domingo, 30 de setembro de 2018

Na metade 2018 a geração de energia eólica cresceu 18%

Nos sete primeiros meses de 2018, geração de energia eólica já cresceu 17,8%.
Nos sete primeiros meses de 2018, a geração de energia elétrica proveniente de geração eólica cresceu 17,8%, informou em 14/09/18 a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Segundo boletim da CCEE, as usinas que utilizam os ventos como insumo para a produção de eletricidade somaram 4.470 megawatts (MW) médios entregues entre janeiro e julho, frente aos 3.793,9 MW médios gerados no mesmo período de 2017.
“A representatividade eólica em relação a toda energia gerada no período pelas usinas do Sistema alcançou 7% em 2018. Já a fonte hidráulica foi responsável por 74,5% do total e as usinas térmicas responderam por 18,1%”, diz o boletim.
Segundo a Câmara, atualmente 520 usinas eólicas estão em operação comercial no país. Até o final de julho, a capacidade instalada dessas usinas somou 13.240,10 MW, incremento de 17% frente aos 11.313,50 MW de capacidade das 446 unidades geradoras existentes em julho de 2017.
Turbinas eólicas em praia de Fortaleza, Ceará.
A Região Nordeste domina a produção de energia movida por ventos. Dos dez maiores produtores, oito estão no Nordeste. O Rio Grande do Norte se mantém como maior produtor de energia eólica no Brasil, com 1.244,8 MW médios de energia entregues nos primeiros sete meses de 2018. Na sequência, aparecem a Bahia com 1.094,8 MW médios produzidos, o Piauí com 576,9 MW médios, o Rio Grande do Sul com 569,9 MW médios, o Ceará, com 553,4 MW médios.
Os dados consolidados da Câmara ainda confirmam o estado do Rio Grande do Norte com a maior capacidade instalada, somando 3.592,25 MW, Em seguida aparecem Bahia, com 2.907,64 MW, Ceará com 2.249,06 MW, Rio Grande do Sul com 1.777,87 MW e Piauí, com 1.443,10 MW de capacidade”, segundo a CCEE. (ecodebate)

'Pasta nuclear', material mais duro já descoberto

O que é a 'pasta nuclear', material mais duro já descoberto no Universo.
Material de estrutura única e considerado o mais forte até agora faz parte da composição das chamadas estrelas de neutrôns
Existe um material 10 bilhões de vezes mais resistente que o aço.
É o que aponta um estudo que calculou a dureza do material encontrado no interior da crosta das estrelas de nêutrons.
Essas estrelas são aquelas que surgem quando as estrelas "convencionais" chegam a certa idade e então estouram e colapsam em uma massa de nêutrons.
O que os cientistas descobriram é que o material debaixo da superfície delas - batizado como pasta nuclear- é o mais forte do Universo.
'Lasanha e espaguete'
Ilustração da pasta nuclear com estrutura em formato semelhante ao do espaguete, waffle e lasanha.
O pesquisador Matthew Caplan, da Universidade McGill, no Canadá, e colegas da Universidade de Indiana e do Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos Estados Unidos, realizaram juntos as mais importantes simulações de computador já feitas sobre as crostas de estrelas de nêutrons.
As estrelas de nêutrons nascem como resultado de uma implosão que comprime um objeto do tamanho do Sol para aproximadamente o tamanho da cidade de Montreal, tornando-o "10 bilhões de vezes mais denso do que qualquer coisa na Terra", explica Caplan em um comunicado da Universidade McGill.
Esta alta densidade faz com que o material que forma uma estrela como essas - a pasta nuclear - tenha uma estrutura única.
Sob a crosta das estrelas, prótons e nêutrons se unem em formas semelhantes a tipos de massa, como lasanha ou espaguete. Daí o nome "pasta nuclear".
As enormes densidades e formas estranhas tornam essa massa incrivelmente rígida.
E ela poderia ser útil para os seres humanos?
"A pasta nuclear só existe graças à enorme pressão proporcionada pela gravidade da estrela de nêutrons. Se você retirar essa pasta da estrela, ela se decompõe e explode como uma bomba nuclear. É por isso que os seres humanos provavelmente não podem construir nada a partir dela no curto prazo", diz Caplan à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC.
E qual é a cor ou textura deste material?
"Se você pudesse segurar um punhado de pasta nuclear em sua mão, não conseguiria ver as diferentes formas, pois elas são muito menores que um átomo. O material estaria tão quente que brilharia em tom de vermelho vivo como a superfície do Sol. Além disso, explodiria", acrescenta o especialista.

Descoberta importante
Descoberta pode ser útil para as observações dos astrônomos

Para descobrir a pasta nuclear, foram necessários dois milhões de horas de processamento em simulações de computador ou o equivalente a 250 anos em um laptop com uma única unidade de processamento gráfico (GPU, da sigla em inglês) - usada principalmente para gerenciar e melhorar o desempenho de vídeos e gráficos.
Com estas simulações, os cientistas conseguiram esticar e deformar o material encontrado nas profundezas da crosta das estrelas de nêutrons.
Caplan afirma que esses resultados "são valiosos para os astrônomos que estudam as estrelas de nêutrons".
"Sua camada externa é a parte que geralmente observamos, por isso é fundamental conhecer o interior, para interpretar as observações astronômicas dessas estrelas."
Material de estrutura única e considerado o mais forte até agora faz parte da composição das chamadas estrelas de neutrôns.
As descobertas também poderiam ajudar os astrofísicos a entenderem melhor as ondas gravitacionais, porque os novos resultados sugerem que estrelas de nêutrons solitárias poderiam gerar pequenas ondas gravitacionais. (bbc)

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Explore as antigas bases nucleares da Guerra Fria nos EUA

Contemplar a destruição cataclísmica não é exatamente relaxante. Então, por que centenas de milhares de turistas visitam esses mísseis desativados?
Esses trajes protegiam os técnicos do Titan II contra o combustível de jato tóxico. “Você meio que tem o Armagedon na mente, e está usando isso para motivá-lo”, diz Yvonne Morris, ex-oficial de mísseis, agora diretora do Titan Missile Museum.
Cinza, almofadada, confortável, a cadeira não parece destinada a uma posição de combate na linha de frente da guerra nuclear. Yvonne Morris ficou em alerta no início dos anos 1980. Agora, em vez de comandar ataques, ela comanda as visitações por meio de simulações das decisões que ela nunca teve que tomar: autenticar o comando simples e terrível do controlador; buscar os códigos de lançamento no cofre de guerra; virar as chaves com o vice-comandante da tripulação para enviar um míssil balístico intercontinental Titan II de sete andares de altura e sua enorme carga nuclear em algum ponto do mundo.
É quando Morris ­– ex-comandante da tripulação de combate de mísseis e atual diretora do Titan Missile Museum – diz ao turista que sua missão falhou. Se a missão de manter a paz através da dissuasão tivesse sido bem-sucedida, a bomba nunca teria sido lançada.
Esta porta de emergência, decorada com "arte de moral", selou a tripulação de duas pessoas dentro do centro de controle de lançamento no Minuteman Missile National Historic Site (MMNHS) em Dakota do Sul. Devido ao risco inerente de acesso ao centro de controle, nenhuma pessoa era autorizada a permanecer no local sozinha.
No centro de controle de lançamento subterrâneo do Titan Missile Museum, no Arizona, a cadeira do comandante da tripulação fica ao lado do cofre de guerra vermelho com trava dupla que guarda as chaves de lançamento. “Era um trabalho que tinha que ser feito, independentemente de como você se sente sobre isso”, diz Morris.
O elevador de três por cinco para o centro de controle subterrâneo Minuteman não foi construído para o turismo, e apenas pequenos grupos de visitantes podem experimentar o que o superintendente do parque Eric Leonard chama de “um dos transportes mais diferentes da história americana”.
Embora os maiores mísseis Titan II fossem separados dos centros de controle por cerca de 250 pés, os mísseis Minutman II, como este, tinham que ser separados a um mínimo de 4 km do centro de controle.
Telefones alinham um console de nível de superfície no MMNHS. Ao se reportar ao dever em "alertas" de 24 horas, os oficiais de mísseis tinham que passar por múltiplas e rigorosas camadas de segurança para chegar ao centro de controle de lançamento.
Os mísseis recebiam inspeção diária e manutenção quase diária de cada fenda, incluindo o interior da câmara de propulsão do motor de segundo estágio do Titã mostrado aqui. "Os padrões de desempenho foram extremamente altos", diz Morris. "Não há muitos erros que você pode cometer em uma base de mísseis que não tenha consequências significativas."
Luzes brilham no equipamento de controle de lançamento do Titan Missile Museum. Morris, que serviu nas instalações de Titã em torno de Tucson de 1980 a 1984, estava entre os primeiros oficiais de mísseis femininos: até 1978, as mulheres eram proibidas de posições de combate.
Em 2018, essa é uma simulação eficaz. Mas, em vários pontos nas últimas sete décadas, a maioria das pessoas não precisaria de ajuda para imaginar o início de uma guerra nuclear. A humanidade vivenciou alguns momentos em que essa ameaça absoluta e onipresente pairava sobre todos. E embora tenham passado quase despercebidos durante anos, os eventos atuais - e o crescente turismo nuclear - estão trazendo isso de volta aos holofotes.
Velhas guerras
A ansiedade e a desatenção formam um padrão repetido quando se trata de armas nucleares, sugere Paul Boyer em seu livro By the Bomb’s Early Light: American Thought and Culture at the Dawn of the Atomic Age.
Um jogo de navio de guerra aguarda na sala de dia em MMNHS. Os membros da tripulação do míssil exigiram intervalos durante seus turnos de 24 horas, e um dia de descanso após esse tempo.
Nos anos que se seguiram imediatamente à Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos tinham uma “obsessiva consciência pós-Hiroshima do horror da bomba atômica”, escreve Boyer. Em 1950, isso havia desaparecido. Mas em meados dos anos 1950, as consequências dos testes de bombas atmosféricas americanas e russas - quilômetros de cinzas, pescadores mortos, chuva radioativa, leite radioativo - renovaram o terror público. [Veja fotos tiradas em visitas ilegais à zona morta de Chernobyl.]
A preocupação nacional com a guerra nuclear quase desapareceu novamente depois da crise dos mísseis cubanos em 1962, graças a um tratado de banimento de testes e à crescente impenetrabilidade da tecnologia e estratégia nucleares. E, apesar dos temores de guerra nuclear terem ressurgido durante os conflitos globais dos anos 1980, outra onda de desinteresse seguiu-se ao fim da Guerra Fria em 1991: O Tratado de Redução de Armas Estratégicas (START I) fez com que EUA e URSS concordassem em reduzir suas armas nucleares, fazendo com que a população pensasse que a ameaça havia passado.
Enquanto isso, milhares de ogivas permaneciam em alerta máximo sob ranchos, casas e rodovias.
Linhas de frente subterrâneas
No solo, os mísseis eram quase invisíveis, sua presença marcada por antenas, cercas de arame farpado e a porta do duto de lançamento que lembra uma pequena quadra de basquete.
“De longe, parece algo sem importância”, diz Eric Leonard, superintendente do Minnile Missile National Historic Site (MMNHS) em Dakota do Sul. “Mas aí, você chega perto e lê os avisos: Uso de força letal autorizada. A distância entre o mundano e o extraordinário é bastante rápida”.
Montagem de antenas na superfície do silo do Titan Missile Museum. Quando os Titan IIs foram desativados em 1982, o local passou por um elaborado processo de desativação, incapacitando o míssil para garantir que ele nunca pudesse disparar - e garantindo que essas salvaguardas fossem visíveis para os satélites soviéticos.
Na década de 1960, a Força Aérea plantou mil mísseis Minuteman nas Grandes Planícies, cada um com uma carga útil de pouco mais de um megaton. Apenas 54 Titans foram montados, principalmente no sudoeste - mas cada um deles carregava uma carga de 9 megatons, o suficiente para dizimar uma área maior que Maui.
“Isso foi projetado para apagar uma cidade da Terra”, diz Leonard. “É o que isso faz. Mas há outra parte perversa das armas nucleares. Quando você constrói armas tão poderosas... o próprio fato de você tê-las e elas estarem prontas para serem utilizadas tem a intenção de servir como um impedimento contra os inimigos da América, para que eles não ataquem”.
Essa estratégia de destruição mutuamente assegurada tem sido a retórica predominante do mundo nuclearizado. “[Isso] permitiu que nós ficássemos frente a frente, que pudéssemos olhar um ao outro diretamente nos olhos e não entrar em guerra”, diz Morris, que controlou alertas em todos os 18 silos Titan de Tucson, Arizona, entre 1980 e 1984.
Para garantir que um míssil estivesse sempre pronto para ser lançado minutos após o recebimento do comando, as equipes permaneciam alertas - turnos de 24 horas que eram um equilíbrio dissonante da rotina ritualizada, da adrenalina constante e da estranha domesticidade.
Uma antena de comunicação sai do silo subterrâneo Titan II. De 1963 a 1987, 54 Titan IIs foram implantados nos EUA; Tucson hospedou uma única unidade, ou ala, de 18 mísseis.
Depois de um briefing de segurança altamente secreto sobre as ameaças do dia, os oficiais precisavam provar e refazer sua identidade antes mesmo de entrar no bunker, onde mantinham os códigos de lançamento com seus próprios cadeados pessoais. “As equipes passavam horas fazendo inspeções exaustivas e completas de todos os instrumentos, luzes, bombas, ventiladores e correias do míssil”, diz Morris.
Nas bases de Titan e de Minuteman, era absolutamente inadmissível que uma única pessoa ficasse na sala de lançamento sozinha. O poder destrutivo das armas era um risco enorme e uma responsabilidade pesada demais para confiar a apenas um oficial; o comandante da tripulação e seu vice sempre agiam juntos.
No entanto, essa enorme ameaça violenta convivia com as tarefas mundanas da vida humana diária. Versões mais avançadas das armas que mataram 120 mil pessoas em segundos faziam parte das mesmas bases que abrigavam camas, quitinetes, peças de arte e cadeiras confortáveis.
Os visitantes podem andar pelo fundo do míssil Titan II, sete andares abaixo da superfície. O propulsor bifásico pode levantar mais de 2 toneladas em órbita baixa, e os Titans foram usados até mesmo para missões espaciais tripuladas de Gêmeos.
Turista por Acaso
Hoje, Leonard e Morris supervisionam os dois mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) preservados para visitação do público.
“O arsenal nuclear norte-americano não cresceu, mas não foi a lugar algum”, diz Leonard. “E se os parques nacionais são um lugar de diálogo sobre o que é a América e como os Estados Unidos funcionam, esse é um assunto muito importante”.
O reconhecimento de uma necessidade pública de preservar os mísseis da Guerra Fria veio rapidamente: o Titan Missile Museum na verdade abriu antes do fim da Guerra Fria, e o MMNHS é um dos únicos locais históricos nacionais a serem listados com menos de 50 anos de idade. A visitação ao MMNHS mais do que dobrou desde 2011, e no ano passado, 144 mil visitantes trouxeram cerca de US$ 10 milhões para o parque e para a economia local. Embora muitos planejem com antecedência - férias de verão com meses de antecedência - muitos visitantes vêm por acaso, parando a caminho do Parque Nacional de Badlands, a menos de 10 minutos de distância.
 “A pergunta mais frequente é alguma variação de ‘Ei, ainda temos mísseis nucleares?’”, Diz Leonard sobre a descrença das pessoas. (Ainda temos muitos: do estoque de aproximadamente 6,8 mil mísseis dos EUA, cerca de 1,8 mil estão ativos, cerca de 400 são ICBMs, e quase todos podem ser disparados cinco minutos após o pedido do presidente, embora ninguém concorde com esses números).
Retratos da tripulação de mísseis ficam pendurados no MMNHS. Muitos oficiais de mísseis, aposentados das bases da Força Aérea em Rapid City, Dakota do Sul, e Tucson, Arizona, são voluntários profundamente envolvidos nos locais onde antes trabalhavam.
Nem todos os visitantes são neófitos nucleares. Ex membros de tripulações de mísseis da Guerra Fria vêm mostrar às suas famílias os mísseis com que trabalhavam, e os oficiais de mísseis atuais usam essas bases antigas como análogos aos seus trabalhos ultrassecretos, onde não podem levar suas famílias. Tanto Titan quanto Minuteman têm fortes programas de voluntariado preenchidos com oficiais aposentados da Força Aérea.
O interesse não se limita aos sobreviventes da Guerra Fria nos EUA: a visitação internacional está crescendo.
“Se você não é dos Estados Unidos, sua experiência na Guerra Fria é muito mais pessoal”, diz Leonard. “Armas nucleares soviéticas não te atingiriam em 30 minutos, elas te atingiriam em quatro."
A sala e o escritório combinados do gerente da instalação no MMNHS mostram a estranha domesticidade dos centros de controle de lançamento. As fotografias de Reynolds exploram a sensação de claustrofobia e antiguidade dos bunkers, "quase como o cenário de um antigo filme de ficção científica B".
E a retórica nuclear farpada entre os EUA e a Coréia pode estar renovando tanto o interesse estrangeiro quanto o doméstico nesses locais únicos.
O fotógrafo de documentários Adam Reynolds, que passou dois anos tirando essas fotos, liga esse interesse a uma nostalgia da Guerra Fria. “Agora, com a proliferação nuclear se tornando cada vez mais um problema, estamos olhando para trás e pensando, ‘Uau. Era muito mais simples. Havia apenas dois lados’”.
Reynolds reconhece a importância das bases nucleares, mas também diz que eles provocam um “sentimento estranho”: “O que estamos realmente celebrando? Estamos celebrando o quanto somos fortes, que podemos destruir o mundo? Ou é uma espécie de lição sobre moralidade ou um conto preventivo que estamos tentando preservar?”
Para Morris, o objetivo é um pouco mais claro.
“Queremos que as pessoas saiam daqui entendendo, pelo menos vagamente, o que é uma arma nuclear, qual é sua capacidade, o custo para manter e operar, e o que é necessário”, diz ela. “E para ajudar [as pessoas] a tomar uma decisão sobre o que eles querem que o futuro das armas nucleares nos Estados Unidos seja”.
A luz joga dá a cada rebite em relevo acentuado no Nível 5 do míssil Titan II. "É super evocativo ver as crianças reagirem a isso", diz Leonard sobre espetáculos semelhantes na base Minuteman. "Se você é uma criança no mundo, o que você pode fazer sobre armas nucleares?"
“Você pode ler sobre armas nucleares durante todo o dia”, acrescenta ela, “mas é improvável que tenha o mesmo impacto do que estar a três metros de distância de um míssil balístico intercontinental”. (nationalgeographicbrasil)

Dinamarca estabelece meta de energia 100% limpa até 2050

Pioneiro em mudanças na matriz energética, país pretende utilizar somente fontes de energia renováveis. Para especialistas, medidas adotadas pelo governo dinamarquês podem servir de modelo para outros países europeus.
Até 2050, a Dinamarca pretende produzir somente energia e calor limpos, eliminando as emissões de dióxido de carbono no setor. Para 2020, a meta é produzir cerca de 70% da energia a partir de fontes renováveis. Hoje, já são 43%.
"Atualmente, a energia renovável correspondente a 25% do consumo total de energia na Dinamarca", diz Kristoffer Böttzauw, vice-diretor da Agência de Energia Dinamarquesa, convencido de que é possível alcançar a meta prevista até 2050.
A Dinamarca é pioneira absoluta na União Europeia nesse setor, segundo Tobias Austrup, consultor político para mudança da matriz energética do Greenpeace na Alemanha. "Aqui fica claro ser possível que países europeus industrializados realizem uma verdadeira e rápida mudança energética", afirma.
Austrup vê a Dinamarca como modelo para a Europa. "Até a agora a mudança da matriz energética alemã, por exemplo, foi apenas no setor de energia elétrica", diz.
Segundo ele, há várias ideias dinamarquesas que poderiam ser implementadas na Europa: "A proibição do aquecimento com combustíveis fósseis e a ampliação da cogeração. Essas usinas são supereficientes. Elas utilizam o calor perdido na produção de energia elétrica para o aquecimento". Para Austrup, também é possível aprender sobre o uso de energia eólica com o país vizinho.
Parques offshore
Com 7.300 quilômetros de costa, as condições para a produção de energia eólica na Dinamarca são tão favoráveis como quase em nenhuma outra região europeia. O país fica entre dois mares – o do Norte e o Báltico – e, por isso, aposta na geração de energia eólica offshore, ou seja, no mar.
Um parque eólico com capacidade de geração de 600 megawatts está sendo construído na região de Kriegers Flak, no Mar Báltico. O parque é resultado de uma cooperação sueco-alemã-dinamarquesa e deve começar a produzir energia até 2020.
Na Dinamarca, moradores são indenizados por perda no valor de imóveis devido à instalação de turbinas eólicas.
No ano passado, outro parque offshore com capacidade para a produção de 400 megawatts foi inaugurado próximo à ilha Anholt, situada no estreito de Kattegat, entre a Dinamarca e a Suécia. As turbinas eólicas foram fornecidas pela empresa alemã Siemens.
Entretanto, os parques offshore não são suficientes para alcançar a meta energética. Assim, usinas eólicas também estão sendo construídas em terra. No passado, iniciativas locais impediram a construção das cada vez maiores turbinas eólicas. Em 2008, o governo conseguiu o apoio da população com novas regras.
Primeiro, os moradores são indenizados diretamente, conta Böttzauw. Ou seja, quando uma casa perde valor imobiliário devido à instalação de uma turbina eólica, que pode ter até 150 metros de altura, a operadora precisa ressarcir o proprietário do imóvel por essa perda.
Além disso, pelo menos 20% dessa energia devem ser oferecidos localmente, possibilitando aos moradores uma participação direta no investimento. E há também um rateio por megawatt pago ao município, afirma Böttzauw. Por trazer vantagens diretas tanto para o município quanto para os moradores, a construção de turbinas eólicas passou a ser mais aceita pelas populações locais.
Transmissão e armazenagem
Na Dinamarca, o problema das linhas de transmissão foi resolvido com a construção de cabos subterrâneos. Böttzauw admite que a solução é cara, mas construir torres elétricas além das turbinas eólicas seria demais para a população. A energia elétrica produzida pelos parques offshore deverá ser distribuída pelo país por meio de três novas linhas de transmissão.
Carros elétricos podem ser usados para armazenar energia
Segundo Böttzauw, o grande problema da extinção de fontes energéticas de origem fóssil está no setor de transporte. Uma parte dele poderia ser solucionada com carros elétricos. "Não dá para decidir quando há vento. Mas veículos elétricos podem ser usados para armazenar o excesso de energia eólica", reforça. Quando há pouca energia, a rede geral pode ser alimentada com a energia armazenada na bateria dos carros.
A Dinamarca também investe em grandes aquecedores elétricos e bombas de calor. Assim, a energia eólica excedente é transformada em calor. "Quando há bastante vento, não existe energia mais barata que a eólica", completa Böttzauw.
E quando não há vento suficiente, talvez haja sol. Por isso, a Agência de Energia Dinamarquesa está investindo cada vez mais em energia solar. O resto da demanda de energia pode ser suprida com biomassa, somada à economia e à eficiência. Os dados da agência falam por si só: desde 1980, a economia no país cresceu 78%, mas o consumo de energia permaneceu quase o mesmo.
Cooperação com a China
Além da eólica, Dinamarca investe em energia solar.
Na Dinamarca, o governo optou por um caminho diferente para rebater o argumento da falta de competitividade de fontes renováveis. As empresas recebem um subsídio se usam energia renovável e aumentam a eficiência energética. Em 2010, a tecnologia dinamarquesa no setor de energia representou cerca de 10% das exportações.
Para alcançar a liderança global nesse setor do futuro, o país investe em pesquisa e financiamentos para fontes renováveis, eficiência tecnológica e sistemas de aquecimento renováveis. Assim, entre 6 e 8 mil novos postos de trabalho deverão criados no país de 5,5 milhões de habitantes por ano.
A experiência do país escandinavo interessou até à China. Desde 2006, há uma cooperação intensiva entre esses dois países nesse setor, conta Böttzauw. Começou com energia eólica, e desde 2010 há um projeto conjunto para o desenvolvimento de fontes de energia renovável.
"A China tem um interesse grande nos nossos sistemas de aquecimento à distância e também em biomassa e parques eólicos offshore", diz Böttzauw. Os interesses econômicos são o ponto central da cooperação. "Nós fomos à China para ajudar a resolver os problemas energéticos e climáticos que acompanham o crescimento econômico." (dw)

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Em 2050, solar dominará matriz de energia no mundo

Em 2050, solar dominará matriz de energia no mundo, diz consultoria.
Tendência é que 70% da matriz energética sejam compostas pelas fontes solar e eólica.
A fonte solar será protagonista na produção de energia mundial em 2050, aponto estudo realizado pela consultoria internacional DNV.GL. Em 2050, metade da energia primária produzida no planeta será oriunda de fontes não fóssil. “Isso mostra o desenvolvimento do uso das energias renováveis”, disse em evento em São Paulo em 02/10/18, o Project Manager, Tchiarles Hilbig.
Segundo a DNV.GL, existe uma tendência de substituição do carvão para energias renováveis em vários países, incluindo América Latina e Europa. “Nessa transição a energia solar terá um papel fundamental na matriz energética do mundo”, disse o consultor. A tendência é que 70% da matriz energética seja composta pelas fontes solar e eólica em 2050.
A partir de 2020 haverá uma aceleração da expansão das fontes renováveis e a partir de 2030 haverá uma redução gradual nos outros tipos de geração. A consultoria afirma que no futuro o gás natural vai fazer parte desse processo de transição para o uso de fontes menos poluentes.
Segundo o consultor, o consumo mundial de eletricidade duplicará nesse período, sendo a eletricidade ocupará um papel majoritário na matriz energética. Porém, devido à tendência de investimentos em eficiência energética, haverá um pico de consumo em 2035, após esse período o consumo global de energia seria reduzido.
Os dados constam no Energy Transition Outlook 2018. (vetorlog)

Energia solar funciona em dia de chuva?

Quando o sol não está presente, ou mesmo quando está chovendo, o painel de captação de energia solar fotovoltaica capta a luminosidade e gera energia.
Naturalmente, a carga é menor, porém muitas vezes, suficiente para manter os sistemas instalados funcionando normalmente. No caso de sistemas independentes, que dispões de baterias para acumulação de carga elétrica, as baterias continuam a ser carregadas.
Então, em um dia de chuva o painel solar fotovoltaico continua captando e gerando energia elétrica. Porém, em menor quantidade. Já durante a noite a captação de energia não existe, pois não há luminosidade suficiente para isso.
Isso permite a continuidade do trabalho de bombas d´água solares, por exemplo, que irão manter os reservatórios cheios pois ao longo do dia estarão sempre captando a água do poço, por exemplo.
Controlador 6A + painel solar 50Wp
HG10 / Painel solar fotovoltaico
Também vai manter o freezer funcionando regularmente, os principais eletrônicos e a iluminação em operação. 
Caso o sistema instalado possua baterias, então nada na sua casa ou estabelecimento será desligado, a menos que no período da noite haja uma sobrecarga, algo que supere a capacidade instalada. Mas ainda assim, pode-se anexar mais baterias e tudo estará funcionando plenamente, conforme seu projeto. Conte com a Solarterra para um perfeito dimensionamento.
As placas de energia solar fotovoltaica começam a operar logo nos primeiros momentos de luz do dia e cessam após escurecer. Para ilustrar isso veja nos três gráficos abaixo os resultados de captação de energia solar, instalado pela Solarterra em residência em Caraguatatuba – SP (litoral norte), região de muita chuva e também de muito sol.
Monitoramento do dia 15/11/2015. Um dia parcialmente nublado. Picos entre 5 e 6 K.
 
Monitoramento do dia 15/11/2015. Luminosidade regular ao longo do dia com pico nos horários do meio do dia.
Ótimo aproveitamento das 7:00 h da manhã até as 19:00 h (horário de verão). Nota-se uma forte alternância entre sol e nuvens. Porém há picos de 10 Kw, acima do esperado no projeto inicial. Esta residência está produzindo mais do que comprou. Um ótimo negócio.
Monitoramento do dia 20/11/2015. Luminosidade regular ao longo do dia com pico nos horários do meio do dia. 
Provavelmente um belo dia de sol com muitas nuvens ou mesmo chuva por volta de 15:30 h. Picos de mais de 10K.
(solarterra)

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Combustível fóssil terá auge de consumo em 2023

Combustível fóssil terá auge de consumo em 2023, diz consultoria.
Plataformas de petróleo na baía da Guanabara, no Rio de Janeiro.
O preço de referência global do petróleo atingiu sua máxima em quatro anos  dia 24/09/18. Mas os dias de preocupação com a oscilação do valor do combustível estão contados, segundo estudo da Carbon Tracker.
A consultoria calcula que a energia gerada por combustíveis fósseis no mundo deverá atingir seu pico máximo em 2023. A partir daí, passará a cair e dar lugar a fontes renováveis.
A transição é resultado, principalmente, de ganhos de eficiência energética (que vão reduzir o consumo total) e do barateamento das fontes renováveis (como a eólica e a solar), que nos últimos anos se tornaram competitivas em relação às fontes de origem fóssil.
Segundo o relatório, esse pico de consumo poderá variar entre 2020 e 2030 – a depender do ritmo de expansão das fontes renováveis e do crescimento da economia global.
A consultoria aponta quatro fases nesse processo: a primeira, que estaríamos vivendo atualmente, é a da inovação. Em seguida, vem o pico.
A partir de 2030, o cenário se inverteria: as fontes renováveis superariam as fósseis, e a mudança passaria a ser mais rápida até que, em 2050, na última etapa, mais de 50% da demanda global passaria a ser atendida por fontes limpas.
A essa altura, não apenas a geração elétrica terá sofrido uma mudança radical, mas também o consumo industrial (onde os combustíveis são usados, por exemplo, para aquecimento) e o transporte (com a expansão dos veículos elétricos), prevê o estudo.
Esse cenário já leva em consideração uma das principais limitações apontadas por especialistas à expansão das fontes eólica e solar: o fato de que são intermitentes, ou seja, dependem da disponibilidade de sol e dos ventos, que não são constantes.
Para Kingsmill Bond, analista da Carbon Tracker, isso só passará a ser um problema mais para frente, quando o consumo dos combustíveis fósseis já estiver em uma curva descendente. Ele diz que há uma tolerância mínima a essa intermitência.
“É possível ter até 20% da matriz elétrica com fontes intermitentes sem que haja problemas. O pico dos combustíveis fósseis vai acontecer quando a penetração das energias renováveis no mundo for de 14%, antes desse limite ser atingido”, afirma.
No entanto, esse movimento pode variar a depender do contexto regional.
No Brasil, por exemplo, há um risco de que essa transição provoque um efeito reverso, ou seja, provoque o aumento dos combustíveis fósseis e não sua queda, alerta Claudio Sales, presidente do Instituto Acende Brasil.
O motivo é que o país parou de investir em grandes hidrelétricas (principal fonte de energia no Brasil) e passou a priorizar outras fontes, como a eólica e a solar.
Para compensar a volatilidade dessas usinas movidas a ventos e sol, o país está colocando suas fichas nas usinas térmicas movidas a gás natural como forma de dar estabilidade ao sistema e não nas hidrelétricas.
O resultado é que o consumo de combustíveis fósseis, que sempre foi menor no Brasil do que em outros países, pode ganhar força nos próximos anos, diz Sales.
“Hoje há uma rejeição grande às hidrelétricas, por questões ambientais, indígenas. O Brasil ainda tem 150 MW de potencial para novas usinas desse tipo. Mais de 60 MW estão em reservas indígenas [o que torna as obras pouco prováveis], mas há um tanto que não está e que poderia ser perseguido”, afirma.
A transição para as fontes renováveis também deverá trazer um risco sistêmico ao setor de óleo e gás no longo prazo, que atualmente detém ativos que somam US$ 25 trilhões, segundo o estudo.
Para Bond, caberá às companhias acompanhar as inovações do mercado para garantir sua sobrevivência – movimento que já está em curso.
No último ano, têm crescido os anúncios de petroleiras que decidem investir em fontes renováveis, como usinas eólicas em alto-mar.
É o caso de gigantes do setor, como a anglo-holandesa Shell, a norueguesa Statoil e a francesa Total.
Algumas das empresas já anunciaram inclusive o interesse de investir nesse segmento dentro do Brasil – onde o potencial eólico é grande. A própria Petrobras tem buscado iniciativas nesse sentido.
O esforço pode mais que dobrar a participação da energia eólica e solar na matriz energética do Brasil até 2026, para 18%, segundo a EPE (Empresa de Pesquisa Energética). (biodieselbr)

Califórnia decide proibir todos os combustíveis fósseis

Estado americano, que tem 40 milhões de habitantes (e a quinta maior economia do mundo), será 100% alimentado por energia limpa.
A Califórnia vai banir o uso de todas as fontes fósseis de energia até 2045. É o que determina a Lei SB 100 foi aprovada no final do mês passado pelo Legislativo e deverá ser sancionada pelo governador Jerry Brown.
O objetivo é ambicioso: a Califórnia tem quase 40 milhões de pessoas e, se fosse um país separado dos Estados Unidos, seria a quinta maior economia do planeta. Atualmente, 29% da eletricidade utilizada na Califórnia vem de fontes limpas – o triplo do que acontecia na década passada.
Califórnia decide proibir todos os combustíveis fósseis. Estado americano, que tem 40 milhões de habitantes (e a quinta maior economia do mundo), será 100% alimentado por energia limpa.
Haverá um período de transição, com metas progressivas de redução – em 2030, por exemplo, as emissões de CO2 já terão de ser 40% mais baixas. Analistas do setor de energia chegam a duvidar que a mudança seja exequível, principalmente porque a Califórnia tem apenas uma usina nuclear – e ela será desativada em 2025. Não há planos de construir novos reatores.
O Estado pretende usar energia solar e eólica. Um plano que apresenta complicações devido à natureza intermitente e imprevisível da geração em função de variações climáticas. Até o momento ainda não existe uma maneira economicamente viável de armazenar a eletricidade excedente que permita compensar em outros momentos.
Transito no sul da Califórnia/EUA.
Há, no entanto, testes em andamento. Em 2017, a Tesla instalou a maior bateria do mundo na Austrália para garantir a segurança no abastecimento de 1,7 milhão de pessoas. (biodieselbr)

sábado, 22 de setembro de 2018

Combustíveis fósseis atingirão pico de demanda na década de 2020

Transição energética desestabilizará setores inteiros e põe em risco trilhões de dólares investidos.
O rápido crescimento global das tecnologias limpas fará com que a demanda por combustíveis fósseis atinja o pico na década de 2020, colocando em risco trilhões de dólares de investidores que desconhecem a velocidade da transição energética, segundo um novo relatório da Carbon Tracker divulgado em 11/09/18.
A demanda por carvão, gás e petróleo está diminuindo porque o custo das energias renováveis e de baterias para armazenamento está caindo rapidamente, as economias emergentes estão optando pelo crescimento com base em energias limpas e as políticas governamentais estão sendo impulsionadas pela necessidade de cortar as emissões de gases de efeito estufa para controlar as mudanças climáticas e reduzir a poluição do ar.
Kingsmill Bond, estrategista de novas energias do Carbon Tracker e autor do relatório, disse: “Os anos 2020 serão a década dos picos de demanda por combustíveis fósseis, pois sucessivamente os mercados fósseis serão invadidos e dominados pela onda das energias renováveis. Isso levará inevitavelmente a trilhões de dólares de ativos perdidos em todo o setor corporativo e atingirá os petro-estados que não conseguem se reinventar”.
O estudo mostra que as energias solar e eólica substituirão todo o crescimento de combustíveis fósseis à medida que elas se expandem em um cenário de queda na demanda de energia. Como espera-se que a demanda global de energia cresça em 1-1,5% e a energia solar e eólica em 15-20% ao ano, a demanda por combustíveis fósseis atingirá o pico entre 2020 e 2027, provavelmente 2023.
Produtoras se preparam para o fim da era do petróleo.
O uso da gasolina cairá no longo prazo, preveem várias petrolíferas.
Segundo o estudo, a transição afetará diretamente as empresas que compõem até um quarto dos índices de ações e dos mercados de dívida, atingindo os setores bancário, de bens de capital, de transporte e automotivo. Os países exportadores de combustíveis fósseis sofrerão. A Rússia é um dos 12 países onde as rendas de combustíveis fósseis representam 10% ou mais do PIB.
Kingsmill Bond disse: “A demanda por combustíveis fósseis vem crescendo há 200 anos, mas está prestes a entrar em declínio estrutural. Setores inteiros terão dificuldades para fazer essa transição e terão que enfrentar quedas nos preços, maior competição, reestruturação, ativos ociosos e redução do mercado”.
As indústrias estabelecidas geralmente viram a demanda atingir o pico quando o concorrente ainda era muito pequeno, em torno de 2% a 3% das vendas totais. Por exemplo, a demanda por eletricidade térmica na Europa atingiu o pico em 2007, quando as energias renováveis representavam apenas 3% da oferta total. Como a demanda caiu após a crise financeira e as renováveis aumentaram sua participação de mercado, a indústria foi forçada a amortizar US $ 150 bilhões em ativos.
“Temos visto um padrão similar em muitas transições de energia, desde eletricidade, carvão e carros nos últimos anos até cavalos e luzes a gás no passado. A demanda para quem já está estabelecido chega ao auge cedo e os investidores dessas empresas perdem dinheiro cedo”, afirmou o estrategista.
Grande parte da indústria de combustíveis fósseis parece cega para esse risco. A BP, a OPEP e a IEA não esperam a demanda máxima por combustível fóssil até outra geração ou mais. No entanto, alguns analistas, como a DNV GL, prevêem o pico de demanda por combustíveis fósseis na década de 2020.
O relatório conclui que o ponto de inflexão para a demanda por combustíveis fósseis virá quando as tecnologias desafiadoras de energia solar e eólica representarem cerca de 6% do fornecimento total de energia e 14% do fornecimento global de eletricidade – muito abaixo dos níveis de penetração em muitos países da Europa.
Bond identifica três fatores que impulsionam a transição energética.
A importância das instituições para a transição energética brasileira.
1. Os custos de energia solar fotovoltaica, eólica e de baterias de armazenamento estão caindo rapidamente e agora eles podem competir com os combustíveis fósseis sem subsídios. Os custos caíram em torno de 20% para cada duplicação da capacidade e espera-se que isso continue. Até 2020, as energias renováveis serão mais baratas do que os combustíveis fósseis em todas as principais regiões do mundo, de acordo com a Agência Internacional de Energia Renovável.
2. Os mercados emergentes estão impulsionando o crescimento da demanda por energia e escolhendo fontes renováveis ao invés de combustíveis fósseis. Eles têm menos infraestrutura de combustíveis fósseis já estabelecida, maior dependência de energia, mais poluição e desejam aproveitar as oportunidades que as renováveis têm a oferecer. China e Índia já estão escolhendo energia solar e eólica em vez de combustíveis fósseis. A China ultrapassou os Estados Unidos como o maior implantador de capacidade solar e eólica em 2012 e carros elétricos em 2016. A AIE prevê que 27% do crescimento da demanda de energia nos próximos 25 anos virão da Índia e 19% da China.
3. A política governamental está apoiando essas tendências. “A necessidade de limitar as emissões de carbono, o desejo de respirar ar limpo e a busca pela independência energética significam que a pressão regulatória global sobre a indústria de combustíveis fósseis só aumentará”, disse Kingsmill Bond.
(canalenergia)