. No dia 27 foi observado, em geração de energia solar instantânea do subsistema Nordeste, às 9h46, o pico de 3.499 MW, o que representa 32,1% da demanda da região. O dado anterior era de 3.450 MW, às 11h12 de 5 de setembro. Ainda no Nordeste, foi verificado, em 28 de setembro/2022, um recorde na geração solar média: 1.372 MW médios, o mesmo que 11,8% da demanda. O anterior, no mesmo subsistema, era de 1.315 MW médios, registrado no dia 13.

Em 29/09/22 foram registrados três novos recordes na geração solar: um no subsistema Sudeste/Centro-Oeste e dois no Sistema Interligado Nacional. No SE/CO, a marca foi na geração instantânea com 1.773 MW ou 4,4% da demanda, às 11h38. O resultado anterior foi atingido no dia 25, com 1.649 MW. Os números do SIN foram identificados também na instantânea, com 5.155 MW, igual a 7,4% da demanda e na média, com 1.945 MW med, que é 2,8% da demanda. Os registros superaram as medições de 10/09/22 – 4.876 MW – e de 13/09/22 – 1.937 MW médios – respectivamente.

Com relação à geração de energia eólica, o Brasil registrou cinco novos recordes no mês, todos entre os dias 5 e 7. O SIN atingiu 15.890 MW médios, o que representou 22,9% da demanda de energia do SIN. O melhor resultado anterior fora de 15.150 MW med, em 30 de agosto de 2022.

As outras duas melhores marcas de geração eólica foram no subsistema Nordeste. A instantânea chegou a 16.618 MW, às 22h21. O valor representa 142,5% da demanda. O melhor resultado anterior foi de 16.055 MW, aferido em 30/08/22. A nova marca na geração média de energia eólica no subsistema é de 14.439 MW med, o que corresponde a 136,6 % da demanda. (canalenergia)

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Complexo eólico comprado pela Copel permite planta híbrida

Empresa já está debruçada em estudos de lotes dos próximos leilões de LTs.
O complexo eólico Aventura (RN – 105 MW), comprado pela Copel da EDP Renováveis em 06/10/22, tem potencial híbrido e pode abrigar um parque solar de 10 MW. Em teleconferência realizada dia 07/10/22, o diretor de Desenvolvimento de Negócios da Copel, Cassio Santana da Silva, revelou que logo após o fechamento da compra a empresa deve se debruçar na viabilização desse projeto. “O quanto antes o projeto entrar, vamos conseguir aprovar toda as sinergias que existem”, explica. A Copel também comprou o complexo Santa Rosa Mundo Novo (RN), com 155,4 MW.

Segundo o executivo, Aventura fica localizado a 30 quilômetros do complexo eólico de Jandaíra, que também é de propriedade da Copel. Os projetos estão localizados em uma das melhores regiões do país para energia eólica com alta incidência de ventos. Dentre as Sinergias Operacionais, estão a Diluição de Custos Fixos, que pode chegar a cerca de R$ 3 milhões por ano e os benefícios de O&M, em cerca de R$ 6,3 milhões por ano.

De acordo com o presidente da estatal, Daniel Slaviero, a aquisição aumenta em 28% a geração eólica da Copel, com as renováveis indo a 17% da capacidade da Copel GeT. A intenção é ter 25% do total em renováveis. Desde 2018, a empresa cresceu 255%, indo a 1,2 GW de eólicas, se tornando a segunda maior geradora eólico do Rio Grande do Norte, um dos estados que mais sediam usinas eólicas. Outra intenção é ter 25% do portfólio em renováveis. Santana da Silva acredita que a disputa pelos complexos tenha sido acirrada, já que contou com fase vinculante e novas marcações foram feitas após a oferta inicial. A EDP Renováveis alegou rotação de ativos para venda dos ativos.

A compra dos complexos não encerra o ciclo de aquisições. A empresa ainda analisa outros processos, mas desde que estejam em linha com as diretrizes da Copel. Para Slaviero, foi concluída a recomposição do Ebitda após a venda da Copel Telecom.

Transmissão – A empresa já está avaliando os lotes dos próximos dois leilões de transmissão. A Copel mira lotes com Receita Anual Permitida acima de R$ 100 milhões. Slaviero destacou que apesar de não ter logrado êxito, os estudos feitos foram preponderantes para o desempenho. Segundo o diretor-geral da Copel GeT, Moacir Bertol, os certames do que ano que vem serão disputados. “Estamos com a mesma disposição para sermos vitoriosos na aquisição de lotes de transmissão”, avisa. (canalenergia)

Pernambuco prepara PPP para geração solar em prédios públicos

GD vai permitir economia de 30% nos custos com energia para o poder público.
Governo de Pernambuco apresentou em 14/10/22 detalhes do projeto da Parceria Público-Privada que vai atender 3.666 prédios do Estado consumidores de baixa tensão, como escolas, unidades de saúde, de segurança e de outras áreas. A empresa que vencer a licitação será responsável pela construção de usinas e também cuidará da gestão e da operação de serviços de compensação de créditos de energia elétrica para a redução dos custos nos órgãos do poder público do Estado. Prazo da concessão administrativa será de 21 anos.

Os estudos apontam que as placas fotovoltaicas serão implantadas em nove barragens que pertencem ao Estado: Jucazinho, em Surubim; Serro Azul, em Palmares; Serrinha, em Serra Talhada; Poço da Cruz, em Ibimirim; Entremontes, em Parnamirim; Chapéu 4, em Parnamirim; Lagoa do Barro, em Araripina; Inhumas, em Garanhuns, e a de Arcoverde, localizada no município de mesmo nome.

O modelo de operação será o de geração distribuída e representará uma economia estimada de 30% para o poder público, cujo consumo médio mensal de energia é de 72.983 MWh. O valor da contraprestação mensal por parte do Estado previsto será de R$ 3 milhões, com valor estimado do contrato de R$ 460 milhões. No processo de licitação, vence quem apresentar o menor valor de contraprestação mensal máxima. Um verificador independente apoiará o poder público na aferição de indicadores de desempenho da empresa contratada.

De acordo com o secretário executivo de Planejamento e Gestão, Marcelo Bruto, a expectativa é que com esse processo possa atender mais unidades, o que permitirá uma economia maior no custo com energia elétrica e, consequentemente, a liberação de recursos para outras áreas em políticas públicas, assim como também fomentar outras iniciativas sustentáveis.

Audiência pública do processo de consulta pública, cujo objetivo foi dar transparência ao processo e colher contribuições da sociedade ao projeto. Envio das sugestões foi até 14/10/22 e foram enviadas para: dialogopublico.energia@seplag.pe.gov.br. A população pode ter acesso ao material, no site: www.parcerias.pe.gov.br, e fez contribuições que serão avaliadas pelo poder público e poderão ser incluídas no projeto.

Em agosto, a empresa Enerfín do Brasil venceu o leilão da Parceria Público-Privada (PPP) para geração de energia solar que vai atender 52 prédios do Estado consumidores do Grupo A. A usina deverá ser construída no município de Salgueiro, no Sertão. Com o empreendimento, o estado poderá ter uma economia de 20% no custo de energia ao longo de 28 anos. Dentre os órgãos que serão beneficiados com o projeto do Grupo A estão as sedes das secretarias estaduais e unidades da administração indireta, como DETRAN, Hemope e Agência de Tecnologia da Informação. O prazo para construção da usina é de 36 meses após assinatura do contrato. (canalenergia)

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Benefícios da transição energética para a sociedade brasileira

Acelerar a transição rumo ao net zero em 2050 no país é viável e traria avanços sociais e econômicos, além dos ganhos ambientais, defende o estudo;

Saldo de empregos em um cenário de zero emissão em 2050 pode chegar a 8 milhões;

Acelerar a descarbonização e a eletrificação no Brasil trará benefícios que vão muito além dos ganhos ambientais, com impactos econômicos e sociais significativos para o país, como a possibilidade de um saldo de 8 milhões de novos postos de trabalho em 2050. Esta é uma das conclusões do estudo “Caminhos para a Transição Energética no Brasil”, desenvolvido pela Deloitte, maior organização de serviços profissionais do mundo, a pedido da Enel, maior empresa privada do setor elétrico brasileiro.

Elaborada para apontar cenários e subsidiar a adoção de políticas públicas que ajudem o Brasil a acelerar a transição energética e a alcançar os compromissos firmados no Acordo de Paris, a análise aponta que é viável alcançar um cenário de zero emissão no Brasil até 2050, a partir do envolvimento dos principais setores produtivos, de avanços regulatórios e de medidas governamentais de incentivo à transição. A expectativa é de que a versão final do estudo seja entregue a representantes do governo brasileiro antes da COP 27 — Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climática, prevista para novembro, no Egito.

Realizado com a contribuição de representantes dos setores público e privado, o estudo está baseado em dois cenários distintos vislumbrando as mudanças necessárias para tornar a matriz energética do Brasil mais limpa. No primeiro, são apresentados resultados mais conservadores, que mostram maiores níveis de emissões de gases de efeito estufa (GEE) até 2050.

O segundo cenário aponta para um quadro de zero emissão líquido de carbono em 2050 em linha com o que está traçado na NDC brasileira — a Contribuição Nacionalmente Determinada, que apresenta as metas do país para redução de emissões de GEE no Acordo de Paris, o que demonstra que apesar do pouco tempo, de menos de 30 anos, seria possível encaminhar o país para uma economia de baixo carbono.

No cenário net zero, além do saldo de 8 milhões de novos postos de trabalho, a análise estima um crescimento líquido total de 3% no PIB do Brasil até 2050 motivado pelas ações ligadas à descarbonização e eletrificação. Segundo o estudo, a área de Construção seria a principal geradora de novos empregos, diante das medidas adotadas pelo país para acelerar a transição energética, graças, sobretudo, à construção de novos empreendimentos de geração renovável, como os parques eólicos e solares. Estima-se ainda que a participação feminina na força produtiva do setor de energia cresceria de 22% para 32% no cenário net zero proposto no estudo.

“A transição energética já é uma realidade e muitas empresas, autoridades e outros representantes da sociedade civil estão empenhados em frear emissões e assegurar o nosso futuro. O que este movimento da Enel busca, a partir dos esforços consolidados neste estudo, é mostrar que podemos acelerar essas mudanças e gerar impactos sociais e econômicos positivos para a sociedade brasileira a partir de uma nova realidade que se impõe. Se as premissas apontadas pelo estudo não se confirmarem, o Brasil não alcançará o net zero em 2050 e perderá uma oportunidade única. Precisamos manter ligado este senso de urgência”, defende Nicola Cotugno, Country Manager da Enel no Brasil. “O setor elétrico tem feito a sua parte e desempenhado um papel fundamental na transição energética, acelerando, por exemplo, a participação das fontes renováveis na matriz elétrica, mas é preciso ir além e apoiar as transformações necessárias em todos os setores. A Enel lidera este movimento, no Brasil e no mundo, antecipando seus compromissos para neutralizar suas emissões diretas e indiretas e focando seus investimentos em soluções que auxiliem a sociedade nos desafios da descarbonização e da eletrificação”.

“A descarbonização é um tema urgente e que deve ser tratado como prioridade pelos indivíduos, pelas organizações e autoridades. Já sabemos que é impossível termos uma sociedade sustentável, com desenvolvimento e prosperidade econômica sem o envolvimento e a atuação conjunta de todos os agentes”, destaca Guilherme Lockmann, sócio e líder de Power e Utilities da Deloitte. “Este estudo que a Deloitte conduziu traça justamente cenários e aponta caminhos para uma transição energética no Brasil, que trará benefícios ambientais, sociais e econômicos, incluindo a criação de novos postos de trabalho e crescimento do PIB”.

Como será o modelo energético brasileiro

O estudo também traz um comparativo do modelo energético brasileiro em 2050, diante dos dois cenários possíveis que serviram como premissa para as análises. Enquanto no cenário mais conservador, a capacidade instalada de energia renovável fica em 65% e 93% (sem e com hidrelétricas), o percentual sobe para 76% e 95% com a implementação de políticas mais enfáticas.

No mesmo comparativo da matriz energética brasileira projetada para 2050, a geração de energia renovável, exceto hidrelétrica, passa dos 938TWh, em um panorama mais conservador, para 1.759 TWh com a adoção de esforços para atingir o cenário net zero. Já o uso de energia elétrica na vida cotidiana cresce dos atuais 20% para 32%, no cenário de referência, e para 44%, no de neutralidade de emissões.

Fontes verdes

No cenário net zero, o consumo de eletricidade no Brasil é suprido principalmente por fontes verdes, sendo as energias eólica e solar responsáveis, juntas, por 63% dos 2.422TWh estimados para 2050. No cenário mais conservador, eólica e solar representam, juntas, 48%, com geração total estimada em 1.752TWh para 2050. Neste quadro, a geração térmica ainda responde por cerca de 10% da matriz elétrica brasileira.

Hidrogênio verde

O hidrogênio verde se apresenta como complemento para a eletrificação, em especial para setores intensivos em carbono, como indústrias químicas e siderúrgicas. O estudo também aposta no potencial do Brasil para se tornar um exportador do “combustível do futuro”. No cenário net zero, toda a exportação de hidrogênio seria verde, cuja participação alcançará, em 2050, 96% do hidrogênio produzido.

Mudanças nos hábitos de consumo

A análise aponta que a jornada brasileira rumo à neutralidade das emissões irá modificar por completo a relação da nossa sociedade com o consumo e a escolha das fontes de energia para atividades cotidianas. A mobilidade elétrica, por exemplo, estará difundida tanto nos transportes públicos como na mobilidade privada, gerando economia significativa para seus usuários e melhorando a qualidade de vida nos grandes centros urbanos.

O estudo prevê que já a partir de 2025 os carros elétricos passarão a ser uma opção mais barata do que os carros tradicionais movidos à combustível fóssil. Esta mudança se dará por uma série de motivos, como a redução significativa no custo das baterias, além de medidas de incentivo à circulação de modelos elétricos, que vão desde a redução no valor de estacionamento até a implementação de políticas para diminuir o custo de aquisição de veículos eletrificados e seus componentes, com a redução de impostos. A participação de veículos elétricos no mercado automotivo, que em 2019 era de 0,01%, seria de 85% em 2050, no cenário net zero.

Recomendações aos setores estratégicos

Além de traçar cenários, a análise apresentada pela Enel e pela Deloitte traz recomendações aos setores estratégicos da economia nacional, indicando ações necessárias para que o Brasil alcance a neutralidade das emissões. Para o setor industrial, por exemplo, será primordial gerir de forma estratégica o consumo de energia nas plantas produtivas. No segmento agrícola, é indicada a eletrificação do maquinário produtivo. Nas residências, comércios e prédios públicos, uma medida eficaz será ampliar o uso de aparelhos não elétricos por elétricos, incentivar edificações com maior automação e melhorar os sistemas de aquecimento, ventilação e refrigeração. Para a área de transportes, além da eletrificação da mobilidade, o estudo indica a implementação de semáforos inteligentes e a melhoria e integração das ciclovias com modais públicos. Já nos setores não energéticos, ou seja, pecuária, uso do solo, silvicultura e resíduos, são fundamentais ações como a redução do desmatamento e a promoção do aumento da área de plantações florestais. A gestão de resíduos também merece um olhar atento, com a transformação da indústria para uma economia circular e a construção de aterros sanitários com captação de gás.

O estudo também faz uma ressalva sobre a necessidade de sólidos investimentos em linhas de transmissão de energia. O aporte necessário para ampliar a malha nacional estaria entre 166 bilhões e 178 bilhões de dólares até 2050. Embora a eletrificação dos usos finais aumente 29% nos dois panoramas avaliados pelo estudo, a necessidade de investimento em redes aumenta apenas 7,2% do cenário mais conversador para o net zero. Isso acontece, principalmente, devido ao aumento do uso de baterias como fonte de armazenamento de energia verde, além do incremento da geração distribuída, que demanda menos investimentos em linhas de transmissão em relação à grandes usinas.

Estes necessários investimentos para que o Brasil avance na transição energética e alcance a neutralidade de emissões ainda são menores do que o chamado custo social do carbono. Estes danos representam um impacto financeiro para a sociedade e para as futuras gerações, que aparece em forma de impostos e investimentos públicos e privado para lidar com os efeitos das mudanças climáticas. Perdas nas colheitas, adaptações ao aumento do nível do mar, combate a incêndios florestais e medidas para proteger comunidades de enchentes são apenas alguns exemplos dos danos que as emissões de Gases de Efeito Estufa causam à economia e à sociedade. O estudo reforça, portanto, que o Brasil possui uma oportunidade de combater as mudanças climáticas economizando, ou seja, gerando um benefício social.

A transição energética no Brasil: uma visão em 5 Ds

A urgente redução de emissões trouxe à tona um termo cujo significado tem sido, em geral, mal compreendido: a transição energética. (ecodebate)