sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Poluição do ar é inimiga da geração de energia solar na China

Poluição do ar em Pequim.
Novo estudo mostra que o país poderia gerar muito mais energia e dinheiro com sua vasta capacidade instalada de painéis solares.
Se a saúde de sua população já não fosse o suficiente, a China acaba de ganhar um motivo a mais para continuar sua luta contra a poluição do ar: a perda de geração da sua enorme capacidade fotovoltaica.
Foi o que mostrou um estudo realizado pelo Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETHZ) em parceria com a Universidade de Amsterdã, que coletou dados de radiação solar de 119 estações em todo a China.
Os pesquisadores então compararam essas informações com as emissões industriais do país entre os anos de 1960 e 2015, chegando à conclusão que elas foram responsáveis por uma queda de até 15% nos níveis de radiação na China.
Essa aparentemente pequena porcentagem representa enormes perdas para o país, líder mundial em energia solar com 174,63 gigawatts (GW) de capacidade fotovoltaica instalada em 2018 e com uma meta de 400 GW até 2030.
O país também é hoje o maior produtor da tecnologia no mundo, apresentando o menor preço da energia solar e responsável por mais de 60% dos painéis comercializados no mundo.
Segundo o estudo, caso conseguisse retornar aos níveis de radiação de 1960, a China poderia ter gerado até 14 Terawatts-hora (TWh) a mais de energia em 2016.
Até 2030, esse adicional seria de até 74 TWh. Em termos financeiros, os autores afirmam que isso representaria cerca de US$ 1,9 bilhão em 2016 e até US$ 6,7 bilhões em 2030.
A poluição impacta a geração solar em três diferentes formas: o acúmulo sobre a superfície das placas, a dispersão/absorção da luz pelas partículas de aerossol e a formação de nuvens causada pela reação química dos poluentes.
De acordo com o estudo, o potencial energético solar da China caiu entre 11% e 15% por conta da poluição.
Em 2017, um time de cientistas americanos e indianos já havia afirmado que a poluição do ar poderia estar afetando a geração solar em algumas regiões do mundo, como a China e a Índia. (ecodebate)

Complexo industrial reduz 47% do consumo energético com iluminação

Complexo industrial diminui 47% do seu consumo energético com iluminação.
Soluções da Signify e implementadas pela GreenYellow proporcionaram economia de 3.5 GWh/ano para fabricante de móveis, com redução de R$ 1,3 milhões nos custos de iluminação.
Gestão inteligente da energia é um fator fundamental para os negócios de qualquer segmento, numa importância que aparece com maior peso ainda quando se trata de um complexo industrial que apresenta alto consumo de eletricidade e que precisa ter garantia de um fornecimento seguro e confiável. Por isso, a fabricante de móveis da América Latina Bartira, pertencente à Via Varejo, escolheu a GreenYellow para desenvolver um projeto que pudesse aliar economia com eficácia energética.
Após verificação e análise da necessidade da Bartira, a GreenYellow identificou que o ideal seria a realização de um projeto de eficiência energética que contemplasse não só a redução de custos, mas também o bem-estar e a segurança dos funcionários do complexo industrial, principalmente no período noturno. Para isso, foram instaladas luminárias GreenPerform Highbay G3, que geram economia de 3.5 GWh/ano, o equivalente a uma redução de 47% no consumo da iluminação.
Além de oferecer redução pela eficiência real dos LEDs, estas lâmpadas possuem uma automação que reduz a iluminação em 25% quando não detectam movimento no local num período de 15 minutos, o que ajuda a maximizar a economia de energia de forma simples. Foram também implantados temporizadores, que permitem medição remota do consumo para identificação de novas oportunidades de redução. A modernização da infraestrutura foi realizada em parceria com a Signify, anteriormente conhecida como Philips Lighting. A iniciativa contribuiu para a redução de R$ 1,3 milhões nos custos de iluminação do complexo industrial, que possui mais de 100 mil m².

De acordo com Henrique Santana, gerente de manutenção e engenharia da Via Varejo, responsável pela Bartira, a princípio, o escopo do projeto era em oferecer melhores condições de trabalho aos funcionários, por meio da iluminação, principalmente no turno da noite. Mas, com o estudo e avaliação da equipe da GreenYellow, percebeu-se a possibilidade de realizar um projeto maior, focado na eficiência energética com tecnologia de ponta. “Quando você troca uma lâmpada de 400 watts por uma de 150 watts, além de obter uma iluminação melhor, conseguimos uma redução de consumo de até 50%”, conta, afirmando que, com um projeto completo, a redução é muito significativa. “A atualização de toda a iluminação no complexo impactou positivamente o trabalho das equipes de manutenção e operação, com mais segurança e visibilidade”, enfatizou.
Para Nicolas Daunis, gerente de engenharia da GreenYellow, um projeto dessa estirpe, em que é realizada toda a mudança na área luminotécnica do complexo industrial, é muito importante contar com um parceiro de iluminação que tenha produtos confiáveis e de baixo nível de manutenção. “Desde 2015 temos a parceria com a Signify, com quem realizamos mais de 400 projetos em conjunto”, comentou. Ele conta ser fundamental contar com produtos de alta qualidade em um contrato de performance, no qual há o comprometimento com a diminuição de gastos com energia. “Temos clientes que com mais de um ano de projeto não precisaram fazer manutenção de luminárias, o que também contribui com a economia e eficiência energética do local”, exemplificou Daunis, destacando que está muito satisfeito com a iniciativa. “Além disso, devido à alta confiabilidade, conseguimos garantir o nível de luminosidade necessário até o final do projeto”, complementa.
Já na avaliação Sergio Costa, novo CEO da Signify no Brasil, o projeto da Bartira é um marco e abre a perspectiva para que mais empresas pensem na iluminação como grande aliada não só na redução de custos, mas no bem-estar dos funcionários. “Oferecer a iluminação ideal melhora a dinâmica de trabalho e permite uma gestão inteligente, que é um dos escopos da Signify”, destacou. (canalenergia)

Biodiesel será alternativa para trem entre São Paulo-Campinas

Biodiesel pode ser alternativa para projeto de trem São Paulo-Campinas.
Substituir trens eletrificados por composições movidas a biodiesel pode ser uma solução para o TIC (Trem InterCidades), projeto para ligar o centro de São Paulo a Campinas.
A ideia nasceu na viagem que o secretário paulista dos transportes, Alexandre Baldy, e o presidente da CPTM, Pedro Moro, fizeram aos EUA nesta semana.
A dupla viajou o trecho que vai da estação central de Miami até Fort Lauderdale e saiu com um cálculo de que a medida poderia reduzir em mais de R$ 1 bilhão o custo do projeto.
A implantação do TIC é estimada em torno de R$ 7 bilhões.
Composições movidas a combustível tornariam a obra mais barata, segundo Alexandre Baldy, secretário dos Transportes Metropolitanos.
A nova proposta de trens intercidades em estudos pelo governo de São Paulo aponta agora para uma composição com locomotiva movida a biodiesel. (biodieselbr)

Trem Intercidades pode ser movido a biodiesel

Tecnologia com uso de combustível renovável é alternativa à eletrificação, mais utilizada em sistemas na Europa.
Trem da ex-Brightline, agora Virgin Trains: biodiesel no lugar de eletricidade.
O secretário Alexandre Baldy, responsável pela pasta dos Transportes Metropolitanos, e o presidente da CPTM, Pedro Moro, postaram no Instagram uma experiência a bordo de um trem da ex-Brightline (atual Virgin), ferrovia da Flórida que utiliza biodiesel como combustível. Segundo eles, a tecnologia pode ser usada no Trem Intercidades (TIC), projeto iniciado por Geraldo Alckmin e assumido pelo atual governador João Doria como uma de suas prioridades no setor ferroviário.
A proposta é mais um aspecto em que o projeto original do trem regional se distancia da solução buscada pela atual gestão. Quando começou os estudos para implantar o TIC, o governo do estado pretendia criar uma rede de trens de média velocidade com vias praticamente próprias e eletrificadas. Novas estações seriam construídas como terminal desses serviços como Água Branca e Parque da Mooca no conceito de “Gare”, como na Europa. No entanto, o alto custo desse projeto fez a gestão Alckmin desistir dele e buscar uma alternativa híbrida em que se usasse mais partes da infraestrutura atual, que é compartilhada com a CPTM e as concessionárias de carga.
Já no governo Doria, o projeto tem sido tocado às pressas e com isso deverá utilizar apenas as vias existentes atualmente. A novidade é que, caso opte pelas locomotivas a biodiesel, o governo deixará de investir na eletrificação de vários trechos como o que vai de Jundiaí a Campinas e Americana, que hoje não têm trens de passageiros. Segundo Pedro Moro, a economia com a essa opção é de mais de R$ 1 bilhão.
Pouco poluente
A adoção de locomotivas a diesel é mais comum nos EUA enquanto Europa e Ásia têm uma infraestrutura voltada para vias eletrificadas sobretudo pela questão ecológica. Mas o advento do biodiesel, extraído de óleos vegetais, tem impulsionado a conversão de ferrovias a diesel para o consumo desse tipo de combustível. Embora se fale que não é poluente, como fez questão de afirmar Baldy em seu vídeo, o biodiesel emite sim substâncias nocivas, mas em quantidades muito baixas se comparado aos combustíveis fósseis.
Pedro Moro e Alexandre Baldy testam o trem americano: espera-se que ideia seja positiva para os usuários.
Seu rendimento é pior que o diesel e a manutenção é considerada um pouco mais complexa além de existirem problemas de funcionamento em temperaturas baixas, segundo entidades internacionais do setor de energia. Mas eles não tiram o mérito ecológico do combustível que tem sido usado por algumas empresas como a Virgin Trains, na Inglaterra.
Aliás, a Virgin adquiriu os direitos de imagem da ferrovia Brightline, única empresa privada a levar passageiros nos EUA. O serviço, que liga Miami a West Palm Beach com parada em Fort Laudardale, estreou em janeiro de 2018 e pretende chegar a Orlando em 2022. Ele utiliza locomotivas Siemens que levam 8.300 litros de biodiesel e movimentam quatro vagões de passageiros em duas classes. A viagem, que percorre cerca de 100 km, praticamente a mesma distância de São Paulo e Campinas, leva uma hora em velocidades que variam de 130 a 200 km/h.
Emobra não sejam barulhentos, os trens a diesel emitem mais ruídos que os movidos a eletricidade, como temos notado diariamente aqui em Londres. Com a preocupação ambiental europeia, esses trens que utilizam combustível fóssil estão com os dias contados, mas não parece haver consenso sobre qual a melhor tecnologia a substituí-los.
Em São Paulo, a adoção de locomotivas a biodiesel não só parece tornar o projeto mais barato em tempos de orçamento curto. Ela também denota um prazo mais rápido para tirar do papel o Trem Intercidades, o que pode ser ótimo para a população, desde que feito da maneira correta e não apenas para ser inaugurado ainda nesse mandato. (metrocptm)

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Rede de farmácias de RS aposta em energia solar para reduzir conta de eletricidade

Rede de farmácias do Rio Grande do Sul aposta em energia solar para reduzir gasto com eletricidade.
Projeto atenderá 200 unidades do grupo e deve garantir economia de mais de 20% na conta de luz.
A rede de farmácias São João, localizada em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, considerada uma das maiores varejistas de medicamentos do Brasil, acaba de firmar uma parceria com a AES Tietê para utilizar energia solar nas operações de suas unidades.
No projeto, a AES Tietê investirá R$ 17 milhões em novo parque solar, composto por três plantas, localizado na Região Sudoeste do Rio Grande do Sul, que fornecerá energia limpa para 200 farmácias da rede São João.
Com 10 mil módulos fotovoltaicos e potência de 3 megawatts (MW), a usina da AES Tietê tem previsão de entrar em operação a partir de 2020. O contrato com a rede de farmácias São João tem duração de 12 anos e o projeto deve representar uma economia de mais de 20% no gasto com eletricidade das unidades atendidas.
A rede São João, que já possui um total de cerca de 700 farmácias, busca sua consolidação no varejo de medicamento por meio de resultados sustentáveis, equilíbrio no consumo de energia e responsabilidade social.
A expectativa com o projeto é que a energia limpa utilizada na rede varejista fará a captura de 918 toneladas CO2, o equivalente ao consumo elétrico de 4 mil casas. “A geração distribuída traz uma grande oportunidade de redução de custos para redes varejistas, pois o valor da energia, além de se tornar previsível, é muito mais competitivo quando comparado ao preço da distribuidora, que é regulada”, disse à imprensa Rogério Jorge, diretor de Relacionamento com o Cliente da AES Tietê. “Além desse ganho, optar pela geração distribuída agrega valor de sustentabilidade à empresa por se tratar do consumo de energia 100% renovável”, declarou.
Para André Menegazzo, Gerente Executivo de Planejamento Estratégico da Rede Farmácias São João, esta parceria deve causar impacto positivo nas comunidades onde a rede está inserida e, ao mesmo tempo, reduzir o custo com energia elétrica de maneira sustentável para a empresa, para o entorno e para o meio ambiente.
“Isso é o que nos motiva a executar o projeto de energia renovável”, conclui. (portalsolar)

Acidentes em usinas nucleares quando ocorrem são catastróficos

Os argumentos dos defensores da energia nuclear como fonte de energia elétrica se baseiam principalmente em minimizar os riscos da ocorrência de acidentes nas usinas nucleares. Se referenciam em informações citando cientistas, instituições e organismos pró nuclear para suas alegações, e se aliam a setores econômicos que se beneficiam diretamente ou indiretamente da expansão desta tecnologia.
Uma das irresponsabilidades maiores dos defensores dos “negócios nucleares” é a insistência em minimizar, e mesmo de negar a possibilidade de acidentes nas usinas nucleoelétricas. Sendo o mais grave, chamado de acidente severo, que consiste na liberação de material radioativo do interior da usina para o meio ambiente.
Nas usinas nucleares existem distintas barreiras físicas para conter os gases radioativos produzidos. Desde as varetas de combustível, o vaso de pressão do reator, o envoltório de aço que abriga componentes e circuitos hidráulicos; até o invólucro de concreto que reveste a carcaça de aço, chamado edifício do reator. Apesar de todas estas proteções e cuidados para impedir que o material radioativo gerado pela reação de fissão nuclear (processo de divisão do núcleo atômico em outros núcleos, liberando grande quantidade de energia usada para produzir eletricidade), chegue ao meio ambiente, acidentes severos ocorreram em passado recente.
E porque a radioatividade (capacidade que alguns elementos possuem de emitir energia sob forma de partículas ou radiação eletromagnética) de inúmeros elementos fabricados artificialmente no processo de fissão nuclear é tão perigosa para os seres vivos?
A radiação emitida por estes elementos provoca basicamente nos seres vivos a destruição das células com o calor, e modificações celulares, e consequentemente mutações genéticas.
Os rejeitos produzidos pelo reator nuclear podem ser classificados em três níveis de radioatividade: alta, média e baixa. Considerando somente os rejeitos de alta radioatividade (também conhecido popularmente como lixo nuclear), ainda não há no mundo um lugar seguro para o depósito definitivo do lixo nuclear. No Brasil, assim como em outros países que tem usinas nucleares, este lixo de alta radioatividade fica no interior do edifício do reator, em piscinas. São rejeitos com longa meia vida (tempo necessário para a atividade de um elemento radioativo ser reduzida a metade), podendo alguns chegar a emitir radiação por dezenas de milhares de anos.
Maquete do submarino nuclear brasileiro. Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo/SP.
Quando nos referimos a radiação emitida por materiais radioativos estas podem ser: alfa, beta e gama. A mais perigosa é a radiação gama (radiação eletromagnética), altamente energética e de grande frequência, capaz de penetrar na matéria mais profundamente que a radiação do tipo alfa e beta. Devido à sua elevada energia, podem causar danos, no caso dos seres humanos, provocando graves lesões, e até a morte. Efeitos na saúde advindos da exposição à radiação são definidos como efeitos imediatos, e efeitos tardios.
Os efeitos somáticos podem ser imediatos, se a dose absorvida for muito alta, em torno de 1 Gray (unidade no Sistema Internacional de Unidades de dose absorvida), e recebida toda de uma só vez, os sintomas são náusea e vômitos, efeito conhecido como síndrome da radiação. No caso de doses absorvidas acima de 2 Grays podem levar a morte. À medida que a dose aumenta, as chances de sobrevivência diminuem.
Já os efeitos somáticos tardios são resultado de pequenas doses, mas continuadas num longo intervalo de tempo. São casos que ocorrem em pessoas ocupacionalmente expostas, como os radiologistas e os trabalhadores da mineração de urânio, por exemplo. Estes efeitos são: maior incidência de câncer, possibilidade de formação de catarata, e há evidências de que a expectativa de vida seja reduzida.
A investigação de efeitos somáticos, como por exemplo, alguns tipos de câncer e a leucemia, nos leva a questionar a existência de um limiar de radiação que seja responsável pelo desencadeamento desses efeitos. A tendência atual, é de não aceitar a existência de um limiar de segurança absoluta. Pelo contrário, postula-se que haja uma relação contínua entre exposição e risco.
Diante do quadro dos efeitos da radiação através de elementos químicos criado no interior de uma usina nuclear, que podem ser liberados para o meio ambiente, caso ocorra um vazamento, as consequências são dramáticas e trágicas para a vida.
Logo, para que não corramos o risco de material radioativo ser liberado pelas usinas nucleares em um acidente, a única decisão acertada seria não construir tais usinas. O Brasil não precisa de usinas nucleares.
Há uma zona de exclusão em Chernobyl que ninguém pode cruzar, ao norte da Ucrânia. (ecodebate)

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Aperfeiçoamento é bem visto por investidores em energia eólica e solar

Aperfeiçoamento de garantias é bem visto por investidores em energia eólica e solar.
Proposta que pode facilitar execução e garantias está prevista no edital do Leilão A-6, em audiência publica na Aneel.
Discussão antiga no setor que não se limita ao segmento de geração de energia elétrica, o aperfeiçoamento do sistema de garantias que a Aneel pretende aplicar no próximo Leilão A-6 recebeu avaliações positivas dos segmentos de energia eólica e solar fotovoltaica. A agência reguladora quer incluir no edital e nas outorgas mecanismos que facilitem a aplicação de penalidades por atraso de empreendimentos e a execução das garantias de fiel cumprimento.
A presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica, Élbia Gannoum, considera a mudança importante para o mercado e afirma que ela deve funcionar como um mecanismo de seleção de melhores projetos e de investidores com capacidade de entrega dos empreendimentos. “A quantidade de players não é tão vantajosa se a qualidade não é boa”, argumenta a executiva. Em sua opinião, o setor está altamente atrativo e competitivo, e “a busca incessante por deságios não é benéfica.” “O deságio é bom, mas tem certo limite, porque quando os preços começam a cair demais você começa a ter dúvida se os projetos vão parar de pé”.
Para o presidente executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, Rodrigo Sauaia, a sinalização da Aneel com as novas regras foi vista de forma positiva pela Absolar e pelo segmento, pois vai trazer ainda mais responsabilidade para os empreendedores participantes dos leilões, e também na apresentação de ofertas durante os certames. “A medida trará mais credibilidade aos ganhadores dos leilões, dado o aumento do nível de compromisso dos mesmos com a entrega dos projetos”, afirma Sauaia. “Por outro lado, é importante notar que esta medida pode dificultar a obtenção de seguro garantia para projetos nos leilões”, ressalva.
O edital com as regras Leilão A-6 entrou em audiência publicada em 25/07/19, e ficará aberto a contribuições até 26/08/19. O leilão marcado para 17/10/19 é destinado à contratação de energia por quantidade para empreendimentos de fonte hídrica, eólica e solar fotovoltaica. Para termelétricas a biomassa, a carvão mineral nacional e a gás natural, os contratos serão por disponibilidade. O início de suprimento é em janeiro/2025.
Sazonalização
Tanto empreendedores eólicos quanto fotovoltaicos apoiam a manutenção para o certame da regra de sazonalização e de modulação de contratos adotada nos leilões A-6 de 2018 e A-4 de 2019 para a fonte eólica. Ele seria aplicada à contratação das duas fontes no A-6, que será por quantidade. A sazonalização seria em montantes mensais em MW médios, utilizados para o cálculo da garantia física da usina, enquanto a modulação acompanharia o perfil de geração da usina. A Empresa de Pesquisa Energética discorda, no entanto, dessa posição e sugere que os contratos por quantidade devem seguir os parâmetros já estabelecidos para empreendimentos de hidrelétricos, com a alocação de riscos ao gerador.
“Um dos destaques do setor elétrico brasileiro no que se refere a sinalização positiva de longo prazo e atração de investimentos é a segurança jurídica e regulatória dos contratos de energia bem como a previsibilidade e estabilidade das regras dos leilões”, disse Élbia, que considera acertadas as decisões tomadas nos leilões anteriores pelo Ministério de Minas e Energia e pela Aneel. Para a presidente da Abeeólica, “a sazonalização e a modulação dos contratos, além de proporcionar ao investidor segurança de uma precificação ao risco correta, previne a não assunção de um prêmio de risco superestimado dadas incertezas imensuráveis”.
Sauaia também concorda “com a visão da Aneel de manter as regras vigentes para a sazonalização e modulação da energia elétrica a partir da curva de geração das usinas contratadas, não sendo apropriado alterar este modelo na atual conjuntura”. “Alterar esta regra levaria ao aumento de riscos aos empreendimentos, o que se refletiria diretamente em aumento de preços-médios dos projetos, prejudicando a modicidade tarifária aos consumidores”, alertou o presidente da Absolar. (ctee)

Térmica a biogás ilumina prédios públicos no Oeste do Paraná

Térmica a biogás é inaugurada e já ilumina prédios públicos no Oeste do Paraná.
Iniciativa aproveita a grande quantidade de dejetos suínos em Entre Rios do Oeste para produção do biocombustível, resolvendo um problema ambiental e resultando em economia na conta de energia de 72 pontos da prefeitura.
Com a promessa de zerar a conta de energia de 72 unidades consumidoras da prefeitura de Entre Rios do Oeste (PR) e ainda resolver o problema ambiental causado pela grande quantidade de dejetos gerada pela produção animal local, uma minicentral termoelétrica movida à biogás foi inaugurada na última quarta-feira (24) no município, localizado no extremo Oeste do Paraná. O empreendimento reúne o Parque Tecnológico Itaipu, o Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás) e a Copel, sendo inaugurado oficialmente pelo governador Carlos Massa Ratinho Júnior e diretores das instituições envolvidas na parceria.
O que era um problema ambiental foi transformado em solução de eficiência e desenvolvimento para a cidade, que produz uma grande quantidade de resíduos orgânicos, equivalente à de uma cidade de mais de 500 mil habitantes. São muitos animais, especialmente porcos, em mais de 150 mil cabeças. Os dejetos de 18 propriedades rurais agora são tratados, transformados em biocombustível e utilizados para a geração de energia elétrica pela mini usina de 480 kW de potência, que irá resultar, a longo prazo, numa importante economia para a população local, de menos de 5 mil habitantes.
Durante a solenidade, o governador do Paraná ressaltou que irá trabalhar pelo aumento de iniciativas voltadas à produção de biogás e de biometano – combustível originado a partir do biogás. A intenção, de acordo com o governador, é transformar o Paraná em pioneiro e no estado mais sustentável do país. O presidente da Copel, Daniel Slaviero, assinalou durante a cerimônia que o empreendimento inaugura a visão do governo para os próximos dez anos, aliando uma competência do estado – a produção animal – à geração de energia.
Para o presidente do CIBiogás, Rodrigo Régis de Almeida, o legado do projeto fica não apenas para Entre Rios do Oeste e o Paraná, mas para todo país. A iniciativa dos produtores, conforme ele, foi essencial para o sucesso da proposta, “do mesmo jeito que os produtores que desbravaram a área e a transformaram na maior produtora de suínos do Brasil”. Ele ainda comparou o potencial de produção do biogás do estado ao pré-sal no litoral do Brasil, chamando a região de “pré-sal caipira”. No caso da minicentral termoelétrica, são 215 toneladas de dejetos de suínos por dia que agora são transformados em um ativo econômico.
O diretor técnico do Parque Tecnológico Itaipu, Rafael José Deitos, comentou que uma das expectativas do diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, general Joaquim Silva e Luna, em relação à atuação do PTI é quanto à diversificação das fontes energéticas. “Esse projeto em Entre Rios do Oeste demonstra a nossa capacidade de produzir pesquisa e desenvolvimento de qualidade na área”, disse, afirmando que a missão do parque tecnológico é promover o desenvolvimento sustentável da região. “A sensação de missão cumprida, mas com muito mais trabalho para o futuro”, projetou.
Um dos 18 produtores que integra a iniciativa, Claudinei Jardel Stein, demonstrou alegria pela eficiência que o projeto vem sendo desenvolvido, mas disse que os produtores sabem do compromisso que assumiram com a cultura do biogás. “Não somos mais poluidores e o biogás vai se tornar outra fonte de renda”, analisou.
Projeto P&D
O projeto, denominado “Arranjo técnico e comercial de geração distribuída de energia elétrica a partir do biogás de biomassa residual da suinocultura em propriedades rurais no município”, é resultado de uma chamada pública de 2012 da Aneel.
Segundo Itaipu, a execução teve duração de 36 meses e um investimento total de R$ 17 milhões, custeado pela Copel, como parte do programa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Agência. O PTI teve papel preponderante desde o início, a partir da análise e adaptação das tecnologias para a geração de energia a partir do biocombustível.
A equipe de Infraestruturas e Obras do parque ficou responsável pela elaboração do projeto e implantação da minicentral termoelétrica. Por meio do Laboratório de Automação e Simulação de Sistemas Elétricos (Lasse), foi feita a análise dos impactos do empreendimento na rede elétrica e desenvolvido um sistema de monitoramento para garantir a eficiência do projeto, que avalia aspectos como pressão, vazão e temperatura do gás gerado a partir dos dejetos dos suínos.
O PTI também fez o mapeamento dos locais mais adequados no Paraná para geração de energia elétrica produzida a partir do biogás, que vai servir de base para que outras regiões possam replicar o modelo de Entre Rios do Oeste e criar seus próprios arranjos. (canalenergia)

sábado, 24 de agosto de 2019

Brasil é o mercado fotovoltaico mais interessante da AL

Relatório indica que Brasil é o mercado fotovoltaico mais interessante da AL.
Pesquisa da Wood Mackenzie prevê aumento de 114 GW em 2019.
Relatório publicado pela Wood Mackenzie Power & Renewables indica que as instalações solares terão um alta de 114,5 GW este ano, subindo 17,5% na comparação com 2018. A expectativa é de crescimento no mercado após desaceleração em 2018. O relatório diz anda os países que instalam de 1 a 5 GW de capacidade solar serão os motores de crescimento do mercado. O estudo mostra que na América Latina, o Brasil parece ser atualmente o mercado mais interessante, com PPAs leiloados com distribuidores e contratos de mercado livre com grandes consumidores em oferta. Espera-se que as instalações anuais subam para cerca de 125 GW por ano o início de 2020.
O leilão A-4, realizado em junho, fez com que o Brasil ultrapassasse o México com o menor preço encontrado no mundo. A Enerlife/Lightsource BP recebeu um contrato para a UFV Milagres por apenas US$ 16,95 /MWh. O valor é US$ 2/MWh menor do que os US$ 18,93 /MWh concedidos em 2017 ao projeto Pachamama da Neon no México.
De acordo com Tom Heggarty, analista de pesquisa sênior Mackenzie, o crescimento global continuará apesar de desaceleração na China, o maior mercado fotovoltaico. O mercado chinês atingiu 53 GW em 2017, impulsionado por tarifas feed-in generosas. Um movimento em direção à aquisição mais competitiva de energia solar fotovoltaica levará a aumentos anuais de 30 a 40 GW. Países como Arábia Saudita, Taiwan e França vão aparecer como novos nomes. Na Índia, os certames estão começando a se recuperar após uma desaceleração causada por restrições de terra e transmissão.
Ainda de acordo com o relatório, a China anunciou recentemente os resultados do seu primeiro leilão de energia solar fotovoltaica. Houve um escalonamento de 22,8 GW de projetos adjudicados no leilão inaugural. Este é de longe o maior leilão concluído do mundo, sendo o segundo maior prêmio de 3,9 GW de energia solar fotovoltaica na Espanha durante julho de 2017. Os projetos devem ser conectados até o final de 2019. No Oriente Médio, todos os olhos estão voltados para o próximo leilão de 1,5 GW na Arábia Saudita, que deve ser extremamente competitivo. Nos EUA, anúncios de novos Planos de Recursos Integrados na Flórida são boas notícias para o mercado solar.
“Os leilões continuarão a ser o motor do crescimento em muitos mercados fotovoltaicos globais. Esperamos ver 90 GW de projetos de energia solar fotovoltaica concedidos contratos através de leilões em 2019, acima de 81 GW em 2018.”, diz o relatório. (canalenergia)

Em 2050 energias solar e eólica responderão por ½ da geração mundial

Energias Solar e Eólica responderão por metade da geração mundial em 2050.
Último relatório da Bloomberg New Energy Finance afirma que preços das fontes renováveis e novas tecnologias irão lapidar o futuro da matriz elétrica mundial.
Os preços cada vez menores das tecnologias de geração por placas solares fotovoltaicas e aerogeradores farão de suas fontes as líderes do mix elétrico mundial daqui a 30 anos.
Foi o que apontaram os dados da última edição do relatório anual da empresa de pesquisa Bloomberg New Energy Finance (BNEF), o New Energy Outlook 2019 (Panorama da Nova Energia 2019, em tradução livre).
Já líderes entre as novas capacidades instaladas nos últimos anos, as energias solar e eólica continuarão crescendo até responderem por 48% da geração mundial em 2050, afirma o estudo.
A mudança será resultado da contínua queda dos custos dessas tecnologias, que segundo o relatório já são mais baratas em dois terços do mundo, incluindo no Brasil, onde a solar bateu recorde de preço no último leilão realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
A lógica é simples: preços menores atraem mais projetos. Assim, a BNEF estima que as renováveis respondam por 77% dos US$ 13,3 trilhões de investimentos feitos em geração elétrica no mundo até 2050, os quais elevarão a capacidade mundial em 12 Terawatts (TW).
No cenário geral, o estudo afirma ainda que as fontes de energia renováveis responderão por 62% do mix nesse mesmo período, com destaque para as fontes hídrica e nuclear, colaborando para manter a temperatura global abaixo dos 2ºC até 2030.
Os próprios consumidores também foram apontados como catalizadores dessa transição, que a cada ano mais geram a própria energia que consomem em suas casas e empresas, impulsionados por incentivos como as linhas de financiamento de energia solar.
As baterias de armazenamento, outra tecnologia em ascensão no mundo, darão o suporte para que essas fontes intermitentes se estabeleçam de vez como substitutas aos combustíveis fósseis.
Entre esses, o carvão é o que perderá maior participação mundial, segundo o estudo, passando dos atuais 37%, atingindo seu pico em 2026, para depois cair para apenas 12% até 2050.
Por fim, o relatório conclui que a Europa será o mercado mundial de destaque com a mais rápida transição para as renováveis, com 80% de participação em sua matriz até 2050, seguido pela China e EUA com, respectivamente, 48% e 35%. (ecodebate)

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

SENAI-SP apresenta 1ª escola móvel de energias renováveis

SENAI-SP apresenta sua primeira escola móvel de energias renováveis.
Projeto foi desenvolvido em parceria com a indústria de energia e custou cerca de R$ 1,1 milhão.
O SENAI São Paulo apresentou nesta quarta-feira, 24 de julho, sua primeira Escola Móvel de Energias Renováveis, um investimento de mais de R$ 1,1 milhão que contou com a colaboração de seis fabricantes da indústria de energia elétrica. Construída a partir de um baú rodoviário adaptado para sala de aula que percorrerá todo o Estado de São Paulo, a iniciativa abrange cursos de formação inicial e continuada de curta duração levando aos interessados diversas tecnologias e sistemas envolvendo o setor de energia limpa.
“O que eu acho importante dessa parceria é que eu levo esse tipo de treinamento, torno os profissionais mais capacitados. Uma das expectativas é que ela atenda em torno de mil alunos por ano”, disse Andrea Dutra Cardoso, especialista em marketing da Siemens. A fabricante alemã foi responsável pelo fornecimento do software de supervisão e controle. Também contribuíram para o projeto empresas ABB, Canadian Solar, Finder, PHB Energia Solar e Stäubli.
No total, a escola sobre rodas disponibilizará 13 cursos com duração de até 80 horas. A sala de aula é de aproximadamente 80m² que se adapta de acordo com as disciplinas. Os cursos envolvem conhecimento sobre geração hidrelétrica, biomassa, eólica e solar. A carreta móvel é equipada com simuladores de sol, túnel de vento, placas solares, inversores, controladores e software de controles.
“A ideia é que a Escola Móvel atenda tanto o Estado de são Paulo como o Brasil”, disse Marco Antônio Chagas, diretor do Senai-SP. “A Unidade atende quatro áreas de renováveis e a configuração vai se ajustando de acordo com o curso que será ministrado”, completou.
Veja abaixo a lista completa dos cursos disponibilizados na Escola Móvel do SENAI:
# Energia Solar Fotovoltaica, Tecnologias e Aplicações – 24h;
# Instalação de Sistemas de Microgeração Fotovoltaica, On-Grid – 48h;
# Designer de Sistemas de Microgeração Fotovoltaica, On-Grid – 40h;
# Projeto e Dimensionamento de Usinas Solares até 5MW – 80h;
# Sistemas Supervisórios para Usinas de Geração Distribuída e Centralizada – 40h;
# Energia Eólica, Tecnologias e Aplicações – 24h;
# Biomassa, Conceitos e Aplicações – 24h;
# Hidrelétrica, Conceitos e Aplicações – 24h;
# Tecnologias de Pequenas Centrais Hidroelétricas – 32h;
# Infraestrutura para Eletromobilidade, Conceitos e Aplicações – 24h;
# Eficiência Energética – 40h;
# Gerenciamento de Energia – 24h;
# Mercado Livre de Energia – 40h;
(canalenergia)

Diesel da Mercedes empata com elétricos em teste de emissões

Modelo diesel da Mercedes empata com elétricos em teste de emissões.
Um carro diesel menos poluente. A Mercedes-Benz acaba de conseguir esse feito. A quarta geração do modelo Classe C da montadora alemã foi o primeiro a veículo equipado com motor diesel a obter nota máxima no teste de emissões realizado pela Green NCAP, consórcio formado para 18 entidades do setor automotivo europeu para avaliar novos lançamento do ponto de vista da eficiência energética e controle de poluentes.
O teste avalia as emissões de cinco poluentes locais com elevado impacto para a qualidade do ar e a saúde humana –hidrocarbonetos, monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio e material particulado – em diferentes condições de uso. Em todos os cenários avaliados, o veículo da Mercedes obteve nota máxima dos avaliadores. Mas nos testes de emissões de gases de efeito estufa as notas ficaram entre adequado e marginal.
Segundo o relatório publicado pela entidade, “os resultados mostram que, com uma calibragem cuidadosa e efetiva do [sistema de] pós-tratamento, motores diesel podem gerar emissões extremamente baixas”.
Pé de igualdade?
Por mais animador que esse resultado possa ser, ele não significa que os motores diesel tenham a mesma performance que os motores elétricos em todos os critérios relevantes.
O consumo médio do modelo apurado durante os testes de 17,5 quilômetros por litro (km/l), caindo para 14,7 km/l no pior caso. foi considerado “menos que excepcional”. A Green NCAP deu ao novo Mercedes Modelo C apenas 5,3 pontos num máximo de 10 no teste de eficiência energética.
Além disso, as notas nos testes indicativos de emissões de gases do efeito estufa – a Green NCAP não leva esse dado em consideração na nota final do carro – ficaram entre ‘adequado’ e ‘marginal’.
Com isso, o veículo obteve apenas 3 de 5 estrelas possíveis na avaliação final feita pela entidade.
O elétrico Nissan Leaf que foi testado na mesma ocasião foi o único a obter 5 estrelas. O veículo teve nota máxima tanto nos testes de redução de poluentes quanto de emissões de GEEs e 8,5 em eficiência energética. (biodieselbr)

terça-feira, 20 de agosto de 2019

Mudança de diesel por gás é viável

Mudança de diesel por gás é viável, mas exige renovação de frota brasileira.
Embora raros, caminhões movidos a gás natural já existem e mais modelos devem chegar ao mercado nacional entre 2020 e 2021. Além disso, é tecnicamente possível fazer a conversão parcial de modelos a diesel. Porém, há problemas para a implementação em larga escala, como a falta de pontos de abastecimento nas estradas e a inexistência de um programa de renovação de frota.
A Iveco testa essa opção desde o início da década, com aplicação em modelos pesados que fazem transporte dentro de fábricas ligadas ao grupo CNH Industrial.
O GNV (gás natural veicular) é oferecido também em veículos comerciais de menor porte (uso urbano) vendidos por encomenda, em pequena escala.
A Scania anunciou um ciclo de investimentos de R$ 1,4 bilhão a partir de 2021.
Um dos pontos contemplados é a produção em maior volume de caminhões grandes movidos a gás.
As primeiras unidades devem sair da fábrica de São Bernardo do Campo já no próximo ano. O protótipo que está sendo desenvolvido pela montadora sueca consume GNV ou biometano, que pode ser extraído de lixo orgânico.
A redução nas emissões de CO chega a 85% em comparação ao diesel, de acordo com a fabricante.
Já os sistemas de conversão disponíveis fazem caminhões queimarem uma mistura de GNV e diesel, não sendo possível rodar somente com gás.
Contudo, essa conversão esbarra no envelhecimento dos veículos.
De acordo com pesquisa divulgada neste ano pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), a idade média da frota de caminhões em circulação no Brasil é 15,2 anos.
Uma alteração desse tipo pressupõe inspeções regulares do sistema, como já ocorre nos carros adaptados para rodar com GNV.
Quanto mais velho o veículo, maior a necessidade de vistorias e reparos. No caso da comercialização de caminhões novos movidos a gás, o desafio está em criar um modelo viável de renovação de frota.
Caminhoneiros autônomos têm dificuldade para trocar um caminhão com 20 anos de uso por outro 10 anos mais novo. Adquirir um modelo zero-quilômetro mais eficiente e com a mesma capacidade é uma meta distante para esses profissionais.
Hoje, a retomada de vendas no setor se deve aos grandes frotistas, embalados pelo agronegócio.
Com o incentivo ao gás, o programa de renovação de frota de pesados deve voltar à discussão, embora pouco se tenha avançado no tema nos últimos 20 anos.
Se uma nova proposta incluir a troca de veículos a diesel por outros movidos a GNV, haverá um longo período de transição.
As fábricas de caminhões, mesmo as que já têm a tecnologia pronta, demorariam anos para conseguir suprir o mercado. É uma mudança que exige alto investimento e precisaria conviver com a produção de modelos a diesel por um bom tempo.
Aí há outro problema: se a ideia é substituir um combustível pelo outro, os modelos a diesel podem sofrer desvalorização acentuada, o que não é bom nem para montadoras nem para proprietários.
Toda essa movimentação só fará sentido se houver estrutura de reabastecimento. Dificilmente um caminhão movido 100% a GNV terá a mesma autonomia dos modelos a diesel, o que exigirá mais paradas nos postos.
Na estrutura atual, em que o gás ainda é raro nas estradas, torna-se inviável. (biodieselbr)

Sudeste detém quase 50% dos geradores solares instalados

Região sudeste detém mais de 45% dos geradores solares instalados no Brasil.
Energia solar fotovoltaica.
Liderados por Minas Gerais, o estado mais “solar” do Brasil, região reúne quase a metade de todos os sistemas instalados no país.
Juntos, os quatro estados que compõem a região Sudeste do Brasil; São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, agrupam 45,9% de todos os sistemas fotovoltaicos do país.
Os dados são da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), que regula o segmento de geração distribuída, no qual consumidores produzem sua energia através de geradores próprios e realizam a troca dela com a energia da rede elétrica.
Atualmente, mais de 90 mil brasileiros já adotaram esse modelo em suas casas e empresas, atraídos pela economia na conta de luz e demais vantagens da autogeração.
Os sistemas de geração solar fotovoltaica dominam o segmento desde a sua criação, em 2012 e, hoje, concentram-se em maior número nos estados da região Sudeste.
Minas Gerais vem em primeiro, liderando todo o território Nacional como maior representante da tecnologia, com 18.477 sistemas e mais de 19% de toda a potência nacional instalada.
Em segundo lugar vêm São Paulo com seus 15.698 sistemas conectados, respondendo por 12,57% da potência fotovoltaica distribuída no país.
Em menores proporções estão os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, com 5.267 e 2.064 sistemas, respectivamente. Juntos, os quatro estados respondem por 38,16% da geração solar distribuída nacional.
Entre as razões para essa liderança, destacam-se os incentivos oferecidos para a geração distribuída nesses estados, especialmente em Minas Gerais, primeiro a isentar a cobrança do ICMS sobre a energia solar produzida.
Juntamente a outros fatores que levam mais brasileiros a investirem nas placas solares, como as linhas de financiamento de energia solar e a queda dos preços da tecnologia, essas legislações favoráveis facilitam a decisão de consumidores cansados das altas contas de luz.
E o crescimento neste ano continua forte na região, que respondeu por 14.431 das 31.993 conexões do primeiro semestre de 2019, ano em que o mercado nacional deverá movimentar cerca R$ 5,2 bilhões, segundo estimativa da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica). (ecodebate)

domingo, 18 de agosto de 2019

Engerey projeta vender 30% a mais de painéis elétricos até 2020

Fabricante aposta no aumento da demanda por produtos destinados ao controle e proteção de subestações, a partir dos aportes do governo na ampliação e modernização da infraestrutura elétrica, entre eles o Programa Luz para Todos.
A fabricante de painéis elétricos comerciais e industriais Engerey está apostando fortemente no mercado de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. A expectativa da empresa para o segundo semestre é aumentar em 30% as vendas dos produtos destinados ao controle e proteção de subestações, a partir do consentimento de que novos projetos do governo federal irão acontecer nos próximos anos, movimentando toda a cadeia de produção energética.
Fábio Amaral, Engenheiro Eletricista e Diretor da Engerey, enxerga um mercado com grande potencial e diz estar sentindo as empresas mais otimistas. “Já registramos grandes vendas para este setor e um crescimento de 10% no primeiro semestre, o que nos fez intensificar a abordagem desta linha de produtos”, comenta, dizendo ser difícil prever como efetivamente sera´ o resto do ano, mas que espera por grandes resultados.
A venda de painéis ao segmento vem recebendo a atenção da empresa nos últimos anos, devido ao rápido crescimento populacional e a modernização das cidades brasileiras. No entanto, segundo Amaral, o novo direcionamento do setor comercial da companhia deve-se aos altos volume de recursos aplicados no mercado de infraestrutura elétrica brasileiro, entre eles o realizado pelo programa federal “Luz para Todos”, que tem previsão de conclusão para até 2022 e que deve ampliar o número de linhas de transmissão, distribuição e modernizar as subestações no país.
Na visão do executivo, projetos de modernizações essenciais estão sendo realizados pelas concessionárias de energia, os quais também irão movimentar recursos dentro de todo o setor, com destaque para as energias renováveis, e acima de tudo, a implantação da era digital. Junto a esses fatores, soma-se a a perspectiva de retomada da economia e consequente aumento na demanda de energia.
Com sede em Curitiba (PR), a Engerey é especializada na montagem de Painéis de Serviços Auxiliares de Corrente Alternada, Painéis de Serviços Auxiliares de Corrente Contínua, Painéis de Proteção de Transformadores (13,8 kV / 69 kV / 138 kV) e Painéis de Proteção de Linhas de Transmissão (13,8 kV / 69 kV / 138 kV), Painéis de Anunciador de Alarmes, Painéis de Bastidor de Automação, Caixas de Interligação para TP´s e Caixas de Interligação para TC´s.
Sobre os planos para o futuro, Amaral afirma que a empresa tem investido não só no setor comercial propriamente dito, mas em novas tecnologias integradas à era digital, para proporcionar às redes de energia produtos inteligentes e mais modernos que os convencionais, com transmissão e leitura de dados em tempo real. (fmase)