ONU lança iniciativa para difundir energia sustentável
Objetivos incluem garantir o acesso à eletricidade para todas as casas e duplicar o peso global da energia renovável
O “Ano Internacional de Energia Sustentável para Todos” começou em 16/01/12, em Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos) com o triplo objetivo de garantir o acesso à eletricidade para todas as casas, duplicar o peso global da energia renovável e melhorar a eficiência energética antes de 2030.
Durante o discurso de inauguração do World Future Energy Summit, o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, disse que esta iniciativa é um empenho pessoal que procura lutar contra a desigualdade e defender a “dignidade humana”.
Ban manifestou que garantir o acesso à eletricidade é uma forma de combater a pobreza, opinião semelhante à do ministro brasileiro de Minas e Energia, Edison Lobão, para quem a extensão da rede a regiões remotas do país melhorou a situação econômica de 15 milhões de pessoas.
O desafio de duplicar o peso das energias renováveis no consumo mundial de energia antes de 2030, até alcançar 30%, é difícil, como reconheceu o próprio Ban Ki-moon, embora factível, segundo todos os participantes do fórum.
Segundo o comissário europeu de Desenvolvimento, Andris Piebalgs, esta transição custaria cerca de 50 bilhões de euros, algo que para a diretora geral da União Internacional para a Conservação da Natureza, Julia Marton-Lefèvre, é pouco quando comparado com o preço de importar combustíveis fósseis.
Uma das ideias mais recorrentes durante a primeira sessão do congresso é a apontada pelo enviado especial do Banco Mundial para a Mudança Climática, Andrew Steer, que insistiu em que “há financiamento”, mas que os investidores exigem segurança normativa para assumir o risco de investir em energias renováveis.
Da mesma maneira, o presidente do Bank of America, Charles Holliday, disse que os bancos investirão em indústrias de energia solar ou eólica em qualquer lugar do mundo que puder obter benefícios com isso.
“Os Governos têm que entender os benefícios da estabilidade normativa e econômica”, assinalou o diretor-geral da Agência Internacional de Energias Renováveis (IRENA), Adnan Amin.
O próprio secretário-geral da ONU apelou à colaboração entre o setor público e o privado, que se encarregassem de aprovar as leis adequadas para o fomento das energias renováveis e de seu financiamento e desenvolvimento.
Esta transmissão de conhecimento deveria afetar, segundo o primeiro-ministro da Coreia do Sul, Kim Hwang-sik, também a relação entre países desenvolvidos e países emergentes, com o objetivo de compartilhar a experiência em uma “política verde” comum.
Outro dos fatores que favorecem os otimistas sobre o cumprimento do triplo objetivo do Ano Internacional de Energia Sustentável para Todos é o compromisso feito pelos países emergentes com as energias renováveis.
Apesar disso, para conseguir a transição a economias com baixos níveis de emissão de dióxido de carbono – advertiu o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao – é imprescindível a energia nuclear.
Wen defendeu o uso pacífico deste tipo de energia e lembrou que seu país combina um forte desenvolvimento das energias renováveis – tanto solar como eólica e hidráulica – com a construção de novas usinas nucleares.
Definitivamente, o triplo objetivo fixado pelas Nações Unidas para 2030 supõe, em palavras de seu secretário-geral, uma forma de “reduzir a pobreza, oferecer oportunidades a todos, dinamizar a economia e lutar contra a mudança climática”.
O World Future Energy Summit é um congresso convocado anualmente por Masdar – uma empresa pública dos Emirados Árabes dedicada à pesquisa e à promoção de energias renováveis – que na edição 2012 receberá 26 mil visitantes e 600 empresas de todo o mundo. (EcoDebate)
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