Para
medir com precisão a quantidade de energia solar disponível, é crucial utilizar
instrumentos especializados como piranômetros e pireliômetros. Os piranômetros,
com visão de 180°, medem a irradiância global horizontal (GHI) e a irradiância
no plano do painel (GPOA), enquanto os pireliômetros, com visão de 5°, medem a
irradiância normal direta (DNI). Além disso, é fundamental considerar a
orientação e inclinação dos painéis, o sombreamento, a manutenção e a qualidade
dos equipamentos.
Apesar
da abundância de irradiação solar em boa parte do território brasileiro, a
escolha do terreno adequado para instalação de uma UFV é um dos pontos mais
críticos — e onerosos — do projeto. O relevo, a composição do solo e a
vegetação local influenciam diretamente no custo e na complexidade das
fundações e estruturas de suporte. Terrenos com declividades acentuadas, por
exemplo, exigem terraplanagens extensas e fundações especiais. Já regiões com
alta presença de rochas ou solos instáveis podem inviabilizar o projeto ou
gerar custos imprevistos. Além disso, o sombreamento causado por morros, construções
ou vegetação nativa compromete a eficiência dos módulos.
Superado
o primeiro obstáculo, o segundo desafio está nos céus: como medir com precisão
a quantidade de energia solar disponível no local? Por mais paradoxal que
pareça em um país tropical, a dificuldade em obter dados confiáveis de
irradiação solar — sobretudo com resolução espacial e temporal suficiente — é
um entrave técnico real para engenheiros e projetistas.
A medição direta com piranômetros ainda é limitada a poucos pontos no país e nem sempre está disponível para a área de interesse. A alternativa, até recentemente, era recorrer a bancos de dados internacionais, muitas vezes pouco ajustados às particularidades climáticas brasileiras. Para projetos de maior sofisticação — como sistemas bifaciais, trackers de dois eixos ou arquitetura solar integrada (BIPV) — essa limitação se tornava um gargalo técnico.
Foi para enfrentar esse desafio que a Tempo OK, empresa nacional com ampla atuação em meteorologia aplicada ao setor elétrico, desenvolveu uma nova plataforma para avaliação do potencial solar. Disponível gratuitamente em https://tempook.com/solar/, o sistema oferece acesso direto a dados solarimétricos com base em algoritmos de inteligência artificial aplicados a imagens de satélite.
O
diferencial está na profundidade e flexibilidade das análises: o usuário pode
consultar a irradiância global horizontal (GHI), a irradiância normal direta
(DNI), a irradiância difusa (DHI) e, sobretudo, a irradiância no plano do
painel (GPOA) — a variável mais relevante para estimar a geração de energia
real. A plataforma permite simular diferentes inclinações, orientações
azimutais, presença de trackers, bifacialidade e características do entorno,
como o albedo da superfície.
Na
prática, isso significa que o engenheiro pode testar virtualmente diversos
cenários e escolher a melhor configuração antes mesmo de visitar o local. Em um
clique, é possível comparar, por exemplo, a geração solar esperada para uma
fachada leste inclinada a 10 graus com a de um campo solar voltado ao norte com
trackers horizontais. A ferramenta também exibe estatísticas detalhadas — como
valores médios, desvios padrão e percentis — e permite acompanhar a irradiação
real dos últimos 15 dias, ideal para validações rápidas.
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