As matérias-primas para a produção de biodiesel são: óleos vegetais, gordura animal, óleos e gorduras residuais. Óleos vegetais e gorduras são basicamente compostos de triglicerídeos, ésteres de glicerol e ácidos graxos. O termo moglicerídeo ou diglicerídeo refere-se ao número de ácidos. No óleo de soja, o ácido predominante é o ácido oléico, no óleo de babaçu, o laurídico e no sebo bovino, o ácido esteárico.
Algumas fontes para extração de óleo vegetal que podem ser utilizadas: baga de mamona, polpa do dendê, amêndoa do coco de dendê, amêndoa do coco de babaçu, semente de girassol, amêndoa do coco da praia, caroço de algodão, grão de amendoim, semente de canola, semente de maracujá, polpa de abacate, caroço de oiticica, semente de linhaça, semente de tomate e de nabo forrageiro. Embora algumas plantas nativas apresentem bons resultados em laboratórios, como o pequi, o buriti e a macaúba, sua produção é extrativista e não há plantios comerciais que permitam avaliar com precisão as suas potencialidades. Isso levaria certo tempo, uma vez que a pesquisa agropecuária nacional ainda não desenvolveu pesquisas com foco no domínio dos ciclos botânico e agronômico dessas espécies.
Entre as gorduras animais, destacam-se o sebo bovino, os óleos de peixes, o óleo de mocotó, a banha de porco, entre outros, são exemplos de gordura animal com potencial para produção de biodiesel. Os óleos e gorduras residuais, resultantes de processamento doméstico, comercial e industrial também podem ser utilizados como matéria-prima.
Os óleos de frituras representam um grande potencial de oferta. Um levantamento primário da oferta de óleos residuais de frituras, suscetíveis de serem coletados, revela um potencial de oferta no país superior a 30 mil toneladas por ano.
Algumas possíveis fontes dos óleos e gorduras residuais são: lanchonetes e cozinhas industriais, indústrias onde ocorre a fritura de produtos alimentícios, os esgotos municipais onde a nata sobrenadante é rica em matéria graxa, águas residuais de processos de indústrias alimentícias.
Para produzir a matéria prima necessária para atender a indústria de biodiesel, impõe-se um dramático investimento em PD & I (Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação), de maneira a promover um adensamento energético das espécies oleaginosas.
O cenário pressupõe que, ao final do período, a média de produtividade será de 5 t.ha-1, em oposição aos 600 kg.ha-1 atuais. Evolução ocorrerá, inicialmente, por melhoria nos sistemas de produção, aumento de produtividade e de teor de óleo das oleaginosas atuais. Entretanto, no médio e longo prazo, o incremento ocorrerá por incorporação de novas oleaginosas, mormente palmáceas tropicais, com alta capacidade de produção de óleo por unidade de área. Atendida a premissa de aumento da densidade energética, diminuirá a pressão relativa por incorporação de novas áreas, de maneira que, ao final do período, serão demandados menos de 20 Mha (Figura 02), inclusas as áreas para produção comunitária e autoconsumo.
Algodão
O algodão, que é considerado a mais importante das fibras têxteis, naturais ou artificiais, é também a planta de aproveitamento mais completo e que oferece os mais variados produtos de utilidade.
Babaçu
O babaçu destaca-se entre as palmeiras encontradas em território brasileiro pela peculiaridade, graça e beleza da estrutura que lhe é característica: chegando a atingir entre 10 a 20 metros de altura.
Girassol
O Girassol é uma planta originária das Américas, que foi utilizada como alimento, pelos índios americanos, em mistura com outros vegetais.
Mamona
A facilidade de propagação e de adaptação em diferentes condições climáticas propiciou a mamona ser encontrada ou cultivada nas mais variadas regiões do mundo, como no norte dos Estados Unidos da América e Escócia.
Nabo Forrageiro
O nabo forrageiro é uma planta da família das Crucíferas, muito utilizada para adubação verde no inverno, rotação de culturas e alimentação animal.
Palma
A palma é um cultivo perene. Começa a produzir frutos a partir de 3 anos, depois de semeada, tem uma vida econômica entre 20 a 30 anos.
Pinhão Manso
Cultura existente de forma espontânea em áreas de solos pouco férteis e de clima desfavorável a maioria das culturas alimentares tradicionais, o pinhão manso pode ser considerado uma das mais promissoras oleaginosas do sudeste, centro-oeste e nordeste do Brasil.
Soja
A soja liderou a implantação de uma nova civilização no Brasil central, levando o progresso e o desenvolvimento para a região despovoada e desvalorizada, fazendo brotar cidades no Cerrado.
Tungue
O tungue é nativo da Ásia, onde é cultivado predominantemente na China. "Tung" significa na língua chinesa "coração", nome inspirado no formato das folhas dessas plantas.
O entendimento vem com o nível cultural e intelectual de cada pessoa. Aprendizagem, conhecimento e sabedoria surgem da necessidade, da vontade e da perseverança em agregar novos valores aos já existentes.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Matéria prima para biodiesel
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
O Que é Biodiesel?
O biodiesel é um combustível para ser utilizado nos carros ou caminhões, feito a partir das plantas (óleos vegetais) ou de animais (gordura animal).
Atualmente o biodiesel vendido nos postos pelo Brasil possui 2% de biodiesel e 98% de diesel (B2). O biodiesel só pode ser usado em motores a diesel, portanto este combustível é um substituto do diesel.
Para se produzir biodiesel, o óleo retirado das plantas é misturado com álcool (ou metanol) e depois estimulado por um catalisador. O catalisador é um produto usado para provocar uma reação química entre o óleo e o álcool. Depois o óleo é separado da glicerina (usada na fabricação de sabonetes) e filtrado.
Existem muitas espécies vegetais no Brasil que podem ser usadas na produção do biodiesel, como o óleo de girassol, de amendoim, de mamona, de soja, entre outros.
A mistura entre o biodiesel e o diesel mineral é conhecida pela letra B mais o número que corresponde a quantidade de biodiesel misturado. Se uma mistura tem 5% de biodiesel, é chamada B5, se tem 20%, é B20. Hoje nos postos em todo o Brasil é vendido o biodiesel B2.
A utilização do biodiesel puro ainda está sendo testada, se for usado só biodiesel (100%) sem misturar com o diesel mineral, vai se chamar B100.
Definição Geral:
Combustível natural usado em motores diesel, produzido através de fontes renováveis, que atende as especificações da ANP.
Definição Geral estendida:
Combustível renovável derivado de óleos vegetais, como girassol, mamona, soja, babaçu e demais oleaginosas, ou de gorduras animais, usado em motores a diesel, em qualquer concentração de mistura com o diesel. Produzido através de um processo químico que remove a glicerina do óleo.
Definição Técnica:
Combustível composto de mono-alquilésteres de ácidos graxos, derivado de óleos vegetais ou de gorduras animais e designado B100.
Definição da legislação brasileira:
Biocombustível derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão interna com ignição por compressão ou, conforme regulamento para geração de outro tipo de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil.
Biodiesel é o nome de um combustível alternativo de queima limpa, produzido de recursos domésticos, renováveis. O Biodiesel não tem petróleo, mas pode ser adicionado a ele formando uma mistura. Pode ser usado em um motor de ignição a compressão (diesel) sem necessidade de modificação. O Biodiesel é simples de ser usado, biodegradável, não tóxico e essencialmente livre de compostos sulfurados e aromáticos.
O Biodiesel é fabricado através de um processo químico chamado transesterificação onde a glicerina é separada da gordura ou do óleo vegetal. O processo gera dois produtos, ésteres (o nome químico do biodiesel) e glicerina (produto valorizado no mercado de sabões).
O biodiesel de qualidade deve ser produzido seguindo especificações industriais restritas, a nível internacional tem-se a ASTM D6751. Nos EUA, o biodiesel é o único combustível alternativo a obter completa aprovação no Clean Air Act de 1990 e autorizado pela Agência Ambiental Americana (EPA) para venda e distribuição. Os óleos vegetais puros não estão autorizados a serem utilizados como óleo combustível.
O biodiesel pode ser usado puro ou em mistura com o óleo diesel em qualquer proporção. Tem aplicação singular quando em mistura com o óleo diesel de ultra baixo teor de enxofre, porque confere a este, melhores características de lubricidade. É visto como uma alternativa excelente o uso dos ésteres em adição de 5 a 8% para reconstituir essa lubricidade.
Mundialmente passou-se a adotar uma nomenclatura bastante apropriada para identificar a concentração do Biodiesel na mistura. É o Biodiesel BXX, onde XX é a percentagem em volume do Biodiesel à mistura. Por exemplo, o B2, B5, B20 e B100 são combustíveis com uma concentração de 2%, 5%, 20% e 100% de Biodiesel, respectivamente.
A experiência de utilização do biodiesel no mercado de combustíveis tem se dado em quatro níveis de concentração:
Puro (B100); Misturas (B20 – B30); Aditivo (B5); Aditivo de lubricidade (B2)
As misturas em proporções volumétricas entre 5% e 20% são as mais usuais, sendo que para a mistura B5, não é necessário nenhuma adaptação dos motores.
O biodiesel é perfeitamente miscível e físico quimicamente semelhante ao óleo diesel mineral, podendo ser usado em motores do ciclo diesel sem a necessidade de significantes ou onerosas adaptações.
Por ser biodegradável, não-tóxico e praticamente livre de enxofre e aromáticos, é considerado um combustível ecológico.
Como se trata de uma energia limpa, não poluente, o seu uso num motor diesel convencional resulta, quando comparado com a queima do diesel mineral, numa redução substancial de monóxido de carbono e de hidrocarbonetos não queimados.
A molécula de óleo vegetal é formada por três ésteres ligados a uma molécula de glicerina, o que faz dele um triglicídio.
O processo para a transformação do óleo vegetal em biodiesel chama-se TRANSESTERIFICAÇÃO.
Transesterificação nada mais é do que a separação da glicerina do óleo vegetal. Cerca de 20% de uma molécula de óleo vegetal é formada por glicerina. A glicerina torna o óleo mais denso e viscoso. Durante o processo de transesterificação, a glicerina é removida do óleo vegetal, deixando o óleo mais fino e reduzindo a viscosidade.
Atualmente o biodiesel vendido nos postos pelo Brasil possui 2% de biodiesel e 98% de diesel (B2). O biodiesel só pode ser usado em motores a diesel, portanto este combustível é um substituto do diesel.
Para se produzir biodiesel, o óleo retirado das plantas é misturado com álcool (ou metanol) e depois estimulado por um catalisador. O catalisador é um produto usado para provocar uma reação química entre o óleo e o álcool. Depois o óleo é separado da glicerina (usada na fabricação de sabonetes) e filtrado.
Existem muitas espécies vegetais no Brasil que podem ser usadas na produção do biodiesel, como o óleo de girassol, de amendoim, de mamona, de soja, entre outros.
A mistura entre o biodiesel e o diesel mineral é conhecida pela letra B mais o número que corresponde a quantidade de biodiesel misturado. Se uma mistura tem 5% de biodiesel, é chamada B5, se tem 20%, é B20. Hoje nos postos em todo o Brasil é vendido o biodiesel B2.
A utilização do biodiesel puro ainda está sendo testada, se for usado só biodiesel (100%) sem misturar com o diesel mineral, vai se chamar B100.
Definição Geral:
Combustível natural usado em motores diesel, produzido através de fontes renováveis, que atende as especificações da ANP.
Definição Geral estendida:
Combustível renovável derivado de óleos vegetais, como girassol, mamona, soja, babaçu e demais oleaginosas, ou de gorduras animais, usado em motores a diesel, em qualquer concentração de mistura com o diesel. Produzido através de um processo químico que remove a glicerina do óleo.
Definição Técnica:
Combustível composto de mono-alquilésteres de ácidos graxos, derivado de óleos vegetais ou de gorduras animais e designado B100.
Definição da legislação brasileira:
Biocombustível derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão interna com ignição por compressão ou, conforme regulamento para geração de outro tipo de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil.
Biodiesel é o nome de um combustível alternativo de queima limpa, produzido de recursos domésticos, renováveis. O Biodiesel não tem petróleo, mas pode ser adicionado a ele formando uma mistura. Pode ser usado em um motor de ignição a compressão (diesel) sem necessidade de modificação. O Biodiesel é simples de ser usado, biodegradável, não tóxico e essencialmente livre de compostos sulfurados e aromáticos.
O Biodiesel é fabricado através de um processo químico chamado transesterificação onde a glicerina é separada da gordura ou do óleo vegetal. O processo gera dois produtos, ésteres (o nome químico do biodiesel) e glicerina (produto valorizado no mercado de sabões).
O biodiesel de qualidade deve ser produzido seguindo especificações industriais restritas, a nível internacional tem-se a ASTM D6751. Nos EUA, o biodiesel é o único combustível alternativo a obter completa aprovação no Clean Air Act de 1990 e autorizado pela Agência Ambiental Americana (EPA) para venda e distribuição. Os óleos vegetais puros não estão autorizados a serem utilizados como óleo combustível.
O biodiesel pode ser usado puro ou em mistura com o óleo diesel em qualquer proporção. Tem aplicação singular quando em mistura com o óleo diesel de ultra baixo teor de enxofre, porque confere a este, melhores características de lubricidade. É visto como uma alternativa excelente o uso dos ésteres em adição de 5 a 8% para reconstituir essa lubricidade.
Mundialmente passou-se a adotar uma nomenclatura bastante apropriada para identificar a concentração do Biodiesel na mistura. É o Biodiesel BXX, onde XX é a percentagem em volume do Biodiesel à mistura. Por exemplo, o B2, B5, B20 e B100 são combustíveis com uma concentração de 2%, 5%, 20% e 100% de Biodiesel, respectivamente.
A experiência de utilização do biodiesel no mercado de combustíveis tem se dado em quatro níveis de concentração:
Puro (B100); Misturas (B20 – B30); Aditivo (B5); Aditivo de lubricidade (B2)
As misturas em proporções volumétricas entre 5% e 20% são as mais usuais, sendo que para a mistura B5, não é necessário nenhuma adaptação dos motores.
O biodiesel é perfeitamente miscível e físico quimicamente semelhante ao óleo diesel mineral, podendo ser usado em motores do ciclo diesel sem a necessidade de significantes ou onerosas adaptações.
Por ser biodegradável, não-tóxico e praticamente livre de enxofre e aromáticos, é considerado um combustível ecológico.
Como se trata de uma energia limpa, não poluente, o seu uso num motor diesel convencional resulta, quando comparado com a queima do diesel mineral, numa redução substancial de monóxido de carbono e de hidrocarbonetos não queimados.
A molécula de óleo vegetal é formada por três ésteres ligados a uma molécula de glicerina, o que faz dele um triglicídio.
O processo para a transformação do óleo vegetal em biodiesel chama-se TRANSESTERIFICAÇÃO.
Transesterificação nada mais é do que a separação da glicerina do óleo vegetal. Cerca de 20% de uma molécula de óleo vegetal é formada por glicerina. A glicerina torna o óleo mais denso e viscoso. Durante o processo de transesterificação, a glicerina é removida do óleo vegetal, deixando o óleo mais fino e reduzindo a viscosidade.
sábado, 24 de janeiro de 2009
Questões fundamentais do bio diesel e comparações
Óleo vegetal é energia solar acumulada bioquimicamente na densidade máxima. A cada semente a natureza conferiu uma porção de óleo vegetal. Propicia ao grão uma chance de formar raiz e broto sob as mais diversas condições ambientais e independentes de luz e nutrientes.
Comparando com matérias biológicas sólidas (madeira, palha) e com o biogás, o óleo vegetal representa a forma mais densa de energia da fotossíntese. A densidade energética de cerca 9,2 kWh por litro ele se situa com precisão entre a gasolina (8,6) e o diesel (9,8).
Ao contrário da gasolina e do diesel, o óleo vegetal é regenerativo, neutro quanto à emissão de CO2, livre de enxofre, metais pesados e radioatividade. Formado por carbono, hidrogênio e um pouco de Oxigênio.
Os óleos vegetais são obtidos pelo esmagamento dos grãos e pela prensagem a frio, os materiais suspensos são separados do óleo natural pela sedimentação ou pela filtragem.
O biodiesel é obtido da matéria prima “óleo vegetal” mediante adição de uma solução alcalina pela esterificação com metanol e, para ser produzido, demanda cinco passos industriais intermediários adicionais, dispendiosos de energia e custos.
Na Alemanha a produção e comercialização de biodiesel foram subvencionadas, existe uma rede de postos de abastecimento de biodiesel e mais de 12 prensas de óleo e usinas de produção de biodiesel de cunho central com capacidade anual de cerca de 800.000t. O óleo vegetal em forma natural foi pouco considerado como combustível, embora iniciativas privadas tenham demonstrado a excelente utilidade de óleos vegetais em motores especialmente desenvolvidos e há 10 anos em motores a diesel convertidos. A consolidação da tecnologia do óleo vegetal começou há 15 anos, e há 5 anos se delineia por causa dos preços relativamente elevados para o combustível diesel. Hoje há mais de 5000 veículos na Alemanha com óleo vegetal em estado natural. A tecnologia do óleo vegetal é apoiada pelo governo em proporções modestas.
A perspectiva motora das características físicas da viscosidade e do ponto de ignição depõem em favor do biodiesel, porque se aproximam consideravelmente mais das propriedades do diesel mineral que os óleos vegetais. As propriedades químicas do biodiesel e dos óleos vegetais precisam ser classificadas como significativamente mais favoráveis em comparação com o diesel, leva a uma emissão menor de gases.
Ao contrário dos óleos vegetais, o biodiesel age como um solvente absorve água e dilui óleos de motor (são necessárias duas vezes mais trocas de óleo e filtros), visível vantagem para óleos vegetais, que possuem propriedades lubrificantes.
Na densidade energética os óleos vegetais e o biodiesel apresentam pouca diferença. As diferenças dizem respeito ao princípio de produção (óleos vegetais- numerosas pequenas usinas de óleo descentralizadas, o biodiesel- poucas usinas centrais de grande porte), ao dispêndio necessário para a produção (3 passos no caso do óleo vegetal, 8 no biodiesel) e ao dispêndio de energia. Para a produção de óleo vegetal são consumidos 15% do teor energético do próprio óleo vegetal, enquanto para o biodiesel se necessitam 36% de seu próprio teor energético.
Transporte e armazenagem de ambos os combustíveis são nitidamente menos problemáticos que no diesel. Contudo no biodiesel há um risco maior que em óleos vegetais: ele se incendeia com mais facilidade e é menos tolerado pelo meio ambiente. O aspecto está ligado à possibilidade menor de decomposição biológica, com o maior risco para o lençol freático, com a toxicidade para humanos e com a maior dificuldade de fechar ciclos de fluxos de matérias.
As tolerâncias ambientais e sociais são favoráveis aos óleos vegetais, a estratégia, a logística, as rotas de transporte, a vulnerabilidade diante de ataques terroristas e a agregação regional de valor depõem inequivocamente em favor de óleos vegetais.
Analisando os custos, resulta o item da adaptação ou conversão dos motores a diesel, nítida vantagem para o biodiesel. Introduzindo a fabricação em série de motores adaptados ao combustível, ocorrerão mais diferenças de preço. A diferença do preço entre biodiesel e óleos vegetais continuará aumentando, a produção de metanol acoplada ao petróleo e ao gás natural, encarecerá com a crescente escassez dessas fontes de energia, porque a “glicerina“, subproduto do biodiesel, registrará uma crescente diminuição de preços pela saturação do mercado mundial.
Comparando com matérias biológicas sólidas (madeira, palha) e com o biogás, o óleo vegetal representa a forma mais densa de energia da fotossíntese. A densidade energética de cerca 9,2 kWh por litro ele se situa com precisão entre a gasolina (8,6) e o diesel (9,8).
Ao contrário da gasolina e do diesel, o óleo vegetal é regenerativo, neutro quanto à emissão de CO2, livre de enxofre, metais pesados e radioatividade. Formado por carbono, hidrogênio e um pouco de Oxigênio.
Os óleos vegetais são obtidos pelo esmagamento dos grãos e pela prensagem a frio, os materiais suspensos são separados do óleo natural pela sedimentação ou pela filtragem.
O biodiesel é obtido da matéria prima “óleo vegetal” mediante adição de uma solução alcalina pela esterificação com metanol e, para ser produzido, demanda cinco passos industriais intermediários adicionais, dispendiosos de energia e custos.
Na Alemanha a produção e comercialização de biodiesel foram subvencionadas, existe uma rede de postos de abastecimento de biodiesel e mais de 12 prensas de óleo e usinas de produção de biodiesel de cunho central com capacidade anual de cerca de 800.000t. O óleo vegetal em forma natural foi pouco considerado como combustível, embora iniciativas privadas tenham demonstrado a excelente utilidade de óleos vegetais em motores especialmente desenvolvidos e há 10 anos em motores a diesel convertidos. A consolidação da tecnologia do óleo vegetal começou há 15 anos, e há 5 anos se delineia por causa dos preços relativamente elevados para o combustível diesel. Hoje há mais de 5000 veículos na Alemanha com óleo vegetal em estado natural. A tecnologia do óleo vegetal é apoiada pelo governo em proporções modestas.
A perspectiva motora das características físicas da viscosidade e do ponto de ignição depõem em favor do biodiesel, porque se aproximam consideravelmente mais das propriedades do diesel mineral que os óleos vegetais. As propriedades químicas do biodiesel e dos óleos vegetais precisam ser classificadas como significativamente mais favoráveis em comparação com o diesel, leva a uma emissão menor de gases.
Ao contrário dos óleos vegetais, o biodiesel age como um solvente absorve água e dilui óleos de motor (são necessárias duas vezes mais trocas de óleo e filtros), visível vantagem para óleos vegetais, que possuem propriedades lubrificantes.
Na densidade energética os óleos vegetais e o biodiesel apresentam pouca diferença. As diferenças dizem respeito ao princípio de produção (óleos vegetais- numerosas pequenas usinas de óleo descentralizadas, o biodiesel- poucas usinas centrais de grande porte), ao dispêndio necessário para a produção (3 passos no caso do óleo vegetal, 8 no biodiesel) e ao dispêndio de energia. Para a produção de óleo vegetal são consumidos 15% do teor energético do próprio óleo vegetal, enquanto para o biodiesel se necessitam 36% de seu próprio teor energético.
Transporte e armazenagem de ambos os combustíveis são nitidamente menos problemáticos que no diesel. Contudo no biodiesel há um risco maior que em óleos vegetais: ele se incendeia com mais facilidade e é menos tolerado pelo meio ambiente. O aspecto está ligado à possibilidade menor de decomposição biológica, com o maior risco para o lençol freático, com a toxicidade para humanos e com a maior dificuldade de fechar ciclos de fluxos de matérias.
As tolerâncias ambientais e sociais são favoráveis aos óleos vegetais, a estratégia, a logística, as rotas de transporte, a vulnerabilidade diante de ataques terroristas e a agregação regional de valor depõem inequivocamente em favor de óleos vegetais.
Analisando os custos, resulta o item da adaptação ou conversão dos motores a diesel, nítida vantagem para o biodiesel. Introduzindo a fabricação em série de motores adaptados ao combustível, ocorrerão mais diferenças de preço. A diferença do preço entre biodiesel e óleos vegetais continuará aumentando, a produção de metanol acoplada ao petróleo e ao gás natural, encarecerá com a crescente escassez dessas fontes de energia, porque a “glicerina“, subproduto do biodiesel, registrará uma crescente diminuição de preços pela saturação do mercado mundial.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
O Biodiesel e a Inclusão Social
No dia 14 de Abril de 2004, os doze Deputados, membros do Conselho de Altos Estudos, indicados pelas lideranças dos seus partidos, deram entrada no Projeto de Lei que recebeu o número PL-3368. Tal projeto, “dispõe sobre a obrigatoriedade da adição de dois a cinco por cento do biodiesel ao óleo diesel mineral, sobre o cultivo de oleaginosas a serem utilizadas na fabricação de biodiesel e sobre sua produção e comercialização”. Concebido sob a visão da inclusão social, garantirá os meios para criação de trabalho e distribuição de renda nas regiões mais pobres do País e contribuirá para a consolidação de uma política de Reforma Agrária consistente.
O programa Biodiesel surge como importante alternativa de criação de trabalho no interior dos Estados. O Conselho que fora reinstalado em Maio de 2003, escolheu como primeira tarefa o tema do Biodiesel, pela expectativa de seu alcance social. Por se tratar de assunto relevante, e urgente quanto ao uso imediato do Biodiesel, o Conselho, decidiu pela elaboração de um Projeto de Lei que regulamentasse a matéria.
A sistemática dos trabalhos do Conselho permitiu que fossem ouvidos engenheiros, professores e, sobretudo, pesquisadores das instituições que há anos vêm investigando a aplicação dos óleos vegetais brasileiro como combustível de motores diesel. A exposição, na Câmara dos Deputados, de trabalhos da Tecbios, Nutec, MCT, Petrobras, USP, Embrapa, Maquigeral, Tecpar, Ecomat, UnB e UFRJ, em Novembro de 2003, e a videoconferência com as Assembléias Legislativas, onde foram apresentadas teses de vários estudiosos, enriqueceram o Relatório Final.
O Brasil foi pioneiro em pesquisas sobre biodiesel com os trabalhos do professor Expedito Parente, da Universidade Federal do Ceará, autor da patente PI-8007957, primeira patente, em termos mundiais, do biodiesel e do querosene vegetal de aviação, mas já de domínio público. Este carburante, apesar da grande solução que pode representar como aditivo no combustível, ainda não passa, no Brasil, de uma auspiciosa promessa. Em países como Alemanha, França e EUA, o biodiesel já é uma realidade.
Também conhecido como diesel vegetal, o Biodiesel é um combustível obtido de fontes renováveis - tais como óleos vegetais e gorduras animais - por intermédio de processos químicos como o da transesterificação ou do craqueamento térmico. Quimicamente é definido como um éster monoalquílico de ácidos graxos de cadeia longa com características físico-químicas semelhantes ao do diesel mineral. Por ser perfeitamente miscível, o Biodiesel pode ser utilizado puro ou misturado em quaisquer proporções, em motores do ciclo diesel sem a necessidade de significativas ou onerosas adaptações.
Por ser biodegradável, não-tóxico e praticamente livre de enxofre e aditivos aromáticos, é considerado um combustível ecológico. Suas emissões são isentas de compostos sulfurados, substâncias tóxicas e cancerígenas, reduzindo em 90% as emissões de fumaça, eliminando praticamente as emissões de óxido de enxofre. Comparado ao óleo diesel derivado de petróleo, o biodiesel puro reduz em até 78% as emissões de gás carbônico; também, possui um índice de cetano maior que o diesel mineral, garantindo uma melhor combustão e, conseqüentemente, a diminuição de poluentes.
Como se trata de uma energia limpa, não-poluente, podendo ser usada pura ou misturada com o diesel mineral em qualquer proporção, o seu uso num motor diesel convencional resulta, quando comparado com a queima do diesel mineral, numa redução substancial de monóxido de carbono e de hidrocarbonetos não queimados. Possui um poder lubrificante maior que o óleo diesel do petróleo, aumentando consideravelmente a vida útil do motor.
Mundialmente foi adotada uma nomenclatura bastante apropriada para identificar a concentração do Biodiesel na mistura. É o Biodiesel BXX, onde XX é a percentagem em volume de adição de Biodiesel à mistura. Por exemplo: B2, B5, B20 e B100, são combustíveis com uma concentração de 2, 5, 20 e 100% de Biodiesel, respectivamente.
Levando-se em conta o potencial agrícola brasileiro e os condicionantes ambientais mundiais, torna-se oportuno discutir a produção de fontes alternativas de energia, ecologicamente sustentáveis. É bom lembrar que esse óleo vegetal, além de proporcionar geração de emprego e renda para as populações pobres do meio rural, é uma fonte de energia alternativa que pode ser obtida de qualquer oleaginosa, como por exemplo, mamona, dendê, babaçu, soja, amendoim, girassol e outras, por meio de processos produtivos de domínio das nossas universidades e de fácil transferência para a população ou setor produtivo. Ao dispor sobre a obrigatoriedade da mistura na proporção de 2 a 5%, a Lei cria de imediato um mercado consumidor estimado em dois bilhões de litros/ano de biodiesel, uma previsão de área para produção de oleaginosas de 2,5 milhões de hectares e uma expectativa de inclusão direta no mercado de trabalho de 500.000 famílias com renda, não inferior a R$ 500,00/mês.
A Lei dispõe, ainda, total isenção de tributos federais na cadeia produtiva a partir de oleaginosas cultivadas por unidades familiares, agrupadas em cooperativas ou associações de pequenos agricultores, que venham produzir até 50.000 litros por dia de biodiesel. Essa renúncia fiscal é tão pequena que está dentro da margem de incerteza da previsão de receitas e despesas do orçamento da União. Se a Câmara dos Deputados votarem em regime de urgência o PL-3368, estará dando um passo decisivo para diminuir o desemprego e aumentar a renda do nosso homem do campo, dando-lhe inclusive sustentação à sua agricultura familiar e ao seu pequeno agronegócio.
A Lei também aponta para uma reserva de mercado para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste para que 50% do óleo a ser misturado provenham dessas regiões, se garantindo, também, financiamento aos pequenos produtores pelos bancos de desenvolvimento.
O projeto prevê também a criação, pelo Banco do Brasil, pelo Banco do Nordeste do Brasil e pelo Banco da Amazônia, de uma linha de crédito específica para o financiamento do plantio e/ou cultivo de oleaginosas em unidades familiares, e de uma linha de crédito, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, para instalação de cooperativas de pequenos agricultores.
O Brasil importa seis bilhões de litros de diesel mineral com evasão de divisas da ordem de 1,5 bilhões de dólares. A Lei garantirá, de imediato, que a Petrobrás substitua 1/3 de sua importação; no entanto, se ela se preparar para substituir o que importa o número de famílias a serem beneficiadas será triplicado. Aos que falam que o biodiesel pode ser mais caro, pergunto: quanto custa ao País a poluição de nossas cidades agredindo o meio ambiente, a qualidade de vida e a saúde da população? Cara é a nossa pobreza, é a esmola que se pratica, é a poluição de nossas cidades, é a violência oriunda da falta de trabalho. Hoje, o que está em jogo é a dignidade da pessoa, o direito ao trabalho e o direito à vida.
O programa Biodiesel surge como importante alternativa de criação de trabalho no interior dos Estados. O Conselho que fora reinstalado em Maio de 2003, escolheu como primeira tarefa o tema do Biodiesel, pela expectativa de seu alcance social. Por se tratar de assunto relevante, e urgente quanto ao uso imediato do Biodiesel, o Conselho, decidiu pela elaboração de um Projeto de Lei que regulamentasse a matéria.
A sistemática dos trabalhos do Conselho permitiu que fossem ouvidos engenheiros, professores e, sobretudo, pesquisadores das instituições que há anos vêm investigando a aplicação dos óleos vegetais brasileiro como combustível de motores diesel. A exposição, na Câmara dos Deputados, de trabalhos da Tecbios, Nutec, MCT, Petrobras, USP, Embrapa, Maquigeral, Tecpar, Ecomat, UnB e UFRJ, em Novembro de 2003, e a videoconferência com as Assembléias Legislativas, onde foram apresentadas teses de vários estudiosos, enriqueceram o Relatório Final.
O Brasil foi pioneiro em pesquisas sobre biodiesel com os trabalhos do professor Expedito Parente, da Universidade Federal do Ceará, autor da patente PI-8007957, primeira patente, em termos mundiais, do biodiesel e do querosene vegetal de aviação, mas já de domínio público. Este carburante, apesar da grande solução que pode representar como aditivo no combustível, ainda não passa, no Brasil, de uma auspiciosa promessa. Em países como Alemanha, França e EUA, o biodiesel já é uma realidade.
Também conhecido como diesel vegetal, o Biodiesel é um combustível obtido de fontes renováveis - tais como óleos vegetais e gorduras animais - por intermédio de processos químicos como o da transesterificação ou do craqueamento térmico. Quimicamente é definido como um éster monoalquílico de ácidos graxos de cadeia longa com características físico-químicas semelhantes ao do diesel mineral. Por ser perfeitamente miscível, o Biodiesel pode ser utilizado puro ou misturado em quaisquer proporções, em motores do ciclo diesel sem a necessidade de significativas ou onerosas adaptações.
Por ser biodegradável, não-tóxico e praticamente livre de enxofre e aditivos aromáticos, é considerado um combustível ecológico. Suas emissões são isentas de compostos sulfurados, substâncias tóxicas e cancerígenas, reduzindo em 90% as emissões de fumaça, eliminando praticamente as emissões de óxido de enxofre. Comparado ao óleo diesel derivado de petróleo, o biodiesel puro reduz em até 78% as emissões de gás carbônico; também, possui um índice de cetano maior que o diesel mineral, garantindo uma melhor combustão e, conseqüentemente, a diminuição de poluentes.
Como se trata de uma energia limpa, não-poluente, podendo ser usada pura ou misturada com o diesel mineral em qualquer proporção, o seu uso num motor diesel convencional resulta, quando comparado com a queima do diesel mineral, numa redução substancial de monóxido de carbono e de hidrocarbonetos não queimados. Possui um poder lubrificante maior que o óleo diesel do petróleo, aumentando consideravelmente a vida útil do motor.
Mundialmente foi adotada uma nomenclatura bastante apropriada para identificar a concentração do Biodiesel na mistura. É o Biodiesel BXX, onde XX é a percentagem em volume de adição de Biodiesel à mistura. Por exemplo: B2, B5, B20 e B100, são combustíveis com uma concentração de 2, 5, 20 e 100% de Biodiesel, respectivamente.
Levando-se em conta o potencial agrícola brasileiro e os condicionantes ambientais mundiais, torna-se oportuno discutir a produção de fontes alternativas de energia, ecologicamente sustentáveis. É bom lembrar que esse óleo vegetal, além de proporcionar geração de emprego e renda para as populações pobres do meio rural, é uma fonte de energia alternativa que pode ser obtida de qualquer oleaginosa, como por exemplo, mamona, dendê, babaçu, soja, amendoim, girassol e outras, por meio de processos produtivos de domínio das nossas universidades e de fácil transferência para a população ou setor produtivo. Ao dispor sobre a obrigatoriedade da mistura na proporção de 2 a 5%, a Lei cria de imediato um mercado consumidor estimado em dois bilhões de litros/ano de biodiesel, uma previsão de área para produção de oleaginosas de 2,5 milhões de hectares e uma expectativa de inclusão direta no mercado de trabalho de 500.000 famílias com renda, não inferior a R$ 500,00/mês.
A Lei dispõe, ainda, total isenção de tributos federais na cadeia produtiva a partir de oleaginosas cultivadas por unidades familiares, agrupadas em cooperativas ou associações de pequenos agricultores, que venham produzir até 50.000 litros por dia de biodiesel. Essa renúncia fiscal é tão pequena que está dentro da margem de incerteza da previsão de receitas e despesas do orçamento da União. Se a Câmara dos Deputados votarem em regime de urgência o PL-3368, estará dando um passo decisivo para diminuir o desemprego e aumentar a renda do nosso homem do campo, dando-lhe inclusive sustentação à sua agricultura familiar e ao seu pequeno agronegócio.
A Lei também aponta para uma reserva de mercado para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste para que 50% do óleo a ser misturado provenham dessas regiões, se garantindo, também, financiamento aos pequenos produtores pelos bancos de desenvolvimento.
O projeto prevê também a criação, pelo Banco do Brasil, pelo Banco do Nordeste do Brasil e pelo Banco da Amazônia, de uma linha de crédito específica para o financiamento do plantio e/ou cultivo de oleaginosas em unidades familiares, e de uma linha de crédito, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, para instalação de cooperativas de pequenos agricultores.
O Brasil importa seis bilhões de litros de diesel mineral com evasão de divisas da ordem de 1,5 bilhões de dólares. A Lei garantirá, de imediato, que a Petrobrás substitua 1/3 de sua importação; no entanto, se ela se preparar para substituir o que importa o número de famílias a serem beneficiadas será triplicado. Aos que falam que o biodiesel pode ser mais caro, pergunto: quanto custa ao País a poluição de nossas cidades agredindo o meio ambiente, a qualidade de vida e a saúde da população? Cara é a nossa pobreza, é a esmola que se pratica, é a poluição de nossas cidades, é a violência oriunda da falta de trabalho. Hoje, o que está em jogo é a dignidade da pessoa, o direito ao trabalho e o direito à vida.
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
No princípio o Diesel usou óleo vegetal
Foi a partir da invenção do motor a diesel, pelo engenheiro francês de origem alemã Rudolph Christian Carl Diesel (1858-1913) no final do século XIX, que se vislumbrou, pela primeira vez, a possibilidade de se usar óleos vegetais como combustível. Foi apenas na primeira década do século passado que o óleo diesel passou a ser produzido à partir do petróleo. A primeira patente de biodiesel feito com óleo de amendoim e metanol foi depositada no Japão na década de 1940, seguida de outras três patentes americanas na década de 1950.
No Brasil, as pesquisas tiveram início nos anos de 1980 com a criação do Programa de Óleos Vegetais (OVEG). O pioneirismo coube, entre outros, ao IME, IPT, CEPLAC - Min. Agricultura, a escola de Engenharia Mecânica de São e à Universidade Federal do Ceará (UFC), responsável pela primeira patente brasileira de um processo de biodiesel. Pesquisadores cearenses produziram o combustível à partir de uma mistura de óleo de mamona e metanol.
O programa brasileiro não vingou nessa época por motivos econômicos. Faltou uma visão estratégica de longo prazo que permitisse a superação das deficiências tecnológicas como foi feito com o programa do álcool (PROALCOOL). Nos anos 90, países da Europa começaram a implantar programas de uso do biodiesel. Atualmente, dois milhões de veículos rodam no continente com esse combustível. Na Alemanha e na Áustria, emprega-se o biodiesel puro, enquanto nos demais países ele é misturado ao diesel na proporção de 5% a 20%. Dentro de três anos (2005) 2% de todo combustível consumido na Europa deve ser proveniente de fontes renováveis. Em 2010, esse percentual subirá para 5,75%. Com isso, existe uma grande possibilidade do Brasil vir a exportar biodiesel. Em função das políticas de incentivo ao uso de combustíveis renováveis, adotadas na Europa, é previsível que haverá um aumento da demanda superior à sua capacidade de produção, enquanto o Brasil é o país com maior potencial de produção. Só no cerrado, temos 90 milhões de hectares para expandir a nossa fronteira agrícola e teremos o biodiesel realmente 100% renovável se empregarmos o álcool de cana ao invés do metanol.
No Brasil, as pesquisas tiveram início nos anos de 1980 com a criação do Programa de Óleos Vegetais (OVEG). O pioneirismo coube, entre outros, ao IME, IPT, CEPLAC - Min. Agricultura, a escola de Engenharia Mecânica de São e à Universidade Federal do Ceará (UFC), responsável pela primeira patente brasileira de um processo de biodiesel. Pesquisadores cearenses produziram o combustível à partir de uma mistura de óleo de mamona e metanol.
O programa brasileiro não vingou nessa época por motivos econômicos. Faltou uma visão estratégica de longo prazo que permitisse a superação das deficiências tecnológicas como foi feito com o programa do álcool (PROALCOOL). Nos anos 90, países da Europa começaram a implantar programas de uso do biodiesel. Atualmente, dois milhões de veículos rodam no continente com esse combustível. Na Alemanha e na Áustria, emprega-se o biodiesel puro, enquanto nos demais países ele é misturado ao diesel na proporção de 5% a 20%. Dentro de três anos (2005) 2% de todo combustível consumido na Europa deve ser proveniente de fontes renováveis. Em 2010, esse percentual subirá para 5,75%. Com isso, existe uma grande possibilidade do Brasil vir a exportar biodiesel. Em função das políticas de incentivo ao uso de combustíveis renováveis, adotadas na Europa, é previsível que haverá um aumento da demanda superior à sua capacidade de produção, enquanto o Brasil é o país com maior potencial de produção. Só no cerrado, temos 90 milhões de hectares para expandir a nossa fronteira agrícola e teremos o biodiesel realmente 100% renovável se empregarmos o álcool de cana ao invés do metanol.
domingo, 18 de janeiro de 2009
Biodiesel no tanque
Biodiesel de etanol desenvolvido no país poderá abastecer comercialmente ônibus e caminhões a partir de 2005
Se tudo correr bem, dentro de dois anos os veículos brasileiros movidos à óleo diesel caminhões, ônibus, tratores e locomotivas - estarão rodando com um percentual de biodiesel no tanque. Esse novo combustível é produzido através da reação química de óleos vegetais com um álcool (metanol ou etanol), sempre na presença de uma substância química chamada catalisador que é fundamental para promover a transformação química. Os óleos vegetais empregados podem ser extraídos da soja, do girassol, do amendoim, de outras sementes oleaginosas, ou ainda de frutos como o Caryocar brasiliense (pequi), a Acrocomia aculeata (macaúba) ou Elaeis guineensis (dendê).
O processo de produção a base de óleos vegetais e álcool metílico, sob aquecimento, são de domínio público. Nos últimos 5 a 10 anos, esse tipo de biodiesel passou a ser comercializado em larga escala na União Européia, onde o óleo de colza (canola) é empregado como matéria prima. Nos Estados Unidos as matérias primas principais são o óleo de soja e o metanol, que é um derivado do gás natural ou do petróleo. No Brasil alguns grupos de pesquisa e pequenos produtores, utilizam o metanol como no processo europeu e americano, porém com óleos de soja, babaçu e outros óleos virgens, além dos óleos de fritura. O uso do metanol, um álcool tóxico, venenoso e de origem fóssil (derivado do petróleo) é uma das grandes desvantagens desse processo.
Uma alternativa interessante seria a utilização do álcool etílico (etanol) obtido da cana-de-açúcar, que é 100% renovável e garante maior segurança na manipulação devido a sua menor toxicidade. Além disso, no Brasil existe uma maior disponibilidade do álcool de cana (maior produtor mundial de etanol), enquanto parte (50% aproximadamente) do metanol consumido no país para outras finalidades é importado. Porém, até o presente, esse álcool não podia ser empregado com eficiência como substituto do metanol, devido à baixa taxa de conversão dos óleos vegetais em biodiesel e também à dificuldade de separação das fases constituídas de biodiesel e do subproduto chamado glicerina. Pesquisas realizadas nos laboratórios da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto permitiram o desenvolvimento de um novo processo e tecnologia capazes de superar essas limitações. Esses pesquisadores também conseguiram reduzir o tempo reacional que anteriormente era de seis horas para apenas 30 minutos.
As vantagens não param por aí, pois esse desenvolvimento tornou o processo tecnicamente viável reduzindo o consumo energético e conseqüentemente os custos operacionais, particularmente porque a transformação ocorre a frio (temperatura ambiente). Algumas dessas vantagens são aplicáveis também para o uso do metanol o que deverá favorecer processos anteriormente estabelecidos. Além do grupo de pesquisa do LADETEL- USP/RP existem outras iniciativas espalhadas por todo o país que estudam e desenvolvem alternativas para substituir o diesel derivado de petróleo. São profissionais que estão focados na obtenção de ganhos ambientais - com a diminuição das emissões de poluentes - e econômicos proporcionados pelo uso do novo combustível.
A frota nacional consome cerca de 37 bilhões de litros de óleo diesel por ano. Em 2005, esse volume subirá para 40 bilhões de litros, conforme projeção da Agência Nacional do Petróleo (ANP). A meta do Programa Brasileiro de Desenvolvimento Tecnológico de Biodiesel (Probiodiesel), do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e mais recentemente do Grupo de Trabalho Interministerial coordenado pela Casa Civil da Presidência da República é montar um amplo plano de produção de biodiesel, com o incentivo ao plantio de diversas oleaginosas. Esse combustível servirá como complemento ao óleo diesel comum e, futuramente, poderá ser usado de forma integral nos motores diesel se houver oferta suficiente. A idéia inicial é acrescentar 5% de biodiesel ao óleo diesel comum - fórmula conhecida como B5, em uma iniciativa similar a que ocorre com a gasolina, que recebe adição em torno de 25% de etanol anidro. Com essa medida, estima-se que o Brasil reduza em 33%, de um total de 6 bilhões de litros, suas importações de diesel, gerando uma economia anual de US$ 350 milhões, além de um grande número de empregos diretos e indiretos. Reforçando a importância dos benefícios que o biodiesel pode trazer para o país, várias comissões do Congresso Nacional têm discutido o assunto, particularmente na Câmara dos Deputados onde atualmente tramitam dois projetos de Lei para a implantação do biodiesel.
Mesmo que o país alcance a auto-suficiência em petróleo nos próximos anos, será preciso continuar importando diesel. O problema é que o óleo extraído das profundezas marítimas da costa brasileira tem qualidade inadequada para a produção do combustível diesel. Na maior parte das jazidas, principalmente, a da Bacia de Campos, o petróleo é do tipo pesado, caracterizado por ainda não ter completado seu ciclo de maturação e por sofrer um processo de biodegradação natural. Ainda deve ser considerado que a capacidade das refinarias brasileiras não acompanha o incremento do consumo de petrodiesel. Além de diminuir a dependência da importação, o biodiesel a base de etanol (álcool de cana) é de grande importância estratégica e poderá facilitar a incorporação desse tipo de combustível na matriz energética do país. Os resultados das pesquisas realizadas demonstram indiscutivelmente que o biodiesel é mais eficiente do que o óleo vegetal in natura porque não causa corrosão no motor, não carboniza os bicos injetores de combustível e melhora a partida do veículo a frio por ser menos denso e fluir melhor nas mangueiras e dutos. O processo de produção de biodiesel já é conhecido há alguns anos, mas era economicamente inviável devido às limitações de ordem técnica, como a baixa taxa de conversão da mistura óleo e etanol em biodiesel. A síntese empregando o metanol com óleos vegetais resulta num aproveitamento da ordem de 98%, enquanto com o etanol chegava a, no máximo, 80%. Outro problema a ser solucionado era a separação da glicerina, um subproduto da reação. O nosso grande desafio foi desenvolver uma metodologia que superasse esses dois obstáculos. Conseguimos o êxito no início deste ano com a finalização de um processo que permite uma transformação acima de 98% e possibilita a separação espontânea da glicerina, além de diminuir o tempo da reação significativamente.
O sucesso do trabalho deveu-se à descoberta de catalisadores eficientes, substâncias que aceleram a reação química. No biodiesel de metanol, o catalisador empregado é o hidróxido de sódio ou de potássio, também conhecido como soda ou potassa cáustica. Para sintetizar o biodiesel de etanol, além do catalisador tradicional o pesquisador adicionou outra substância catalisadora, cujo nome é mantido em segredo porque o processo de obtenção da patente não está concluído. Pode-se dizer que esse catalisador é um hidróxido metálico misto, chamado vulgarmente de argila. O processo de transformação de óleos vegetais e álcool em biodiesel, conhecido como transesterificação, é relativamente simples. O óleo vegetal é misturado ao álcool etílico e aos catalisadores em um reator e sofre agitação por meia hora. Para cada 1.000 litros de óleo são utilizados 200 litros de etanol e de 0,8% a 1% dos agentes catalisadores. Em seguida, a mistura vai para um decantador onde ocorre a separação da glicerina, substância de alto valor agregado, usada por indústrias farmacêuticas, de cosméticos e de explosivos. A separação pode ser mais rápida e eficiente se o processo de centrifugação for utilizado. Uma tonelada de glicerina chega a custar US$ 1,3 mil.
Uma grande vantagem do biodiesel desenvolvido pelo LADETEL é o processo de produção, bem mais rápido do que o de fabricação do biodiesel metílico. Conseguimos fazer a reação em 30 minutos, enquanto o processo tradicional leva seis horas. Com isso, somos doze vezes mais produtivos. Essa síntese vai ficar ainda mais ágil. Conseguiu-se fazer a reação óleo vegetal-etanol usando irradiação eletromagnética. É um processo muito promissor que substitui o segundo catalisador pela irradiação na faixa do ultra-som. A reação pode ser feita de forma contínua em cerca de 10 minutos. Acredita-se que quando esse novo processo, ainda em escala laboratorial, estiver concluído poderá também ser empregado na fabricação de biodiesel na Europa e nos Estados Unidos.
O LADETEL estuda o emprego de enzimas para realizar a produção de biodiesel etílico. Grandes avanços nesta área estão sendo feitos e o emprego da biotecnologia contribui com inúmeras vantagens. A transformação total, eficiente e limpa de óleos vegetais em biodiesel etílico tem sido conseguida com algumas enzimas. Porém, a grande desvantagem do tempo prolongado necessário (até 24h) ainda precisa ser superada.
Vantagens ambientais - Apesar da eficiência do processo de conversão e do aproveitamento da glicerina, o biodiesel brasileiro ainda é mais caro do que o diesel comum. Mas a diferença pode ser facilmente anulada se o governo desonerar o produto de impostos na fase inicial do programa, antes de atingir a produção em grande escala. O novo combustível não acarreta nenhum problema de ordem técnica aos veículos e que não são necessárias modificações no motor para que ele funcione normalmente.
Alternativa é o uso do biodiesel etílico como combustível sem a presença do diesel de petróleo. Ele traz inúmeras vantagens, a começar pelo fato de ser um combustível totalmente nacional e 100% renovável. Há também ganhos ambientais, como a redução da emissão de gases poluentes que causam efeito estufa, fenômeno associado ao aquecimento da temperatura da Terra. O uso do biodiesel na sua forma pura diminui a emissão de dióxido de carbono em 46% e de fumaça preta em 68%. Se for usada a mistura B5, a redução de fumaça preta chega a 13%. O biodiesel puro é isento de enxofre. O óleo diesel contém enxofre gerador de chuva ácida e benzo- a- pireno potencialmente cancerígeno. A vantagem do biodiesel etílico nacional é que ele proporciona uma combustão muito mais limpa, a adoção desse combustível também trará benefícios econômicos.
O Brasil ficará menos dependente do petróleo e haverá um fortalecimento do agronegócio, com geração de empregos e criação de um importante mercado de consumo para óleos vegetais. Afirma-se que uma vantagem do novo combustível é o fato dele poder ser feito à partir do óleo de diversas plantas. São oleaginosas com uma variedade de produtividades e adaptadas a diferentes regiões do país. Assim, a soja produz 400 litros(l) de óleo por hectare (ha), o girassol, 800 l/ha, mamona, 1.200 l/ha, babaçu, 1.600 l/ha, dendê, 5.950 l/ha, pequi, 3.100 l/ha, milho, 160 l/ha, algodão 280 l/ha e macaúba 4000 l/ha. Segundo a Embrapa, o amendoim forrageiro dos cultivares BR-1 e BRS-151 L-7 é resistente ao stress hídrico e adequado para plantio no semi-árido, rende 1.700 Kg do grão por hectare e 750 litros de óleo, sem irrigação, e 4.800 Kg/ha correspondendo a quase 2.100 litros de óleo/ha, no plantio irrigado.
Até o presente temos usado onze variedades de óleos vegetais nos nossos experimentos, como a soja, amendoim, girassol, algodão, milho, canola, mamona, pequi, macaúba, babaçu e dendê, além dos óleos de fritura já usados. Porém, para abastecer as necessidades dos nossos parceiros de pesquisa em escalas maiores, utilizamos o óleo de soja porque é o mais abundante e o Brasil é o segundo maior produtor mundial de óleo de soja, com uma produção anual de 54 milhões de toneladas. Mas, no futuro o plantio de outras oleaginosas deverá ser incentivado e os seus óleos serão empregados na produção de biodiesel, elevando a demanda por essas plantas e promovendo o desenvolvimento em várias regiões do país.
No Vale do Ribeira e no Pontal do Paranapanema a macaúba poderia ser empregada, enquanto no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, por exemplo, o biodiesel poderia ser produzido a partir do pequi. Para as regiões Norte e Nordeste, isso poderá ser feito com óleo de babaçu, amendoim e dendê. Hoje existe a grande discussão até em nível de governo federal sobre a produção de biodiesel com óleo de mamona. Principalmente para a região do árido e semi-árido nordestino. Isso é possível, a reação de transesterificação acontece muito bem inclusive com o óleo de mamona, assim sendo, a produção do biodiesel não é problema. Porém, devemos ter pesquisas conclusivas dos efeitos causados pelo uso prolongado do biodiesel de mamona nos motores, uma vez que a presença de um grupamento hidroxílico na cadeia lateral dos ácidos graxos - ácido ricinoleico - torna as características físico-químicas do biodiesel de mamona bastante diferentes daquelas observadas para os ésteres metílicos ou etílicos derivados de qualquer outro óleo vegetal, o que pode ser uma séria restrição técnica que somente os resultados práticos e concretos das pesquisas poderão eliminar.
Testes de desempenho - Para provar a eficácia do biodiesel de etanol ou também chamado de "biodiesel de cana", fechou-se acordo com empresas da iniciativa privada, entidades e instituições de pesquisa para a realização de testes de desempenho, consumo e potência. A Universidade Estadual Paulista (UNESP), Campus de Jaboticabal, ficou responsável por verificar a eficiência do produto em tratores agrícolas. Os ensaios ficaram a cargo do engenheiro agrícola Afonso Lopes, professor do Departamento de Mecanização Agrícola da UNESP, que contou com apoio financeiro da FAPESP. Testou-se o combustível em um trator Valtra, modelo BM100, com cem cavalos de potência, equipado com um sistema de medição de combustível desenvolvido na UNESP. O veículo foi avaliado em condição de campo sob cinco tipos de mistura biodiesel-óleo: B100 (apenas biodiesel), B25 (25% de biodiesel e 75% de óleo), B50 (metade biodiesel e metade óleo), B75 (75% de biodiesel e 25% de óleo) e apenas óleo diesel. "O funcionamento do trator foi normal com todas as misturas.
Constatamos uma redução de consumo de combustível quando se usou uma mistura na proporção de até 50% de biodiesel devido à maior lubricidade desse combustível. Acima disso, o consumo aumentou. Isso aconteceu porque o biodiesel tem menor poder calorífico - de 3% a 4% - e por isso consome mais quando a mistura é superior a 50%. A próxima etapa do estudo será avaliar o nível de emissão de poluentes gerado pelo biodiesel.
O produto também foi testado em carros, locomotivas, motores e geradores elétricos. Nesse último caso, a parceria foi estabelecida com a empresa Branco, do Paraná, em abril deste ano. Os resultados têm sido altamente satisfatórios. Observa-se uma redução na emissão de poluentes e agora estamos realizando testes de durabilidade empregando o biodiesel puro (B100).
Os ensaios com locomotivas estão sendo executados pela América Latina Logística (ALL), concessionária ferroviária com atuação no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Argentina. No primeiro momento, foram realizados com sucesso testes laboratoriais para medir consumo, potência e emissões. A segunda fase envolverá o uso do combustível na forma de B25 em locomotivas que rodarão nos trechos Ourinhos-Apucarana e Curitiba-Apucarana durante um ano. Em função dos resultados, a ALL avaliará a possibilidade de usar biodiesel em toda a frota.
O biodiesel, por fim, também está sendo testado nas misturas B20, B30 e B100 em veículos de passeio, como no caso dos automóveis das montadoras francesas Peugeot e Citroën. Esses carros estão equipados com motores de última geração que permitem a injeção direta do combustível sob alta pressão (HDI - High Direct Injection Fuel) comumente chamados de "Common feed Rail". Para se ter uma idéia da tecnologia avançada que está sendo utilizada, basta dizer que somente uma montadora de caminhões no país emprega comercialmente esse tipo de motores, que por si só permitem a redução do consumo e das emissões de poluentes. Os estudos da USP neste campo específico concentram-se na análise de consumo de combustível, durabilidade e emissão de poluentes (monóxido e dióxido de carbono, dióxido de enxofre, hidrocarbonetos não queimados, gases de nitrogênio e material particulado). Os testes de durabilidade estão sendo realizados, rodando no mínimo 80.000 km, com a análise da variação das emissões de gases poluentes a cada 20.000 km.
Também fazemos testes com os motores cedidos por essas montadoras, em colaboração com os Professores da Escola de Engenharia Mecânica da USP de São Carlos que conta com uma das mais modernas instrumentações laboratoriais do país, para análise de rendimento, consumo, potência e também de emissões, além de três bancadas dinamométricas. Esses mesmos ensaios são feitos de forma paralela na sede da PSA Peugeot-Citroën na França.
Estudos pelo Brasil - A pesquisa da USP de Ribeirão Preto não é a única relacionada ao desenvolvimento de combustíveis alternativos ao diesel no Brasil. Existe uma extensa rede que envolve universidades, institutos de pesquisa, associações empresariais, agências reguladoras e de fomento, empresas, cooperativas e ONGs interessadas no desenvolvimento e na implantação do biodiesel. Ainda falando de óleos residuais, o LADETEL mantém um subprojeto no chamado "Projeto Biodiesel Brasil" coordenado por Dabdoub, que utiliza os óleos residuais dos refeitórios universitários (bandejões) da USP-RP, USP-Pirassununga, ESALQ-Piracicaba, UNESP de Jaboticabal e USP - Capital, além de grande quantidade de óleo doado pela rede de lanchonetes Mc Donald's do estado de São Paulo. O projeto com esta rede de "fast food" visa uma ação social através do apóio do Projeto Biodiesel Brasil ao GACC (Grupo de Apóio à Criança com Câncer) que já recebe apóio de outros setores da USP e dessa mesma rede de lanchonetes.
Se tudo correr bem, dentro de dois anos os veículos brasileiros movidos à óleo diesel caminhões, ônibus, tratores e locomotivas - estarão rodando com um percentual de biodiesel no tanque. Esse novo combustível é produzido através da reação química de óleos vegetais com um álcool (metanol ou etanol), sempre na presença de uma substância química chamada catalisador que é fundamental para promover a transformação química. Os óleos vegetais empregados podem ser extraídos da soja, do girassol, do amendoim, de outras sementes oleaginosas, ou ainda de frutos como o Caryocar brasiliense (pequi), a Acrocomia aculeata (macaúba) ou Elaeis guineensis (dendê).
O processo de produção a base de óleos vegetais e álcool metílico, sob aquecimento, são de domínio público. Nos últimos 5 a 10 anos, esse tipo de biodiesel passou a ser comercializado em larga escala na União Européia, onde o óleo de colza (canola) é empregado como matéria prima. Nos Estados Unidos as matérias primas principais são o óleo de soja e o metanol, que é um derivado do gás natural ou do petróleo. No Brasil alguns grupos de pesquisa e pequenos produtores, utilizam o metanol como no processo europeu e americano, porém com óleos de soja, babaçu e outros óleos virgens, além dos óleos de fritura. O uso do metanol, um álcool tóxico, venenoso e de origem fóssil (derivado do petróleo) é uma das grandes desvantagens desse processo.
Uma alternativa interessante seria a utilização do álcool etílico (etanol) obtido da cana-de-açúcar, que é 100% renovável e garante maior segurança na manipulação devido a sua menor toxicidade. Além disso, no Brasil existe uma maior disponibilidade do álcool de cana (maior produtor mundial de etanol), enquanto parte (50% aproximadamente) do metanol consumido no país para outras finalidades é importado. Porém, até o presente, esse álcool não podia ser empregado com eficiência como substituto do metanol, devido à baixa taxa de conversão dos óleos vegetais em biodiesel e também à dificuldade de separação das fases constituídas de biodiesel e do subproduto chamado glicerina. Pesquisas realizadas nos laboratórios da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto permitiram o desenvolvimento de um novo processo e tecnologia capazes de superar essas limitações. Esses pesquisadores também conseguiram reduzir o tempo reacional que anteriormente era de seis horas para apenas 30 minutos.
As vantagens não param por aí, pois esse desenvolvimento tornou o processo tecnicamente viável reduzindo o consumo energético e conseqüentemente os custos operacionais, particularmente porque a transformação ocorre a frio (temperatura ambiente). Algumas dessas vantagens são aplicáveis também para o uso do metanol o que deverá favorecer processos anteriormente estabelecidos. Além do grupo de pesquisa do LADETEL- USP/RP existem outras iniciativas espalhadas por todo o país que estudam e desenvolvem alternativas para substituir o diesel derivado de petróleo. São profissionais que estão focados na obtenção de ganhos ambientais - com a diminuição das emissões de poluentes - e econômicos proporcionados pelo uso do novo combustível.
A frota nacional consome cerca de 37 bilhões de litros de óleo diesel por ano. Em 2005, esse volume subirá para 40 bilhões de litros, conforme projeção da Agência Nacional do Petróleo (ANP). A meta do Programa Brasileiro de Desenvolvimento Tecnológico de Biodiesel (Probiodiesel), do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e mais recentemente do Grupo de Trabalho Interministerial coordenado pela Casa Civil da Presidência da República é montar um amplo plano de produção de biodiesel, com o incentivo ao plantio de diversas oleaginosas. Esse combustível servirá como complemento ao óleo diesel comum e, futuramente, poderá ser usado de forma integral nos motores diesel se houver oferta suficiente. A idéia inicial é acrescentar 5% de biodiesel ao óleo diesel comum - fórmula conhecida como B5, em uma iniciativa similar a que ocorre com a gasolina, que recebe adição em torno de 25% de etanol anidro. Com essa medida, estima-se que o Brasil reduza em 33%, de um total de 6 bilhões de litros, suas importações de diesel, gerando uma economia anual de US$ 350 milhões, além de um grande número de empregos diretos e indiretos. Reforçando a importância dos benefícios que o biodiesel pode trazer para o país, várias comissões do Congresso Nacional têm discutido o assunto, particularmente na Câmara dos Deputados onde atualmente tramitam dois projetos de Lei para a implantação do biodiesel.
Mesmo que o país alcance a auto-suficiência em petróleo nos próximos anos, será preciso continuar importando diesel. O problema é que o óleo extraído das profundezas marítimas da costa brasileira tem qualidade inadequada para a produção do combustível diesel. Na maior parte das jazidas, principalmente, a da Bacia de Campos, o petróleo é do tipo pesado, caracterizado por ainda não ter completado seu ciclo de maturação e por sofrer um processo de biodegradação natural. Ainda deve ser considerado que a capacidade das refinarias brasileiras não acompanha o incremento do consumo de petrodiesel. Além de diminuir a dependência da importação, o biodiesel a base de etanol (álcool de cana) é de grande importância estratégica e poderá facilitar a incorporação desse tipo de combustível na matriz energética do país. Os resultados das pesquisas realizadas demonstram indiscutivelmente que o biodiesel é mais eficiente do que o óleo vegetal in natura porque não causa corrosão no motor, não carboniza os bicos injetores de combustível e melhora a partida do veículo a frio por ser menos denso e fluir melhor nas mangueiras e dutos. O processo de produção de biodiesel já é conhecido há alguns anos, mas era economicamente inviável devido às limitações de ordem técnica, como a baixa taxa de conversão da mistura óleo e etanol em biodiesel. A síntese empregando o metanol com óleos vegetais resulta num aproveitamento da ordem de 98%, enquanto com o etanol chegava a, no máximo, 80%. Outro problema a ser solucionado era a separação da glicerina, um subproduto da reação. O nosso grande desafio foi desenvolver uma metodologia que superasse esses dois obstáculos. Conseguimos o êxito no início deste ano com a finalização de um processo que permite uma transformação acima de 98% e possibilita a separação espontânea da glicerina, além de diminuir o tempo da reação significativamente.
O sucesso do trabalho deveu-se à descoberta de catalisadores eficientes, substâncias que aceleram a reação química. No biodiesel de metanol, o catalisador empregado é o hidróxido de sódio ou de potássio, também conhecido como soda ou potassa cáustica. Para sintetizar o biodiesel de etanol, além do catalisador tradicional o pesquisador adicionou outra substância catalisadora, cujo nome é mantido em segredo porque o processo de obtenção da patente não está concluído. Pode-se dizer que esse catalisador é um hidróxido metálico misto, chamado vulgarmente de argila. O processo de transformação de óleos vegetais e álcool em biodiesel, conhecido como transesterificação, é relativamente simples. O óleo vegetal é misturado ao álcool etílico e aos catalisadores em um reator e sofre agitação por meia hora. Para cada 1.000 litros de óleo são utilizados 200 litros de etanol e de 0,8% a 1% dos agentes catalisadores. Em seguida, a mistura vai para um decantador onde ocorre a separação da glicerina, substância de alto valor agregado, usada por indústrias farmacêuticas, de cosméticos e de explosivos. A separação pode ser mais rápida e eficiente se o processo de centrifugação for utilizado. Uma tonelada de glicerina chega a custar US$ 1,3 mil.
Uma grande vantagem do biodiesel desenvolvido pelo LADETEL é o processo de produção, bem mais rápido do que o de fabricação do biodiesel metílico. Conseguimos fazer a reação em 30 minutos, enquanto o processo tradicional leva seis horas. Com isso, somos doze vezes mais produtivos. Essa síntese vai ficar ainda mais ágil. Conseguiu-se fazer a reação óleo vegetal-etanol usando irradiação eletromagnética. É um processo muito promissor que substitui o segundo catalisador pela irradiação na faixa do ultra-som. A reação pode ser feita de forma contínua em cerca de 10 minutos. Acredita-se que quando esse novo processo, ainda em escala laboratorial, estiver concluído poderá também ser empregado na fabricação de biodiesel na Europa e nos Estados Unidos.
O LADETEL estuda o emprego de enzimas para realizar a produção de biodiesel etílico. Grandes avanços nesta área estão sendo feitos e o emprego da biotecnologia contribui com inúmeras vantagens. A transformação total, eficiente e limpa de óleos vegetais em biodiesel etílico tem sido conseguida com algumas enzimas. Porém, a grande desvantagem do tempo prolongado necessário (até 24h) ainda precisa ser superada.
Vantagens ambientais - Apesar da eficiência do processo de conversão e do aproveitamento da glicerina, o biodiesel brasileiro ainda é mais caro do que o diesel comum. Mas a diferença pode ser facilmente anulada se o governo desonerar o produto de impostos na fase inicial do programa, antes de atingir a produção em grande escala. O novo combustível não acarreta nenhum problema de ordem técnica aos veículos e que não são necessárias modificações no motor para que ele funcione normalmente.
Alternativa é o uso do biodiesel etílico como combustível sem a presença do diesel de petróleo. Ele traz inúmeras vantagens, a começar pelo fato de ser um combustível totalmente nacional e 100% renovável. Há também ganhos ambientais, como a redução da emissão de gases poluentes que causam efeito estufa, fenômeno associado ao aquecimento da temperatura da Terra. O uso do biodiesel na sua forma pura diminui a emissão de dióxido de carbono em 46% e de fumaça preta em 68%. Se for usada a mistura B5, a redução de fumaça preta chega a 13%. O biodiesel puro é isento de enxofre. O óleo diesel contém enxofre gerador de chuva ácida e benzo- a- pireno potencialmente cancerígeno. A vantagem do biodiesel etílico nacional é que ele proporciona uma combustão muito mais limpa, a adoção desse combustível também trará benefícios econômicos.
O Brasil ficará menos dependente do petróleo e haverá um fortalecimento do agronegócio, com geração de empregos e criação de um importante mercado de consumo para óleos vegetais. Afirma-se que uma vantagem do novo combustível é o fato dele poder ser feito à partir do óleo de diversas plantas. São oleaginosas com uma variedade de produtividades e adaptadas a diferentes regiões do país. Assim, a soja produz 400 litros(l) de óleo por hectare (ha), o girassol, 800 l/ha, mamona, 1.200 l/ha, babaçu, 1.600 l/ha, dendê, 5.950 l/ha, pequi, 3.100 l/ha, milho, 160 l/ha, algodão 280 l/ha e macaúba 4000 l/ha. Segundo a Embrapa, o amendoim forrageiro dos cultivares BR-1 e BRS-151 L-7 é resistente ao stress hídrico e adequado para plantio no semi-árido, rende 1.700 Kg do grão por hectare e 750 litros de óleo, sem irrigação, e 4.800 Kg/ha correspondendo a quase 2.100 litros de óleo/ha, no plantio irrigado.
Até o presente temos usado onze variedades de óleos vegetais nos nossos experimentos, como a soja, amendoim, girassol, algodão, milho, canola, mamona, pequi, macaúba, babaçu e dendê, além dos óleos de fritura já usados. Porém, para abastecer as necessidades dos nossos parceiros de pesquisa em escalas maiores, utilizamos o óleo de soja porque é o mais abundante e o Brasil é o segundo maior produtor mundial de óleo de soja, com uma produção anual de 54 milhões de toneladas. Mas, no futuro o plantio de outras oleaginosas deverá ser incentivado e os seus óleos serão empregados na produção de biodiesel, elevando a demanda por essas plantas e promovendo o desenvolvimento em várias regiões do país.
No Vale do Ribeira e no Pontal do Paranapanema a macaúba poderia ser empregada, enquanto no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, por exemplo, o biodiesel poderia ser produzido a partir do pequi. Para as regiões Norte e Nordeste, isso poderá ser feito com óleo de babaçu, amendoim e dendê. Hoje existe a grande discussão até em nível de governo federal sobre a produção de biodiesel com óleo de mamona. Principalmente para a região do árido e semi-árido nordestino. Isso é possível, a reação de transesterificação acontece muito bem inclusive com o óleo de mamona, assim sendo, a produção do biodiesel não é problema. Porém, devemos ter pesquisas conclusivas dos efeitos causados pelo uso prolongado do biodiesel de mamona nos motores, uma vez que a presença de um grupamento hidroxílico na cadeia lateral dos ácidos graxos - ácido ricinoleico - torna as características físico-químicas do biodiesel de mamona bastante diferentes daquelas observadas para os ésteres metílicos ou etílicos derivados de qualquer outro óleo vegetal, o que pode ser uma séria restrição técnica que somente os resultados práticos e concretos das pesquisas poderão eliminar.
Testes de desempenho - Para provar a eficácia do biodiesel de etanol ou também chamado de "biodiesel de cana", fechou-se acordo com empresas da iniciativa privada, entidades e instituições de pesquisa para a realização de testes de desempenho, consumo e potência. A Universidade Estadual Paulista (UNESP), Campus de Jaboticabal, ficou responsável por verificar a eficiência do produto em tratores agrícolas. Os ensaios ficaram a cargo do engenheiro agrícola Afonso Lopes, professor do Departamento de Mecanização Agrícola da UNESP, que contou com apoio financeiro da FAPESP. Testou-se o combustível em um trator Valtra, modelo BM100, com cem cavalos de potência, equipado com um sistema de medição de combustível desenvolvido na UNESP. O veículo foi avaliado em condição de campo sob cinco tipos de mistura biodiesel-óleo: B100 (apenas biodiesel), B25 (25% de biodiesel e 75% de óleo), B50 (metade biodiesel e metade óleo), B75 (75% de biodiesel e 25% de óleo) e apenas óleo diesel. "O funcionamento do trator foi normal com todas as misturas.
Constatamos uma redução de consumo de combustível quando se usou uma mistura na proporção de até 50% de biodiesel devido à maior lubricidade desse combustível. Acima disso, o consumo aumentou. Isso aconteceu porque o biodiesel tem menor poder calorífico - de 3% a 4% - e por isso consome mais quando a mistura é superior a 50%. A próxima etapa do estudo será avaliar o nível de emissão de poluentes gerado pelo biodiesel.
O produto também foi testado em carros, locomotivas, motores e geradores elétricos. Nesse último caso, a parceria foi estabelecida com a empresa Branco, do Paraná, em abril deste ano. Os resultados têm sido altamente satisfatórios. Observa-se uma redução na emissão de poluentes e agora estamos realizando testes de durabilidade empregando o biodiesel puro (B100).
Os ensaios com locomotivas estão sendo executados pela América Latina Logística (ALL), concessionária ferroviária com atuação no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Argentina. No primeiro momento, foram realizados com sucesso testes laboratoriais para medir consumo, potência e emissões. A segunda fase envolverá o uso do combustível na forma de B25 em locomotivas que rodarão nos trechos Ourinhos-Apucarana e Curitiba-Apucarana durante um ano. Em função dos resultados, a ALL avaliará a possibilidade de usar biodiesel em toda a frota.
O biodiesel, por fim, também está sendo testado nas misturas B20, B30 e B100 em veículos de passeio, como no caso dos automóveis das montadoras francesas Peugeot e Citroën. Esses carros estão equipados com motores de última geração que permitem a injeção direta do combustível sob alta pressão (HDI - High Direct Injection Fuel) comumente chamados de "Common feed Rail". Para se ter uma idéia da tecnologia avançada que está sendo utilizada, basta dizer que somente uma montadora de caminhões no país emprega comercialmente esse tipo de motores, que por si só permitem a redução do consumo e das emissões de poluentes. Os estudos da USP neste campo específico concentram-se na análise de consumo de combustível, durabilidade e emissão de poluentes (monóxido e dióxido de carbono, dióxido de enxofre, hidrocarbonetos não queimados, gases de nitrogênio e material particulado). Os testes de durabilidade estão sendo realizados, rodando no mínimo 80.000 km, com a análise da variação das emissões de gases poluentes a cada 20.000 km.
Também fazemos testes com os motores cedidos por essas montadoras, em colaboração com os Professores da Escola de Engenharia Mecânica da USP de São Carlos que conta com uma das mais modernas instrumentações laboratoriais do país, para análise de rendimento, consumo, potência e também de emissões, além de três bancadas dinamométricas. Esses mesmos ensaios são feitos de forma paralela na sede da PSA Peugeot-Citroën na França.
Estudos pelo Brasil - A pesquisa da USP de Ribeirão Preto não é a única relacionada ao desenvolvimento de combustíveis alternativos ao diesel no Brasil. Existe uma extensa rede que envolve universidades, institutos de pesquisa, associações empresariais, agências reguladoras e de fomento, empresas, cooperativas e ONGs interessadas no desenvolvimento e na implantação do biodiesel. Ainda falando de óleos residuais, o LADETEL mantém um subprojeto no chamado "Projeto Biodiesel Brasil" coordenado por Dabdoub, que utiliza os óleos residuais dos refeitórios universitários (bandejões) da USP-RP, USP-Pirassununga, ESALQ-Piracicaba, UNESP de Jaboticabal e USP - Capital, além de grande quantidade de óleo doado pela rede de lanchonetes Mc Donald's do estado de São Paulo. O projeto com esta rede de "fast food" visa uma ação social através do apóio do Projeto Biodiesel Brasil ao GACC (Grupo de Apóio à Criança com Câncer) que já recebe apóio de outros setores da USP e dessa mesma rede de lanchonetes.
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Biodiesel
Biodiesel é um combustível diesel de queima limpa derivado de fontes naturais e renováveis como os vegetais. É obtido principalmente de girassol, amendoim, mamona, sementes de algodão e de colza. É alternativa renovável que resolve dois problemas ambientais ao mesmo tempo: aproveita um resíduo, aliviando os aterros sanitários, e reduz a poluição atmosférica. É uma alternativa para os combustíveis tradicionais, como o gasóleo, que não são renováveis.
O biodiesel reduz 78% das emissões poluentes como o dióxido de carbono que é o gás responsável pelo efeito de estufa que está alterando o clima à escala mundial, e 98% de enxofre na atmosfera.
Trata-se de uma fonte renovável que, além de trazer benefícios ambientais, também possibilita a geração de empregos, tanto na fase de coleta como de processamento. Desenvolve a agricultura nas zonas rurais mais desfavorecidas, criando emprego e evitando a desertificação, isto porque reduz a dependência energética do nosso país e a saída de divisas pela poupança feita na importação do petróleo bruto.
Os óleos vegetais podem reagir quimicamente com um álcool, para produzir ésteres. Esses ésteres quando usados como combustíveis levam o nome de biodiesel. Atualmente, o biodiesel é produzido por um processo chamado transesterificação. O óleo vegetal é filtrado, e então processado com materiais alcalinos para remover gorduras ácidas. É então misturado com álcool e um catalisador. As reações formam então ésteres e glicerol, que é separado.
O biodiesel pode utilizar-se em motores diesel, em mistura com o gasóleo na proporção de 5 a 30% ou puro. Também pode ser utilizado como geração de energia elétrica. As vezes exige pequenas transformações do motor de acordo com a percentagem de mistura e o fabricante/ modelo do motor.
Apesar de ser um combustível renovável, sua capacidade de produção é limitada pois depende das áreas agrícolas disponíveis (que terão, também, de ser usadas para fins alimentares) e portanto só poderá substituir, parcialmente, o gasóleo. O preço do biodiesel é elevado, novas tecnologias permitirão reduzir os custos da sua produção.
O biodiesel ainda esbarra em vários obstáculos, como a falta de regulamentação e os preços atuais do diesel derivado do petróleo. Estima-se que em breve teremos condições de gerar biodiesel correspondente a 8% de todo o diesel consumido.
Motores a óleo vegetal possibilitam uma redução de 11 a 53% na emissão de monóxido de carbono, os gases da combustão do óleo vegetal não emitem dióxido de enxofre, um dos causadores da chamada chuva ácida. O Brasil tem a preocupação em reduzir poluentes. Desde 1997 fazemos óleo diesel com menos partículas de enxofre.
Existem veículos que utilizam o biodiesel - quatro viaturas ligeiras e duas pesadas da Câmara Municipal de Lisboa, Portugal (mistura de 30%) e 18 autocarros da Carris (17 com mistura de 5% e 1 com 30%), ao longo de 6 meses e durante a Expo'98.
Vantagens do biodiesel:
O biodiesel é mais seguro do que o diesel de petróleo;
O ponto de combustão do biodiesel na sua forma pura é de mais de 300 F contra 125 F do diesel comum;
Equipamentos a biodiesel são, portanto, mais seguros;
A exaustão do biodiesel é menos ofensiva;
O uso do biodiesel resulta numa notável redução dos odores, o que é um benefício real em espaços confinados;
Tem odor semelhante ao cheiro de batatas fritas;
Não foram noticiados casos de irritação nos olhos;
Como o biodiesel é oxigenado, ele apresenta uma combustão mais completa;
Biodiesel não requer armazenamento especial;
O biodiesel na sua forma natural pode ser armazenado em qualquer lugar onde o petróleo é armazenado, e pelo fato de ter maior ponto de fusão é ainda mais seguro o transporte deste;
Biodiesel funciona em motores convencionais;
O biodiesel requer mínimas modificações para operar em motores já existentes;
É renovável, contribuindo para a redução do dióxido de carbono;
O biodiesel pode ser usado sozinho ou misturado em qualquer quantidade com diesel de petróleo;
Aumenta a vida útil dos motores por ser mais lubrificante;
O biodiesel é biodegradável e não tóxico.
Mamona e Biodiesel
A mamona (Ricinus communis - Euphorbiaceae) é uma planta existente nas regiões secas do Brasil. Está sendo utilizada como combustível renovável, ecologicamente correto, ajudando o sertanejo a ter uma fonte de renda e ter sobrevivência em épocas de estiagem.
O biodiesel extraído da mamona pode ser usado em qualquer motor, como os de tratores ou os de caminhões, sem nenhuma adaptação.
O biodiesel pode ser produzido a partir de todo óleo vegetal e até animal, como óleo de peixe. No caso do combustível feito a partir de óleo de mamona, que tem uma viscosidade maior, ele precisa ser misturado na proporção de 20% de biodiesel para 80% de diesel comum para ser usado. Na sua combustão, não há emissão das substâncias mais poluentes (que contêm enxofre), encontradas nos combustíveis fósseis. O biodiesel pode inclusive ser usado em geradores de energia, neste momento de escassez, ajudando a reduzir a importação de petróleo.
Depois de extraído o óleo, a sobra (chamada de torta ou farelo) ainda pode ser usada como ração animal. No caso da mamona, é preciso desintoxicar o farelo antes de transformá-lo em ração. É possível também transformar a madeira do caule em adubo. A mamona produz de 15 a 20 toneladas de madeira por hectare.
A intenção é produzir de 2000 a 3000 litros por dia de combustível dentro de 90 dias, mas ainda são necessários R$ 500 mil para concluir a instalação.
A Petrobrás comprometeu-se em 2006, a iniciar a produção do H-BIO, combustível feito a partir da mistura de óleo vegetal ao petróleo durante o processo de refino. As grandes vantagens são as de atrelar milhares de agricultores ao processo energético do País e de obter um novo combustível ecologicamente correto, pois não há mais emissão de enxofre. Intimamente ligado ao projeto do biodiesel, o governo aposta no H-BIO não só para diminuir as importações brasileiras de óleo diesel, mas também para ajudar os agricultores. Caso a experiência com a soja seja bem-sucedida, a Petrobrás poderá ampliar a mistura com outras oleaginosas, como mamona e o dendê.
O novo combustível promete mudar a matriz energética brasileira. Pode ainda vir a influenciar o mercado mundial de diesel mineral, altamente poluente. O Governo sonha até em mudar a matriz energética do mundo nos próximos anos.
Combustível de queima limpa, derivado de fontes naturais e renováveis, como os vegetais. Obtido principalmente de girassol, amendoim, mamona, sementes de algodão e colza, óleo de andiroba, mamona, babaçu e dendê. Utilizado em motores a diesel e na geração de energia elétrica. É uma fonte renovável, não é tóxico e aumenta a vida útil dos motores, é mais lubrificante. Experiências com andiroba, por comunidades isoladas da Amazônia, são utilizados para abastecer motores a diesel adaptados, para barcos e para geradores de eletricidade.
O biodiesel é uma mistura de óleos vegetais que são misturados ao diesel convencional, o combustível resultante reduz a emissão de gases na atmosfera.
Uma das fórmulas, não utiliza mamona, soja ou girassol, substituindo-as por borra de café, ela tem o nome de palmdiesel. O governo pretende tomar compulsória a mistura do biodiesel (5%), ao diesel entre 2008 e 2012, aumentando gradativamente.
O País não vai mais dormir com medo da guerra entre países que produzem petróleo nem com receio de o nosso acabar, mas sim vamos tratar de plantar mamona, soja e dendê para lutar pela independência de nosso País. O porcentual permitido desde dezembro de 2004, de misturar até 2% do biodiesel ao óleo diesel produzido pelo país significa 800 milhões de litros por ano do biodiesel. A mistura possibilitará uma economia de U$ 160 milhões por ano com a importação de petróleo. O País consome por ano 40 milhões de litros de óleo diesel.
O novo diesel chamado H-Bio, é resultado da adição de até 10% de óleo vegetal, pode ser de soja, algodão, girassol, mamona, dendê, palma ou outra semente oleaginosa, durante o processo de refino. O produto final tem as mesmas características do diesel 100% tirado do petróleo, com a diferença que tem menos enxofre em sua composição, é menos poluente e de melhor qualidade. A esse diesel, ainda será possível adicionar o biodiesel.
O H-Bio será mais barato do que o diesel importado. Hoje, o Brasil importa de 5 bilhões a 6 bilhões de litros de diesel por ano, já que a produção local não é suficiente para suprir toda a demanda. O barril do diesel custa US$ 90, enquanto um barril de óleo de soja sai a US$ 63,00.
Em 2007, três refinarias da Petrobrás, em Minas, no Rio Grande do Sul e no Paraná, começarão a produzir o H-Bio adicionando óleo de soja. A estimativa é que, a demanda do grão aumente em 1,2 milhões de toneladas. O entusiasmo do ministro se baseia no fato que, o Proálcool foi recebido com ceticismo e hoje o Mundo está atrás do etanol. O mesmo ocorrerá com o H-Bio.
Estados Unidos produz soja e pode se interessar pela tecnologia. A Europa poderá produzir o H-BIO, utilizando a colza. O biodiesel e o óleo vegetal são combustíveis biológicos e movem milhares de veículos na Alemanha. O óleo vegetal em estado natural é utilizado como combustível em motores (a diesel) desenvolvidos ou convertidos para esse fim.
O biocombustível é o novo paradigma da agricultura mundial, faltava algo para que o discurso se transformasse em realidade, a real articulação entre a indústria de petróleo e a agricultura. Foi o que a Petrobrás encontrou ao desenvolver o H-Bio. Não haverá problemas de abastecimento, caso a demanda por óleo de soja cresça de forma exagerada a partir do H-Bio. Exportamos mais de metade de nossa produção.
Situação diferente da do álcool, 95% da produção é consumida pelo mercado interno.
O cultivo de soja ocupa 25 milhões de hectares, há 90 milhões de terras agricultáveis, ocupadas com pastagens. Lembrando que, não é só o óleo de soja que pode ser utilizado para produzir o H-Bio. O cultivo de óleo de palma na Amazônia ganhará forte impulso com a nova tecnologia da Petrobrás.
O biodiesel reduz 78% das emissões poluentes como o dióxido de carbono que é o gás responsável pelo efeito de estufa que está alterando o clima à escala mundial, e 98% de enxofre na atmosfera.
Trata-se de uma fonte renovável que, além de trazer benefícios ambientais, também possibilita a geração de empregos, tanto na fase de coleta como de processamento. Desenvolve a agricultura nas zonas rurais mais desfavorecidas, criando emprego e evitando a desertificação, isto porque reduz a dependência energética do nosso país e a saída de divisas pela poupança feita na importação do petróleo bruto.
Os óleos vegetais podem reagir quimicamente com um álcool, para produzir ésteres. Esses ésteres quando usados como combustíveis levam o nome de biodiesel. Atualmente, o biodiesel é produzido por um processo chamado transesterificação. O óleo vegetal é filtrado, e então processado com materiais alcalinos para remover gorduras ácidas. É então misturado com álcool e um catalisador. As reações formam então ésteres e glicerol, que é separado.
O biodiesel pode utilizar-se em motores diesel, em mistura com o gasóleo na proporção de 5 a 30% ou puro. Também pode ser utilizado como geração de energia elétrica. As vezes exige pequenas transformações do motor de acordo com a percentagem de mistura e o fabricante/ modelo do motor.
Apesar de ser um combustível renovável, sua capacidade de produção é limitada pois depende das áreas agrícolas disponíveis (que terão, também, de ser usadas para fins alimentares) e portanto só poderá substituir, parcialmente, o gasóleo. O preço do biodiesel é elevado, novas tecnologias permitirão reduzir os custos da sua produção.
O biodiesel ainda esbarra em vários obstáculos, como a falta de regulamentação e os preços atuais do diesel derivado do petróleo. Estima-se que em breve teremos condições de gerar biodiesel correspondente a 8% de todo o diesel consumido.
Motores a óleo vegetal possibilitam uma redução de 11 a 53% na emissão de monóxido de carbono, os gases da combustão do óleo vegetal não emitem dióxido de enxofre, um dos causadores da chamada chuva ácida. O Brasil tem a preocupação em reduzir poluentes. Desde 1997 fazemos óleo diesel com menos partículas de enxofre.
Existem veículos que utilizam o biodiesel - quatro viaturas ligeiras e duas pesadas da Câmara Municipal de Lisboa, Portugal (mistura de 30%) e 18 autocarros da Carris (17 com mistura de 5% e 1 com 30%), ao longo de 6 meses e durante a Expo'98.
Vantagens do biodiesel:
O biodiesel é mais seguro do que o diesel de petróleo;
O ponto de combustão do biodiesel na sua forma pura é de mais de 300 F contra 125 F do diesel comum;
Equipamentos a biodiesel são, portanto, mais seguros;
A exaustão do biodiesel é menos ofensiva;
O uso do biodiesel resulta numa notável redução dos odores, o que é um benefício real em espaços confinados;
Tem odor semelhante ao cheiro de batatas fritas;
Não foram noticiados casos de irritação nos olhos;
Como o biodiesel é oxigenado, ele apresenta uma combustão mais completa;
Biodiesel não requer armazenamento especial;
O biodiesel na sua forma natural pode ser armazenado em qualquer lugar onde o petróleo é armazenado, e pelo fato de ter maior ponto de fusão é ainda mais seguro o transporte deste;
Biodiesel funciona em motores convencionais;
O biodiesel requer mínimas modificações para operar em motores já existentes;
É renovável, contribuindo para a redução do dióxido de carbono;
O biodiesel pode ser usado sozinho ou misturado em qualquer quantidade com diesel de petróleo;
Aumenta a vida útil dos motores por ser mais lubrificante;
O biodiesel é biodegradável e não tóxico.
Mamona e Biodiesel
A mamona (Ricinus communis - Euphorbiaceae) é uma planta existente nas regiões secas do Brasil. Está sendo utilizada como combustível renovável, ecologicamente correto, ajudando o sertanejo a ter uma fonte de renda e ter sobrevivência em épocas de estiagem.
O biodiesel extraído da mamona pode ser usado em qualquer motor, como os de tratores ou os de caminhões, sem nenhuma adaptação.
O biodiesel pode ser produzido a partir de todo óleo vegetal e até animal, como óleo de peixe. No caso do combustível feito a partir de óleo de mamona, que tem uma viscosidade maior, ele precisa ser misturado na proporção de 20% de biodiesel para 80% de diesel comum para ser usado. Na sua combustão, não há emissão das substâncias mais poluentes (que contêm enxofre), encontradas nos combustíveis fósseis. O biodiesel pode inclusive ser usado em geradores de energia, neste momento de escassez, ajudando a reduzir a importação de petróleo.
Depois de extraído o óleo, a sobra (chamada de torta ou farelo) ainda pode ser usada como ração animal. No caso da mamona, é preciso desintoxicar o farelo antes de transformá-lo em ração. É possível também transformar a madeira do caule em adubo. A mamona produz de 15 a 20 toneladas de madeira por hectare.
A intenção é produzir de 2000 a 3000 litros por dia de combustível dentro de 90 dias, mas ainda são necessários R$ 500 mil para concluir a instalação.
A Petrobrás comprometeu-se em 2006, a iniciar a produção do H-BIO, combustível feito a partir da mistura de óleo vegetal ao petróleo durante o processo de refino. As grandes vantagens são as de atrelar milhares de agricultores ao processo energético do País e de obter um novo combustível ecologicamente correto, pois não há mais emissão de enxofre. Intimamente ligado ao projeto do biodiesel, o governo aposta no H-BIO não só para diminuir as importações brasileiras de óleo diesel, mas também para ajudar os agricultores. Caso a experiência com a soja seja bem-sucedida, a Petrobrás poderá ampliar a mistura com outras oleaginosas, como mamona e o dendê.
O novo combustível promete mudar a matriz energética brasileira. Pode ainda vir a influenciar o mercado mundial de diesel mineral, altamente poluente. O Governo sonha até em mudar a matriz energética do mundo nos próximos anos.
Combustível de queima limpa, derivado de fontes naturais e renováveis, como os vegetais. Obtido principalmente de girassol, amendoim, mamona, sementes de algodão e colza, óleo de andiroba, mamona, babaçu e dendê. Utilizado em motores a diesel e na geração de energia elétrica. É uma fonte renovável, não é tóxico e aumenta a vida útil dos motores, é mais lubrificante. Experiências com andiroba, por comunidades isoladas da Amazônia, são utilizados para abastecer motores a diesel adaptados, para barcos e para geradores de eletricidade.
O biodiesel é uma mistura de óleos vegetais que são misturados ao diesel convencional, o combustível resultante reduz a emissão de gases na atmosfera.
Uma das fórmulas, não utiliza mamona, soja ou girassol, substituindo-as por borra de café, ela tem o nome de palmdiesel. O governo pretende tomar compulsória a mistura do biodiesel (5%), ao diesel entre 2008 e 2012, aumentando gradativamente.
O País não vai mais dormir com medo da guerra entre países que produzem petróleo nem com receio de o nosso acabar, mas sim vamos tratar de plantar mamona, soja e dendê para lutar pela independência de nosso País. O porcentual permitido desde dezembro de 2004, de misturar até 2% do biodiesel ao óleo diesel produzido pelo país significa 800 milhões de litros por ano do biodiesel. A mistura possibilitará uma economia de U$ 160 milhões por ano com a importação de petróleo. O País consome por ano 40 milhões de litros de óleo diesel.
O novo diesel chamado H-Bio, é resultado da adição de até 10% de óleo vegetal, pode ser de soja, algodão, girassol, mamona, dendê, palma ou outra semente oleaginosa, durante o processo de refino. O produto final tem as mesmas características do diesel 100% tirado do petróleo, com a diferença que tem menos enxofre em sua composição, é menos poluente e de melhor qualidade. A esse diesel, ainda será possível adicionar o biodiesel.
O H-Bio será mais barato do que o diesel importado. Hoje, o Brasil importa de 5 bilhões a 6 bilhões de litros de diesel por ano, já que a produção local não é suficiente para suprir toda a demanda. O barril do diesel custa US$ 90, enquanto um barril de óleo de soja sai a US$ 63,00.
Em 2007, três refinarias da Petrobrás, em Minas, no Rio Grande do Sul e no Paraná, começarão a produzir o H-Bio adicionando óleo de soja. A estimativa é que, a demanda do grão aumente em 1,2 milhões de toneladas. O entusiasmo do ministro se baseia no fato que, o Proálcool foi recebido com ceticismo e hoje o Mundo está atrás do etanol. O mesmo ocorrerá com o H-Bio.
Estados Unidos produz soja e pode se interessar pela tecnologia. A Europa poderá produzir o H-BIO, utilizando a colza. O biodiesel e o óleo vegetal são combustíveis biológicos e movem milhares de veículos na Alemanha. O óleo vegetal em estado natural é utilizado como combustível em motores (a diesel) desenvolvidos ou convertidos para esse fim.
O biocombustível é o novo paradigma da agricultura mundial, faltava algo para que o discurso se transformasse em realidade, a real articulação entre a indústria de petróleo e a agricultura. Foi o que a Petrobrás encontrou ao desenvolver o H-Bio. Não haverá problemas de abastecimento, caso a demanda por óleo de soja cresça de forma exagerada a partir do H-Bio. Exportamos mais de metade de nossa produção.
Situação diferente da do álcool, 95% da produção é consumida pelo mercado interno.
O cultivo de soja ocupa 25 milhões de hectares, há 90 milhões de terras agricultáveis, ocupadas com pastagens. Lembrando que, não é só o óleo de soja que pode ser utilizado para produzir o H-Bio. O cultivo de óleo de palma na Amazônia ganhará forte impulso com a nova tecnologia da Petrobrás.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
Dicas de como Economizar Combustível
Em tempos de gasolina custando uma fortuna, nada como algumas dicas para economizar combustível!
- Dirija com Calma - evite acelerações bruscas desnecessárias, isso faz o consumo de combustível crescer muito por exigir muito do motor, coloque um limite máximo de rotação ao dirigir - 3500 giros são mais que suficientes para uma condução ágil no carregado trânsito urbano, mesmo para motores 1.0 - pode economizar mais de 30%
- Mantenha o carro com a manutenção em dia - Mantendo a injeção eletrônica regulada, filtros de ar, óleo e combustível, sempre novos (trocas a cada 10 mil km) faz com que o carro consuma menos. Um filtro de ar entupido, por exemplo, força o motor desnecessariamente, e o custo da troca de um filtro de ar é menor do que a economia proporcionada por um filtro limpo no primeiro tanque! A bomba de combustível também precisa estar em ordem para gastar menos.
- Calibre os pneus - Pneus descalibrados aumentam em até 30% o consumo, pois aumentam a banda de rodagem em contato com o asfalto - e deixam até o volante mais duro nas manobras, além de desgastar de maneira irregular os pneus. Manter as rodas alinhadas também ajuda.
- Planeje melhor os horários - essa dica é difícil de programar, mas ainda assim é valida - planejando melhor seus horários, você evita trânsito, e com isso, evita queima desnecessária de combustível.
- Evite o uso de ar-condicionado - O compressor do ar-condicionado puxa força do motor, conseqüentemente gasta mais combustível - mas essa dica é relativa, janelas abertas também fazem gastar mais combustível por aumentar o arrasto aerodinâmico - faça o teste com seu carro!
- Faça as contas - álcool compensa mesmo? Faça as contas de quanto seu carro consome com álcool e com gasolina, dependendo do veículo, temos uma falsa impressão de economia ao abastecer o carro com o etanol - e, dependendo do Estado, não vale mesmo à pena. É fácil - encha um tanque com álcool e rode até o fim, faça a conta de quantos Km por Real gasto, depois faça a mesma conta com gasolina.
- Faça o teste - Teste o combustível de mais de um posto - combustível adulterado faz o carro gastar mais, além do desgaste mecânico. Faça as mesmas contas de Km por Real gasto.
- Cuidado com caminhos alternativos - fugir das grandes avenidas por ruas com valetas, lombadas, faróis, podem até valer alguns minutos, mas o acelera e pára pode fazer o gasto de combustível aumentar! Faça as contas!
- Livre-se do peso morto! - Às vezes largamos coisas no porta-malas, no banco traseiro, debaixo do banco só por preguiça de tirar do carro, mas isso é gasto desnecessário!
- Respeite os limites de velocidade, pois a velocidade mais alta o consumo maior! Fora o risco de multas e acidentes graves!
- Use uma marcha alta - às vezes deixamos a rotação alta, 2ª ou 3ª marcha, por exemplo, a 60 km/h - à essa velocidade, uma 5ª marcha serve perfeitamente, sem perder velocidade.
- Evite percursos curtos - O carro quando frio consome mais, e percursos curtos como ir até a padaria, ou a locadora ou o açougue perto de casa podem ser muito bem feitos a pé, economizando combustível e contribuindo para sua saúde, seja por menos CO2 no ar e por mais exercícios! E, quando frio, o carro polui MUITO mais!
- Use uma bicicleta! - essa dica traz 100% de economia de gasolina! Trocando seu carro por uma bicicleta, você ganha em saúde, não fica preso em congestionamentos, acha lugar para estacionar com maior facilidade, economiza em IPVA, economiza com seguro, economiza com manutenções.
- Dirija com Calma - evite acelerações bruscas desnecessárias, isso faz o consumo de combustível crescer muito por exigir muito do motor, coloque um limite máximo de rotação ao dirigir - 3500 giros são mais que suficientes para uma condução ágil no carregado trânsito urbano, mesmo para motores 1.0 - pode economizar mais de 30%
- Mantenha o carro com a manutenção em dia - Mantendo a injeção eletrônica regulada, filtros de ar, óleo e combustível, sempre novos (trocas a cada 10 mil km) faz com que o carro consuma menos. Um filtro de ar entupido, por exemplo, força o motor desnecessariamente, e o custo da troca de um filtro de ar é menor do que a economia proporcionada por um filtro limpo no primeiro tanque! A bomba de combustível também precisa estar em ordem para gastar menos.
- Calibre os pneus - Pneus descalibrados aumentam em até 30% o consumo, pois aumentam a banda de rodagem em contato com o asfalto - e deixam até o volante mais duro nas manobras, além de desgastar de maneira irregular os pneus. Manter as rodas alinhadas também ajuda.
- Planeje melhor os horários - essa dica é difícil de programar, mas ainda assim é valida - planejando melhor seus horários, você evita trânsito, e com isso, evita queima desnecessária de combustível.
- Evite o uso de ar-condicionado - O compressor do ar-condicionado puxa força do motor, conseqüentemente gasta mais combustível - mas essa dica é relativa, janelas abertas também fazem gastar mais combustível por aumentar o arrasto aerodinâmico - faça o teste com seu carro!
- Faça as contas - álcool compensa mesmo? Faça as contas de quanto seu carro consome com álcool e com gasolina, dependendo do veículo, temos uma falsa impressão de economia ao abastecer o carro com o etanol - e, dependendo do Estado, não vale mesmo à pena. É fácil - encha um tanque com álcool e rode até o fim, faça a conta de quantos Km por Real gasto, depois faça a mesma conta com gasolina.
- Faça o teste - Teste o combustível de mais de um posto - combustível adulterado faz o carro gastar mais, além do desgaste mecânico. Faça as mesmas contas de Km por Real gasto.
- Cuidado com caminhos alternativos - fugir das grandes avenidas por ruas com valetas, lombadas, faróis, podem até valer alguns minutos, mas o acelera e pára pode fazer o gasto de combustível aumentar! Faça as contas!
- Livre-se do peso morto! - Às vezes largamos coisas no porta-malas, no banco traseiro, debaixo do banco só por preguiça de tirar do carro, mas isso é gasto desnecessário!
- Respeite os limites de velocidade, pois a velocidade mais alta o consumo maior! Fora o risco de multas e acidentes graves!
- Use uma marcha alta - às vezes deixamos a rotação alta, 2ª ou 3ª marcha, por exemplo, a 60 km/h - à essa velocidade, uma 5ª marcha serve perfeitamente, sem perder velocidade.
- Evite percursos curtos - O carro quando frio consome mais, e percursos curtos como ir até a padaria, ou a locadora ou o açougue perto de casa podem ser muito bem feitos a pé, economizando combustível e contribuindo para sua saúde, seja por menos CO2 no ar e por mais exercícios! E, quando frio, o carro polui MUITO mais!
- Use uma bicicleta! - essa dica traz 100% de economia de gasolina! Trocando seu carro por uma bicicleta, você ganha em saúde, não fica preso em congestionamentos, acha lugar para estacionar com maior facilidade, economiza em IPVA, economiza com seguro, economiza com manutenções.
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Investimento mundial em energia renovável cresce 60%
Os investimentos em energia solar triplicaram de 2004 a 2007, ano em que recebeu quase US$ 30 bilhões.
Segundo relatório da ONU, fontes como eólica e solar receberam US$ 148 bilhões em 2007. Brasil, Índia e China são destaques.
O investimento global em energias renováveis ao longo de 2007 registrou crescimento de 60% em relação ao ano anterior, com US$ 148 bilhões aplicados no setor. O levantamento foi apresentado na terça-feira (1/7) pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), no relatório Tendências Globais dos Investimentos em Energias Renováveis 2008.
De acordo com o levantamento, a energia eólica atraiu a maior parte dos aportes - US$ 50,2 bilhões de dólares. No entanto, o mercado que mais cresceu foi o de energia solar. O segmento recebeu cerca de US$ 28,6 bilhões, três vezes mais que em 2004.
China, Índia e Brasil são a bola da vez. Juntos, os três países receberam 22% dos investimentos mundiais, o equivalente a US$ 26 bilhões. Os aportes são 14 vezes maiores que os realizados em 2007. Enquanto China e Índia desenvolveram o setor de energia eólica, o Brasil tenta manter o cenário de renovável às custas de grandes hidrelétricas e etanol.
A matriz elétrica brasileira tem recebido a maior quantidade de energia nova a partir de térmicas fósseis, contrariando a tendência mundial de investimentos em energias renováveis apontada pelo relatório.
Mas há um forte movimento para mudar esse quadro. O encontro de energia eólica que reuniu os governadores nordestinos e o ministro de energia em meados de junho mostrou que tanto a iniciativa privada quanto o governo regional querem explorar o enorme potencial do Brasil para o desenvolvimento desse mercado.
O Greenpeace vem apresentando novos dados para promover o debate sobre uma matriz energética renovável e eficiente. A ONG publicou em maio o relatório A Caminho da Sustentabilidade Energética: como estruturar um mercado de renováveis no Brasil, o estudo aponta os obstáculos regulatórios que devem ser superados para que o país avance na expansão das energias limpas. Esse foi o segundo relatório sobre o tema lançado pelo Greenpeace. O primeiro, [R]evolução Energética, lançado em 2007, demonstra a viabilidade técnica e econômica para o Brasil construir uma matriz energética 88% renovável em 2050.
Segundo relatório da ONU, fontes como eólica e solar receberam US$ 148 bilhões em 2007. Brasil, Índia e China são destaques.
O investimento global em energias renováveis ao longo de 2007 registrou crescimento de 60% em relação ao ano anterior, com US$ 148 bilhões aplicados no setor. O levantamento foi apresentado na terça-feira (1/7) pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), no relatório Tendências Globais dos Investimentos em Energias Renováveis 2008.
De acordo com o levantamento, a energia eólica atraiu a maior parte dos aportes - US$ 50,2 bilhões de dólares. No entanto, o mercado que mais cresceu foi o de energia solar. O segmento recebeu cerca de US$ 28,6 bilhões, três vezes mais que em 2004.
China, Índia e Brasil são a bola da vez. Juntos, os três países receberam 22% dos investimentos mundiais, o equivalente a US$ 26 bilhões. Os aportes são 14 vezes maiores que os realizados em 2007. Enquanto China e Índia desenvolveram o setor de energia eólica, o Brasil tenta manter o cenário de renovável às custas de grandes hidrelétricas e etanol.
A matriz elétrica brasileira tem recebido a maior quantidade de energia nova a partir de térmicas fósseis, contrariando a tendência mundial de investimentos em energias renováveis apontada pelo relatório.
Mas há um forte movimento para mudar esse quadro. O encontro de energia eólica que reuniu os governadores nordestinos e o ministro de energia em meados de junho mostrou que tanto a iniciativa privada quanto o governo regional querem explorar o enorme potencial do Brasil para o desenvolvimento desse mercado.
O Greenpeace vem apresentando novos dados para promover o debate sobre uma matriz energética renovável e eficiente. A ONG publicou em maio o relatório A Caminho da Sustentabilidade Energética: como estruturar um mercado de renováveis no Brasil, o estudo aponta os obstáculos regulatórios que devem ser superados para que o país avance na expansão das energias limpas. Esse foi o segundo relatório sobre o tema lançado pelo Greenpeace. O primeiro, [R]evolução Energética, lançado em 2007, demonstra a viabilidade técnica e econômica para o Brasil construir uma matriz energética 88% renovável em 2050.
sábado, 10 de janeiro de 2009
Obama quer economia energética em pacote de estímulo
O presidente eleito dos EUA, Barack Obama, disse que o seu futuro pacote de estímulo econômico incluirá investimentos destinados a economizar bilhões de dólares em energia e a criar empregos rapidamente.
Em sua primeira entrevista coletiva do ano, Obama disse que "muito do investimento" do pacote de estímulo será em energia, saúde e educação, "coisas que precisamos fazer de qualquer forma". Ele deu poucos detalhes, mas prometeu reformar todos os edifícios federais para que gastem menos energia.
"Se fizermos isso eficazmente, no longo prazo vamos economizar bilhões de dólares em custos energéticos para o governo federal e os contribuintes", disse Obama.
O futuro presidente, que toma posse no dia 20, prometeu investir 150 bilhões de dólares em dez anos para desenvolver fontes alternativas de energia, que segundo ele criariam 5 milhões de empregos "verdes".
As senadoras Dianne Feinstein (democrata) e Olympia Snowe (republicana) pediram nesta semana à equipe de transição que inclua investimentos em eficiência energética no pacote de estímulo econômico.
Elas propuseram verbas adicionais para ajudar idosos e famílias pobres a realizarem obras para economizar energia em suas casas. Obama disse que pretende adaptar 1 milhão de residências anualmente.
Especialistas dizem que obras com fins de economia energética em prédios públicos e casas particulares devolveriam o emprego a centenas de milhares de pequenos empreiteiros afetados pela crise no setor imobiliário.
Em sua primeira entrevista coletiva do ano, Obama disse que "muito do investimento" do pacote de estímulo será em energia, saúde e educação, "coisas que precisamos fazer de qualquer forma". Ele deu poucos detalhes, mas prometeu reformar todos os edifícios federais para que gastem menos energia.
"Se fizermos isso eficazmente, no longo prazo vamos economizar bilhões de dólares em custos energéticos para o governo federal e os contribuintes", disse Obama.
O futuro presidente, que toma posse no dia 20, prometeu investir 150 bilhões de dólares em dez anos para desenvolver fontes alternativas de energia, que segundo ele criariam 5 milhões de empregos "verdes".
As senadoras Dianne Feinstein (democrata) e Olympia Snowe (republicana) pediram nesta semana à equipe de transição que inclua investimentos em eficiência energética no pacote de estímulo econômico.
Elas propuseram verbas adicionais para ajudar idosos e famílias pobres a realizarem obras para economizar energia em suas casas. Obama disse que pretende adaptar 1 milhão de residências anualmente.
Especialistas dizem que obras com fins de economia energética em prédios públicos e casas particulares devolveriam o emprego a centenas de milhares de pequenos empreiteiros afetados pela crise no setor imobiliário.
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
Falta de crédito ameaça promessa de priorizar energias renováveis
O presidente eleito dos EUA, Barack Obama, prometeu promover energia limpa e renovável, reiterando que sua “Presidência vai marcar um novo capítulo na liderança americana em mudança climática”. Mas as elétricas do país parecem subitamente estar com dificuldade para transformar essa promessa em realidade.
O financiamento empacou. A Clear Skies Solar cancelou recentemente planos de construir uma megausina de energia solar no Deserto de Mojave, na Califórnia, por falta de financiamento, apesar de uma elétrica do Estado ter concordado em comprar toda a produção.
Foi cancelado o pedido de painéis solares.
Abaladas pela crise financeira, empresas de geração de energia dos EUA estão cortando orçamentos e cancelando projetos de eletricidade limpa. O crédito para novas usinas de energia nuclear parece incerto. Algumas empresas do setor estão com dificuldades até para suprir suas necessidades de dinheiro no curto prazo.
Forjar uma política energética que propicie a geração de grande quantidade de energia eólica, solar e nuclear continua a ser uma das prioridades de Obama e foi um dos grandes temas de sua campanha. Mas colocar essa política em prática depende, em larga escala, da capacidade das companhias de geração e de distribuição de energia de financiar os novos e volumosos investimentos necessários.
Há apenas poucos meses, o setor energético estava na crista da onda, papando lucros gordos com a alta tanto na demanda quanto nos preços da eletricidade. As ações do setor dispararam. Muitas empresas acumularam linhas de crédito a juros baixos que as ajudavam a financiar grandes projetos de infra-estrutura.
Mas essas condições evaporaram quando a crise financeira se ergueu nos últimos meses. As ações despencaram. O enfraquecimento econômico arrefeceu a demanda por eletricidade. Energéticas, que são o terceiro maior tomador de empréstimos, atrás do governo e da indústria de serviços financeiros, não podem mais contar com tanto crédito barato.
Muitas empresas de energia estão com problemas para rolar dívidas e usaram as linhas de crédito para manter dinheiro em caixa e evitar depender dos mercados financeiros desfavoráveis. A Calpine, uma geradora do Texas, está juntando dinheiro para se proteger até 2011. Suas ações caíram 60% este ano.
As primeiras medidas tomadas pelas empresas foi cortar projetos de energia renovável que seriam a vanguarda do futuro energético dos EUA.
A Duke Energy cortou pela metade um plano de investimento de US$ 100 milhões pelo qual ela iria alugar espaço nos telhados de residências e empresas. O plano era instalar painéis solares da Duke para injetar eletricidade diretamente na rede de transmissão. Sob pressão de autoridades preocupadas com o custo, porém, a Duke cortou o projeto para cerca de 4 mil telhados na Carolina do Norte. Ela também está engavetando um projeto de energia eólica de US$ 400 milhões que planejava executar com um sócio.
A Public Service Enterprise Group, a maior distribuidora de energia do Estado de New Jersey, anunciou que vai cortar o orçamento para investimentos de capital no ano que vem em 14%, para US$ 1,55 bilhão, uma redução de US$ 325 milhões. Os mercados estão difíceis e, por isso, estamos ajustando nosso padrão de gastos.
O FPL Group, um dos maiores produtores de energia eólica do país, informou que está cortando as despesas de capital em projetos de geração da ordem de US$ 1 bilhão em 2009, reduzindo em 27% a capacidade dos projetos planejados.
E uma das maiores empresas de geração de energia do país, a American Electric Power, informou que espera cortar as despesas de capital em 23%, para cerca de US$ 2,6 bilhões em 2009, com mais da metade dos cortes sendo em gastos ambientais. Ela planeja adiar a instalação de equipamento de controle de poluição em usinas termelétricas.
Entre os defensores da energia renovável nos EUA estão pequenas empresas que desenvolvem projetos eólicos/solares e vendem a produção para as grandes distribuidoras. Esses projetos eram investimentos atraentes porque muitos deles podiam receber créditos fiscais. Muitos dos investidores que procuravam esses incentivos desapareceram por causa da queda das bolsas e do congelamento do crédito.
John Eber, diretor de investimentos em energia renovável da JP Morgan Capital, disse que sua empresa investiu US$ 1,7 bilhão e levantou outros US$ 2,8 bilhões para 43 fazendas de geração eólica e um projeto de energia solar entre 2003 e 2007. Alguns dos grandes investidores, como Wachovia, Lehman Brothers e American International Group, saíram de cena. Os investimentos de portfólio em energia renovável devem cair 20% este ano, para US$ 4 bilhões.
Até os planos de construir uma nova geração de reatores nucleares nos EUA enfrentam futuro incerto. Há alguns meses, muitas empresas faziam fila para participar do que parecia ser a revitalização da energia nuclear no país, expandindo um setor considerado parte importante da redução de emissões de dióxido de carbono.
Mas os preços de aço, concreto e equipamentos de construção subiram ao mesmo tempo em que a capacidade das empresas de obter financiamento ficou reduzida. Os juros dobraram ou quadruplicaram em relação a dois anos atrás.
A aprovação da legislação para gases do efeito estufa daria um incentivo à energia nuclear porque poderia aumentar os custos de geradores que queimam combustíveis fósseis como carvão.
Mas muitos executivos e analistas do setor agora acreditam que o Congresso vai abafar leis de meio ambiente por temer que elas possam aumentar o preço da eletricidade para os consumidores.
O financiamento empacou. A Clear Skies Solar cancelou recentemente planos de construir uma megausina de energia solar no Deserto de Mojave, na Califórnia, por falta de financiamento, apesar de uma elétrica do Estado ter concordado em comprar toda a produção.
Foi cancelado o pedido de painéis solares.
Abaladas pela crise financeira, empresas de geração de energia dos EUA estão cortando orçamentos e cancelando projetos de eletricidade limpa. O crédito para novas usinas de energia nuclear parece incerto. Algumas empresas do setor estão com dificuldades até para suprir suas necessidades de dinheiro no curto prazo.
Forjar uma política energética que propicie a geração de grande quantidade de energia eólica, solar e nuclear continua a ser uma das prioridades de Obama e foi um dos grandes temas de sua campanha. Mas colocar essa política em prática depende, em larga escala, da capacidade das companhias de geração e de distribuição de energia de financiar os novos e volumosos investimentos necessários.
Há apenas poucos meses, o setor energético estava na crista da onda, papando lucros gordos com a alta tanto na demanda quanto nos preços da eletricidade. As ações do setor dispararam. Muitas empresas acumularam linhas de crédito a juros baixos que as ajudavam a financiar grandes projetos de infra-estrutura.
Mas essas condições evaporaram quando a crise financeira se ergueu nos últimos meses. As ações despencaram. O enfraquecimento econômico arrefeceu a demanda por eletricidade. Energéticas, que são o terceiro maior tomador de empréstimos, atrás do governo e da indústria de serviços financeiros, não podem mais contar com tanto crédito barato.
Muitas empresas de energia estão com problemas para rolar dívidas e usaram as linhas de crédito para manter dinheiro em caixa e evitar depender dos mercados financeiros desfavoráveis. A Calpine, uma geradora do Texas, está juntando dinheiro para se proteger até 2011. Suas ações caíram 60% este ano.
As primeiras medidas tomadas pelas empresas foi cortar projetos de energia renovável que seriam a vanguarda do futuro energético dos EUA.
A Duke Energy cortou pela metade um plano de investimento de US$ 100 milhões pelo qual ela iria alugar espaço nos telhados de residências e empresas. O plano era instalar painéis solares da Duke para injetar eletricidade diretamente na rede de transmissão. Sob pressão de autoridades preocupadas com o custo, porém, a Duke cortou o projeto para cerca de 4 mil telhados na Carolina do Norte. Ela também está engavetando um projeto de energia eólica de US$ 400 milhões que planejava executar com um sócio.
A Public Service Enterprise Group, a maior distribuidora de energia do Estado de New Jersey, anunciou que vai cortar o orçamento para investimentos de capital no ano que vem em 14%, para US$ 1,55 bilhão, uma redução de US$ 325 milhões. Os mercados estão difíceis e, por isso, estamos ajustando nosso padrão de gastos.
O FPL Group, um dos maiores produtores de energia eólica do país, informou que está cortando as despesas de capital em projetos de geração da ordem de US$ 1 bilhão em 2009, reduzindo em 27% a capacidade dos projetos planejados.
E uma das maiores empresas de geração de energia do país, a American Electric Power, informou que espera cortar as despesas de capital em 23%, para cerca de US$ 2,6 bilhões em 2009, com mais da metade dos cortes sendo em gastos ambientais. Ela planeja adiar a instalação de equipamento de controle de poluição em usinas termelétricas.
Entre os defensores da energia renovável nos EUA estão pequenas empresas que desenvolvem projetos eólicos/solares e vendem a produção para as grandes distribuidoras. Esses projetos eram investimentos atraentes porque muitos deles podiam receber créditos fiscais. Muitos dos investidores que procuravam esses incentivos desapareceram por causa da queda das bolsas e do congelamento do crédito.
John Eber, diretor de investimentos em energia renovável da JP Morgan Capital, disse que sua empresa investiu US$ 1,7 bilhão e levantou outros US$ 2,8 bilhões para 43 fazendas de geração eólica e um projeto de energia solar entre 2003 e 2007. Alguns dos grandes investidores, como Wachovia, Lehman Brothers e American International Group, saíram de cena. Os investimentos de portfólio em energia renovável devem cair 20% este ano, para US$ 4 bilhões.
Até os planos de construir uma nova geração de reatores nucleares nos EUA enfrentam futuro incerto. Há alguns meses, muitas empresas faziam fila para participar do que parecia ser a revitalização da energia nuclear no país, expandindo um setor considerado parte importante da redução de emissões de dióxido de carbono.
Mas os preços de aço, concreto e equipamentos de construção subiram ao mesmo tempo em que a capacidade das empresas de obter financiamento ficou reduzida. Os juros dobraram ou quadruplicaram em relação a dois anos atrás.
A aprovação da legislação para gases do efeito estufa daria um incentivo à energia nuclear porque poderia aumentar os custos de geradores que queimam combustíveis fósseis como carvão.
Mas muitos executivos e analistas do setor agora acreditam que o Congresso vai abafar leis de meio ambiente por temer que elas possam aumentar o preço da eletricidade para os consumidores.
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
Energias Renováveis
A partir do século XX, o mundo sofre com a exploração de seus recursos naturais, com a poluição da atmosfera e com a degradação do solo.
O petróleo, considerado uma fonte tradicional de energia, foi tão continuamente extraído que seus poços já começam a se esgotar, pouco menos de 100 anos após o início de sua utilização efetiva.
O carvão, um recurso ainda mais antigo, também é considerado esgotável.
A energia nuclear, da mesma forma, nos alerta para o perigo dos resíduos radioativos.
O uso das fontes tradicionais traça sua trajetória ao declínio, não só pela sua característica efêmera, mas por que é uma ameaça ao meio ambiente.
Na esteira da questão ecológica, as chamadas “fontes alternativas de energia” ganham um espaço cada vez maior. Essas fontes alternativas, além de não prejudicar a natureza, são renováveis, e por isso perene. Exemplos de fontes renováveis incluem a energia solar (painel solar, célula fotovoltaica), a energia eólica (turbina eólica, cata-vento), a energia hídrica (roda d’água, turbina aquática) e a biomassa (matéria de origem vegetal).
O Brasil já demonstrou, em foros internacionais, a sua intenção de aprimorar o uso de energias renováveis e diversificar as fontes de geração de energia. O compromisso reduz o risco de um novo déficit hidrológico, que geralmente leva à crise e ao racionamento, como sucedido nos verões de 2001 e 2002.
O Potencial das Energias Renováveis
Muitos ainda vêem a geração de energia por fontes renováveis como uma iniciativa isolada, incapaz de atender à grande demanda de um país continental. A utilização de energias alternativas não pressupõe o abandono imediato dos recursos tradicionais, mas sua capacidade não deve ser subestimada.
A Alemanha, provou como o uso das fontes renováveis pode ser útil ao Estado, à população e ao meio-ambiente. O país é responsável por cerca de um terço de toda a energia eólica instalada no mundo, representando metade da potência gerada em toda a Europa. O investimento em tecnologia também permitiu aos germânicos se destacarem na utilização de combustíveis de origem vegetal (biomassa).
As energias renováveis são provenientes de ciclos naturais de conversão da radiação solar, que é a fonte primária de quase toda energia disponível na terra, portanto, praticamente inesgotáveis e não alteram o balanço térmico do planeta.
Têm-se assistido a substituição de fontes de energia direcionada para o aproveitamento das energias renováveis. O consumo de petróleo e de outros combustíveis fósseis compromete o equilíbrio natural à escala mundial, aumentando a poluição atmosférica ou pelo esgotamento desses recursos num futuro próximo. Energias renováveis resultam de fluxos de energia a partir do Sol, vento, água, plantas e da própria terra, são fontes inesgotáveis. A contribuição das diferentes formas de energia na redução da poluição varia consideravelmente com a fonte de energia e com a tecnologia utilizada na sua conversão. Energias renováveis apresentam diferentes potenciais de utilização, contribuindo para o aproveitamento energético local. Devido ao crescente interesse pelo aproveitamento das energias renováveis, têm sido desenvolvidos estudos e tecnologias que permitem aumentar os níveis de participação no sistema energético nacional.
O petróleo, considerado uma fonte tradicional de energia, foi tão continuamente extraído que seus poços já começam a se esgotar, pouco menos de 100 anos após o início de sua utilização efetiva.
O carvão, um recurso ainda mais antigo, também é considerado esgotável.
A energia nuclear, da mesma forma, nos alerta para o perigo dos resíduos radioativos.
O uso das fontes tradicionais traça sua trajetória ao declínio, não só pela sua característica efêmera, mas por que é uma ameaça ao meio ambiente.
Na esteira da questão ecológica, as chamadas “fontes alternativas de energia” ganham um espaço cada vez maior. Essas fontes alternativas, além de não prejudicar a natureza, são renováveis, e por isso perene. Exemplos de fontes renováveis incluem a energia solar (painel solar, célula fotovoltaica), a energia eólica (turbina eólica, cata-vento), a energia hídrica (roda d’água, turbina aquática) e a biomassa (matéria de origem vegetal).
O Brasil já demonstrou, em foros internacionais, a sua intenção de aprimorar o uso de energias renováveis e diversificar as fontes de geração de energia. O compromisso reduz o risco de um novo déficit hidrológico, que geralmente leva à crise e ao racionamento, como sucedido nos verões de 2001 e 2002.
O Potencial das Energias Renováveis
Muitos ainda vêem a geração de energia por fontes renováveis como uma iniciativa isolada, incapaz de atender à grande demanda de um país continental. A utilização de energias alternativas não pressupõe o abandono imediato dos recursos tradicionais, mas sua capacidade não deve ser subestimada.
A Alemanha, provou como o uso das fontes renováveis pode ser útil ao Estado, à população e ao meio-ambiente. O país é responsável por cerca de um terço de toda a energia eólica instalada no mundo, representando metade da potência gerada em toda a Europa. O investimento em tecnologia também permitiu aos germânicos se destacarem na utilização de combustíveis de origem vegetal (biomassa).
As energias renováveis são provenientes de ciclos naturais de conversão da radiação solar, que é a fonte primária de quase toda energia disponível na terra, portanto, praticamente inesgotáveis e não alteram o balanço térmico do planeta.
Têm-se assistido a substituição de fontes de energia direcionada para o aproveitamento das energias renováveis. O consumo de petróleo e de outros combustíveis fósseis compromete o equilíbrio natural à escala mundial, aumentando a poluição atmosférica ou pelo esgotamento desses recursos num futuro próximo. Energias renováveis resultam de fluxos de energia a partir do Sol, vento, água, plantas e da própria terra, são fontes inesgotáveis. A contribuição das diferentes formas de energia na redução da poluição varia consideravelmente com a fonte de energia e com a tecnologia utilizada na sua conversão. Energias renováveis apresentam diferentes potenciais de utilização, contribuindo para o aproveitamento energético local. Devido ao crescente interesse pelo aproveitamento das energias renováveis, têm sido desenvolvidos estudos e tecnologias que permitem aumentar os níveis de participação no sistema energético nacional.
domingo, 4 de janeiro de 2009
Ambiente Energia
Quando se fala em energia, a primeira impressão que vem a nossa mente é estarmos falando de energia elétrica ou sobre combustíveis. Nada mais natural, uma vez que todas as nossas atenções estão voltadas para as questões energéticas que o Brasil vem se defrontando nas últimas décadas.
Em meados do Século XIX, quando o carvão mineral era fonte básica de energia para transportes, algumas indústrias e iluminação, decorreram iniciativas nesta área, mais especificamente no setor de energia elétrica, provocadas por Dom Pedro II, que era um homem interessado nos avanços científicos de seu tempo. Assim, novas descobertas aportaram no Império do Brasil.
De lá para cá, muitas coisas mudaram e hoje, já falamos em termos que fariam nosso Imperador pensar serem temas de ficção científica: Energia Renovável; Energia Limpa ou Energia Suja; Energia Nuclear; Energia Eólica, entre tantas outras referências.
Por dispor da maior bacia hidrográfica do mundo, é natural e compreensível que o Brasil tenha feito historicamente sua opção por esta matriz energética. Hoje, as usinas hidroelétricas dão sustentação ao desenvolvimento nacional e ao parque industrial brasileiro, respondendo por quase 90% do total de energia gerada no País.
Fato é que neste momento, todas as atenções estão voltadas para as questões energéticas, principalmente combustíveis e eletricidade.
Em meados do Século XIX, quando o carvão mineral era fonte básica de energia para transportes, algumas indústrias e iluminação, decorreram iniciativas nesta área, mais especificamente no setor de energia elétrica, provocadas por Dom Pedro II, que era um homem interessado nos avanços científicos de seu tempo. Assim, novas descobertas aportaram no Império do Brasil.
De lá para cá, muitas coisas mudaram e hoje, já falamos em termos que fariam nosso Imperador pensar serem temas de ficção científica: Energia Renovável; Energia Limpa ou Energia Suja; Energia Nuclear; Energia Eólica, entre tantas outras referências.
Por dispor da maior bacia hidrográfica do mundo, é natural e compreensível que o Brasil tenha feito historicamente sua opção por esta matriz energética. Hoje, as usinas hidroelétricas dão sustentação ao desenvolvimento nacional e ao parque industrial brasileiro, respondendo por quase 90% do total de energia gerada no País.
Fato é que neste momento, todas as atenções estão voltadas para as questões energéticas, principalmente combustíveis e eletricidade.
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
Horário de Verão
Sobre os horários de verão
A idéia de aproveitar ao máximo a luz solar como medida de economia, durante os dias longos, foi proposta há mais de dois séculos, em 1784, por Benjamin Franklin, em artigo publicado no Jornal de Paris. A hora de verão foi utilizada pela primeira vez na noite de 30 de abril para 1 de maio de 1916, quando todos os relógios da Alemanha e Áustria foram adiantados em uma hora, com o objetivo de obter uma economia que lhes proporcionasse uma vantagem na Primeira Guerra Mundial. Logo em seguida, vários outros países também a adotaram.
Diferença entre Hora Local e Hora Legal
Até o final de 1913, no Brasil, os relógios em cada cidade eram acertados com base em critérios os mais variados possíveis, mas quase sempre relacionados à passagem do Sol pelo meridiano local (Hora Local). A partir de 1 de janeiro de 1914, o Brasil passou a adotar a Hora Legal, com os fusos horários baseados no meridiano de Greenwich. Logo, ao se calcular um mapa do início do século XX ou anterior, para o Brasil, deve-se sempre tomar o cuidado de utilizar a Hora Local (ou dif. horária), e para datas a partir de 1914, usar sempre a Hora Legal (fuso horário).
O Horário de Verão foi instituído pela primeira vez no Brasil no verão de 1931/1932. O período 2002/2003 correspondeu à 29ª vez de implantação do sistema no Brasil, sendo que desde 1985 esse horário especial ocorre todos os anos, somando 18 vezes consecutivas.
O principal objetivo da implantação do Horário de Verão é o melhor aproveitamento da luz natural ao entardecer, o que proporciona substancial redução na geração da energia elétrica que se destina à iluminação artificial. Observa-se que em algumas regiões do País a duração dos dias e das noites sofre alterações significativas ao longo do ano, reunindo condições excelentes para a implantação da medida.
O Horário de Verão reduz a demanda por energia no período mais crítico do dia, ou seja, que vai das 18h às 21h quando a coincidência de consumo por toda a população provoca um pico, denominado "horário de ponta". Portanto, antecipar os ponteiros do relógio em uma hora, como acontece durante quatro meses no ano, em média, permite que se aproveite melhor a luz natural. A redução da ponta varia de 4% a 5% e poupa o País de sofrer as conseqüências da sobrecarga na rede na estação mais quente do ano.
Em última instância, a implantação do Horário de Verão, ao permitir que entre 19 e 20 horas ainda se disponha de claridade no céu, evita o custo de operação de usinas de energia elétrica para iluminar, ao entardecer, todas as regiões do País onde o sistema é implantado e que abrangem os maiores centros consumidores do País.
A redução média de 4% no consumo de energia no horário de pico durante os meses do Horário de Verão, normalmente de outubro a fevereiro, gera outros benefícios ao setor elétrico, além da economia de energia. Quando a demanda diminui, as empresas que operam o sistema conseguem prestar um serviço melhor ao consumidor, porque os troncos das linhas de transmissão ficam menos sobrecarregados.
O Ministério de Minas e Energia estima que a economia no período de mudança de horário deve ser de 2.250 MW, ou 0,5%.
De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a redução do consumo de energia de 1985 a 2001 registrou média de aproximadamente 1%, mas vem caindo ao longo dos anos. O verão de 1991/1992 foi o que apresentou o maior índice, 2,6%. No período passado, o índice chegou ao mínimo já registrado, 0,2%.
O Horário de Verão é implantado por decreto presidencial, fundamentado em informações encaminhadas pelo Ministério das Minas e Energia, que toma por base os estudos técnicos realizados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS, e indica quais as unidades da Federação serão abrangidas e o período de duração da medida.
Histórico dos Horários de Verão
A história do horário de verão no Brasil começou na década de 30, pelas mãos do então presidente Getúlio Vargas: sua versão de estréia durou quase meio ano, vigorando de 3 de outubro de 1931 até 31 de março de 1932. Nos 35 anos seguintes, a medida foi instituída em nove oportunidades: em 1932, de 1949 a 1952, em 1963 e de 1965 a 1967.
Depois de muitos anos esquecido, a medida ressurgiu em 1985 por decreto do presidente José Sarney. Desde então, não deixou de ser adotado em nenhum ano.
O horário de verão foi cogitado pela primeira vez em 1784, por Benjamin Franklin, um dos homens mais influentes da história política e científica dos Estados Unidos. Partindo da observação de que, durante parte do ano, nos meses de verão, o sol nascia antes que a maioria das pessoas se levantasse, ele concluiu que, se os relógios fossem adiantados, a luz do dia poderia ser mais bem aproveitada. A maioria da população passaria a acordar trabalhar e estudar em consonância com a luz do sol, e com isso não se consumiria tantas velas nas fábricas e residências daquela época.
A idéia, na época, não chegou a sair do papel. Em 1907, na Inglaterra, William Willett, membro da Sociedade Astronômica Real, deu início a uma campanha que propunha alterar os relógios no verão para reduzir o que classificava de "desperdício de luz diurna". Willett morreu em 1915, um ano antes de a Alemanha adotar sua tese e se tornar o primeiro país no mundo a implantar o horário de verão.
Resistência dos Horários de Verão
Desde 1985, quando passou a ser adotado regularmente até os dias de hoje, o horário de verão sofreu progressivas flexibilizações. Nos primeiros anos, ele envolvia todo o território nacional. Hoje, dispensa todo o Norte e Nordeste, além do estado de Mato Grosso. Estudos em curso atualmente no Ministério de Minas e Energia avaliam se é possível flexibilizar ainda mais, sem perigo para a estabilidade do sistema. O integrante da Comissão de Minas e Energia da Câmara acredita que o horário é uma excelente forma de educar a população sobre a necessidade de economizar. A energia é um bem escasso e caro. Hoje, com a cobrança do ICMS, se torna muito mais oneroso para o contribuinte.
A mudança no horário causa mais transtornos do que benefícios. A economia é pequena e poderia ser atingida se fossem realizadas campanhas de racionalização do uso da energia na época do verão. Desde 1990, no Nordeste, o horário de verão acontecia apenas na Bahia.
A decisão de suspender a medida na totalidade da região, tomada este ano pelo Ministério das Minas e Energia, levou em consideração a opinião dos nove governadores nordestinos. Segundo a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), embora a Bahia concentre o maior número de indústrias na região, o ganho médio que vinha sendo obtido com a mudança era de apenas 0,5%.
O sol, no Nordeste, funciona como um relógio para a população. Essa mudança tira o referencial das pessoas, dever haver campanhas educativas, em lugar da medida. Hoje, está sobrando energia, por causa da redução da demanda e a crise econômica.
Além do Brasil, outros países também fazem mudança no horário convencional para aproveitar a luminosidade do verão o horário de verão, também é adotado nos países da União Européia (entre março e outubro), da América do Norte - Estados Unidos, Canadá e México (entre abril e outubro), além da Rússia, Turquia e Cuba. No hemisfério Sul, a medida é adotada entre outubro e março na Austrália, Nova Zelândia e Chile.
Cronologia dos Horários de Verão no Brasil
Períodos De 03/10/1931 às 11h00m até 31/03/1932 às 24h00m
De 03/10/1932 às 00h00m até 31/03/1933 às 24h00m
De 01/12/1949 às 00h00m até 15/04/1950 às 24h00m
De 01/12/1950 às 00h00m até 31/03/1951 às 24h00m
De 01/12/1951 às 00h00m até 31/03/1952 às 24h00m
De 01/12/1952 às 00h00m até 28/02/1953 às 24h00m
De 23/10/1963 às 00h00m até 29/02/1964 às 24h00m
De 31/01/1965 às 00h00m até 31/03/1965 às 24h00m
De 01/12/1965 às 00h00m até 28/02/1966 às 24h00m
De 01/11/1966 às 00h00m até 28/02/1967 às 24h00m
De 01/11/1967 às 00h00m até 29/02/1968 às 24h00m
De 02/11/1985 às 00h00m até 14/03/1986 às 24h00m
De 25/10/1986 às 00h00m até 13/02/1987 às 24h00m
De 25/10/1987 às 00h00m até 06/02/1988 às 24h00m
De 16/10/1988 às 00h00m até 28/01/1989 às 24h00m
De 15/10/1989 às 00h00m até 10/02/1990 às 24h00m
De 21/10/1990 às 00h00m até 16/02/1991 às 24h00m
De 20/10/1991 às 00h00m até 08/02/1992 às 24h00m
De 25/10/1992 às 00h00m até 30/01/1993 às 24h00m
De 17/10/1993 às 00h00m até 19/02/1994 às 24h00m
De 16/10/1994 às 00h00m até 18/02/1995 às 24h00m
De 15/10/1995 às 00h00m até 10/02/1996 às 24h00m
De 06/10/1996 às 00h00m até 16/02/1997 às 24h00m
De 06/10/1997 às 00h00m até 28/02/1998 às 24h00m
De 11/10/1998 às 00h00m até 20/02/1999 às 24h00m
De 03/10/1999 às 00h00m até 26/02/2000 às 24h00m
De 08/10/2000 às 00h00m até 17/02/2001 às 24h00m
De 14/10/2001 às 00h00m até 16/02/2002 às 24h00m
De 03/11/2002 às 00h00m até 15/02/2003 às 24h00m
De 19/10/2003 às 00h00m até 14/02/2004 às 24h00m
De 02/11/2004 às 00h00m até 19/02/2005 às 24h00m
De 16/10/2005 às 00h00m até 18/02/2006 às 24h00m
De 05/11/2006 às 00h00m até 24/02/2007 às 24h00m
De 14/10/2007 às 00h00m até 16/02/2008 às 24h00m
De 19/10/2008 às 00h00m até 14/02/2009 às 24h00m
A idéia de aproveitar ao máximo a luz solar como medida de economia, durante os dias longos, foi proposta há mais de dois séculos, em 1784, por Benjamin Franklin, em artigo publicado no Jornal de Paris. A hora de verão foi utilizada pela primeira vez na noite de 30 de abril para 1 de maio de 1916, quando todos os relógios da Alemanha e Áustria foram adiantados em uma hora, com o objetivo de obter uma economia que lhes proporcionasse uma vantagem na Primeira Guerra Mundial. Logo em seguida, vários outros países também a adotaram.
Diferença entre Hora Local e Hora Legal
Até o final de 1913, no Brasil, os relógios em cada cidade eram acertados com base em critérios os mais variados possíveis, mas quase sempre relacionados à passagem do Sol pelo meridiano local (Hora Local). A partir de 1 de janeiro de 1914, o Brasil passou a adotar a Hora Legal, com os fusos horários baseados no meridiano de Greenwich. Logo, ao se calcular um mapa do início do século XX ou anterior, para o Brasil, deve-se sempre tomar o cuidado de utilizar a Hora Local (ou dif. horária), e para datas a partir de 1914, usar sempre a Hora Legal (fuso horário).
O Horário de Verão foi instituído pela primeira vez no Brasil no verão de 1931/1932. O período 2002/2003 correspondeu à 29ª vez de implantação do sistema no Brasil, sendo que desde 1985 esse horário especial ocorre todos os anos, somando 18 vezes consecutivas.
O principal objetivo da implantação do Horário de Verão é o melhor aproveitamento da luz natural ao entardecer, o que proporciona substancial redução na geração da energia elétrica que se destina à iluminação artificial. Observa-se que em algumas regiões do País a duração dos dias e das noites sofre alterações significativas ao longo do ano, reunindo condições excelentes para a implantação da medida.
O Horário de Verão reduz a demanda por energia no período mais crítico do dia, ou seja, que vai das 18h às 21h quando a coincidência de consumo por toda a população provoca um pico, denominado "horário de ponta". Portanto, antecipar os ponteiros do relógio em uma hora, como acontece durante quatro meses no ano, em média, permite que se aproveite melhor a luz natural. A redução da ponta varia de 4% a 5% e poupa o País de sofrer as conseqüências da sobrecarga na rede na estação mais quente do ano.
Em última instância, a implantação do Horário de Verão, ao permitir que entre 19 e 20 horas ainda se disponha de claridade no céu, evita o custo de operação de usinas de energia elétrica para iluminar, ao entardecer, todas as regiões do País onde o sistema é implantado e que abrangem os maiores centros consumidores do País.
A redução média de 4% no consumo de energia no horário de pico durante os meses do Horário de Verão, normalmente de outubro a fevereiro, gera outros benefícios ao setor elétrico, além da economia de energia. Quando a demanda diminui, as empresas que operam o sistema conseguem prestar um serviço melhor ao consumidor, porque os troncos das linhas de transmissão ficam menos sobrecarregados.
O Ministério de Minas e Energia estima que a economia no período de mudança de horário deve ser de 2.250 MW, ou 0,5%.
De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a redução do consumo de energia de 1985 a 2001 registrou média de aproximadamente 1%, mas vem caindo ao longo dos anos. O verão de 1991/1992 foi o que apresentou o maior índice, 2,6%. No período passado, o índice chegou ao mínimo já registrado, 0,2%.
O Horário de Verão é implantado por decreto presidencial, fundamentado em informações encaminhadas pelo Ministério das Minas e Energia, que toma por base os estudos técnicos realizados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS, e indica quais as unidades da Federação serão abrangidas e o período de duração da medida.
Histórico dos Horários de Verão
A história do horário de verão no Brasil começou na década de 30, pelas mãos do então presidente Getúlio Vargas: sua versão de estréia durou quase meio ano, vigorando de 3 de outubro de 1931 até 31 de março de 1932. Nos 35 anos seguintes, a medida foi instituída em nove oportunidades: em 1932, de 1949 a 1952, em 1963 e de 1965 a 1967.
Depois de muitos anos esquecido, a medida ressurgiu em 1985 por decreto do presidente José Sarney. Desde então, não deixou de ser adotado em nenhum ano.
O horário de verão foi cogitado pela primeira vez em 1784, por Benjamin Franklin, um dos homens mais influentes da história política e científica dos Estados Unidos. Partindo da observação de que, durante parte do ano, nos meses de verão, o sol nascia antes que a maioria das pessoas se levantasse, ele concluiu que, se os relógios fossem adiantados, a luz do dia poderia ser mais bem aproveitada. A maioria da população passaria a acordar trabalhar e estudar em consonância com a luz do sol, e com isso não se consumiria tantas velas nas fábricas e residências daquela época.
A idéia, na época, não chegou a sair do papel. Em 1907, na Inglaterra, William Willett, membro da Sociedade Astronômica Real, deu início a uma campanha que propunha alterar os relógios no verão para reduzir o que classificava de "desperdício de luz diurna". Willett morreu em 1915, um ano antes de a Alemanha adotar sua tese e se tornar o primeiro país no mundo a implantar o horário de verão.
Resistência dos Horários de Verão
Desde 1985, quando passou a ser adotado regularmente até os dias de hoje, o horário de verão sofreu progressivas flexibilizações. Nos primeiros anos, ele envolvia todo o território nacional. Hoje, dispensa todo o Norte e Nordeste, além do estado de Mato Grosso. Estudos em curso atualmente no Ministério de Minas e Energia avaliam se é possível flexibilizar ainda mais, sem perigo para a estabilidade do sistema. O integrante da Comissão de Minas e Energia da Câmara acredita que o horário é uma excelente forma de educar a população sobre a necessidade de economizar. A energia é um bem escasso e caro. Hoje, com a cobrança do ICMS, se torna muito mais oneroso para o contribuinte.
A mudança no horário causa mais transtornos do que benefícios. A economia é pequena e poderia ser atingida se fossem realizadas campanhas de racionalização do uso da energia na época do verão. Desde 1990, no Nordeste, o horário de verão acontecia apenas na Bahia.
A decisão de suspender a medida na totalidade da região, tomada este ano pelo Ministério das Minas e Energia, levou em consideração a opinião dos nove governadores nordestinos. Segundo a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), embora a Bahia concentre o maior número de indústrias na região, o ganho médio que vinha sendo obtido com a mudança era de apenas 0,5%.
O sol, no Nordeste, funciona como um relógio para a população. Essa mudança tira o referencial das pessoas, dever haver campanhas educativas, em lugar da medida. Hoje, está sobrando energia, por causa da redução da demanda e a crise econômica.
Além do Brasil, outros países também fazem mudança no horário convencional para aproveitar a luminosidade do verão o horário de verão, também é adotado nos países da União Européia (entre março e outubro), da América do Norte - Estados Unidos, Canadá e México (entre abril e outubro), além da Rússia, Turquia e Cuba. No hemisfério Sul, a medida é adotada entre outubro e março na Austrália, Nova Zelândia e Chile.
Cronologia dos Horários de Verão no Brasil
Períodos De 03/10/1931 às 11h00m até 31/03/1932 às 24h00m
De 03/10/1932 às 00h00m até 31/03/1933 às 24h00m
De 01/12/1949 às 00h00m até 15/04/1950 às 24h00m
De 01/12/1950 às 00h00m até 31/03/1951 às 24h00m
De 01/12/1951 às 00h00m até 31/03/1952 às 24h00m
De 01/12/1952 às 00h00m até 28/02/1953 às 24h00m
De 23/10/1963 às 00h00m até 29/02/1964 às 24h00m
De 31/01/1965 às 00h00m até 31/03/1965 às 24h00m
De 01/12/1965 às 00h00m até 28/02/1966 às 24h00m
De 01/11/1966 às 00h00m até 28/02/1967 às 24h00m
De 01/11/1967 às 00h00m até 29/02/1968 às 24h00m
De 02/11/1985 às 00h00m até 14/03/1986 às 24h00m
De 25/10/1986 às 00h00m até 13/02/1987 às 24h00m
De 25/10/1987 às 00h00m até 06/02/1988 às 24h00m
De 16/10/1988 às 00h00m até 28/01/1989 às 24h00m
De 15/10/1989 às 00h00m até 10/02/1990 às 24h00m
De 21/10/1990 às 00h00m até 16/02/1991 às 24h00m
De 20/10/1991 às 00h00m até 08/02/1992 às 24h00m
De 25/10/1992 às 00h00m até 30/01/1993 às 24h00m
De 17/10/1993 às 00h00m até 19/02/1994 às 24h00m
De 16/10/1994 às 00h00m até 18/02/1995 às 24h00m
De 15/10/1995 às 00h00m até 10/02/1996 às 24h00m
De 06/10/1996 às 00h00m até 16/02/1997 às 24h00m
De 06/10/1997 às 00h00m até 28/02/1998 às 24h00m
De 11/10/1998 às 00h00m até 20/02/1999 às 24h00m
De 03/10/1999 às 00h00m até 26/02/2000 às 24h00m
De 08/10/2000 às 00h00m até 17/02/2001 às 24h00m
De 14/10/2001 às 00h00m até 16/02/2002 às 24h00m
De 03/11/2002 às 00h00m até 15/02/2003 às 24h00m
De 19/10/2003 às 00h00m até 14/02/2004 às 24h00m
De 02/11/2004 às 00h00m até 19/02/2005 às 24h00m
De 16/10/2005 às 00h00m até 18/02/2006 às 24h00m
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