De acordo com o relatório, a
energia solar distribuída cresceu no Brasil impulsionado, principalmente, por
um aumento geral dos preços da eletricidade em decorrência da crise hídrica que
impactou a capacidade hidrelétrica do país.
O relatório também mostrou
que a captação de energia solar fotovoltaica continuou a crescer em toda a
América Latina, apesar da lenta recuperação dos impactos da pandemia nos países
da região. Os quatro países com melhor desempenho em capacidade recém-instalada
foram Brasil (5,5 GW), México (1,8 GW), Chile (1,3 GW) e Argentina (0,2 GW).
No setor eólico, o Brasil está atrás apenas de China e Estados Unidos, um segmento que deve sua expansão em 2021 principalmente ao destravamento de investimentos offshore (em alto mar) em quase todas as geografias, inclusive no Brasil.
“A queda no custo das tecnologias para instalação de projetos solares e eólicos foi um dos elementos que contribuíram para sua rápida expansão na última década e marcaram, inclusive, a resiliência do setor durante a pandemia. Em 2021, entretanto, os preços de componentes-chave para a fabricação de módulos solares fotovoltaicos e turbinas eólicas dispararam devido, principalmente, ao aumento no custo do transporte, à escassez de mão-de-obra e a atrasos na cadeia de fornecimento”, apontou o relatório.
O ano passado, segundo o
relatório, foi especial para as energias renováveis em seu conjunto, quando
elas responderam por 84% das novas adições de energia na rede global, o maior
percentual desde 2011, quando a medição começou a ser feita. Foram 315 GW de
energia renovável nova no mundo, o suficiente para abastecer todos os consumidores
domésticos do Brasil.
Vale destacar que a China se
tornou o primeiro país a ultrapassar 1TW de capacidade de energia renovável
instalada, muito à frente de EUA (398GW), Brasil (160GW), Índia (158GW) e
Alemanha (139GW). O país asiático lidera em quase todos os segmentos renováveis
e também foi o que mais investiu como um todo no setor – 37% do total global, à
frente da Europa (22%), Asia-Oceania (sem China e Índia; 16%) e os EUA (13%).
Apesar do crescimento, o relatório alerta que o nível de novas adições de energias renováveis ainda está abaixo do necessário para atingir a meta do Acordo de Paris de manter o aquecimento global abaixo de 1,5C. “As energias renováveis são as melhores e mais acessíveis soluções para enfrentar as flutuações dos preços da energia. Devemos aumentar a participação das energias renováveis e fazê-las uma prioridade da política econômica e industrial”, disse a Diretora Executiva da REN2, Rana Adib.
Para finalizar, o relatório aposta que o salto de crescimento das renováveis nesta década estará cada vez mais ligado à segurança energética. O aumento dos preços da energia exacerbado pela invasão russa à Ucrânia, está obrigando governos e setor privado a reconhecer o papel das renováveis em conter choques de preço e garantir o fornecimento. (canalenergia)
Nenhum comentário:
Postar um comentário