Brasil abre Rio+20 sem expectativa de grandes avanços em relação à
Rio-92
Na véspera da abertura da conferência, os ministros Antonio Patriota e
Izabella Teixeira admitem dificuldades para obter avanços e buscam evitar
retrocessos do que foi alcançado 20 anos atrás
Sustentável, a Rio+20, começa em 13/06/12, no Rio de Janeiro,
com o Brasil sem grandes expectativas de avanços em relação à Eco-92. Até
ontem, havia confirmação da participação de representantes de 186 dos 193
países-membros da ONU – a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton,
representará o presidente Barack Obama.
A Conferência das Nações Unidas começa em 13/06/12 no Rio de Janeiro
Em uma entrevista sem muito entusiasmo, os ministros Antonio
Patriota (Relações Exteriores) e Izabella Teixeira (Meio Ambiente) afirmaram no
Riocentro, sede do evento, que o País chega à última etapa de negociações antes
da cúpula dos chefes de Estado (que ocorre na semana que vem) com a posição de
fortalecer as conquistas dos últimos anos e não retroceder em pontos
conquistados na Rio-92.
Em especial, exemplificou Patriota, ter o ser humano como o
centro das atenções e manter o princípio das responsabilidades comuns, porém
diferenciadas. Ou seja, todos têm compromisso com as mudanças, mas os ricos têm
mais, porque historicamente contribuíram mais com a degradação do planeta.
“Há 20 anos a crise econômica afetava os países em
desenvolvimento. Agora os países que estavam na periferia trazem as respostas
para a crise. A periferia virou o centro”, disse Patriota em coletiva à
imprensa.
Mais cedo, Izabella havia comparado o impasse atual nas
negociações com o que ocorreu no ano passado durante a conferência do clima
(COP-17), em Durban, África do Sul. “Fomos para Durban e todos diziam que não
ia dar em nada, mas conseguimos reverter a situação”, lembrou a ministra. Em
dezembro último, representantes de 194 países concordaram, após exaustivas
negociações concluídas no fim da conferência, em renovar o Protocolo de Kyoto
para, pelo menos, até 2017.
Consenso. A ONU já dá como certo que as negociações não se
encerram ao longo desses três dias de reunião preparatória e continuarão até a
reunião dos chefes de Estado, no final da semana que vem. Por enquanto há
consenso em relação a menos de um quarto dos parágrafos do documento.
Sobre a divergência entre países ricos e pobres, um
representante da ONU disse que hoje não dá mais para falar em polarização
Norte-Sul nos mesmos termos que se falava na ECO-92.
“Quando se fala de Brasil, sexta economia do mundo, de
China, de Índia, em que categoria eles se colocam como pobres? Claro que existe
muita pobreza ainda. E há um medo dos países em desenvolvimento de serem
forçados a tomar atitudes imediatas que possam prejudicar o desenvolvimento
deles. É mais complicado que Norte x Sul. O mundo está muito diferente.”
Os principais impasses continuam em torno do fortalecimento
do programa das Nações Unidas para o Ambiente (Pnuma) e sobre os temas dos
objetivos do desenvolvimento sustentável. Uma das principais apostas da Rio+20
é que a conferência possa definir áreas prioritárias para os países avançarem,
como uma segunda etapa dos objetivos do milênio. Mas até a última reunião
preparatória, no início do mês, em Nova York, não havia consenso nem mesmo
sobre quantos deveriam ser esses temas.
Discursos
Já se inscreveram para fazer discursos durante a
cúpula 76 presidentes, 6 vices, 44 primeiros-ministros e 7
vice-primeiros-ministros.
Programação
Desafio Rio/Clima
Acadêmicos, parlamentares e ambientalistas vão preparar
propostas com alternativas para evitar o aquecimento global e elaborar
recomendações que serão encaminhadas para os chefes de Estado reunidos na
cúpula.
Local: Sede da Firjan e Forte de Copacabana
Encontro preparatório
Último de uma série de três encontros realizados ao longo do
ano para aperfeiçoar o rascunho zero do documento final. Devem sair amarrados
os principais temas que vão constar do documento final.
Local: Riocentro
Abertura oficial dos debates
Cerimônia indígena do fogo sagrado ocorrerá às 18 horas.
Local: Aldeia Kari-Oca
Fórum de Ciência, Tecnologia e Inovação para o
Desenvolvimento Sustentável
Local: PUC (OESP)
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