10 instituições de pesquisa do Brasil e do exterior estiveram reunidas no Parque Tecnológico de Itaipu (PTI) para formatar o Centro Internacional de Energias Renováveis – com ênfase em Biogás (CIER-Biogás). O lançamento do centro será feito durante a cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que acontece em junho, no Rio de Janeiro.
“Paradoxalmente, o centro será uma entidade descentralizada”, resume o superintendente da Assessoria de Energias Renováveis (ER.GB) da Itaipu, Cícero Bley Júnior. “A ideia é não concentrar as pesquisas em um único lugar, mas fazê-las de forma disseminada. As próprias características do biogás nos forçam a isso: cada região tem sua realidade.”
Para Bley, a maior qualidade no processo de criação do CIER-Biogás é que todas as ações têm resultado concreto, como é o caso, por exemplo, do Condomínio Ajuricaba, que já está em funcionamento em Marechal Cândido Rondon (PR). Ele lembra que a verba para manter o centro está assegurada no orçamento de Itaipu até 2015 e que há muitas outras fontes previstas de financiamento.
Coordenado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Onudi), o futuro centro será o primeiro destes moldes na América Latina e o único do mundo com ênfase em biogás. A Onudi já tem outros centros com ênfase em outras fontes de energia renováveis.
Nos últimos dois dias, Bley Júnior apresentou a ideia do centro aos representantes das entidades – entre eles, o diretor técnico da Onudi, Dmitri Piskounov. Na tarde de quarta-feira, eles visitaram o Condomínio Ajuricaba (mais informações abaixo).
“O que o Brasil vem fazendo na área de agroenergia é importante, porque pode ser levado ao continente africano”, afirma Piskounov. De acordo com ele, na África há muita matéria orgânica desperdiçada que poderia ser aproveitada como combustível. “E para isso, contaremos com a expertise do Brasil”, conclui.
O Condomínio Ajuricaba – No total, 33 propriedades contam com biodigestores, que fazem o tratamento dos dejetos da pecuária. Depois de serem digeridos por microorganismos, os resíduos produzem biogás, que é canalizado para uma microcentral termoelétrica. Os resíduos finais são armazenados em um lago e bombeados para a pastagem como fertilizante. São 25,5 km de gasodutos instalados. Quando estiverem em pleno funcionamento, o conjunto de propriedades irá gerar 820 m³ de biogás.
Parte do gás é usado na secagem de grãos, utilizados para a produção de ração. O uso nobre do biogás acontece depois de ele passar por um filtro que separa o metano do gás carbônico e do ácido sulfídrico. Ele chega com 70% de metano e sai com mais de 90%, podendo ir para a microcentral elétrica e gerar energia. A eletricidade é usada nas propriedades e o excedente é vendido para Copel. Assim, os produtores ganham com fertilizante, energia e créditos de carbono. (ambienteenergia)
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