sábado, 30 de agosto de 2025

Liderança Global em Energia Solar

BRICS: Liderança Global em Energia Solar
A análise “BRICS: Economias emergentes lideram a transição para energia solar” destaca a liderança do BRICS na transição global para a energia solar, com a China, Índia e Brasil impulsionando significativamente a geração de energia limpa, o que reforça a segurança energética do bloco e diminui a dependência de combustíveis fósseis.
Países do BRICS lideram produção global de energia limpa

Os países do BRICS não estão mais à margem da transição para a energia limpa – eles a estão impulsionando. Eles agora respondem por mais da metade da geração global de energia solar.

À medida que economias como China, Índia e Brasil expandem a energia solar em ritmo recorde, os BRICS estão provando que a eletricidade limpa pode impulsionar tanto o crescimento econômico quanto a resiliência. (ecodebate)

Brasil passa a marca de 500 mil veículos eletrificados

Números consolidados pela ABVE em julho/25 mostram a renovação de um recorde mensal a venda de mais de 7.000 unidades totalmente elétricas no país.
O mercado brasileiro de veículos eletrificados passou de 500 mil unidades vendidas. O dado leva em conta todos os veículos comercializados desde o início da série histórica da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), em 2012. A marca de 503.654 unidades foi ultrapassada com o resultado de julho/25.

Nesse mês foram negociadas 19.016 unidades de veículos leves eletrificados. Esse volume representa 8,27% das vendas totais, tomando como base os dados da Fenabrave.

Brasil ultrapassa 500 mil veículos eletrificados e bate recordes

Julho de 2025 marcou o melhor mês da eletromobilidade no Brasil, com recordes em várias categorias de veículos

De 2012 para cá, a mudança foi lenta, mas o setor engrenou nos últimos meses.

O Brasil ultrapassou a marca dos 500 mil EVs em circulação. Os números são da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Segundo o balanço, desde 2012, a eletromobilidade brasileira vinha crescendo lentamente. Mas em 2025, o avanço foi surpreendente.

O volume corresponde a todos os tipos de veículos eletrificados:

BEV (100% elétrico);

PHEV (híbrido plug-in);

HEV (híbrido convencional);

HEV Flex (híbrido com etanol).

Os destaques no mês de julho

Em julho de 2025, foram registradas 7.010 vendas de BEVs, o maior volume na categoria no Brasil. O mercado de EVs fechou o mês com mais de 19 mil unidades vendidas, representando 8,27% de participação total nos veículos leves.

Além disso, o mês de julho também bateu recordes nas vendas de ônibus elétricos, com 160 unidades vendidas. Esse número representa um salto de 1.130,8% em relação a julho de 2024. Dessa forma, esse crescimento mostra a adoção crescente da eletrificação no transporte público brasileiro.

A maior oferta de modelos e a expansão da rede de recarga podem estar entre os fatores que impulsionaram esse aumento nas vendas. Além disso, o público consumidor está cada vez mais confiante nos carros elétricos

Os híbridos presentes no mercado

Os híbridos convencionais também tiveram bom desempenho, com um crescimento de 68,8% em relação a junho.

Por outro lado, os HEV Flex cresceram em relação ao mês passado, no entanto, apresentaram uma queda em relação ao ano anterior. Os micros híbridos também avançaram: foram mais de 6 mil unidades vendida.

No recorte regional, a região Sudeste domina esse mercado, com 46,2% das vendas, seguida pelas regiões Sul e Nordeste. Entre os estados, São Paulo e o Distrito Federal estão na liderança. Os dados de julho de 2025 mostram que o Brasil está entrando de vez na era da mobilidade elétrica.

O aumento de vendas, os recordes em diferentes segmentos e a expansão regional indicam que a eletromobilidade deixou de ser nicho e se tornou tendência para a população nacional. Essa diferença, por sua vez, pode ser explicada por questões como infraestrutura de recarga, poder de compra e políticas públicas locais. (autopapo)

Renováveis são responsáveis por expansão da matriz elétrica em julho

Crescimento ao longo dos primeiros 7 meses de 2025 é de 4,2 GW, com novas geradoras em 14 estados.
A ampliação da matriz elétrica no Brasil em julho se deveu às fontes solar e eólica de energia elétrica, ambas caracterizadas pela geração de energia renovável.

Usinas renováveis dominam expansão da matriz elétrica em julho

A ampliação da matriz elétrica no Brasil em julho se deveu às fontes solar e eólica de energia elétrica, ambas caracterizadas pela geração de energia renovável. Crescimento ao longo de 2025 é de 4,2 GW, com novas geradoras em 14 estados.

Além das termelétricas, a ampliação da matriz elétrica de janeiro a julho contou com 27 usinas eólicas

A ampliação da matriz elétrica no Brasil em julho se deveu às fontes solar e eólica de energia elétrica, ambas caracterizadas pela geração de energia renovável. De acordo com os cálculos da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o mês passado contou com a entrada em operação de quatro usinas, sendo três eólicas (61,00 MW) e uma solar fotovoltaica (45,00 MW).

Nos sete primeiros meses de 2025, a expansão observada foi de 4.211,13 MW. Mais da metade desse crescimento (57,66%) coube a 11 novas usinas termelétricas, com 2.2428,05 MW – entre elas a Usina Termelétrica (UTE) GNA II, no Rio de Janeiro, que começou a operar em maio com 1,7 GW de potência instalada.

Além das termelétricas, a ampliação da matriz elétrica de janeiro a julho contou com 27 usinas eólicas (898,90 MW), 18 solares fotovoltaicas (783,63 MW), 6 pequenas centrais hidrelétricas (95,85 MW) e 2 centrais geradoras hidrelétricas (4,70 MW).

De janeiro a julho, usinas em 14 estados entraram em operação comercial. Os destaques, em ordem decrescente, foram o Rio de Janeiro (1.672,60 MW), a Bahia (687,70 MW) e Minas Gerais (553,25 MW). O mês de junho trouxe Minas Gerais como o estado com maior expansão, com 45,00 MW no parque solar Pedro Leopoldo I. O Ceará ficou em segundo lugar, com 40,00 MW na usina eólica Kairós Wind 6.

Julho foi concluído com 88 usinas em operação em teste, totalizando 3.063 MW. Estão nessa situação 45 usinas eólicas, 33 solares fotovoltaicas, seis termelétricas, duas pequenas centrais hidrelétricas, uma central geradora hidrelétrica e uma usina hidrelétrica.

Infográfico - Expansão da Matriz Elétrica Brasileira - julho/25

Capacidade total de usinas centralizadas é de 212,6 GW

Em 1º de agosto, o Brasil somou 212.649,17 MW de potência fiscalizada, de acordo com dados do Sistema de Informações de Geração da ANEEL, o SIGA, atualizado diariamente com dados de usinas em operação e de empreendimentos outorgados em fase de construção. Desse total em operação, ainda de acordo com o SIGA, 84,45% da potência instalada é de fonte renovável.

Onde encontrar mais dados sobre a geração elétrica

Uma abordagem mais detalhada do crescimento da oferta centralizada de energia elétrica pode ser encontrada no painel RALIE, que reúne informações sobre a expansão da matriz elétrica. Com formato intuitivo, a ferramenta amplia o acesso aos dados de fiscalização de novas usinas em implantação e facilita o acompanhamento da expansão da oferta de geração de acordo com o ano, região, tipo de fonte de energia, entre outros filtros. Os objetivos são aprimorar a interatividade e fornece mais informações sobre obras de geração.

As informações do painel são atualizadas mensalmente baseadas nas inspeções in loco nas obras das centrais geradoras e nos dados disponibilizados no Relatório de Acompanhamento de Empreendimentos de Geração de Energia Elétrica (Rapeel), que conta com a contribuição das empresas fiscalizadas para uma análise minuciosa da equipe de monitoramento. Veja neste link os relatórios e indicadores da ANEEL relacionados à geração de energia elétrica. (agenciagov)

quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Carros elétricos e híbridos importados terão imposto de 35% a partir de 2027

A partir de janeiro de 2027, veículos híbridos ou elétricos desmontados passam a recolher imposto de importação de 35%. A previsão anterior era julho de 2028 e o pedido da Anfavea era antecipar para 2026.
O Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex) deliberou em 30/07/25 pela antecipação em um ano e meio do fim do cronograma de elevação tarifária para veículos elétricos e híbridos importados, atendendo parcialmente ao pleito apresentado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Governo antecipa para 2027 aumento do imposto sobre carros elétricos importados

Com base na medida, veículos eletrificados desmontados (CKD) passam a recolher imposto de importação de 35% a partir de janeiro de 2027, e não mais em julho de 2028, como anteriormente previsto.

Em contraponto, o Gecex deliberou pela aplicação de quotas adicionais de importação com alíquota zero para veículos desmontados (CKD) e semidesmontados (SKD), pelo prazo de 6 meses, em um somatório de US$ 463 milhões, deixando de acolher outros pleitos.

Com a antecipação do cronograma, o Gecex busca adequar a política tarifária aos investimentos esperados para os próximos anos no setor automotivo do país, trazendo novas tecnologias para o consumidor e cada vez mais adensamento à cadeia produtiva nacional. (pv-magazine-brasil)

Hidrogênio a partir de biomassa e uso em sistemas de bioenergia

A produção de hidrogênio a partir da biomassa e sua utilização em sistemas de bioenergia apresentam uma rota promissora para a descarbonização do setor energético, oferecendo sinergias importantes entre esses dois segmentos. A biomassa, matéria orgânica de origem vegetal ou animal, pode ser convertida em hidrogênio por meio de processos termoquímicos, como a gaseificação, ou processos biológicos, como a fermentação anaeróbia. O hidrogênio resultante pode ser utilizado como combustível em células a combustível, para a produção de eletricidade, ou como matéria-prima para a produção de outros combustíveis, como o biometano.
Vantagens da produção de hidrogênio a partir da biomassa:

Baixa emissão de carbono:

A biomassa é um recurso renovável, e a produção de hidrogênio a partir dela pode ser realizada com baixa emissão de carbono, especialmente quando combinada com tecnologias de captura, utilização e armazenamento de carbono.

Diversificação da matriz energética:

A produção de hidrogênio a partir da biomassa pode contribuir para a diversificação da matriz energética, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis.

Oportunidades de negócio:

A relação entre a produção de hidrogênio e a bioenergia pode gerar novas oportunidades de negócio e investimentos, impulsionando o desenvolvimento de tecnologias e processos inovadores.

Uso em sistemas de bioenergia:

O hidrogênio produzido a partir da biomassa pode ser utilizado em diversos sistemas de bioenergia, como a produção de eletricidade em células a combustível, a cogeração de calor e energia, e a produção de biogás.

Processos de produção de hidrogênio a partir da biomassa:

Gaseificação:

A gaseificação da biomassa envolve o aquecimento da biomassa em condições controladas, resultando em um gás de síntese rico em hidrogênio, que pode ser purificado para obter hidrogênio puro.

Fermentação anaeróbia:

A fermentação anaeróbia da biomassa, utilizando microrganismos, pode gerar biogás, que contém metano e hidrogênio. O hidrogênio pode ser separado do biogás por meio de processos de purificação e reforma.

Potencial do Brasil:

O Brasil possui grande potencial para a produção de hidrogênio a partir da biomassa, devido à sua vasta disponibilidade de biomassa, como o bagaço de cana-de-açúcar, palha de arroz e resíduos florestais. A combinação da produção de hidrogênio com a expansão da bioenergia pode impulsionar a transição energética do país e gerar benefícios econômicos e ambientais.

Considerações:

É importante ressaltar que a produção de hidrogênio a partir da biomassa ainda apresenta desafios técnicos e econômicos que precisam ser superados para garantir a sua viabilidade em larga escala. No entanto, o potencial da biomassa como fonte de hidrogênio renovável é promissor, e o desenvolvimento de tecnologias e processos inovadores pode contribuir para a consolidação de uma economia de baixo carbono.

Na rota do hidrogênio sustentável

A demanda de hidrogênio no país para produzir os biocombustíveis pelas rotas HEFA e AtJ pode chegar a mais de 320 mil t/ano e 92 mil t/ano, respectivamente, em 2034

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) lançou no final de junho a Nota Técnica (NT) “Hidrogênio e Biomassa: Oportunidades para produção e uso de hidrogênio em sistemas de bioenergia”1, onde foram mapeadas rotas tecnológicas e matérias-primas para produzir hidrogênio a partir da biomassa e o seu uso potencial na indústria bioenergética.

Um dos grandes atrativos do hidrogênio como vetor energético é a sua versatilidade, em função da diversidade de rotas de produção e de setores em que pode ser utilizado. No Brasil, o uso de biomassa para a produção de hidrogênio vem se destacando desde o ProH2 (Programa de Ciência, Tecnologia e Inovação para a Economia do Hidrogênio), lançado em 2002 pelo MCT2.

Um fator decisivo para isso é a participação da biomassa na matriz energética brasileira: em 2023, a biomassa contribuiu com cerca de da oferta interna de energia do país, ocupando o segundo lugar em participação, atrás somente de petróleo e derivados.

Embora o hidrogênio proveniente de biomassa já tenha sido chamado pela própria EPE de “hidrogênio musgo”3, em associação ao hidrogênio verde que é produzido a partir de eletrólise da água, nesta NT a EPE evita a referência às cores do hidrogênio, devido à dificuldade de associar a intensidade de carbono a cada uma das cores.

A NT destaca as seguintes matérias-primas para a produção de hidrogênio a partir de biomassa:

(i) etanol, que pode ser usado como “vetor” de hidrogênio, aproveitando a infraestrutura logística já consolidada;

(ii) glicerina, coproduto da produção do biodiesel, hoje subutilizado, permitindo agregar valor à sua produção e integrando as rotas da indústria bioenergética;

(iii) biogás e biometano, provenientes de resíduos urbanos e agroindustriais, como a biomassa lignocelulósica (por exemplo, bagaço e palha de cana e casca de arroz), que não competem com a produção de alimentos.

As rotas termoquímicas, como reforma de etanol, glicerina e biogás/biometano, apresentam atualmente maior competitividade para a produção de hidrogênio a partir de biomassa, devido ao elevado nível de maturidade tecnológica. Além disso, o hidrogênio proveniente de biomassa é o único com potencial de emissões negativas, quando associado a um processo de captura e utilização do CO2 gerado (CCUS).

As oportunidades de uso do hidrogênio e seus derivados na indústria de bioenergia estão tanto na fase agrícola, como na amônia que é utilizada para a produção de fertilizantes nitrogenados, quanto na fase industrial, como na produção de metanol e biocombustíveis.

O setor de biocombustíveis é um dos grandes potenciais consumidores de hidrogênio de baixo carbono produzido no Brasil. O hidrogênio é utilizado para a produção de diesel verde e combustível sustentável de aviação (SAF), tanto no hidro processamento de ésteres e ácidos graxos (rota HEFA- “Hydroprocessed Esters and Fatty Acids”) quanto na hidrogenação de olefinas obtidas a partir de oligomerização de álcoois (rota AtJ- “Alcohol-to-Jet”).

A demanda de hidrogênio no país para produzir os biocombustíveis pelas rotas HEFA e AtJ pode chegar a mais de 320 mil t/ano e 92 mil t/ano, respectivamente, em 2034.

Considerando ainda a estimativa de demanda de hidrogênio para a produção de metanol utilizado na síntese do biodiesel e para a produção de fertilizantes nitrogenados aplicados nas culturas de soja, milho e cana destinadas à síntese de biocombustíveis, esse valor chega a quase 1 milhão t/ano em 2034, praticamente o dobro da produção atual de hidrogênio no Brasil (500 mil t/ano).

A NT destaca que o interesse do setor de bioenergia em reduzir a intensidade de carbono dos biocombustíveis e seus coprodutos, em particular a partir do acesso a insumos de baixa emissão de carbono, pode ter um papel significativo em impulsionar o desenvolvimento das cadeias nacionais de hidrogênio.

Por outro lado, o fortalecimento do mercado de hidrogênio de baixo carbono e seus derivados pode se tornar uma opção de alto valor agregado para a indústria de bioenergia, mostrando a sinergia entre os dois setores. (brasilenergia)

terça-feira, 26 de agosto de 2025

Venda de ônibus elétricos cresce 141% no primeiro semestre

São Paulo é o epicentro da revolução elétrica no transporte público brasileiro, com a 90% do total nacional. Os números corroboram o avanço da eletromobilidade no setor com Eletra, BYD e Mercedez Benz liderando as vendas.
No primeiro semestre de 2025, o mercado brasileiro de ônibus elétricos registrou um crescimento expressivo e sem precedentes. Foram emplacadas 306 unidades em todo o país, um aumento de 141% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram vendidas 127 unidades.

Em junho, 34 ônibus elétricos entraram em circulação, um crescimento de 278% em comparação com o mesmo mês do ano anterior (9 veículos). Esses números refletem o avanço da eletromobilidade no transporte público, impulsionado por políticas públicas, ampliação da oferta de modelos e maior comprometimento de gestores municipais com descarbonização.

Mercado de São Paulo

São Paulo é o epicentro da revolução elétrica no transporte público brasileiro. Dos 306 ônibus elétricos emplacados no primeiro semestre, 275 estão em operação na capital paulista, o que equivale a 90% do total nacional. Os dados evidenciam que a adoção de ônibus de emissão zero deixou de ser apenas uma tendência para se consolidar como política pública, sustentada por legislação específica e forte engajamento municipal.

A transição para ônibus elétricos em São Paulo começou na gestão do então prefeito João Doria, quando entrou em vigor a Lei Municipal nº 16.802/2018. Esta lei fixou um prazo de 20 anos, até 2038, para a emissão zero de gás carbônico (CO2) da frota paulistana de ônibus, mais redução de 95% de material particulado (MP) e de 95% de óxidos de nitrogênio (NOx).

Ao mesmo tempo, abriu uma licitação para renovar os contratos com as empresas de ônibus com base em metas anuais compulsórias de descarbonização das frotas, conforme a nova lei.

A implementação efetiva começou em 2019, com testes e contratos de operação com as concessionárias, já na gestão Bruno Covas. O maior avanço ocorreu a partir de outubro de 2022, com a decisão do atual prefeito Ricardo Nunes de proibir a entrada de novos ônibus a diesel no sistema de transporte paulistano, impulsionando a eletrificação das frotas.

Desde então, a cidade vem incorporando dezenas de ônibus elétricos ao transporte público anualmente, consolidando-se como referência nacional em mobilidade urbana sustentável. São Paulo já tinha experiência em transporte elétrico desde 1949, quando lançou a primeira rede de trólebus da América Latina. Hoje, tem 201 trólebus em operação.

Além disso, em 2009, o então prefeito Gilberto Kassab lançou uma pioneira Lei de Mudança do Clima (Lei 14.933) que, já naquela época, fixava um prazo de dez anos para a total descarbonização das frotas de ônibus. Por vários motivos, a lei não foi aplicada, o que obrigou à reprogramação dos prazos e a edição da nova Lei 16.802, em janeiro de 2018.

Outras cidades

Outras cidades do Estado de São Paulo também avançam no processo de transição de suas frotas no primeiro semestre de 2025, como São Bernardo do Campo (11 ônibus elétricos), Ribeirão Preto (4), Campinas (2) e Barueri (1), reforçando a liderança paulista em nível regional.

Nos outros Estados, embora as maiores capitais concentrem grandes frotas de ônibus coletivos, a participação de veículos elétricos ainda é baixa em relação ao total. São Paulo lidera a eletrificação do transporte público com ampla vantagem, seguida por algumas capitais do Centro-Oeste e Nordeste.

A transição vem sendo acelerada por legislações locais e iniciativas federais, como o PAC Cidades, que oferece financiamento e incentiva a produção nacional de tecnologias limpas. Ainda assim, a expansão é desigual, com entraves de financiamento, infraestrutura e planejamento em diversas regiões.

Municípios que emplacaram ônibus elétricos no 1º semestre de 2025:

- São Paulo/SP: 275

-  São Bernardo do Campo/SP: 11

- Resende/RJ: 4

- Ribeirão Preto/SP: 4

- Salvador/BA: 3

- Goiânia/GO: 3

- Campinas/SP: 2

- Taboão da Serra/SP: 2

- Cariacica/ES: 1

- Barueri/SP: 1

Capitais com as maiores frotas de ônibus:

- São Paulo (SP): 15.000

- Goiânia (GO): 3.000

- Brasília (DF): 2.967

- Belo Horizonte (MG): 2.874

- Recife (PE): 2.800

Fabricantes de ônibus

Atualmente, 10 fabricantes atuam nesse segmento no Brasil: Ankai, BYD, Eletra, Higer, Induscar, Yutong, Mercedes-Benz, Marcopolo, Volvo e VW Truck & Bus, com um portfólio de 28 modelos diferentes. No primeiro semestre de 2025, sete fabricantes foram responsáveis pela comercialização dos 306 ônibus elétricos no país. O destaque fica para a Eletra e BYD que são responsáveis por 65,3% das vendas do período, sendo 34,3% e 31%, respectivamente.

Vendas por fabricantes no 1º semestre de 2025:

- Eletra: 105 (34,3%)

- BYD: 95 (31,0%)

- Mercedez Benz: 70 (22,8%)

- Induscar: 15 (4,9%)

- Higer: 11 (3,6%)

- Ankai: 6 (1,9%)

- VW Truck & Bus: 4 (1,3%)

Os números do primeiro semestre indicam que alguns fabricantes tradicionais do setor de ônibus, como Marcopolo e Volvo, não registraram vendas de modelos elétricos no país. Essa ausência não sinaliza necessariamente um desinteresse ou recuo das empresas no segmento de eletromobilidade. Ela pode ser explicada pela própria dinâmica mais complexa do mercado de ônibus elétricos, que envolve processos de licitação pública.

A comercialização desse tipo de veículo costuma ocorrer em lotes maiores, vinculados a contratos firmados com prefeituras e operadores de transporte coletivo, o que pode resultar em períodos mais longos de ausência de entregas. A Marcopolo, por exemplo, entregou em julho (portanto, fora do primeiro semestre) 95 ônibus a uma operadora da cidade de São Paulo. (pv-magazine-brasil)

Itaipu concluirá em setembro/25 usina solar de 1 MWp

Itaipu deve concluir em setembro usina solar de 1 MWp em seu reservatório.

Energia fotovoltaica será usada para abastecer o consumo próprio da hidrelétrica de 14 GW. Mas uma possível expansão do projeto no futuro — ocupando 10% do reservatório seria possível adicionar 14 GW de solar — pode representar um novo negócio para a Itaipu Binacional no futuro.
A Itaipu Binacional pretende concluir ainda em 2025 a instalação de um projeto-piloto para gerar energia solar a partir de 1,5 mil painéis fotovoltaicos no leito do reservatório do Rio Paraná, que abastece as turbinas da hidrelétrica. A construção está 60% pronta e 85% dos equipamentos já foram comprados. De acordo com o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Enio Verri, o projeto deve ser entregue em setembro/25.

O investimento é de US$ 854,5 mil (cerca de R$ 4,7 milhões). As obras são realizadas pelo consórcio binacional vencedor de licitação formado pelas empresas Sunlution, brasileira, e Luxacril, paraguaia.

Itaipu aposta em energias renováveis e quer dobrar sua capacidade produtiva.

Hidrelétrica é responsável por 9% da energia elétrica do País e busca implementar em setembro/25 projeto-piloto de energia solar.

Com os painéis solares em funcionamento, Itaipu espera gerar 1 megawatt-pico (MWp). Essa energia é equivalente ao consumo de 650 casas e será utilizada para consumo próprio da usina.

O superintendente da Assessoria de Energias Renováveis da Itaipu, Rogério Meneghetti, estima que, se no futuro Itaipu conseguir cobrir 10% do reservatório com placas solares, será possível instalar 14.000 MW, o que significa dobrar a capacidade atual da empresa, que deixaria de ser apenas uma hidrelétrica.

Itaipu aposta em inúmeras e variadas energias renováveis, com o objetivo de assim querer dobrar a sua capacidade de produção de energia.

“A ideia é que no futuro isso possa ser um novo negócio para a instituição”, diz. “A gente sabe que tem um potencial gigante no nosso reservatório. Mas não são todas as áreas que podem ser utilizadas”, explica, acrescentando que haverá estudos de impactos ambientais e na navegação. (pv-magazine-brasil)

domingo, 24 de agosto de 2025

EDP inaugura usina fotovoltaica em Hospital da Polícia Militar em ES

EDP inaugura usina fotovoltaica de 483 kWp no Hospital da Polícia Militar do Espírito Santo. Com investimento de mais de R$ 2,1 milhões, a planta conta com 840 módulos e capacidade de geração suficiente para produzir 694 MWh/ano.

Com investimento de mais de R$ 2,1 milhões, a planta conta com 840 módulos e capacidade de geração suficiente para produzir 694 MWh/ano. A distribuidora também modernizou o sistema de iluminação e juntos, os projetos economizarão de mais de R$ 490 mil anuais nas despesas do hospital com energia elétrica.
A EDP, distribuidora de energia elétrica do Espírito Santo, entregou a modernização do sistema de iluminação do Hospital da Polícia Militar (HPM). Com um investimento de mais de R$ 2,1 milhões, o projeto, que foi contemplado na Chamada Púbica de Eficiência Energética da Companhia, inclui a instalação de uma usina fotovoltaica e a substituição de parte do sistema de iluminação do hospital pela tecnologia.

Todas as soluções executadas junto ao hospital proporcionarão uma economia de 749 MWh/ano, equivalente à demanda de 312 residências com consumo médio de 200 kWh/mês ao longo de um ano. Em valor, o projeto representará uma redução de mais de R$ 490 mil anuais nas despesas do hospital com energia elétrica, permitindo que esse montante seja redirecionado para melhorias no atendimento à população.

A usina solar instalada é composta por 840 módulos fotovoltaicos, com capacidade de geração de 483 kWp, suficiente para produzir 694 MWh/ano. Esse volume de energia seria capaz de abastecer 289 residências com consumo médio de 200 kWh/mês.

Outra ação realizada pelo projeto foi a substituição do sistema de iluminação, com a modernização de 772 equipamentos com a tecnologia LED. A substituição não só traz um retorno financeiro positivo, mas também contribui para a redução do impacto ambiental, uma vez que os LEDs são reconhecidos pelo baixo consumo de energia, alto desempenho e longa vida útil.

“Com esse projeto, não apenas geramos economia para a instituição, mas também contribuímos para um futuro mais sustentável, com menos impacto ambiental. A EDP segue investindo em soluções que beneficiem a sociedade, promovendo inovação e eficiência para todas as instituições do Espírito Santo”, afirma o diretor da EDP, Edson Barbosa.

O Programa de Eficiência Energética da EDP, regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), leva tecnologia e eficiência para diversas instituições do Estado, sejam elas municipais, estaduais ou federais. Todos os projetos passam por um rigoroso processo de medição e verificação para garantir a entrega de resultados eficientes para a sociedade. (pv-magazine-brasil)

Energia solar no Senac em Vitória/ES

Usina solar de 364,55 kWp do Senac Espírito Santo entra operação.
Senac Espírito Santo inaugurou uma usina solar fotovoltaica com capacidade de 364,55 kWp, que já está em operação. A usina, localizada no campus de Vitória, visa reduzir significativamente o consumo de energia elétrica do local, com a expectativa de gerar até 80% de economia, segundo o Senac-ES.

A usina faz parte de um projeto de sustentabilidade do Senac e representa um investimento em energias renováveis, além de contribuir para a redução do impacto ambiental. A instalação da usina demonstra o compromisso do Senac com a inovação e a busca por soluções mais eficientes e sustentáveis para suas atividades.

Detalhes Adicionais:

Capacidade: 364,55 kWp.

Localização: Campus do Senac em Vitória, Espírito Santo.

Objetivo: Reduzir o consumo de energia elétrica e gerar economia.

Economia esperada: Até 80%.

Projeto: Parte de uma iniciativa de sustentabilidade do Senac.

O sistema conta com 634 módulos solares instalados, uma capacidade capaz de gerar, em média, mais de 40 mil kWh por mês, um volume de energia representa uma redução de aproximadamente 80% no consumo de energia elétrica da unidade da instituição em Vitória, capital do estado.

O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) do Espírito Santo, inaugurou um sistema de geração de energia solar com potência de 364,55 kWp na unidade de Vitória e passou a produzir sua própria energia elétrica por meio da instalação de 634 módulos solares. Essa capacidade significa gerar, em média, mais de 40 mil kWh por mês — o suficiente para reduzir aproximadamente 80% do consumo de energia elétrica da unidade.

Além da economia significativa, a iniciativa fortalece o compromisso institucional com práticas sustentáveis e com os princípios do programa ECOS, voltado à responsabilidade socioambiental. A adoção da tecnologia fotovoltaica também contribui diretamente para a redução da emissão de gases de efeito estufa e para a diminuição da dependência de fontes de energia não renováveis, alinhando-se às diretrizes globais de combate às mudanças climáticas.

“Ao reduzirmos consideravelmente o nosso consumo de energia elétrica convencional, contribuímos diretamente para a diminuição da emissão de gases de efeito estufa e para um futuro mais sustentável para todos. Além disso, ao gerar nossa própria energia, conseguimos reduzir custos operacionais e realocar recursos para onde mais importa: a qualificação profissional. É uma escolha estratégica que une eficiência, inovação e responsabilidade social”, afirmou o diretor regional do Senac-ES, Richardson Schmittel.

Certificação LEED no Senac Serra

Inaugurada em agosto de 2021, a Unidade de Educação Profissional do Senac, localizada no bairro Portal de Jacaraípe, na Serra, tornou-se a primeira edificação do Estado a receber a Certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) no nível Platinum, o mais alto concedido pelo selo internacional. O projeto atingiu a pontuação máxima em critérios como otimização do desempenho energético e redução do consumo de água, dois pilares fundamentais da construção civil sustentável.

A certificação LEED é um dos principais selos ambientais do mundo, concedido a construções que atendem a rigorosos padrões de eficiência energética, uso racional de recursos e impacto ambiental reduzido. No Brasil, são 1.776 projetos registrados e 786 certificados com o selo LEED, mas apenas 72 construções conquistaram o nível Platinum, o mais exigente da categoria. (pv-magazine-brasil)

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Energia solar fica 3% mais barata no 2º trimestre

Energia solar fica 3% mais barata no 2º trimestre e a região Centro-Oeste segue com o menor custo.

O custo da energia solar residencial caiu no Brasil. Segundo levantamento da Solfácil, os preços recuaram 3% no 2º trimestre de 2025, com destaque para o Acre, Alagoas e Amazonas, que lideram o ranking dos estados mais baratos.

Indicador da Solfácil aponta que no 2º trimestre do ano o preço médio ficou em R$ 2,51 por Wp (Watt-pico). Entre os 26 estados e o Distrito Federal, Acre, Alagoas e Amazonas foram os que ofereceram os preços mais baixos para instalações residenciais.
O preço médio da energia solar residencial no Brasil caiu 3% no 2º trimestre de 2025, segundo levantamento do Radar, indicador trimestral desenvolvido pela Solfácil, ecossistema em soluções solares, para acompanhar a variação de preços no setor.

No período, o preço médio nacional por Watt-pico (R$/Wp), unidade que indica o custo da potência instalada, ficou em R$ 2,51. A redução foi registrada em quase todas as faixas de potência analisadas

Mesmo com o aumento no preço dos equipamentos, devido à nova taxa de exportação sobre painéis solares na China, a energia solar ficou mais barata para o consumidor. Isso aconteceu porque os integradores apertaram suas margens de lucro para manter os preços competitivos. Além disso, houve uma queda no preço do polissilício, principal matéria-prima usada na fabricação das placas solares, o que ajudou a compensar os aumentos e reduziu o valor final do sistema.

Essa queda beneficia quem quer gerar sua própria energia, mas pressiona o lucro das empresas instaladoras. O estudo analisou pedidos de financiamento para sistemas residenciais entre abril e junho/2025.

Região Centro-Oeste segue como a mais barata do país para a GD

A região Centro-Oeste segue com o menor custo para quem quer instalar energia solar, com preço médio de R$ 2,40/Wp. O Nordeste aparece em seguida, com R$ 2,45/Wp, e se destaca pelo alto potencial de geração solar. O Sul registrou média de R$ 2,50/Wp, enquanto o Sudeste teve alta de 1% no trimestre e fechou em R$ 2,52/Wp. Já o Norte continua sendo a região mais cara do país, com média de R$ 2,68/Wp, puxada principalmente pelos preços no Pará.

“Os preços continuam abaixo dos níveis de 12 meses atrás. No Brasil, os sistemas fotovoltaicos são extremamente acessíveis, com payback inferior a três anos. Nenhum outro mercado no mundo oferece um retorno tão rápido”, afirma o CEO e fundador da Solfácil, Fabio Carrara.

10 estados mais baratos para investir em energia solar residencial

Entre os 26 estados e o Distrito Federal, o estudo mostra que dez unidades da federação se destacam por oferecer os preços mais baixos para quem quer instalar energia solar em casa. Veja o ranking:

1. Acre – R$ 2,24/Wp

2. Alagoas – R$ 2,27/Wp

3. Amazonas – R$ 2,31/Wp

4. Goiás – R$ 2,34/Wp

5. Roraima – R$ 2,36/Wp

6. Piauí – R$ 2,36/Wp

7. Pará– R$ 2,37/Wp

8. Ceará– R$ 2,40/Wp

9. Maranhão– R$ 2,42/Wp

10. Distrito Federal – R$ 2,43/Wp

Queda nos preços reflete forte concorrência entre integradores e desafios para repassar aumento nos custos, indica a empresa. (pv-magazine-brasil)

Solar flutuante pode atingir 25 GW

 Solar flutuante pode atingir 25 GW em UHEs no Brasil.

A conjugação de painéis fotovoltaicos em grandes reservatórios hidroelétricos pode atingir até 25 GW entre 28 usinas no Brasil. A análise do potencial consta no cenário de sensibilidade em um novo estudo da PSR sobre as perspectivas econômicas para a tecnologia no país.

Brasil tem potencial viável de até 24 GW de usinas solares flutuantes, diz PSR

País já tem alguns projetos de solar flutuante em pequena escala, com até 10 MW de potência.

Vista aérea da usina solar do Grupo Delta Energia em Três Lagoas/MS.

O Brasil tem um potencial economicamente viável para instalar até 24 GW de usinas solares flutuantes na superfície de reservatórios de hidrelétricas, aproveitando sinergias entre as fontes para ampliar e otimizar a capacidade do parque gerador nacional, apontou um estudo da consultoria PSR.

Segundo o trabalho, o potencial teórico do solar flutuante no Brasil é muito maior, podendo compreender até 3.800 GW, dada a vastidão dos lagos das hidrelétricas, que se espalham por milhares de km² e abastecem a principal fonte de geração de energia do país.

Apesar disso, algumas limitações técnicas, como disponibilidade de radiação solar e capacidade das subestações de energia ligadas às hidrelétricas, restringem esse potencial das solares flutuantes.

Pelos cálculos da PSR, considerando limitações e condições econômicas para os projetos, o Brasil poderia agregar entre 17 GW e 24 GW desses sistemas à matriz.

O país já tem alguns projetos de solar flutuante em pequena escala, com até 10 MW de potência, em usinas de grandes empresas, como Eletrobrás, Cemig, EMAE e Auren.

A tecnologia apresenta possibilidade de crescimento tanto na modalidade de geração centralizada, em usinas de grande porte, como na geração distribuída, sistemas solares pequenos que atendem remotamente consumidores principalmente da baixa tensão, como residências.

A PSR ressaltou que a criação desses empreendimentos híbridos representaria uma forma de o Brasil ampliar a capacidade de geração renovável e maximizar o uso da infraestrutura elétrica, além de capturar benefícios adicionais, inclusive ambientais.

Os sistemas flutuantes podem, por exemplo, reduzir a evaporação da água entre 30% e 50%, dependendo da área coberta do reservatório, apontou a consultoria. Isso contribuiria com a conservação de água para a geração hidrelétrica, ainda que o ganho direto de produção de eletricidade com a água economizada seja modesto.

O estudo calculou o custo nivelado de energia (LCOE, na sigla em inglês) de um sistema solar flutuante em R$374 por megawatt-hora (MWh), ainda superior ao de um sistema solar terrestre (R$343/MWh), principalmente devido ao maior valor de investimento inicial.

No entanto, fatores operacionais e ambientais podem compensar essa diferença, especialmente em locais com restrições de uso do solo, de acordo com a PSR.

Em 2022 a EDP inaugurou até então a sua maior usina solar flutuante

“A integração entre hidrelétricas e sistemas solares flutuantes ou próximas de reservatórios é uma opção estratégica para o Brasil avançar na transição energética com eficiência e sustentabilidade”, afirmou Rafael Kelman, diretor executivo da PSR, em nota. (infomoney)

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Sombreamento agrivoltaico X campos de sol pleno

Sistemas agrivoltaicos, que combinam agricultura e geração de energia solar, oferecem vantagens como redução de emissões e uso otimizado do solo, mas podem sofrer perdas de eficiência devido ao sombreamento dos painéis solares. Já os campos de sol pleno, com painéis expostos à luz solar direta, podem ter maior produção de energia, mas podem não oferecer os benefícios adicionais da agricultura.
Agrivoltaico: muitas vantagens a serem aproveitadas pelo mundo agrícola

Maior rendimento da terra, economia e utilização mais eficiente dos recursos, possibilidade de dar nova vida a terrenos abandonados: são muitas as vantagens, para o mundo agrícola, da sinergia entre a agricultura e os sistemas fotovoltaicos no terreno.

Sombreamento Agrivoltaico:

Vantagens:

Redução de emissões de gases de efeito estufa no setor agrícola.

Uso otimizado do solo, com benefícios para a biodiversidade.

Proteção de culturas em regiões quentes, reduzindo a temperatura e a evaporação.

Potencial para autoconsumo fotovoltaico, com necessidade energética da exploração atendida pela energia gerada.

Geração de receita adicional para os agricultores.

Desvantagens:

Perdas de eficiência na geração de energia devido ao sombreamento dos painéis.

O sombreamento pode reduzir a corrente elétrica e a produção de energia de todo o sistema fotovoltaico.

Possibilidade de formação de "hotspots" em células sombreadas, causando danos permanentes.

Campos de Sol Pleno:

Vantagens:

Potencial para maior produção de energia solar devido à exposição direta à luz solar.

Menor risco de sombreamento e seus efeitos negativos na geração de energia.

Desvantagens:

Menos vantagens para a agricultura, como proteção de culturas e uso otimizado do solo.

Menor potencial para autoconsumo e geração de receita adicional para os agricultores.

Considerações adicionais:

A escolha entre sistemas agrivoltaicos e campos de sol pleno depende das necessidades e prioridades de cada projeto, como a produção de energia, a agricultura e a sustentabilidade.

Estudos têm demonstrado que a variabilidade climática pode afetar a produção agrícola em sistemas agrivoltaicos, destacando a importância de estudos a longo prazo.

O sombreamento em sistemas fotovoltaicos pode ser mitigado com o uso de tecnologias como diodos de bypass e otimização do projeto.

Um estudo conduzido no mais antigo local de pesquisa agrovoltaica dos Estados Unidos descobriu que a variabilidade climática ano a ano afeta a produção agrícola agrovoltaica, enfatizando a importância da realização de estudos ao longo de vários anos.

Os cultivos a pleno sol em comparação com os agrovoltaicos rendem diferentes produções agrícolas, dependendo do clima e demonstram a necessidade de garantir estudos controlados de vários anos à medida que o segmento continua a amadurecer, é o que afirma uma pesquisa do Laboratório Nacional de Energia Renovável (NREL) e da Universidade de Massachusetts Amherst.

As culturas têm respostas diferentes a várias configurações solares e climas. O estudo examinou o impacto da adição de espaço entre os painéis solares adjacentes em um sistema de inclinação fixa durante três estações de cultivo de verão em Massachusetts. Em vez de cultivar culturas no espaçamento entre as linhas, os pesquisadores se concentraram em cultivar a terra sob as fileiras e barras transversais do painel solar para que pudessem avaliar o desempenho da cultura em uma área mais sombreada e potencialmente subutilizada. Isso os ajudou a avaliar se a terra arável disponível em um sistema agrovoltaico com espaçamento entre os painéis pode ser totalmente utilizada cultivando essa área.

Os pesquisadores procuraram abordar duas questões:

- Como o rendimento das culturas a pleno sol em comparação a cultivos agrovoltaicos varia sob padrões climáticos sazonais diferentes?

- Existe um impacto claro e consistente do espaçamento entre painéis na produção agrícola?

Layout de plantio de culturas, mostrando as quatro culturas cultivadas em fileiras paralelas sob as duas fileiras de painéis fotovoltaicos. A área sob cada réplica de espaçamento entre painéis é subdividida em três bancos de teste para medir os rendimentos.

Imagem: Laboratório Nacional de Energia Renovável (NREL) e da Universidade de Massachusetts Amherst

Os pesquisadores encontraram diferenças “significativas” ano a ano entre os rendimentos das culturas em sistemas agrovoltaicos versus campos de controle. Os campos agrovoltaicos e de sol pleno produziram rendimentos iguais em um ano quente e seco, enquanto os canteiros de controle de sol pleno produziram rendimentos mais vendáveis para todas as quatro safras durante um ano quente e úmido. Para a acelga, o grupo controle solar total durante um dos anos teve uma produtividade maior do que os dos tratamentos agrovoltaicos, tanto para o número de folhas colhidas quanto para a massa fresca por folha. No entanto, nos outros dois anos, os pesquisadores disseram que não encontraram diferença significativa.

A variabilidade nesses resultados agrícolas demonstra a necessidade de mais estudos plurianuais para garantir impactos agrovoltaicos precisos, segundo o estudo.

No entanto, eles também observaram que os agrovoltaicos podem ser usados lado a lado com os rendimentos de pleno sol como proteção contra a variabilidade climática em um único local se a variabilidade climática aumentar com as mudanças climáticas.

“Ter campos agrovoltaicos e de sol pleno disponíveis oferece aos agricultores opções para modificar sua estratégia de cultivo com base em previsões sazonais ou mudanças ao longo do tempo, além da renda adicional e/ou segurança energética do painel fotovoltaico”, disse o estudo.

A pesquisa também descobriu que os diferentes espaçamentos entre painéis impactaram o rendimento das culturas, dependendo do tipo de cultura e do ano climático. A única cultura com uma relação consistente entre o espaçamento entre painéis e o rendimento em todos os três anos foi a couve, que teve uma relação linear significativa entre o espaçamento entre painéis e o número de folhas a serem colhidas por planta. Os pesquisadores também disseram que os impactos do espaçamento entre os painéis variam, dados outros parâmetros-chave do projeto, como a altura da barra transversal ou do tubo de torque e o sistema de estantes, bem como o layout de plantio da cultura.

Taxa de cobertura solo (GCR) para cada espaçamento entre painéis

Espaçamento entre painéis

0,6 m

0,9 m acima nível do mar

1,2 m

1,5 m

GCRIPS (passo de 11 m)

0.2 m

0.17 m

0.16 m

0.14 m

GCRIPS (passo de 5 m)

0.42 m

0.38 m

0.34 m

0.31 m

Os experimentos foram conduzidos na fazenda de Pesquisa de Culturas e Animais da Universidade de Massachusetts, o exemplo mais antigo de agrovoltaica nos Estados Unidos, de acordo com a AgriSolar Clearinghouse. Desde 2016, a matriz tem sido usada para pesquisas agrícolas, incluindo três rodadas de pesquisa do projeto InSpire dos Laboratórios Nacionais de Energia Renovável.

O campo agrovoltaico está crescendo. “Enquanto o campo amadurece, é provável que vejamos mais padronização à medida que os desenvolvedores de energia solar e os agricultores convergem para projetos que sejam econômicos e compatíveis com as operações agrícolas, características que muitas vezes funcionam umas contra as outras”, disse o estudo.

A pesquisa foi financiada pelo projeto InSPIRE por meio do Escritório de Eficiência Energética e Tecnologias de Energia Solar do Departamento de Energia dos EUA e recebeu financiamento de acesso aberto do NREL.
Sistemas agrivoltaicos unem agricultura e painéis solares e são uma oportunidade para a energia cooperativa

A InSpire também realizou recentemente o primeiro censo de pastagem solar, a primeira vez que um esforço amplamente organizado foi dedicado a capturar todo o escopo e escala da pastagem solar nos Estados Unidos.

Uma pesquisa semelhante na Universidade Estadual de Iowa evem examinando como as diferentes alturas e designs dos painéis afetam a produção agrícola. Os resultados preliminares descobriram que a abóbora e os pimentões produziram melhor quando cultivados em torno de painéis solares de inclinação fixa, enquanto os brócolis cresceram melhor na parcela de controle. (pv-magazine-brasil)