sábado, 30 de novembro de 2019

Lactec disponibiliza patinetes e bicicletas elétricas carregadas por energia solar

Lactec disponibiliza patinetes e bicicletas elétricas carregadas por energia solar para colaboradores.
Estação de recarga solar tem capacidade de gerar energia para atender à demanda de todos os 24 pontos de abastecimento
O Lactec – instituto privado de tecnologia e inovação do Paraná lançou, no seu ambiente corporativo, o projeto Mobilidade Elétrica Lactec, colocando patinetes e bicicletas elétricas à disposição de funcionários para deslocamentos entre suas unidades tecnológicas, em Curitiba. A distância entre as duas unidades é de aproximadamente dois quilômetros.
Os funcionários têm à disposição quatro patinetes e quatro bicicletas elétricas. Para isso foram instaladas três estações para recarga das baterias dos veículos, sendo uma delas também uma usina fotovoltaica, com capacidade de gerar energia suficiente (2 quilowatts-hora) para atender à demanda de todos os 24 pontos de abastecimento. A energia excedente é direcionada para o prédio do Cehpar – unidade do Lactec que reúne as áreas de Hidráulica, Meio Ambiente e Geossoluções.
O objetivo do projeto é disseminar entre os colaboradores a adoção de práticas sustentáveis e as tendências de mudanças na forma de se locomover e interagir com o ambiente urbano, a partir do uso de meios de transportes alternativos, com zero emissão de gases de efeito estufa.
Além de serem carregados com energia solar, os veículos agregam um sistema de liberação eletrônico com o próprio crachá funcional, além do dispositivo de travamento e carregamento, que foi desenvolvido em parceria com a Emove – startup especializada em micromobilidade elétrica. Todas essas soluções foram criadas para atender, especialmente, à demanda do Lactec.
“Nosso projeto engloba várias tecnologias que fazem parte da essência das cidades inteligentes e são aderentes aos compromissos globais para o desenvolvimento sustentável. Além disso, é uma provocação para um novo olhar sobre a forma de as pessoas interagirem com o ambiente urbano, causando o menor impacto possível”, destacou o presidente do Lactec, Luiz Fernando Vianna. (portalsolar)

Quanto custa carregar um carro elétrico em casa?

Rede precisa ser aterrada, carga pode ser feita em tomadas de 110V e 220V e economia pode ser cinco vezes maior que um modelo a combustão.
Uma das maiores dúvidas é o custo de energia com o carro elétrico.
Quando pensamos em um carro plugado na tomada de casa durante horas, a primeira pergunta que vem à cabeça é: “Quanto isso vai custar?”. A maioria das pessoas tende a pensar que será uma fortuna. Mas não é bem assim. O custo é mais baixo do que se pensa.
O primeiro ponto a ser ressaltado é que as tomadas residenciais no Brasil seguem o padrão NBR5410, com aqueles três pontos de entrada. Qualquer carro elétrico tem entrada de tomada, como qualquer outro eletrodoméstico. Caso não haja compatibilidade, um simples adaptador resolverá o problema.
A recomendação deste padrão é de que as tomadas de 110 Volts tenham no mínimo 10 amperes e no máximo 20 amperes. Já as de 220 Volts possuem corrente de 20 amperes. Em qualquer uma é possível carregar e o custo é o mesmo, só muda o tempo de recarga.
BMW I3 em uma das 6 estações de recarga da via Dutra.
Por exigência de segurança do padrão NBR5410, a rede deve ser aterrada. Nas residências mais modernas, o aterramento já é feito na construção. Caso não haja, o proprietário deverá fazer a conversão para carregar o carro elétrico.
A função daquele terceiro pino da tomada é justamente por conta da rede aterrada.
Em relação ao cálculo do valor, ele pode ser feito pelo próprio proprietário da casa, basta saber o quanto de potência a rede elétrica possui, medida em Watt (W). Por exemplo, uma tomada de 110V-20A tem potência máxima de 2.200W.
O carro pode ser ligado como qualquer outro eletrodoméstico.
Para calcular o custo, o dono só precisa multiplicar o número de Watts, que está especificado no carregador do carro, pelo tempo em que o veículo ficou ligado na tomada, chegando então ao valor em quilowatt-hora (kWh).
Respeitando o limite apresentado pelas tomadas e, considerando que o carregador possua a potência de 2200W e que o carro ficou ligado dez horas, o gasto de energia foi então de 22 kWh, neste caso.
O preço do kWh é determinado pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica). Porém, a tarifa varia de estado para estado, sendo que, quanto mais ao norte, mais caro é. A média nacional fica entre R$ 0,50 e R$ 0,60. Mas nada impede de regiões terem preço perto, ou superior, a R$ 1,00 e regiões com tarifa na casa dos R$ 0,30. 
Para simplificar, vamos usar como exemplo uma taxa de R$ 0,50.
Neste caso, o preço das dez horas carregadas será de R$ 11. Ou seja, o valor nada mais é que a multiplicação de 22 (kWh) x 0,50 (R$).
Se usarmos como exemplo uma tomada de 220V-20A, a potência máxima será de 4.400W. Nas mesmas dez horas, o consumo será de 44 kWh, que resultaria em um valor de R$ 22.
Carregador carro elétrico
A porcentagem de carga enviada é definida pelo tempo de horas plugado na tomada e pela potência da rede. As baterias mais comuns comercializadas vão de 40 kWh a 60 kWh e a autonomia com bateria cheia fica em torno de 300 km.
No caso de uma tomada de 110V-20A, o tempo para a recarga completa pode demorar mais de 24 horas; nas tomadas de 220V-20A, será sempre metade; e em tomadas de 110V-10A, a potência é de 1.100W, sendo três vezes mais lenta que uma de 220V.
Outro fator que influência na cobrança é a tarifa da bandeira, que pode ser verde, amarela e ou vermelha. Quando está verde, tudo dentro do normal; a amarela é um alerta de cobrança adicional para cada 100 kW/h usados; já a vermelha tem cobrança ainda mais alta para cada 100 kW/h utilizados. Estas tarifas são descobertas direto com a ANEEL.
É bom colocar que, se tiver um carregador de 4400W e ligá-lo em uma tomada de 110V, ele vai consumir 1.100W ou 2200W, apenas, por questão de segurança. Não existe a chance de trabalhar em tomada convencional com 4400W em 110V, pois teria que ter 40 amperes de corrente. 
Outras alternativas
Wallbox quando não vem com o carro custa em média R$ 7.000,00.
Qualquer montadora que comercialize carros elétricos disponibiliza um carregador de parede (Wallbox), que normalmente carrega 80% da bateria entre 6 e 8 horas.
A diferença é que nestes aparelhos a instalação deve ser feita em tomada trifásica, que aguenta maior carga de potência. As redes domésticas, na grande maioria, são monofásicas ou bifásicas, por não demandarem tanta energia.
As redes trifásicas com 20 amperes de corrente máxima são capazes de produzir uma média de 13.200 W. O custo neste caso é o mesmo das tomadas convencionais, pois entregará mais potência em um período de tempo muito menor.
O preço médio de um Wallbox é de R$ 7 mil e demanda obras na residência para quem não tem a rede trifásica. Esse será o custo adicional em relação às tomadas convencionais.
Sistema fotovoltaico transforma energia solar em eletricidade.
Muitos proprietário de carros elétricos fazem uso do Sistema Solar Fotovoltaico. Nele, placas de silício são instaladas no telhado — na maioria dos casos — e transformam os raios solares em energia elétrica. A eletricidade gerada pelas células fica em corrente contínua, podendo ser usada imediatamente.
O sistema gera energia para toda a residência e tem reduções de impostos estaduais, mas cada um tem o seu critério. Empresas que fazem a instalação das placas solares prometem de 50% a 90% de economia em relação a uma conta de luz tradicional.
O porém é o investimento: fica entre R$ 40 mil e R$ 50 mil.
Os carros elétricos ainda são caríssimos no Brasil, com uma média de preços na casa dos R$ 200 mil por modelo. Porém, em comparação aos carros a combustão, sua economia mensal chega a ser mais de cinco vezes maior.
Um veículo elétrico gasta o equivalente a R$ 0,08 por quilômetro rodado, enquanto o movido a combustível fóssil ou vegetal (caso do etanol) gasta em média mais de R$ 0,50. Outra vantagem é a manutenção bem mais simples e com menor periodicidade.(globo)

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Carro elétrico no Brasil: do zero aos bilhões em 10 anos

Em 2030, prevê o BCG, os veículos elétricos vão representar 5% da frota brasileira. A aceleração já começou: a EDP planeja postos em todo o estado de São Paulo, enquanto montadoras aumentam a oferta e reduzem os preços.
O carro elétrico Nissan Leaf na avenida Paulista, em São Paulo/SP.
Carro elétrico no Brasil até agora foi coisa de gente excêntrica, capaz de comprar veículos exóticos e viajar menos por causa do destino e mais como uma aventura, para mostrar que é possível. Foi assim. Está deixando de ser, tanto do lado da rede de abastecimento quanto dos automóveis.
Rede de abastecimento de carros elétricos
A distribuidora EDP Brasil planeja inaugurar 30 eletropostos na região Sudeste, entre 2019 e 2022, ao custo de R$ 32,9 milhões. Cerca de 150 quilômetros afastados uns dos outros (distância menor que a autonomia das novas baterias), os postos vão cobrir todo estado de São Paulo. A área representa apenas 3% do território brasileiro, mas concentra metade da atual frota de carros elétricos — e 30% do mercado de automóveis. O projeto também prevê a eletrificação das principais estradas que partem da capital (rodovias Tamoios, Imigrantes, Carvalho Pinto, Dom Pedro, Governador Mario Covas e Washington Luís), além da integração aos corredores elétricos já existentes (Via Dutra e Régis Bittencourt). Dessa maneira, o motorista poderá percorrer mais de 1,4 mil quilômetros de Vitória (ES) até Joinville (SC), passando por Rio de Janeiro (RJ) e Curitiba (PR), sem emitir fumaça. “Será um corredor atlântico ligando os dois maiores eixos do país”, afirma Miguel Setas, CEO da EDP Brasil.
Mapa de cobertura dos eletropostos que a EDP prevê inaugurar entre 2019 e 2022.
O investimento de R$ 32,9 milhões em eletropostos, liderado pela EDP Brasil, é o primeiro de muitos. Em 10 de setembro, a Aneel (agência reguladora do setor elétrico) aprovou 30 projetos de pesquisa e desenvolvimento em mobilidade elétrica, com investimento total previsto de R$ 463,8 milhões nos próximos três anos. Encabeçados por empresas de energia, como EDP, CPFL, Light e Neoenergia, os grupos de trabalho atraíram gigantes mundiais como ABB, Efacec e Siemens (responsáveis por 90% do mercado de carregadores veiculares) e Grupo Volkswagen (maior montadora do mundo), além de instituições de estudo acadêmico como UFRJ e Universidade de Coimbra.
BMW I3 em um dos postos de abastecimento de carros elétricos na via Dutra, o corredor é uma parceria entre BMW, EDP e Ipiranga, iniciada em 2018.
O investimento em pesquisa é desproporcional à atual presença dos carros elétricos no Brasil. Em 2018, somavam 11 mil unidades — ou 0,025% da frota total —, segundo o Sindipeças (sindicato de fabricantes de peças). De certa forma, as distribuidoras de eletricidade, fabricantes de carregadores e montadoras tentam fazer o que a Netflix fez, ao alugar DVDs na década passada: buscar uma posição privilegiada para aproveitar uma onda bem maior que ainda está se formando.
O Boston Consulting Group (BCG) prevê que em 2030 os carros elétricos vão representar 5% da frota brasileira, com vendas de 180 mil unidades ao ano. “Quando me dizem ‘o Brasil tem etanol e vai demorar a adotar o elétrico’, eu respondo: o país é gigante, qualquer porcentagem é muita coisa”, diz Setas. “[Com 5% do mercado] já serão 2 milhões de carros e cerca de 400 mil pontos de carregamento”. Nessa conta entram postos de abastecimento e, principalmente, sistemas de carregamento residenciais — como aqueles vendidos no mercado americano pela Tesla, integrados a baterias ou geradores de energia solar. Um automóvel elétrico faz a conta de luz disparar, é verdade, porém o gasto com o abastecimento do carro é 25% inferior ao de um veículo a combustão.
O carro elétrico é um ótimo estímulo para equipar a casa com um powerwall e entrar para o smart grid: às vezes consumidor, às vezes fornecedor de energia para a cidade. Esse mercado, sim, reserva interesses realmente grandes. “A mobilidade elétrica tem o potencial de criar um consumo adicional de 11TWh de eletricidade, que demandará um investimento em infraestrutura de R$ 33 bilhões até 2030”, diz Nuno Pinto, chefe de Negócios B2C e Mobilidade Elétrica da EDP Smart (divisão de soluções para residências).
O combo carro, carregador e gerador solar põe na mesma mesa montadoras, fábricas de equipamentos elétricos, distribuidoras de energia e tradicionais fornecedoras da construção civil. É o caso da Eternit, que em setembro apresentou a primeira telha fotovoltaica homologada pelo Inmetro.
Compre o carro, o carregador e o painel solar: a solução integrada da Tesla está nos planos das empresas no Brasil.
Carros elétricos
De janeiro a agosto de 2019, a frota brasileira de carros elétricos cresceu ao índice chinês de 38% — tudo bem que eram apenas 11 mil unidades e agora são 15 mil, mas já é o suficiente para justificar um mercado diverso em empresas e produtos. A diferença poderá ser percebida na edição 2019 do Salão Latino Americano de Veículos Elétricos (de 1 a 3 de outubro, no Transamérica Expo Center, em São Paulo). Em vez de carros emprestados por apaixonados pela mobilidade elétrica, presentes em edições anteriores, o evento torna-se mais e mais parecido com o tradicional Salão do Automóvel — com a vantagem de permitir test drive no pavilhão, algo impensável com veículos que fazem barulho e soltam fumaça. 
Salão latino-americano de veículos híbrido-elétricos, componentes e novas tecnologias com menos ativismo e mais capitalismo, aos poucos o evento se torna parecido com o salão do automóvel.
Os dois carros elétricos mais vendidos da Europa chegaram ao Brasil no fim do ano passado: Renault Zoe e Nissan Leaf. Vice-líder do mercado americano, o Chevrolet Bolt tem estreia marcada para outubro. No começo de setembro, a chinesa JAC Motors apresentou cinco modelos diferentes para abastecer na tomada: carro urbano, SUV pequeno, SUV médio, picape média e caminhão. Por R$ 119.900, o veículo urbano JAC iEV 20 se torna o mais barato do país. Caro? Sem dúvida. Mas há um ano essa condição pertencia ao BMW i3, por R$ 200 mil. Em maio, a Jaguar lançou o SUV Jaguar I-Pace, com autonomia de 470 quilômetros.
A Volkswagen promete para 2020 o e-Delivery, caminhão urbano de entregas que desenvolveu com a Ambev. Não chega a ser um anúncio, mas vale registrar que executivos da marca alemã sorriram enigmáticos, no Salão de Frankfurt, a quem perguntou se o novíssimo carro médio elétrico ID.3 chegará ao Brasil.
JAC IEV20. O carro elétrico mais barato do Brasil custa chocantes R$ 119.990,00.
Isso sem falar nos carros híbridos, que têm motor elétrico, mas não recarregam na tomada — a geração de eletricidade é feita por um motor a combustão. Primeiro passo para a eletrificação, esse formato chegou ao alcance da classe média brasileira (por R$ 124.990) com o lançamento da nova geração do Toyota Corolla, o primeiro híbrido flex do mundo. O modelo prepara consumidores e fornecedores de peças no Brasil para os elétricos, sem depender da implantação de uma rede de carregadores. Em novembro a Volkswagen planeja lançar o híbrido Golf GTE, para substituir o cultuado esportivo GTI.
Detalhe do painel do Corolla Altis. No centro, a tela digital mostra o fluxo de energia. Primeiro híbrido flex do mundo, o sedã da Toyota usa o motor a combustão para recarregar a bateria do motor elétrico.
Se para as famílias o carro puramente elétrico ainda é caro (a previsão no exterior é se tornar mais barato que os modelos a combustão até 2025), para frotistas começa a valer a pena. O menor custo por quilômetro rodado compensa o maior investimento na compra — além de haver ganhos para a imagem da instituição. No Rio e em São Paulo, a empresa de entregas alemã DHL adotou furgões da marca chinesa BYD. “Por ser elétrico, não tem restrições para trafegar na zona de restrição de circulação de São Paulo”, diz Fabio Miquelin, diretor sênior de transportes. Com fábrica em Campinas (SP), a BYD tem ônibus rodando em capitais como Brasília, Curitiba e São Paulo.
Na cidade de São José dos Campos (SP), a Guarda Municipal comemorou uma economia de R$ 850 mil, em um ano, com uma frota experimental de 30 viaturas elétricas. Terceira maior empresa de ride-sharing do Brasil, a espanhola Cabify lançou em julho um plano para motoristas de carros elétricos, com recarga gratuita no ponto de repouso da empresa e isenção de taxas. “Estamos felizes de ser a primeira plataforma a oferecer esse recurso”, diz Vanessa Souza, gerente de marketing da startup.
Furgão elétrico BYD, usado pela empresa de entregas DHL, no Rio de Janeiro.
Uma nova fase
Primeiros carros elétricos à venda no Brasil, os BMW i3 e i8 não terão sucessores quando a geração atual terminar. Foi o que disse Pieter Nota, chefe global de vendas e marketing da marca alemã, ao jornal Financial Times. Pode não parecer, mas é uma boa notícia. A montadora vai se dedicar a elétricos de maior volume. Exóticos, divertidos e caros, os dois modelos cumpriram seu papel de desbravar o caminho e conquistar clientes quando um veículo elétrico só podia ser coisa de gente excêntrica. Foi assim. Está deixando de ser.
BMW 18, esportivo à venda no Brasil por R$ 649.950,00. Pioneiro de um tempo bastante recente e que já está acabando, em que carro elétrico precisava ser exuberante. (globo)

Empresa brasileira vai fabricar carregador rápido para carros elétricos

Solução da Sindustrial chegará ao mercado em 2020 utilizando corrente contínua para recarregar veículos entre 20 minutos a 1 hora, com modelos flexíveis e customizados de acordo com as necessidades do cliente.
Um carregador rápido, que pode abastecer carros elétricos em 20 minutos ou até 1 hora. O protótipo da futura solução, que deve estar pronta para o mercado em 2020, foi apresentado por uma empresa brasileira durante a Feira Latino-Americana de Veículos Híbridos-Elétricos, realizada nos dias 1, 2 e 3 de outubro, em São Paulo. Na ocasião, Sindustrial, que atua junto ao setor industrial promovendo geração e distribuição de energia elétrica, afirmou que o novo produto será destinado principalmente a postos de gasolina, estacionamentos e centros comerciais, sendo o único entre os modelos fabricados no país que fornecerá eficiência superior a 94%.
O diretor da companhia, Gabriel Daré, explicou que os carregadores de veículos elétricos são divididos pelos tipos de carregamento AC, Corrente Alternada, que possui um carregamento mais lento e a DC, Corrente Contínua, que é característica da concessão de cargas rápidas e ultrarrápidas. “No caso do nosso carregador rápido, um carro pode ser carregado em até 20 minutos”, salientou, afirmando que o foco da iniciativa é atender a clientes B2B, em localidades onde há uma demanda por um tipo de carga mais ágil. “Não é um produto para residencial, por exemplo, para carregar veículos durante a noite”, complementa.
De acordo com dados da CPFL Energia, a cada 1 quilômetro rodado de um carro à combustão, considerando o valor do etanol, o custo é de aproximadamente R$ 0,19, enquanto em um veículo elétrico é de R$ 0,05, ou seja, 75% menor, o que mostra a relevância da futura contribuição que este projeto poderá ter para a expansão da mobilidade elétrica no país. “A ideia é desenvolver a indústria nacional dando competitividade e flexibilidade ao setor, pois até então dependíamos da importação de produtos secundários, como os carregadores por exemplo.”, comenta o diretor.
O SinCharger será montado na fábrica da empresa, localizada em Bauru, Estado de São Paulo, sendo considerada uma solução 100% nacional, inteiramente concebida pelo time de engenheiros e especialistas da companhia, que contaram com apoio técnico da Siemens, numa parceria que envolveu a transferência de tecnologia da multinacional, que forneceu todos equipamentos internos do projeto, que demorou um ano para ser executado.
“Tivemos o intercâmbio de alguns técnicos da empresa na Alemanha, para treinamentos, além de outros investimentos em know how e da parte técnica, para depois realizar toda aquisição dos protótipos e execução dos testes em fábrica”, lembra Daré. Perguntado sobre os preços para o mercado, o executivo disse que por se tratar de uma solução altamente customizável, é difícil determinar uma estimativa condizente, mas que houve a preocupação em não precificar acima do que o mercado, digamos, aceitaria pagar.
Carregador 100% brasileiro pode ser integrado a sistemas, conexões e aplicativos.
O engenheiro eletricista da Sindustrial, Odair Marques, afirma que o carregador foi desenvolvido com foco na necessidade do setor, com características como flexibilidade, servindo para qualquer tipo de conector. “É um produto escalável, ou seja, que pode se adaptar para vários pontos de carregamento, não sendo esse um fator limitante, além das diversas possibilidades de comunicação e conectividade”, ressalta.
Essa flexibilidade de entrega, com o carregador sendo inteiramente customizado, busca se adequar as necessidades proeminentes de cada cliente, que pode definir diferentes layouts e a questão da conectividade já existente, que pode ser integrada à nova solução. “Se o cliente que adquirir o carregador já possui um sistema de gerenciamento de carros, o SinCharger poderá ser integrado a essa conexão”, exemplifica o engenheiro.
Inovação e sustentabilidade
Presente há 20 anos no mercado, a Sindustrial começou sua trajetória na parte de engenharia elétrica, promovendo alternativas energéticas para o setor industrial. Em 2012 passou a atuar também no mercado de construção e geração fotovoltaica, através da comercialização e instalação de produtos para usinas solares, tendo sido responsável, por exemplo, pelo processo de implantação da UFV Pirapora, segunda maior usina da América Latina e terceira maior do mundo. Atualmente a companhia atingiu a marca de 1,4 GWp de equipamentos e serviços instalados para geração solar.
Já a recente entrada da empresa no ramo da eletromobilidade segue a linha da sustentabilidade e inovação que o mundo tem procurado se adaptar, o que é corroborado pelos números compilados pela Agência Internacional de Energia em 2017, indicando que a venda de veículos elétricos e híbridos superou 1,1 milhão de unidades no mundo. No Brasil, em 2018, o crescimento foi de 65% na frota em relação ao ano anterior.
Na avaliação de Daré, a iniciativa pioneira surge a partir da identificação de um mercado em larga expansão e que exige uma expertise que a companhia já possui em grande parte, através de alguns de seus produtos já desenvolvidos. “Somos a primeira empresa do estado a produzir esse tipo de solução e pretendemos incentivar isso na sociedade. Estamos seguindo os valores de inovação e sustentabilidade e quem sabe poderemos apresentar novos projetos no futuro”, avaliou o executivo, afirmando que o potencial para expansão da eletrificação dos transportes no Brasil é tão grande quanto às possibilidades de crescimento para a geração solar.
Sobre os próximos passos para o SinCharger, o executivo disse que o produto deverá ser lançado no início do próximo ano, revelando também que já há parcerias bem encaminhadas com algumas redes empresariais, o que deve ser anunciado possivelmente até o fim do ano. Há também parcerias que estão sendo fechadas com aplicativos de celular, para que possam catalogar, por exemplo, os locais que terão o abastecimento rápido, como postos de gasolina. (canalenergia)

Siemens fornece infraestrutura energética para caminhões elétricos

Siemens vai fornecer infraestrutura energética para caminhões elétricos.
Companhia desenvolverá primeiro consórcio para a produção de ecossistema de abastecimento para caminhões e ônibus elétricos da Volkswagen. Contrato prevê entrega de 1.600 veículos até 2023.
Imbuída em criar soluções voltadas para as chamadas cidades inteligentes, a Siemens anunciou um acordo com a Volkswagen Caminhões e Ônibus visando a execução do primeiro consórcio para a produção e ecossistema de infraestrutura de caminhões elétricos do mundo. A companhia ficará responsável pelo desenvolvimento do sistema de abastecimento de energia para os veículos, que serão produzidos na fábrica da montadora, em Resende (RJ).
As soluções para o “e-Consórcio” incluem estações de recarga, implementação de fontes de energia e logística de abastecimento dos caminhões e ônibus em um projeto que já nasce com um acordo para entregar, até 2023, 1.600 veículos do segmento Delivery, que vão compor parte da frota de parceiros da Cervejaria Ambev.
Além disso, o projeto de e-Mobility ganha importância devido ao potencial desse mercado, na medida em que será cada vez maior o interesse das empresas em iniciativas em prol do meio ambiente, entre elas a adoção de veículos com zero emissão no escapamento, como CO2 e material particulado. A Volkswagen Caminhões e Ônibus – que pertence ao grupo TRATON, – reconhece o potencial do mercado no segmento de veículos elétricos e é pioneira no desenvolvimento do veículo elétrico no Brasil.
Sérgio Jacobsen, Vice-Presidente da Siemens Smart Infrastructure, demonstra orgulho ao falar da participação do projeto, que irá trazer vários benefícios para o mercado e, principalmente, para o meio ambiente. “Somos líderes no desenvolvimento de soluções inteligentes voltadas ao setor de energia e esta é mais uma iniciativa inovadora em que a expertise da companhia será fundamental para o seu sucesso”, comentou o executivo, afirmando que os caminhões elétricos ainda uma série de benefícios para o ambiente urbano, como baixo ruído, o baixo consumo de energia e zero emissões no escapamento.
No momento, a Siemens trabalha também para desenvolver a melhor solução para a instalação de fontes de energia, visando o abastecimento um grande número de veículos em um curto espaço de tempo. Além de eletropostos instalados nas garagens dos veículos, a multinacional estuda a possibilidade de fornecer energia ao longo das rotas dos caminhões, já que muitas empresas utilizam rotas fixas para a entrega de seus produtos.
O portfólio da empresa para essa área de eletrificação dos transportes vai desde diferentes estações com elevada capacidade energética – podendo ser móveis, subterrâneas ou adaptadas a estruturas – a soluções inteligentes e diversificadas para o abastecimento de vários veículos em um mesmo local – como unidades autoportantes com carregadores, pantógrafos para garagens indoor e estações para abastecimento rápido de energia, incluindo a subestação que deve alimentar toda esta infraestrutura. (canalenergia)

terça-feira, 26 de novembro de 2019

Boeing amplia investimento em biocombustível para aviação no Brasil

A Boeing anunciou em 17/10/19 US$ 1 milhão em investimentos no Brasil para estabelecer uma indústria de combustível sustentável para a aviação. De acordo com a empresa, o capital será investido em iniciativas que “maximizem benefícios sociais, econômicos e ambientais” para as comunidades locais envolvidas na produção de matérias-primas para fabricar biocombustível para aviões. Em 2018, a empresa norte-americana já havia investido outro US$ 1 milhão para as ações do setor no mercado brasileiro.
“O Brasil é uma potência em biocombustível e acreditamos que essa liderança pode se traduzir em benefícios para pequenos agricultores e comunidades que participam da cadeia de fornecimento de múltiplas matérias-primas que viabilizam a produção de biocombustível para aviação no país”, disse Marc Allen, vice-presidente sênior da Boeing e presidente da parceria com a Embraer e das operações do grupo.
A Boeing vai realizar o novo investimento no país em parceria com o Fundo Mundial para a Natureza (WWF) e a Roundtable for Sustainable Biomaterials (RSB- sigla em Inglês para Mesas Redondas para Biocombustíveis Sustentáveis), para identificar comunidades de agricultores com potencial para fornecer biomassa para a produção de biocombustível. Os produtores serão então certificados usando indicadores de sustentabilidade que geram benefícios sociais, como geração de renda, práticas trabalhistas sólidas e segurança alimentar. Pequenos grupos de lavradores que produzem cana de açúcar e óleo de macaúba na região sudeste já foram certificados pela RBS nos últimos anos, com o apoio financeiro da gigante do setor aeroespacial.
Em 2013, tanto o WWF quanto a RBS participaram do desenvolvimento do Plano de Voo Para Biocombustíveis de Aviação no Brasil. Este projeto, liderado pela Boeing, Embraer e a Fundação de Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), detalha as oportunidades e desafios de criar uma indústria de distribuição e produção de biocombustível para a aviação que seja economicamente viável e sustentável no Brasil.
“Nos últimos 10 anos, a Boeing investiu mais de US$ 2 milhões em projetos comunitários no Brasil”, disse Allen. “O Brasil é líder na indústria aeroespacial global e a Boeing está empenhada em trabalhar com nossos parceiros locais para garantir sua permanência na vanguarda da inovação por muitas gerações”.
A Boeing também informou que espera fazer um anúncio sobre novos investimentos na área de Educação em ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM, na sigla em inglês) no Brasil nas próximas semanas. (biodieselbr)

As 3 novas oportunidades de trabalho no mercado de energia solar

Tá sentindo a necessidade de fazer uma mudança profissional? O setor de energia solar está disparado no ranking nacional de oportunidades de emprego e de estabilidade econômica para muitos brasileiros. 
Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) estão previstos mais de R$ 3.000.000,00 de investimentos em geração distribuída em 2019. 
E pra começar, você nem precisa se preocupar em ter uma formação específica ou conhecimento técnico na área. 
O setor é bastante democrático e empregando para todas as áreas: comercial, vendas, marketing, financeiro, atendimento etc. 
Mas, tem 3 oportunidades que não podem escapar aos olhos de quem quer ganhar dinheiro com  energia solar no Brasil.
Fica de olho! 
Instalador fotovoltaico 
Dá sim pra começar do zero e transformar sua carreira ingressando no setor solar. 
Tem gente agarrando a oportunidade e se especializando em cursos de formação e certificações específicas. 
E não requer conhecimento ou formação prévia, o bom mesmo é ter muito interesse e disposição para instalações elétricas. 
O setor vem crescendo mais de 200% ao ano e a quantidade de novos sistemas instalados e conectados à rede só no primeiro trimestre de 2019 foi de 13.941. 
Nada mais do que 134,97% em relação ao mesmo período de 2018. 
São centenas de empresas, também chamadas de integradoras,  que vendem os equipamentos e a solução completa para casas e empresas. 
Dentro dessas empresas, as vagas para trabalhar com energia solar variam desde vendedores, passando por engenheiros projetistas e os requisitados especialistas em instalação.
Pesquise por cursos de instaladores de energia fotovoltaica e comece já ganhar por cada instalação realizada. 
Projetista de Energia Solar
Um projetista solar precisa, além dos cálculos técnicos de potência e quantidade de módulos, saber fazer análises de faturas e estimativas de retorno financeiro para o consumidor. 
Neste quesito, os engenheiros podem sair na frente incrementando suas atividades assinando projetos de instalação residencial e comercial. 
Todo o projeto elétrico do sistema fotovoltaico conectado à rede (SFCR)  também pode ser responsabilidade do projetista solar. 
Os cursos de projetistas solares são mais técnicos e exige cálculos e uso de softwares específicos. 
É uma boa pedida para quem já realizou os cursos de instalação e quer se especializar mais ainda no setor. 
Empreender com Franquias de Energia Solar 
Aqui o assunto é empreendedorismo. 
Ver a oportunidade e saber como ganhar muito dinheiro com energia solar fica por conta das franquias de empresas de energia solar. 
Para quem sempre sonhou em abrir sua própria empresa com foco em inovação e tecnologia, essa é hora! 
De acordo com a ABF (Associação Brasileira de Franquias), o setor de franquia cresceu cerca de 8% em 2018, desempenho considerado superior a outros setores de comércio e serviços.
O crescimento rápido e de baixo risco estão entre as outras vantagens para se tornar um franqueado no setor solar. 
O franqueador já possui uma rede própria de distribuição e o sucesso da marca foi estabelecido.
Sem contar que o franqueado recebe orientação e treinamento do franqueador para manter o sucesso da marca. 
Com plano de negócio já desenhado e com o apoio de um franqueador competente, o empreendedor solar pode abrir seu negócio e expandir com menor risco financeiro.
Os ganhos podem chegar a milhões já no primeiro ano! 
Viu como trabalhar com energia solar pode render muito para o bolso e para o futuro da sua carreira? 
Invista em conhecimento e faça parte de um dos setores que mais cresce no Brasil. (ecodebate)

Mudança regulatória traz desequilíbrio ao consumidor de energia solar

Proposta de mudança regulatória traz desequilíbrio ao consumidor de energia solar da geração distribuída, alerta ABSOLAR.
Segundo a entidade, energia solar gerada pelos brasileiros pode sofrer desvalorização de mais de 60% com nova regra apresentada pela Aneel, sob pena de inviabilizar a geração distribuída no País.
A proposta de ajuste regulatório para a geração distribuída, apresentada em 15/10/19 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), pode causar um enorme retrocesso ao País e inviabilizar a modalidade que permitiu aos brasileiros gerar e consumir a própria eletricidade em residências, comércios, indústrias e propriedades rurais.
Segundo análise da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), com base em documentos publicados pela agência reguladora sobre a Resolução Normativa nº 482/2012, que traz como proposta a chamada “Alternativa 5”, tanto para geração distribuída remota quanto para a local, a proposta traz um grande desequilíbrio para o consumidor e para as empresas do setor, e favorece os monopólios da distribuição de energia.
A mudança drástica proposta pela Aneel pode reduzir em mais de 60% a economia do cidadão que investe na geração de sua própria energia elétrica limpa e renovável. “A proposta apresentada ontem pela Aneel surpreendeu o setor e está visivelmente desbalanceada e desfavorável para a geração distribuída no Brasil. A agência desconsiderou diversos benefícios da geração distribuída solar fotovoltaica aos consumidores e à sociedade brasileira, no setor elétrico, na economia e ao meio ambiente, dentre eles a postergação de investimentos em transmissão e distribuição de eletricidade, o alívio nas redes pelo efeito vizinhança, a geração de empregos, a diversificação da matriz elétrica e a redução de emissões de gases de efeito estufa e poluentes, entre diversos outros”, explica o CEO da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia.
Outro ponto de alerta é a proposta de reduzir o prazo de vigência das regras, de 25 anos para 10 anos, para quem já investiu na geração distribuída. Pela nova proposta da Aneel, consumidores com geração distribuída em operação teriam as condições mantidas apenas até 2030. Para a ABSOLAR, a proposta decepciona e vai na contramão do espírito de segurança jurídica e regulatória do setor. “A ABSOLAR defende que a agência honre o compromisso assumido em inúmeras ocasiões por seus dirigentes, de manter as atuais regras por pelo menos 25 anos para os consumidores que acreditaram na geração distribuída e investiram pela regulamentação vigente”, comenta a vice-presidente de geração distribuída da ABSOLAR, Bárbara Rubim. “Quaisquer mudanças devem ser previstas em cronograma claro e não podem prejudicar investimentos já realizados sob as regras atuais, honrando a previsibilidade jurídica e regulatória que é pilar estrutural do setor elétrico brasileiro”, recomenda Rubim.
Atualmente, geração distribuída solar fotovoltaica é ínfima e está muito abaixo das potencialidades do Brasil. Dos mais de 84,2 milhões de consumidores cativos brasileiros, menos de 146 mil (0,18%) possuem a tecnologia. “Por isso, defendemos que a transição do modelo seja gradual e ao longo de um período planejado, com a mudança começando a partir de um gatilho de atendimento da demanda de energia elétrica de pelo menos 5%, conforme boas práticas internacionais”, acrescenta Bárbara.
Já o presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, Ronaldo Koloszuk, indaga: a quem interessa essa mudança regulatória? “Certamente não ao consumidor brasileiro, que terá sua liberdade atrasada ou até mesmo impedida com esta proposta”, conclui Koloszuk. (ecodebate)

domingo, 24 de novembro de 2019

Aneel quer rever regras para consumidores que geram energia elétrica

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu abrir uma consulta pública para rever as regras que tratam da chamada geração distribuída, modalidade na qual os consumidores também podem gerar a própria energia elétrica em suas residências, geralmente por meio de painéis solares ou outra solução com fontes renováveis. As contribuições poderão ser recebidas entre 17 de outubro e 30 de novembro. Está prevista também a realização de uma audiência pública em Brasília para manifestações presenciais no dia 7 do mês que vem.
Elaborada em 2012, a resolução que trata da micro e minigeração de energia distribuída diz que o consumidor pode tanto consumir quanto injetar na rede de distribuição a energia produzida. Esse excedente fica como crédito e pode ser usado para o abatimento de uma ou mais contas de luz do mesmo titular.
Além disso, a resolução estabelece subsídios para incentivar esse tipo de prática, como a isenção do pagamento de tarifas pelo uso da rede elétrica e também do pagamento de outros componentes da conta de energia, como os encargos setoriais (que geram receita para subsidiar a tarifa social, por exemplo).
Porém, esses incentivos são cobrados de todos os consumidores, inclusive dos usuários “comuns” que recebem a energia somente da distribuidora. Com a revisão da norma, a intenção da agência reguladora é reduzir gradualmente esses subsídios. Na avaliação da Aneel, atualmente a produção desse tipo de energia já tem um custo viável, diferentemente de quando a medida foi implantada.
Placas fotovoltaicas usadas para transformar energia solar em elétrica instalada em residência de Brasília.
Período de transição
A proposta que a Aneel vai colocar em consulta prevê um período de transição para as alterações nas regras. Quem possui o sistema vai permanecer com as regras atuais em vigor até o ano de 2030. Os consumidores que realizarem o pedido da instalação de geração distribuída após a publicação da norma (prevista para 2020), passam a pagar o custo da rede.
Em 2030, ou quando atingido uma quantidade de geração distribuída pré-determinada em cada distribuidora, esses consumidores passam a compensar a componente de energia da Tarifa de Energia (TE) e pagam, além dos custos de rede, os encargos setoriais.
No caso da geração remota, quando o consumidor instala seu sistema gerador em local diferente do local de consumo, desde que ambos estejam em sua titularidade e dentro da área de concessão da mesma distribuidora, a proposta prevê dois cenários. Segundo a agência, quem já possui a geração distribuída continua com as regras atualmente vigentes até o final de 2030. Já os novos pedidos de acesso após a publicação da norma passam a pagar custos de rede e encargos.
“As alterações ao sistema de compensação propostas equilibram a regra para que os custos referentes ao uso da rede de distribuição e os encargos sejam pagos pelos consumidores que possuem geração distribuída. Isso vai permitir que a modalidade se desenvolva ainda mais e de forma sustentável, sem impactar a tarifa de energia dos consumidores que não possuem o sistema”, disse a agência.
Painéis solares instalados em prédios no Rio.
Avanço da modalidade
De acordo com o relator do processo e diretor da Aneel, Rodrigo Limp, as alterações na regra proporcionarão um “avanço responsável da modalidade”. “A proposta em consulta reconhece que a geração distribuída veio para ficar, que a modalidade está crescendo exponencialmente e alcançou a maturidade, portanto, é tempo de revisarmos o normativo para mais adiante não termos um efeito colateral negativo ao sistema elétrico”, disse.
De acordo com a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), a resolução trouxe condições mais favoráveis para a geração distribuída em um período no qual o custo das placas fotovoltaicas era muito elevado, mas, com a diminuição dos valores, a medida está impactando o caixa das distribuidoras. Com isso, as empresas acabam solicitando a compensação por meio das tarifas.
A associação calcula que atualmente em cerca de 120 mil o número de consumidores beneficiados pela geração distribuída. A Abradee estima em cerca de R$ 650 milhões por ano o valor pago pelos demais consumidores com os subsídios para este tipo de geração.
“Pela regulamentação atual, os consumidores que usam a geração distribuída acabam pagando menos pelos serviços das distribuidoras, embora continuem usando suas redes. Isso significa que os demais consumidores vão pagar pela diferença”, disse a associação.
Segundo o presidente da Abradee, Marcos Madureira, pela regulamentação atual, os consumidores que usam a geração distribuída acabam pagando menos pelos serviços das distribuidoras, embora continuem usando as redes. “Além disso, esses usuários ficam desonerados de outras componentes da conta de energia, como os encargos setoriais -que geram receita para subsidiar a tarifa social, por exemplo- e, dessa forma, a diferença é arcada pelos demais consumidores”. (ecodebate)

Hospitais públicos de São Paulo serão abastecidos por energia solar

Projeto está em fase de discussão entre Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SIMA) e CPFL Energia.
A Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SIMA) e a CPFL Energia buscam alternativas para a implantação de sistemas fotovoltaicos e eficiência energética em hospitais públicos e filantrópicos ao longo de três anos.
O processo está na fase de avaliação do montante de recursos necessários e quais unidades serão atendidas. A previsão é fechar o termo ainda neste ano e iniciar o processo em 2020. O objetivo é diminuir os gastos com energia em prédios públicos e aumentar a eficiência energética.
Segundo o subsecretário da SIMA, Glaucio Attorre, para viabilizar o projeto, serão utilizados recursos do programa de eficiência energética da Aneel que não foram utilizados pelas distribuidoras em anos anteriores.
A SIMA também vai participar neste ano da chamada pública de projetos de eficiência energética da Enel, com propostas de implantar sistemas fotovoltaicos nos prédios da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Parque da Juventude.
De acordo com Attorre, a secretaria também trabalha para tornar mais célere o processo de obtenção de licenças ambientais para empreendimentos fotovoltaicos.
“Atuamos em conjunto com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), responsável pelo licenciamento para empreendimentos fotovoltaicos para tornar mais célebre o processo de obtenção de licenças”, disse.
Attorre também destacou que a secretaria vem atuando em parceria com a Solatio para viabilizar a aprovação do projeto da companhia que consiste na instalação de um complexo fotovoltaico de 600 MW, dividido em nove lotes, no município de Castilho. A expectativa é que a aprovação ocorra até o fim deste ano.
No total, São Paulo conta com 220 MW de usinas solares de grande porte. Em geração distribuída solar, o estado possui 19 mil unidades consumidoras e um total de 153 MW, de acordo com dados da Aneel. (portalsolar)

Revisão das regras de geração distribuída entra em consulta pública

A ANEEL decidiu dia 15/10/19 em reunião pública da diretoria, a abertura de consulta pública em continuidade à Audiência Pública nº 1/2019 para receber contribuições à proposta de revisão da Resolução Normativa 482/2012 referente às regras aplicáveis à micro e mini geração distribuída. Será realizada ainda audiência pública (sessão presencial) na sede da Agência em Brasília, no dia 7/11/2019.
Os interessados em participar da consulta pública devem encaminhar entre o dia 17/10/2019 e 30/11/2019 contribuições ao e-mail cp025_2019@aneel.gov.br ou por correspondência para o endereço da Agência: SGAN, Quadra 603, Módulo I, Térreo, Protocolo Geral, CEP: 70830-100), em Brasília-DF.
A revisão da norma em 2019 foi prevista em 2015, quando da publicação da resolução 687/2015, que alterou a resolução 482/2012. A proposta em consulta pública sugere aperfeiçoamentos ao modelo do sistema de compensação de créditos, considerando os avanços da geração distribuída nos últimos anos.
Durante a reunião pública, o diretor-geral da ANEEL, André Pepitone, louvou a atuação da Agência, que em 2012, lançou normativo que propiciou maior empoderamento e engajamento do consumidor, permitindo gerar a sua própria energia. “A ANEEL saiu na vanguarda e por meio de decisão corajosa abriu o mercado de geração distribuída no Brasil em momento em que poucos acreditavam ou investiam nessa modalidade”. Muito nos orgulha olhar hoje e ver a democratização dessa tecnologia entre os consumidores, com mais de 1.300 MW instalados.
O regulador precisa equilibrar a regulamentação de modo que os consumidores que dependem exclusivamente da rede não sejam afetados por consumidores que geram a sua própria energia. Deve haver uma alocação justa de custos. “Esse é o papel do regulador”, afirmou Pepitone.
Desde a regulamentação da resolução 482/2012 pela ANEEL, já foram implantadas mais de 120 mil unidades consumidoras com micro ou minigeração, e houve redução de 43% do valor dos painéis solares, que possuem vida útil de 25 anos. A fonte solar é a mais utilizada na modalidade, alcançando 98% das conexões.
Modelo em que o consumidor produz sua própria energia se expandiu no País com a fonte solar.
Alterações em debate
Na regra atual, quando a compensação de energia se dá na baixa tensão, quem possui geração distribuída (GD) deixa de pagar todas as componentes da tarifa de fornecimento sobre a parcela de energia consumida que é compensada pela energia injetada.
As alterações ao sistema de compensação propostas equilibram a regra para que os custos referentes ao uso da rede de distribuição e os encargos sejam pagos pelos consumidores que possuem geração distribuída. Isso vai permitir que a modalidade se desenvolva ainda mais e de forma sustentável, sem impactar a tarifa de energia dos consumidores que não possuem o sistema.
O diretor relator do processo, Rodrigo Limp, destacou que a medida permitirá o avanço responsável da modalidade geração distribuída, que permanece atrativa, sem gerar passivos para os demais consumidores. “A proposta em consulta reconhece que a geração distribuída veio para ficar, que a modalidade está crescendo exponencialmente e alcançou a maturidade, portanto, é tempo de revisarmos o normativo para mais adiante não termos um efeito colateral negativo ao sistema elétrico”, completou o diretor.
A proposta em debate prevê um período de transição para as alterações. Os consumidores que possuem o sistema de mini e microgeração permanecem com o faturamento da regra em vigor até o ano de 2030. Os consumidores que realizarem o pedido da instalação de geração distribuída após a publicação da norma (prevista para 2020), passam a pagar o custo da rede (TUSD Fio B e Fio A*). Em 2030, ou quando atingido uma quantidade de GD pré-determinada em cada distribuidora, esses consumidores passam a compensar a componente de energia da Tarifa de Energia (TE), e pagam além dos custos de rede, os encargos.
No caso da geração remota, a proposta prevê dois cenários. Os consumidores que já possuem GD continuam com as regras atualmente vigentes até o final de 2030. E os novos pedidos de acesso após a publicação da norma, prevista para 2020, passam a pagar custos de rede e encargos, também compensando a componente de energia da Tarifa de Energia.
Para a definição da proposta, a Agência realizou diversos estudos de cenários e consultas de mercado para garantir que a alteração não afetasse o desenvolvimento da tecnologia. Além disso, foi realizada audiência pública sobre a análise de impacto regulatório no período de 24/1/2019 a 9/5/2019 com audiências presenciais em três capitais: Brasília, Fortaleza e São Paulo. Foram recebidas 272 contribuições documentais nessa fase da audiência pública, e 106 exposições nas sessões presenciais.
Os estudos realizados pela Agência e as contribuições recebidas indicam que, mesmo com a alteração do regulamento, o retorno do investimento em geração distribuída continua muito atrativo. O payback (retorno) do investimento é estimado em quatro e cinco anos. Caso o consumidor desejasse gerar sem conexão com a rede (off grid) o investimento com baterias e sua manutenção chegaria a R$240.500,00, valores estimados. Cerca de 9 vezes mais caro do que se atuar conectado à rede de distribuição. (portalsolar)