As atenções estão voltadas para 2030, ano em que se espera que os primeiros projetos estejam em operação. De acordo com Rebecca Williams, Head Global de Eólica Offshore do GWEC, a fonte tem crescido em grande velocidade no mundo e a Ásia vem sendo apontada como a nova seara. Para ela, o Brasil precisa trabalhar em um arcabouço regulatório que torne o investimento no offshore seguro e seja capaz de atrair a indústria, possibilitando a queda de custos. Ela dá como exemplo o Japão, onde foi criada uma força-tarefa entre todas as camadas de agentes envolvidos para promover a queda de custos. Ainda segundo a head do GWEC, um bom arcabouço pode fazer com que o tempo médio global de 8 a 9 anos para o desenvolvimento de um projeto seja reduzido.
Apostando nas eólicas offshore desde o início, o banco Santander já atuou em 53 projetos com 33 GW. Segundo Igor Fonseca, Head de energia do Banco Santander Brasil, nos últimos anos houve um crescimento expressivo da fonte. O executivo elege um marco sólido, o desenvolvimento da cadeia de suprimentos, o escoamento da energia e a previsibilidade das receitas como ingredientes para o êxito.
Ainda
segundo Fonseca, as Joint Ventures nessa área são comuns. Já a dívida dos
empreendimentos costuma envolver muitos bancos. O primeiro projeto de eólica
offshore que o banco participou, em 2009 no Reino Unido, agregava 14 bancos. Já
em 2011, outro na Alemanha reunia 14 bancos. Nos Estado Unidos, a dívida do
complexo eólico de Vineyards (800 MW), da Iberdrola, envolveu 25 bancos.
Com serviços prestados no financiamento das eólicas onshore, o BNDES também quer participar das offshore. Daniel Barreto, superintendente da Área de Energia do banco, lembrou que a instituição já atua com renováveis desde o Proinfa e que a intenção é repetir o desenvolvimento da cadeia industrial. “O aprendizado mostra que é possível gerar emprego e tecnologia”, avisa. No último mês o banco lançou a política para hidrogênio verde.
Pelo lado dos empreendedores, Laura Porto, Diretora Executiva de Renováveis do Grupo Neoenergia, classifica o decreto do início do ano como um ponto de partida e pede clareza no marco regulatório. A executiva considera o hidrogênio verde como um aliado fundamental para a expansão da fonte. “É uma alavanca para offshore”, avisa. Fernanda Scoponi, senior business developer Brasil da Total Energies, acredita que o Brasil reúne muitos atrativos e tem tudo para se destacar mundialmente no mercado eólico offshore. Ela acredita que a regulação não será um entrave. “A regulação é desafio, mas é transponível. Queremos que mercado aconteça”, aponta. (canalenergia)
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