Unidades como as da Sadia e da Coca-Cola têm iluminação solar e reutilizam água e resíduos
Novas fábricas no País estão sendo projetadas para serem "verdes". Reuso de água, iluminação por células fotovoltaicas, mitigação de gases estufa e reaproveitamento dos resíduos estão entre as novidades das novas unidades. A tendência das construções "verdes", que já vinha sendo utilizada em condomínios e no varejo, chega, assim, à indústria.
Um exemplo é a fábrica da Sadia em Pernambuco, inaugurada em Vitória de Santo Antão (PE), a 53 quilômetros de Recife. A indústria, que vai fabricar embutidos, foi um dos únicos investimentos da empresa mantidos após o agravamento da crise e a perda de R$ 760 milhões em operações com derivativos cambiais. A fábrica foi concebida com o objetivo de ser referência em sustentabilidade no setor de alimentação.
O projeto prevê auto-suficiência em água, uma vez que a região é carente em recursos hídricos. Cerca de 40% da água será reaproveitada internamente. Parte da energia elétrica será suprida por painéis fotovoltaicos e haverá também um plano para qualificar trabalhadores na região.
Outra companhia que está indo nessa direção é a Coca-Cola Brasil, que tem três projetos de fábricas "verdes". Uma delas é a da Matte Leão, marca de chás adquirida pela Coca-Cola. A unidade, já em construção na Grande Curitiba e prevista para entrar em operação até julho, terá captação de água da chuva, telhados com cobertura vegetal e painéis fotovoltaicos.
Os projetos de fábricas verdes, no entanto, podem não passar de uma boa ferramenta de marketing caso não estejam vinculados a um plano de desenvolvimento sustentável regional. Essa tendência é positiva, mas precisa ir além. Senão, teremos só ilhas de excelência em um entorno degradado.
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