sábado, 4 de abril de 2009

Biomassa

A biomassa é uma fonte energética derivada dos produtos e subprodutos da floresta, resíduos da indústria da madeira, de culturas agrícolas e sólidos urbanos. Processos permitem fazer o aproveitamento da biomassa é combustão direta, gaseificação e a pirólise. A partir da plantação de certos vegetais, como beterraba, sorgo, pinheiro, eucalipto e cana-de-açúcar, converte-se a matéria orgânica em álcool etílico.
A energia de biomassa é fornecida por matérias de origem vegetal que podem ser renovadas em intervalos curtos. A lenha das florestas, o bagaço da cana, os resíduos da indústria de papel, além do biogás, obtido pela decomposição do lixo, são alguns exemplos dos recursos que podem ser utilizados na produção de energia.
A biomassa pode ser aproveitada para produzir calor como também eletricidade. Exemplo interessante é o desenvolvimento de projetos de geração de energia a partir do bagaço da cana utilizada pela indústria do álcool e do açúcar e de projetos de geração térmica a partir da queima da casca do arroz.
Atividades tradicionais, disseminadas pela maior parte do país, praticada com métodos rudimentares, desempenha papel de importância econômica, na Amazônia e no Nordeste.
Condições naturais e a pobreza da população favorecem o envolvimento de milhares de famílias nessa atividade englobada no setor primário da economia, às vezes praticadas ilegalmente em áreas de reservas tombadas como patrimônio ou reservas florestais, visando complementar a renda ou a sobrevivência do grupo familiar.
A biomassa é uma das fontes energéticas principais do Brasil, ficando atrás do petróleo e da eletricidade. As árvores plantadas com o objetivo de retirar carbono da atmosfera podem ser utilizadas como matrizes energéticas, em substituição a combustíveis fósseis.
Há três classes de biomassa: a biomassa sólida, líquida e gasosa.
A biomassa sólida tem como fonte os produtos e resíduos da agricultura (incluindo substâncias vegetais e animais), os resíduos das florestas e a fração biodegradável dos resíduos industriais e urbanos.
A biomassa líquida existe em uma série de biocombustíveis líquidos com potencial de utilização, todos com origem nas chamadas "culturas energéticas". Exemplo é o biodiesel, obtido a partir de óleos de colza ou girassol; o etanol, produzido com a fermentação de hidratos de carbono (açúcar, amido, celulose); e o metanol, gerado pela síntese do gás natural.
Já a biomassa gasosa é encontrada nos efluentes agropecuários provenientes da agroindústria e do meio urbano. É achada também nos aterros urbanos. Estes resíduos são resultado da degradação biológica anaeróbia da matéria orgânica, e são constituídos por uma mistura de metano e gás carbônico, que são submetidos à combustão para a geração de energia.
A crise do Petróleo entre 73 e 79, fez que países buscassem fontes alternativas que substituíssem ou reduzissem os gastos com o combustível importado e ameaçado pelo esgotamento. As condições de espaço e a tropicalidade de nosso território propiciam intensificar o cultivo da cana-de-açúcar, para obter álcool combustível.
De tecnologia nacional, o álcool é um substituto da gasolina, movimentando boa parte da frota nacional, não substitui o diesel e os derivados do petróleo responsável pelas máquinas industriais, caminhões, ônibus, tratores e indústrias. A maior experiência mundial de uso de energia renovável no transporte é o Proálcool brasileiro. Bagaço de cana, palha de arroz, trigo, soja e milho podem ser transformados em etanol com o uso de uma bactéria recombinante (Escherichia coli geneticamente modificada a partir de genes da bactéria Zymomonas mobilis).
O bagaço é potencial no incremento da capacidade elétrica através da co-geração. A experiência brasileira de produção de energia com biomassa é a queima de bagaço nas caldeiras. Praticamente todas as usinas são alto suficientes em energia e geram excedentes para a rede elétrica. A eficiência na queima do bagaço poderia aumentar em 35% com a gaseificação ou a redução da umidade, que chega a 50%.
O Proálcool é uma realidade, os interesses dos proprietários e das montadoras estavam em jogo. A denominação biomassa se junta variados produtos energéticos. No Brasil têm muita importância os produtos derivados da agroindústria açucareira, como o etanol e o bagaço de cana. Outros energéticos são os carvões e os óleos vegetais. A produção é em torno de 200 mil barris por dia de etanol, proveniente da indústria açucareira, onde principal consumidor é o transporte.
A área plantada com cana de açúcar no Brasil deve saltar de cerca de 7 milhões de hectares para 12,2 milhões de hectares na safra 2015/2016. Com isso será capaz de produzir 902,8 milhões de toneladas para usinas e destilarias, o dobro da produção atual. O crescimento se dará pela febre de demanda pelo álcool, com previsão de produção de 36 bilhões de litros de 90 novas usinas e destilarias construídas até 2015 no país.
As matérias de florestas, campos e lavouras não estão disponíveis em massa ou de forma ilimitada, o nosso alvo é que a humanidade de amanhã, sem a abundância das energias fósseis dos últimos 100 anos, possa viver de forma sustentável e digna. Supre as necessidades alimentares de todos os seres superiores, a produção florestal e agrícola poderá servir para cobrir por um lado às necessidades de matérias primas e por outro as necessidades de energia e combustíveis dos seres humanos. Deve haver suficientes substâncias naturais e nutrientes de teor energético, nos solos florestais e agrícolas, para que a biosfera e os solos não empobreçam, nem diminua a sua produtividade.
O álcool virou a principal estrela do mercado energético global e nenhuma economia tem tanto a ganhar quanto a nossa. O álcool desponta como a principal promessa.
O despertar mundial coloca o Brasil à frente da corrida da energia alternativa. Estimula potenciais produtores. Jamaica, Nigéria, Índia, cultivam cana e tentam organizar a produção inspirada nos moldes brasileiros. A criação de mercados pelo mundo é considerada fundamental pelos produtores locais. A percepção é que, enquanto o Brasil for quase monopolista no comércio internacional de álcool, dificilmente será possível convencer os países desenvolvidos a misturá-lo à gasolina. A experiência do petróleo ensinou que a concentração da produção de combustível não é boa para os países consumidores, que se tornam dependentes. É importante que vários países fabriquem etanol para que haja segurança de abastecimento.
Outro país não será capaz de tirar a liderança brasileira nesse campo em curto prazo. O Brasil tornou-se uma Meca na produção em larga escala de combustíveis renováveis graças a uma perfeita combinação de clima, extensão territorial e reservas de água. A produtividade é a maior do mundo. De cada hectare de cana plantada no país, produzem-se 6.800 litros de álcool. Nos Estados Unidos, o álcool é feito de milho, cada hectare da cultura gera 3.200 litros de álcool, abaixo da metade do rendimento brasileiro. O litro do álcool brasileiro é cerca de US$ 0,20, ante US$ 0,47 do álcool de milho americano e US$ 0,32 do álcool de cana produzido na Austrália. A beleza do processo brasileiro está principalmente na eficiência ambiental. No Brasil, as máquinas que fabricam o álcool são movidas à energia elétrica produzida pela queima do bagaço de cana, o que reduz os custos. Nos Estados Unidos, o processo depende da energia gerada do carvão, do óleo combustível ou do gás natural, o que encarece o produto final. Para proteger os produtores americanos de milho, a importação do álcool brasileiro é taxada, fere a competitividade. Dois projetos que tramitam no Congresso americano suspendem a cobrança. Jeb Bush, governador da Flórida e irmão do presidente vêm fazendo uma cruzada para derrubar a taxação sobre o produto brasileiro. O Brasil será um pólo ainda maior de atração de investidores, muitos consideram a senha para a transição de um setor com ilhas de atraso para a modernidade.
Os produtores brasileiros dominam a fabricação de álcool, é difícil prever por quanto tempo essa realidade se manterá.
A supremacia brasileira não é definitiva. Faltam investimentos em ciência e tecnologia, para desenvolver novas espécies de cana, resistentes a pragas e adaptadas a regiões mais áridas, será fundamental para abrir novos pólos de produção e elevar a produtividade. A cultura está migrando, novas usinas serão erguidas em Minas Gerais, Goiás, Paraná e Pará.
A maior parte do álcool produzido no país deixa a usina em caminhões, transporte caro que compromete a rentabilidade de áreas no interior do país. Falta estrutura nos portos. Se algum importador comprar álcool hoje, vai ter de esperar meses para receber. Parte da solução do problema estaria na construção de álcool dutos cortando o país. Um projeto da Petrobrás prevê a abertura de um duto que ligaria Goiás à refinaria de Paulínia, em São Paulo, passando pelas principais regiões produtoras.
O ponto fraco para o sucesso do Brasil são os usineiros garantir a produção do álcool. Parece primário na sofisticada agenda do setor de energia, os usineiros reduzem a produção de álcool toda vez que o preço do açúcar sobe. Essa artimanha para aumentar o faturamento da usina tende a minar a confiança dos consumidores externos. O mercado de combustíveis trabalha com contratos de longo prazo que precisam ser respeitados.

Um comentário:

Angela - Meio Ambiente disse...

Nessa área Brasil é pioneiro e o grande exemplo de desempenho positivo mundial.