Para atingir, e se possível ultrapassar, os objectivos para 2020, é necessário fomentar a produção de biocombustíveis e aumentar o número de sistemas de aquecimento e arrefecimento ambiente, alimentados com energia solar». A opinião é de Armando Oliveira, director da Unidade de Novas Tecnologias Energéticas da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, em relação à nova meta europeia de 20 por cento da energia consumida em 2020 ser renovável.
Para o professor, apesar dos sistemas de climatização a partir de energia solar ainda não estarem abrangidos pela legislação existente, poderão ter um peso significativo no balanço energético e ambiental final.
A eficiência energética poderá, segundo Armando Oliveira, contribuir, mas não de uma forma decisiva. A solução para as metas fixadas está, sim, na conversão gradual de processos e equipamentos energéticos. O desenvolvimento das tecnologias energéticas renováveis é essencial para atingir as metas, não tanto de novas tecnologias, mas sobretudo a disseminação das tecnologias já existentes e demonstradas.
No entanto, na opinião de Ana Estanqueiro, directora da Unidade de Energia Eólica e dos Oceanos do Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação (INETI), a meta não vai ter tanto impacto na electricidade. Onde serão necessários maiores esforços, diz, será na eficiência energética e nos transportes. Estes últimos poderão mesmo comprometer o cumprimento das metas. Ainda há muito a fazer na mudança de hábitos enraizados.
Já para António Sarmento, presidente do Centro de Energia das Ondas, as novas metas europeias vêm basicamente dizer que todas as fontes renováveis têm que ser utilizadas, mesmo as que sejam economicamente menos competitivas. Também vêm permitir, segundo o responsável, criar uma maior consciencialização na população, a geral e a de grupos específicos (gestores, ambientalistas, empresários, administração pública, pescadores, no caso da energia das ondas), para a necessidade de valorizar e facilitar a introdução de novas energias renováveis.
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