sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Horário de Verão

Sobre os horários de verão
A idéia de aproveitar ao máximo a luz solar como medida de economia, durante os dias longos, foi proposta há mais de dois séculos, em 1784, por Benjamin Franklin, em artigo publicado no Jornal de Paris. A hora de verão foi utilizada pela primeira vez na noite de 30 de abril para 1 de maio de 1916, quando todos os relógios da Alemanha e Áustria foram adiantados em uma hora, com o objetivo de obter uma economia que lhes proporcionasse uma vantagem na Primeira Guerra Mundial. Logo em seguida, vários outros países também a adotaram.
Diferença entre Hora Local e Hora Legal
Até o final de 1913, no Brasil, os relógios em cada cidade eram acertados com base em critérios os mais variados possíveis, mas quase sempre relacionados à passagem do Sol pelo meridiano local (Hora Local). A partir de 1 de janeiro de 1914, o Brasil passou a adotar a Hora Legal, com os fusos horários baseados no meridiano de Greenwich. Logo, ao se calcular um mapa do início do século XX ou anterior, para o Brasil, deve-se sempre tomar o cuidado de utilizar a Hora Local (ou dif. horária), e para datas a partir de 1914, usar sempre a Hora Legal (fuso horário).
O Horário de Verão foi instituído pela primeira vez no Brasil no verão de 1931/1932. O período 2002/2003 correspondeu à 29ª vez de implantação do sistema no Brasil, sendo que desde 1985 esse horário especial ocorre todos os anos, somando 18 vezes consecutivas.
O principal objetivo da implantação do Horário de Verão é o melhor aproveitamento da luz natural ao entardecer, o que proporciona substancial redução na geração da energia elétrica que se destina à iluminação artificial. Observa-se que em algumas regiões do País a duração dos dias e das noites sofre alterações significativas ao longo do ano, reunindo condições excelentes para a implantação da medida.
O Horário de Verão reduz a demanda por energia no período mais crítico do dia, ou seja, que vai das 18h às 21h quando a coincidência de consumo por toda a população provoca um pico, denominado "horário de ponta". Portanto, antecipar os ponteiros do relógio em uma hora, como acontece durante quatro meses no ano, em média, permite que se aproveite melhor a luz natural. A redução da ponta varia de 4% a 5% e poupa o País de sofrer as conseqüências da sobrecarga na rede na estação mais quente do ano.
Em última instância, a implantação do Horário de Verão, ao permitir que entre 19 e 20 horas ainda se disponha de claridade no céu, evita o custo de operação de usinas de energia elétrica para iluminar, ao entardecer, todas as regiões do País onde o sistema é implantado e que abrangem os maiores centros consumidores do País.
A redução média de 4% no consumo de energia no horário de pico durante os meses do Horário de Verão, normalmente de outubro a fevereiro, gera outros benefícios ao setor elétrico, além da economia de energia. Quando a demanda diminui, as empresas que operam o sistema conseguem prestar um serviço melhor ao consumidor, porque os troncos das linhas de transmissão ficam menos sobrecarregados.
O Ministério de Minas e Energia estima que a economia no período de mudança de horário deve ser de 2.250 MW, ou 0,5%.
De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a redução do consumo de energia de 1985 a 2001 registrou média de aproximadamente 1%, mas vem caindo ao longo dos anos. O verão de 1991/1992 foi o que apresentou o maior índice, 2,6%. No período passado, o índice chegou ao mínimo já registrado, 0,2%.
O Horário de Verão é implantado por decreto presidencial, fundamentado em informações encaminhadas pelo Ministério das Minas e Energia, que toma por base os estudos técnicos realizados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS, e indica quais as unidades da Federação serão abrangidas e o período de duração da medida.
Histórico dos Horários de Verão
A história do horário de verão no Brasil começou na década de 30, pelas mãos do então presidente Getúlio Vargas: sua versão de estréia durou quase meio ano, vigorando de 3 de outubro de 1931 até 31 de março de 1932. Nos 35 anos seguintes, a medida foi instituída em nove oportunidades: em 1932, de 1949 a 1952, em 1963 e de 1965 a 1967.
Depois de muitos anos esquecido, a medida ressurgiu em 1985 por decreto do presidente José Sarney. Desde então, não deixou de ser adotado em nenhum ano.
O horário de verão foi cogitado pela primeira vez em 1784, por Benjamin Franklin, um dos homens mais influentes da história política e científica dos Estados Unidos. Partindo da observação de que, durante parte do ano, nos meses de verão, o sol nascia antes que a maioria das pessoas se levantasse, ele concluiu que, se os relógios fossem adiantados, a luz do dia poderia ser mais bem aproveitada. A maioria da população passaria a acordar trabalhar e estudar em consonância com a luz do sol, e com isso não se consumiria tantas velas nas fábricas e residências daquela época.
A idéia, na época, não chegou a sair do papel. Em 1907, na Inglaterra, William Willett, membro da Sociedade Astronômica Real, deu início a uma campanha que propunha alterar os relógios no verão para reduzir o que classificava de "desperdício de luz diurna". Willett morreu em 1915, um ano antes de a Alemanha adotar sua tese e se tornar o primeiro país no mundo a implantar o horário de verão.
Resistência dos Horários de Verão
Desde 1985, quando passou a ser adotado regularmente até os dias de hoje, o horário de verão sofreu progressivas flexibilizações. Nos primeiros anos, ele envolvia todo o território nacional. Hoje, dispensa todo o Norte e Nordeste, além do estado de Mato Grosso. Estudos em curso atualmente no Ministério de Minas e Energia avaliam se é possível flexibilizar ainda mais, sem perigo para a estabilidade do sistema. O integrante da Comissão de Minas e Energia da Câmara acredita que o horário é uma excelente forma de educar a população sobre a necessidade de economizar. A energia é um bem escasso e caro. Hoje, com a cobrança do ICMS, se torna muito mais oneroso para o contribuinte.
A mudança no horário causa mais transtornos do que benefícios. A economia é pequena e poderia ser atingida se fossem realizadas campanhas de racionalização do uso da energia na época do verão. Desde 1990, no Nordeste, o horário de verão acontecia apenas na Bahia.
A decisão de suspender a medida na totalidade da região, tomada este ano pelo Ministério das Minas e Energia, levou em consideração a opinião dos nove governadores nordestinos. Segundo a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), embora a Bahia concentre o maior número de indústrias na região, o ganho médio que vinha sendo obtido com a mudança era de apenas 0,5%.
O sol, no Nordeste, funciona como um relógio para a população. Essa mudança tira o referencial das pessoas, dever haver campanhas educativas, em lugar da medida. Hoje, está sobrando energia, por causa da redução da demanda e a crise econômica.
Além do Brasil, outros países também fazem mudança no horário convencional para aproveitar a luminosidade do verão o horário de verão, também é adotado nos países da União Européia (entre março e outubro), da América do Norte - Estados Unidos, Canadá e México (entre abril e outubro), além da Rússia, Turquia e Cuba. No hemisfério Sul, a medida é adotada entre outubro e março na Austrália, Nova Zelândia e Chile.
Cronologia dos Horários de Verão no Brasil
Períodos De 03/10/1931 às 11h00m até 31/03/1932 às 24h00m
De 03/10/1932 às 00h00m até 31/03/1933 às 24h00m
De 01/12/1949 às 00h00m até 15/04/1950 às 24h00m
De 01/12/1950 às 00h00m até 31/03/1951 às 24h00m
De 01/12/1951 às 00h00m até 31/03/1952 às 24h00m
De 01/12/1952 às 00h00m até 28/02/1953 às 24h00m
De 23/10/1963 às 00h00m até 29/02/1964 às 24h00m
De 31/01/1965 às 00h00m até 31/03/1965 às 24h00m
De 01/12/1965 às 00h00m até 28/02/1966 às 24h00m
De 01/11/1966 às 00h00m até 28/02/1967 às 24h00m
De 01/11/1967 às 00h00m até 29/02/1968 às 24h00m
De 02/11/1985 às 00h00m até 14/03/1986 às 24h00m
De 25/10/1986 às 00h00m até 13/02/1987 às 24h00m
De 25/10/1987 às 00h00m até 06/02/1988 às 24h00m
De 16/10/1988 às 00h00m até 28/01/1989 às 24h00m
De 15/10/1989 às 00h00m até 10/02/1990 às 24h00m
De 21/10/1990 às 00h00m até 16/02/1991 às 24h00m
De 20/10/1991 às 00h00m até 08/02/1992 às 24h00m
De 25/10/1992 às 00h00m até 30/01/1993 às 24h00m
De 17/10/1993 às 00h00m até 19/02/1994 às 24h00m
De 16/10/1994 às 00h00m até 18/02/1995 às 24h00m
De 15/10/1995 às 00h00m até 10/02/1996 às 24h00m
De 06/10/1996 às 00h00m até 16/02/1997 às 24h00m
De 06/10/1997 às 00h00m até 28/02/1998 às 24h00m
De 11/10/1998 às 00h00m até 20/02/1999 às 24h00m
De 03/10/1999 às 00h00m até 26/02/2000 às 24h00m
De 08/10/2000 às 00h00m até 17/02/2001 às 24h00m
De 14/10/2001 às 00h00m até 16/02/2002 às 24h00m
De 03/11/2002 às 00h00m até 15/02/2003 às 24h00m
De 19/10/2003 às 00h00m até 14/02/2004 às 24h00m
De 02/11/2004 às 00h00m até 19/02/2005 às 24h00m
De 16/10/2005 às 00h00m até 18/02/2006 às 24h00m
De 05/11/2006 às 00h00m até 24/02/2007 às 24h00m
De 14/10/2007 às 00h00m até 16/02/2008 às 24h00m
De 19/10/2008 às 00h00m até 14/02/2009 às 24h00m

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