domingo, 16 de agosto de 2009

Fábrica na Dinamarca produz biodiesel de gordura animal

Em Copenhague, a Daka Biodisel está transformando gorduras animais em biodiesel, que já está sendo usado nos motores dos carros da cidade de Aarhus, em substituição da gasolina tradicional. A fábrica, com capacidade para produzir até 55 milhões de litros, está funcionando desde 2008 e tem abastecido nos últimos seis meses os postos de gasolina da segunda cidade do país.
"Não tivemos queixas até agora", garantiu o diretor da Daka Biodiesel, Kjaer Andreasen.
Normalmente tratados como resíduos, os subprodutos de origem animal têm sido, na Dinamarca, encaminhados para outros destinos que não o lixo.
Dois terços das 600 mil toneladas de matéria-prima deste tipo geradas anualmente no país são processados para usos não-animais, como produção de fertilizantes, ou queimados para produzir calor.
Destes dois terços, 50 mil toneladas estão sendo usadas com fins energéticos.
"A gordura animal já tinha sido usada como combustível em tempos mais antigos. Porque não processá-la e usá-la em carros?", questionou Andreasen.
O diretor da Daka explicou que a gordura animal é semelhante à vegetal e que as misturas do biodiesel têm sido bem sucedidas.
Os regulamentos europeus já permitem uma incorporação de 7% de biodiesel na gasolina. Mas a Daka foi mais longe e está testando misturas com um patamar de emissões semelhante aos carros elétricos, como a B18 (18% de biodiesel) e B30 (30%).
Em Aahrus, os carros são abastecidos com a B5, mas em 2012 todas as cidades dinamarquesas terão postos de abastecimento de biodiesel.
Ainda assim, esse tipo de biodiesel não será suficiente para atingir os 5,75% de cota de biocombustíveis que a União Europeia quer implementar a partir de 2010.
Segundo Andreasen, o sobre custo associado ao biodiesel (correspondente a uma incorporação de 7%) é de apenas €$ 0,1/litro.
Mas se o combustível usado for 100% bio, pode custar 8 a 15 euros mais do que um litro de gasolina comum.
Vantagens
Ainda assim, o aproveitamento de subprodutos animais para produzir biocombustíveis apresenta vantagens significativas em relação à utilização de óleos vegetais, afirmou o mesmo responsável.
Redução de emissões de dióxido de carbono, melhor desempenho dos motores e baixo consumo de água no processo produtivo foram alguns dos benefícios que ele enumerou. Além disso, o impacto é nulo nos preços dos alimentos.
Andreasen acredita que o biodiesel de base animal tem grande potencial e destacou que existem outros países a usar esta tecnologia como Escócia, Alemanha e Espanha.
"Trocamos experiência e know-how [com estas fábricas]. Se trabalharmos todos juntos podemos ser um player interessante no mercado energético europeu e conseguiremos atingir provavelmente uma produção de 500 mil toneladas", concluiu o diretor da Daka.

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