Rio+20: A energia que vem do futebol
Quando Jessica Mathews, então com 20 anos, se dedicava aos
estudos de Sociologia na Universidade em Harvard, em Cambridge, EUA, ela pensou
que seria possível produzir energia brincando e levá-la a custo baixíssimo a
lugares do mundo onde não havia nenhuma possibilidade de se levar um gerador.
Essa sua ideia saiu do papel e se materializou em uma bola de futebol capaz de
gerar energia, conforme é levada para lá e para cá pelos afoitos pés de
crianças e adultos.
“A sustentabilidade pode ser divertida. E, ser for
divertida, as pessoas vão usar mais e trabalhar mais para desenvolvê-la”,
afirma Jessica ao participar da Tedx Rio+20, conferência sobre tecnologia,
design e entretenimento, que discute sustentabilidade no Forte de Copacabana,
no Rio, e faz parte da agenda paralela da conferência sobre meio ambiente da
ONU, a Rio+20.
“Ao visitarmos a África, percebemos como todos gostam de
jogar bola, principalmente as crianças, em qualquer horário, em qualquer lugar.
É a brincadeira mais amada por lá. O que fizemos foi observar a cultura deles e
a partir disso desenvolvemos o projeto”, explica a socióloga.
Hoje, quatro anos depois, a criadora da fundação
UnchartedPlay, com ajuda de engenheiros, criou uma segunda versão da bola,
batizada de Soccket. Agora a bola energética de Jessica é mais compacta, dura
mais de três anos, não estraga na água, pesa apenas 65 gramas a mais que uma bola
oficial de futebol e não precisa encher de ar. “Quanto mais a bola rola, mais
energia gera”, afirma a inventora. Depois que a engenhoca armazena a energia,
um de seus gomos é retirado e nele pode-se plugar uma lâmpada, um carregador de
celular e até um ferro de passar. Jessica conta que meia hora de bola rolando
proporciona quatro horas de uso de um ferro elétrico.
A UnchartedPlay já distribuiu bolas na Índia, no México e na
Costa Rica, entre outros países, e agora chega ao Brasil. A fábrica fica em Nova
York e produz sete mil bolas por mês. A precisão é chegar a produzir 13 mil
unidades no mesmo período. “Até 2013, deveremos entregar 100 mil bolas”, afirma
a socióloga. A fundação conta com grandes patrocinadores, mas também é possível
fazer doações individuais através do site www.unchartedplay.org.
“No fim do ano, quem quiser poderá comprar uma bola por US$ 60. A cada
aquisição daremos outra unidade. Assim o indivíduo, além de se divertir, poderá
também ajudar a financiar o projeto.” (valor)
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