quinta-feira, 14 de junho de 2012

A energia que vem do futebol

Rio+20: A energia que vem do futebol
Quando Jessica Mathews, então com 20 anos, se dedicava aos estudos de Sociologia na Universidade em Harvard, em Cambridge, EUA, ela pensou que seria possível produzir energia brincando e levá-la a custo baixíssimo a lugares do mundo onde não havia nenhuma possibilidade de se levar um gerador. Essa sua ideia saiu do papel e se materializou em uma bola de futebol capaz de gerar energia, conforme é levada para lá e para cá pelos afoitos pés de crianças e adultos.
“A sustentabilidade pode ser divertida. E, ser for divertida, as pessoas vão usar mais e trabalhar mais para desenvolvê-la”, afirma Jessica ao participar da Tedx Rio+20, conferência sobre tecnologia, design e entretenimento, que discute sustentabilidade no Forte de Copacabana, no Rio, e faz parte da agenda paralela da conferência sobre meio ambiente da ONU, a Rio+20.
A Soccket, bola que transforma chutes a gol em energia
“Ao visitarmos a África, percebemos como todos gostam de jogar bola, principalmente as crianças, em qualquer horário, em qualquer lugar. É a brincadeira mais amada por lá. O que fizemos foi observar a cultura deles e a partir disso desenvolvemos o projeto”, explica a socióloga.
Hoje, quatro anos depois, a criadora da fundação UnchartedPlay, com ajuda de engenheiros, criou uma segunda versão da bola, batizada de Soccket. Agora a bola energética de Jessica é mais compacta, dura mais de três anos, não estraga na água, pesa apenas 65 gramas a mais que uma bola oficial de futebol e não precisa encher de ar. “Quanto mais a bola rola, mais energia gera”, afirma a inventora. Depois que a engenhoca armazena a energia, um de seus gomos é retirado e nele pode-se plugar uma lâmpada, um carregador de celular e até um ferro de passar. Jessica conta que meia hora de bola rolando proporciona quatro horas de uso de um ferro elétrico.
A UnchartedPlay já distribuiu bolas na Índia, no México e na Costa Rica, entre outros países, e agora chega ao Brasil. A fábrica fica em Nova York e produz sete mil bolas por mês. A precisão é chegar a produzir 13 mil unidades no mesmo período. “Até 2013, deveremos entregar 100 mil bolas”, afirma a socióloga. A fundação conta com grandes patrocinadores, mas também é possível fazer doações individuais através do site www.unchartedplay.org. “No fim do ano, quem quiser poderá comprar uma bola por US$ 60. A cada aquisição daremos outra unidade. Assim o indivíduo, além de se divertir, poderá também ajudar a financiar o projeto.” (valor)

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