Foi a partir da invenção do motor a diesel, pelo engenheiro francês de origem alemã Rudolph Christian Carl Diesel (1858-1913) no final do século XIX, que se vislumbrou, pela primeira vez, a possibilidade de se usar óleos vegetais como combustível. Foi apenas na primeira década do século passado que o óleo diesel passou a ser produzido à partir do petróleo. A primeira patente de biodiesel feito com óleo de amendoim e metanol foi depositada no Japão na década de 1940, seguida de outras três patentes americanas na década de 1950.
No Brasil, as pesquisas tiveram início nos anos de 1980 com a criação do Programa de Óleos Vegetais (OVEG). O pioneirismo coube, entre outros, ao IME, IPT, CEPLAC - Min. Agricultura, a escola de Engenharia Mecânica de São e à Universidade Federal do Ceará (UFC), responsável pela primeira patente brasileira de um processo de biodiesel. Pesquisadores cearenses produziram o combustível à partir de uma mistura de óleo de mamona e metanol.
O programa brasileiro não vingou nessa época por motivos econômicos. Faltou uma visão estratégica de longo prazo que permitisse a superação das deficiências tecnológicas como foi feito com o programa do álcool (PROALCOOL). Nos anos 90, países da Europa começaram a implantar programas de uso do biodiesel. Atualmente, dois milhões de veículos rodam no continente com esse combustível. Na Alemanha e na Áustria, emprega-se o biodiesel puro, enquanto nos demais países ele é misturado ao diesel na proporção de 5% a 20%. Dentro de três anos (2005) 2% de todo combustível consumido na Europa deve ser proveniente de fontes renováveis. Em 2010, esse percentual subirá para 5,75%. Com isso, existe uma grande possibilidade do Brasil vir a exportar biodiesel. Em função das políticas de incentivo ao uso de combustíveis renováveis, adotadas na Europa, é previsível que haverá um aumento da demanda superior à sua capacidade de produção, enquanto o Brasil é o país com maior potencial de produção. Só no cerrado, temos 90 milhões de hectares para expandir a nossa fronteira agrícola e teremos o biodiesel realmente 100% renovável se empregarmos o álcool de cana ao invés do metanol.
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