O Brasil produz aproximadamente 60 milhões de toneladas de lixo por ano, considerando apenas os resíduos sólidos urbanos, ou seja, não levando em conta os dejetos industriais. Infelizmente, a maior parte dessa montanha de lixo não é reciclada e uma grande parcela ainda vai parar em lixões sem nenhum tipo de tratamento ou, o que é pior, é atirado indistintamente nas beiras de rios e córregos urbanos.
O lixo, além de ser um grande vilão da saúde pública, apresenta-se como um enorme problema de logística. Isto por que estão acabando os locais onde se pode depositá-lo. Estamos gerando mais lixo do que a natureza consegue absorver. Quase chegamos a um limite que transformará a questão em uma realidade insustentável. Cada pessoa, em média, produz cerca de 1,0 kg de lixo por dia no Brasil. Não é um índice ruim se comparando às médias europeias e americanas. O problema é que isso está concentrado nas grandes cidades, potencializando os impactos ao meio ambiente.
Como o problema está a cada dia se agigantando, surge a pergunta: seremos esmagados pelo nosso próprio lixo? O que fazer?
Algumas soluções começam a ser apontadas pelos especialistas. A principal delas é a redução na geração do lixo e o reaproveitamento cada vez maior dos resíduos através, principalmente, da coleta seletiva. Mas, isso não é suficiente. Estão aparecendo algumas ideias no sentido de transformar o lixo em energia.
Para transformar o lixo em energia, a princípio existem duas maneiras. Primeiro, através da queima e transformação da energia térmica em energia elétrica por meio de turbinas movidas a vapor de água. A segunda é a utilização dos aterros sanitários existentes capturando o gás gerado espontaneamente pela massa residual transportando-o para ser armazenado e utilizado em motores e geradores substituindo o gás natural. Essa segunda opção é a que está sendo adotada com mais frequência, pois, além do aproveitamento em si do gás, ainda gera créditos de carbono, que são negociáveis na comunidade internacional.
É claro que só o aproveitamento do lixo em energia não resolve isoladamente a questão da destinação adequada dos resíduos sólidos urbanos. Torna-se necessário a criação de leis específicas com incentivos que apontem para a melhoria do quadro. Recentemente, em agosto do ano passado, foi sancionado pelo Presidente da República, o projeto de lei que cria a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Essa lei determina que fabricantes e vendedores sejam obrigados a recolher as embalagens após o uso. A coleta seletiva recebe incentivos para a sua implantação em todas as cidades. Além disso, as prefeituras ficam proibidas de criar lixões e passam a incentivar as cooperativas de catadores e recicladores.
Enfrentando a grande problemática do lixo através das medidas descritas acima se pode ter alguma esperança de que o meio ambiente seja ajudado.
Entretanto, ainda acho que a melhor maneira é a mudança gradativa do modelo de consumo implantado na nossa sociedade há mais de um século, que prioriza o desperdício e o desrespeito ao meio ambiente. (EcoDebate)
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