O setor elétrico brasileiro começa a aumentar os investimentos de pesquisa e desenvolvimento em estratégias de sustentabilidade, como eficiência energética, fontes renováveis e redução de impactos ambientais. Um exemplo vem da CPFL Energia, distribuidora de energia que atua em oito regiões do Estado de São Paulo.
A empresa teve aval para começar a produzir uma família de transformadores elétricos de baixa tensão "verdes". Trata-se de um equipamento de baixa tensão que usa óleo vegetal no lugar do óleo mineral.
A substituição vai aumentar em até 80% a vida útil dos equipamentos e minimizar o impacto no meio ambiente de vazamentos. O óleo mineral comumente usado em transformadores, quando vaza, pode contaminar o ambiente por até 20 anos. Já o óleo vegetal tende a se dissolver no período de 15 dias, explica Marcelo Corsini, gerente de inovação tecnológica da CPFL Energia.
O protótipo do novo transformador elétrico estava em desenvolvimento desde 2002, mas só este ano a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deu aprovação para a produção do equipamento em escala. A produção deve ter início assim que forem finalizadas as últimas etapas da pesquisa, dentro de seis meses.
Produzirão 850 unidades, que serão incorporadas nos programas de manutenção e expansão da rede de distribuição de energia. O mercado brasileiro para transformadores de baixa tensão utilizados nas ruas é estimado em 1 milhão de unidades.
Ao todo, a CPFL Energia investirá R$ 320 milhões até 2013 em pesquisa e desenvolvimento.
65% desse montante será destinado a inovações na área de sustentabilidade, que incluem eficiência energética e fontes renováveis. Estão estudando nichos de mercado que pode-se atender nas áreas de energia eólica e biomassa. A empresa, que já faz pesquisas com carros e motos elétricas, também trabalha no desenvolvimento de sistemas de distribuição de energia "inteligente", os chamados "smart grid", que pode ajudar o consumidor a economizar energia.
TENDÊNCIA
A busca das empresas do setor de energia por estratégias de sustentabilidade pode ser explicada tanto pela redução de custos como também para garantir uma boa imagem para o setor. Atualmente, as empresas do setor elétrico já correspondem a um terço da carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bovespa, que reúne empresas com bom desempenho socioambiental. Muitas empresas de energia, saneamento e outros serviços públicos negociam ações em bolsa e estão sob constante pressão de consumidores e acionistas.
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