Redes elétricas inteligentes e a racionalização do uso de energia, resulta em uma economia substancial de energia.
Uma rede de transmissão de energia que utiliza um sistema de monitoramento do fluxo a partir de tecnologia digital. Esta é a proposta das redes elétricas inteligentes, assunto da entrevista, realizada por e-mail, com Ricardo Baitelo, coordenador da Campanha de Energias Renováveis do Greenpeace. Explicando o conceito desta prática de transmissão, Baitelo afirma que as redes inteligentes possibilitam a integração de fontes energéticas descentralizadas, além do controle do consumo de aparelhos e eletrodomésticos em residências e edifícios. A partir da proposta de uma ferramenta virtual capaz de medir o consumo residencial e disponibilizar a informação aos consumidores em tempo quase real, a forma de interação entre consumidor e concessionária deve aumentar. “O acesso à informação de consumo de energia repercute na utilização mais racional de energia e no melhor planejamento da expansão de redes”, garante.
A entrevista foi concedida por telefone à IHU On-Line.
Sobre as fontes de energia renovável no Brasil e também sobre as questões climáticas, Baitelo destaca. “No Brasil, o alto potencial de renováveis (solar, eólica e biomassa) certamente garantiria uma oferta confiável de energia, complementada com o que já existe de geração hidrelétrica, sem a necessidade de se construir novas usinas em locais extremamente delicados do ponto de vista ambiental e social”.
Ricardo Baitelo é formado em engenharia elétrica pela Escola Politécnica da USP. Na mesma universidade, concluiu o mestrado na área de eficiência energética. Atualmente, é coordenador da campanha de energia do Greenpeace Brasil.
Confira a entrevista.
IHU On-Line – O que podemos entender por redes elétricas inteligentes?
Ricardo Baitelo – Redes inteligentes enviam a eletricidade dos pontos de geração até os consumidores, utilizando um sistema de monitoramento completo do fluxo de energia, a partir de tecnologia digital, que permite o rastreamento tanto da energia que entra no sistema, gerada em diferentes pontos, quanto da energia consumida por residências, edifícios e indústrias.
IHU On-Line – Como a energia renovável é utilizada nessas redes elétricas inteligentes?
Ricardo Baitelo – As redes possibilitam a integração de fontes energéticas descentralizadas, como solar e eólica, assimilando sua entrada no sistema quando esta geração ocorre, nos períodos de maior vento e sol. Esta integração faz com que a geração distribuída contribua, não apenas para o atendimento de demandas individualizadas, mas também com uma oferta estável de energia para todo o país.
IHU On-Line – Qual a relação entre redes elétricas inteligentes e Internet?
Ricardo Baitelo – As redes inteligentes permitirão o controle não apenas da geração descentralizada, realizada em milhares de pontos, como também o controle do consumo de aparelhos e eletrodomésticos em residências e edifícios. A proposta de pulverizar o sistema elétrico em uma rede de microgeradores e a revolução provocada por isto guardam semelhanças com a grande pulverização de informação provocada pela Internet.
Adicionalmente a isto, já estão sendo propostas ferramentas via Internet capazes de medir o consumo residencial e disponibilizar a informação aos consumidores em tempo quase real.
IHU On-Line – Quais os principais caminhos para garantir o fornecimento de energia no futuro de forma amigável com o clima do planeta e com a velocidade do consumo de energia?
Ricardo Baitelo – Intensificar investimentos em eficiência energética é a forma mais barata e efetiva de reduzir a demanda energética do planeta. Estas medidas se estenderiam desde a cadeia de transmissão e distribuição de energia até a revisão de hábitos dos consumidores finais.
Em seguida, o atendimento e a demanda restante seriam feitos com tecnologias renováveis, cuja geração intermitente seria solucionada pela complementaridade entre as mesmas e pelo auxílio das redes inteligentes no gerenciamento de cada tipo de energia na hora em que ela seria produzida.
IHU On-Line – Em que sentido a transformação energética proposta pelo novo estudo do Greenpeace pode se tornar uma oportunidade de negócio para empresas de tecnologia e permitir cortes nas emissões de gases do efeito estufa?
Ricardo Baitelo – O reforço de redes e o estabelecimento de redes inteligentes devem aumentar a interação entre consumidores e concessionárias, além do acesso à informação de consumo de energia, repercutindo na utilização mais racional de energia e no melhor planejamento da expansão de redes.
As empresas de tecnologia poderão fazer um trabalho integrado nesta cadeia, junto às concessionárias e aos consumidores, na provisão de medidores inteligentes e na transmissão de dados de geração e consumo para ambas as partes.
IHU On-Line – Qual o papel do Brasil nessa transformação energética, considerando o potencial de fontes renováveis de energia do país?
Ricardo Baitelo – O estudo do Greenpeace explica como redes elétricas inteligentes, locais e regionais poderiam ser conectadas de forma eficiente com uma super-rede de alta voltagem, para garantir um fornecimento ininterrupto e confiável de eletricidade, sem ativar usinas térmicas a carvão ou nucleares. Embora tenha sido feito para o cenário Europeu, no Brasil, o alto potencial de renováveis (solar, eólica e biomassa) certamente garantiria uma oferta confiável de energia, complementada com o que já existe de geração hidrelétrica, sem a necessidade de se construir novas usinas em locais extremamente delicados do ponto de vista ambiental e social.
IHU On-Line – Que políticas públicas deveriam ser pensadas para que essa transformação seja efetivada mais rapidamente?
Ricardo Baitelo – Devem ser aprovadas as regras para a mudanças das redes de energia a fim de implementar os smart grids (rede inteligente, em inglês). Este cronograma já foi feito pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Adicionalmente, deve ser deixada clara uma legislação para garantir a transição dos relógios de medição de eletricidade para a medição eletrônica em todas as residências. Esta medição poderia originar uma mudança na tarifação, taxando de forma diferente o uso de eletricidade de acordo com a hora do dia, mecanismo aplicado apenas a grandes consumidores no país.
A Aneel já tem um cronograma para implementar mudanças na rede de energia para transformá-la no que se convencionou chamar de smart grid. O primeiro passo foi a aprovação, em agosto, das regras do PLC (comunicação pela rede de energia). O próximo já está em análise pelo Conselho Diretor da agência: a adoção da medição eletrônica.
IHU On-Line – Qual a previsão de implantação das redes elétricas inteligentes no Brasil e no mundo?
Ricardo Baitelo – No Brasil, a medição eletrônica vem sendo implementada, como, por exemplo, no Rio, com a previsão da instalação de 120 mil medidores inteligentes em 2010, no Pará (72 mil medidores) e no Distrito Federal, onde 1800 grandes consumidores já foram automatizados. Pretende-se substituir 63 milhões de medidores atuais por medidores inteligentes em um prazo de dez anos.
No mundo, o processo já está mais avançado. Até 2012, 70% da rede americana já deverá ter medição inteligente e, na Europa, quase todos os países já possuem aplicações de redes inteligentes.
A entrevista foi concedida por telefone à IHU On-Line.
Sobre as fontes de energia renovável no Brasil e também sobre as questões climáticas, Baitelo destaca. “No Brasil, o alto potencial de renováveis (solar, eólica e biomassa) certamente garantiria uma oferta confiável de energia, complementada com o que já existe de geração hidrelétrica, sem a necessidade de se construir novas usinas em locais extremamente delicados do ponto de vista ambiental e social”.
Ricardo Baitelo é formado em engenharia elétrica pela Escola Politécnica da USP. Na mesma universidade, concluiu o mestrado na área de eficiência energética. Atualmente, é coordenador da campanha de energia do Greenpeace Brasil.
Confira a entrevista.
IHU On-Line – O que podemos entender por redes elétricas inteligentes?
Ricardo Baitelo – Redes inteligentes enviam a eletricidade dos pontos de geração até os consumidores, utilizando um sistema de monitoramento completo do fluxo de energia, a partir de tecnologia digital, que permite o rastreamento tanto da energia que entra no sistema, gerada em diferentes pontos, quanto da energia consumida por residências, edifícios e indústrias.
IHU On-Line – Como a energia renovável é utilizada nessas redes elétricas inteligentes?
Ricardo Baitelo – As redes possibilitam a integração de fontes energéticas descentralizadas, como solar e eólica, assimilando sua entrada no sistema quando esta geração ocorre, nos períodos de maior vento e sol. Esta integração faz com que a geração distribuída contribua, não apenas para o atendimento de demandas individualizadas, mas também com uma oferta estável de energia para todo o país.
IHU On-Line – Qual a relação entre redes elétricas inteligentes e Internet?
Ricardo Baitelo – As redes inteligentes permitirão o controle não apenas da geração descentralizada, realizada em milhares de pontos, como também o controle do consumo de aparelhos e eletrodomésticos em residências e edifícios. A proposta de pulverizar o sistema elétrico em uma rede de microgeradores e a revolução provocada por isto guardam semelhanças com a grande pulverização de informação provocada pela Internet.
Adicionalmente a isto, já estão sendo propostas ferramentas via Internet capazes de medir o consumo residencial e disponibilizar a informação aos consumidores em tempo quase real.
IHU On-Line – Quais os principais caminhos para garantir o fornecimento de energia no futuro de forma amigável com o clima do planeta e com a velocidade do consumo de energia?
Ricardo Baitelo – Intensificar investimentos em eficiência energética é a forma mais barata e efetiva de reduzir a demanda energética do planeta. Estas medidas se estenderiam desde a cadeia de transmissão e distribuição de energia até a revisão de hábitos dos consumidores finais.
Em seguida, o atendimento e a demanda restante seriam feitos com tecnologias renováveis, cuja geração intermitente seria solucionada pela complementaridade entre as mesmas e pelo auxílio das redes inteligentes no gerenciamento de cada tipo de energia na hora em que ela seria produzida.
IHU On-Line – Em que sentido a transformação energética proposta pelo novo estudo do Greenpeace pode se tornar uma oportunidade de negócio para empresas de tecnologia e permitir cortes nas emissões de gases do efeito estufa?
Ricardo Baitelo – O reforço de redes e o estabelecimento de redes inteligentes devem aumentar a interação entre consumidores e concessionárias, além do acesso à informação de consumo de energia, repercutindo na utilização mais racional de energia e no melhor planejamento da expansão de redes.
As empresas de tecnologia poderão fazer um trabalho integrado nesta cadeia, junto às concessionárias e aos consumidores, na provisão de medidores inteligentes e na transmissão de dados de geração e consumo para ambas as partes.
IHU On-Line – Qual o papel do Brasil nessa transformação energética, considerando o potencial de fontes renováveis de energia do país?
Ricardo Baitelo – O estudo do Greenpeace explica como redes elétricas inteligentes, locais e regionais poderiam ser conectadas de forma eficiente com uma super-rede de alta voltagem, para garantir um fornecimento ininterrupto e confiável de eletricidade, sem ativar usinas térmicas a carvão ou nucleares. Embora tenha sido feito para o cenário Europeu, no Brasil, o alto potencial de renováveis (solar, eólica e biomassa) certamente garantiria uma oferta confiável de energia, complementada com o que já existe de geração hidrelétrica, sem a necessidade de se construir novas usinas em locais extremamente delicados do ponto de vista ambiental e social.
IHU On-Line – Que políticas públicas deveriam ser pensadas para que essa transformação seja efetivada mais rapidamente?
Ricardo Baitelo – Devem ser aprovadas as regras para a mudanças das redes de energia a fim de implementar os smart grids (rede inteligente, em inglês). Este cronograma já foi feito pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Adicionalmente, deve ser deixada clara uma legislação para garantir a transição dos relógios de medição de eletricidade para a medição eletrônica em todas as residências. Esta medição poderia originar uma mudança na tarifação, taxando de forma diferente o uso de eletricidade de acordo com a hora do dia, mecanismo aplicado apenas a grandes consumidores no país.
A Aneel já tem um cronograma para implementar mudanças na rede de energia para transformá-la no que se convencionou chamar de smart grid. O primeiro passo foi a aprovação, em agosto, das regras do PLC (comunicação pela rede de energia). O próximo já está em análise pelo Conselho Diretor da agência: a adoção da medição eletrônica.
IHU On-Line – Qual a previsão de implantação das redes elétricas inteligentes no Brasil e no mundo?
Ricardo Baitelo – No Brasil, a medição eletrônica vem sendo implementada, como, por exemplo, no Rio, com a previsão da instalação de 120 mil medidores inteligentes em 2010, no Pará (72 mil medidores) e no Distrito Federal, onde 1800 grandes consumidores já foram automatizados. Pretende-se substituir 63 milhões de medidores atuais por medidores inteligentes em um prazo de dez anos.
No mundo, o processo já está mais avançado. Até 2012, 70% da rede americana já deverá ter medição inteligente e, na Europa, quase todos os países já possuem aplicações de redes inteligentes.
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