Bola de futebol produz mais energia a cada chute
Projeto de alunas de Harvard foi apresentado em evento paralelo à Rio+20
Imagine poder contribuir com a geração de energia elétrica
enquanto se joga futebol. Em uma época em que atenções se voltam para ideias de
sustentabilidade e para a busca por fontes renováveis de energia, estudantes
universitários nos Estados Unidos criaram um inusitado instrumento gerador de
eletricidade: uma bola de futebol.
Um mecanismo interno acoplado a uma bola funciona como um
motor: conforme ela rola, esse mecanismo também gira e produz e captura a
energia cinética gerada.
Meia hora de jogo para garante três horas de funcionamento
de uma lâmpada de LED ou carregar a bateria de um celular.
Batizado de sOccket - junção das palavras soccer (futebol) e
socket (conector de tomada) -, o invento surgiu quando as amigas Jessica
Matthews e Julia Silverman estudavam em Harvard.
Embora fossem alunas de Ciências Sociais (Jessica estudava
Psicologia Social e Economia, e Julia, Antropologia), no final de 2008 elas
decidiram se matricular numa aula de Engenharia.
Surgiu então a vontade de contribuir com comunidades
carentes. "Eu visito o meu povoado algumas vezes por ano e tenho visto em
primeira mão a beleza do futebol no mundo em desenvolvimento", disse
Jessica, descendente de nigerianos. "Com esse entendimento sobre o poder
desse jogo, começamos a desenhar o primeiro protótipo."
Após um pequeno apoio financeiro da universidade durante os
primeiros testes, elas investiram recursos próprios nos últimos quatro anos
para chegar a uma versão de produção em massa. Atualmente contam com doações de
empresas privadas e ONGs. "Por U$ 60 é possível patrocinar uma sOccket e
uma lâmpada para uma criança."
Nos próximos meses, serão distribuídas 7,5 mil bolas. O
invento está sendo testado na Nigéria, África do Sul, Haiti, Espanha, México,
El Salvador e Libéria. Até o fim do ano, novas bolas chegarão a países como
Honduras, Benin e Brasil.
"Estamos em contato com parceiros potenciais para
avaliar o processo de produção, distribuição e venda no Brasil", disse
Jessica. A expectativa é de que o invento esteja no mercado até o fim do ano,
para venda no site unchartedplay.com. O preço de venda não foi definido.
Jéssica está no País para a TEDxRio+20, que integra o
Humanidade 2012, um evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável. "Com a minha palestra na TEDxRio+20, espero
apoiar os objetivos da conferência, inspirando as pessoas a perceberem que a
sustentabilidade é não só vital, mas divertida também." (OESP)
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