segunda-feira, 30 de abril de 2012

Resíduos de cana e a geração de energia

Resíduos secos da cana no Brasil poderiam gerar mais energia do que a Usina de Itaipu, revela estudo do IPEA
Os resíduos secos do cultivo de cana-de-açúcar no Brasil poderiam gerar mais energia do que a potência instalada da Usina de Itaipu. De acordo com o Plano Nacional de Resíduos Sólidos: Diagnóstico dos Resíduos Urbanos, Agrosilvopastoris e a Questão dos Catadores, divulgado em 25/04/12 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o uso desses resíduos poderiam gerar 16.464 megawatts por ano.
O levantamento mostra que, entre 13 culturas agrícolas pesquisadas, a cana-de-açúcar foi a que gerou maior volume de resíduos, 201 milhões de toneladas por ano, incluindo subprodutos como o bagaço que tem alto potencial energético e vinhaça com melhor aproveitamento como adubo na própria plantação.
O setor já é considerado autossuficiente em termos energéticos, atendendo a mais de 98% da sua própria demanda de energia. Segundo o IPEA, ainda existe grande potencial para geração de excedentes energéticos que ainda é muito pouco utilizado.
“Para viabilizar uma maior disponibilização dessa energia para a rede elétrica, entretanto, será necessário vencer várias barreiras de ordem técnica, econômica e regulatória, sendo necessários mais incentivos econômicos para motivar os investimentos do setor privado nessa área”, destacou o documento.
Além do potencial energético, a queima do bagaço também soluciona o problema de destinação desse resíduo, que é muito volumoso e de difícil transporte.
No total das 13 culturas pesquisadas pelo instituto, o volume de resíduos produzidos chegou a 291 milhões de toneladas por ano. O IPEA analisou o potencial energético apenas dos cultivos secos, como o de cana-de-açúcar, milho e soja, desconsiderando as culturas de banana, laranja e uva.
“O aproveitamento desses resíduos, além de evitar potenciais impactos negativos causados pelo descarte inadequado no ambiente, pode gerar muitos benefícios econômicos para o país”, destacou o estudo.
Os resíduos da agricultura, pecuária e florestas também poderiam atender às necessidades de energia elétrica do setor e ainda ser comercializada no mercado. De acordo com o levantamento, na pecuária, as criações de bovinos, suínos e aves geram cerca de 1,7 bilhão de toneladas de dejetos por ano. Desse total, 365 milhões de toneladas de dejetos são produzidas a partir de criações confinadas, que poderiam virar energia reduzindo os impactos sobre o meio ambiente. A criação de bovinos responde por quase 90% deste volume. (EcoDebate)

sábado, 28 de abril de 2012

Falta plano de ação às metas de energia

Debate sobre o tema na Rio+20 alerta que texto do documento precisa ser mais incisivo nessa questão
No rascunho zero, texto que lançou as bases do que deve ser o documento final da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, entre muitos temas considerados mais genéricos, houve uma menção mais específica aos desafios energéticos. O texto propõe que, até 2030, todos devem ter acesso a serviços modernos de energia, que se duplique a taxa de eficiência energética e a fatia de energia renovável da matriz energética global.
Rio+20. O mediador Aron Belinky (à esq.) com os debatedores José Goldemberg (centro) e Sergio Leitão
Sobre este tema, a rádio Estadão ESPN organizou anteontem um debate com o professor da USP José Goldemberg, que era o então secretário de Ambiente durante a Rio-92, e Sergio Leitão, diretor de campanhas do Greenpeace, sob mediação de Aron Belinky, coordenador de Processos Internacionais do Instituto Vitae Civilis. A seguir, destacamos alguns dos principais assuntos abordados no evento.
Energia
Goldemberg - (É importante discutir o tema na conferência porque) serve como um indicador de utilização dos recursos naturais. As conferências, tanto a de 92 quanto essa que marca seu 20.º aniversário, são dedicadas a discutir a maneira pela qual estamos utilizando os recursos naturais. O que se aprendeu em 92 é que se os recursos não forem usados adequadamente, vamos ter uma série muito grande de problemas. Dizer que a Rio+20 não é uma conferência sobre mudanças climáticas, porque o tema já está sendo tratado pelo caminho de Durban (onde foi realizada a conferência do clima, no ano passado), é simplesmente jogar o problema para fora. Não é que a gente queira discutir agora se as geleiras estão derretendo mais ou menos, mas há um processo em marcha que é a utilização exagerada de recursos naturais e que está causando uma porção de problemas, até mesmo de mudanças climáticas. Com isso, acho que estamos caminhando para uma Rio+20 que não tem foco. No item energia, por exemplo, fala de metas para 2030, mas falta trazer instruções que indiquem como isso deve ser feito.
Leitão - É hora de pensar os investimentos e as escolhas do Brasil nessa área. Nosso Plano Nacional de Energia prevê o investimento de R$ 1 trilhão até 2020. Desses, R$ 660 bilhões é para tornar viável a exploração do pré-sal, de um combustível que muitos dizem que é preciso abandonar e num momento em que existe uma corrida tecnológica para que se busque substitutos energéticos. A pergunta é: do ponto de vista do investimento estratégico do País, faz sentido colocar 70% do valor num combustível que pode ser o do passado? É abrir uma churrascaria numa rua onde todo mundo está virando vegetariano. E o Brasil insiste num modelo antigo de nos chantagear com a visão de que para cada unidade de PIB é preciso gerar uma unidade de energia. Quando a discussão que existe no mundo hoje é como fazer para que cada unidade de PIB seja produzida com a menor quantidade possível de energia. Ficamos presos a um planejamento que é feito nas bases dos anos 70, quando se tinha de construir somente grandes hidrelétricas, e se perde a possibilidade de aproveitar o pré-sol e o pré-vento.
Clima
Sobre a evolução no rascunho do documento da conferência, que, na versão 1, que está sendo discutida nesta semana em Nova York, traz uma menção às mudanças climáticas e de apoio ao que foi decidido no ano passado na conferência do clima em Durban, a COP-17.
Goldemberg - O fato de a versão 1 do documento da Rio+20 trazer agora uma menção às mudanças climáticas é positiva. Isso não aparecia no draft zero. Apesar de estar na linha das exortações “apelamos, concordamos, reafirmamos”, linguagem desse tipo. De todo modo, reforçar os entendimentos que resultaram de Durban para que até 2015 se chegue a um acordo que seja melhor que a Convenção do Clima e o Protocolo de Kyoto é uma coisa positiva porque efetivamente era necessário mostrar aos negociadores que o problema climático não tinha desaparecido só porque tem uma conferência própria. E a decisão de Durban é importante por envolver China e EUA nos esforços globais de tentar evitar as mudanças climáticas.
Momento atual
Leitão - Pela primeira vez ouvimos falar que não falta emprego no Brasil, falta mão de obra. E esse momento oportuno, rico, grandioso, coloca o País diante de um encontro com a verdade, em que a gente vai definir a verdadeira estatura, profundidade e alcance da legislação ambiental. É fácil fazer legislação ambiental quando não se tem os recursos necessários para implementar seus desejos. Ora, se eu não posso destruir, construir, edificar, por que eu hei de ser contra uma legislação ambiental? Ela não me afeta. Mas na hora em que o País recupera essa capacidade de investimento e precisa de infraestrutura, temos de perguntar como fazer para que isso que é necessário não se torne inimigo daquilo que também é importante e necessário, que é ter uma ótima relação com o meio ambiente. Como juntar essas duas oportunidades e não tornar o ótimo inimigo do bom. O Brasil tem excelente oportunidade de lançar as bases para que façamos uma conversa que finalmente estabeleça a ponte entre o ambiental e o social. E não aquilo que a gente está vendo na discussão do Código Florestal: um Brasil que não consegue partir das suas conquistas para estabelecer pontes para o futuro. O foco, apesar de diferente da Rio-92, pode ter ganhado outras dimensões.
Três pilares
Sobre as críticas de que a conferência, ao pregar a igualdade entre as três dimensões do desenvolvimento sustentável - social, econômico e ambiental - está na deixando as questões ambientais de escanteio.
Goldemberg - O problema é que pela primeira vez na história os seres humanos acabaram se tornando uma força geológica. Isso significa o seguinte: erupções vulcânicas, maremotos, terremotos, as forças geológicas movimentam cerca de 50 bilhões de toneladas de materiais de um lugar para o outro por ano. Como temos 7 bilhões de habitantes no mundo, isso significa aproximadamente 7 toneladas por pessoa. Mas cada um de nós também movimenta hoje cerca de 7 toneladas de material de um lugar para o outro. Só em gasolina ou álcool nós gastamos 1 tonelada por ano, 20 litros por semana dá mil litros de combustível por ano. Assim, a ação conjunta dos seres humanos acabou se tornando uma força de proporções geológicas e está mudando a natureza, cria problemas seriíssimos. A utilização de combustíveis fósseis foi maravilhosa enquanto durou. Por isso, voltando aos três pilares. Quem vê assim é empresa. Um país não é uma empresa. Tem de olhar a médio e a longo prazo. Se destruirmos as condições que nós tivemos para criar o progresso que temos hoje, não vai ter nem social nem ambiental. É isso que a Rio-92 tentou fazer. Ela teve um sucesso moderado, mas se esperava da Rio+20 um aprofundamento da Rio-92 e não um desvio do foco.
Dilma
Sobre as declarações da presidente Dilma Rousseff em reunião do Fórum de Mudanças Climáticas de que a Rio+20 não é espaço para fantasia e que com energia eólica não é possível iluminar o planeta.
Leitão - Foi uma fala desastrosa. É como o dono da festa que diz que a festa não vai ser muito legal. Ela fez o anticonvite. E fez o contrário do que aconteceu em 92, quando havia muito menos para mostrar (e o então presidente Fernando Collor lançou seus embaixadores em forte campanha pelo mundo para conseguir trazer os chefes de Estado para a conferência). Mas de lá para cá fizemos coisas boas, apesar de temos problemas. Podemos cobrar da nossa presidenta, com todo respeito e carinho que devemos ter por um chefe de Estado, que ela tenha uma atitude mais responsável, que suas visões possam ficar diminuídas por conta dos interesses do País. (OESP)

Rio+20 e a matriz energética brasileira

O ano de 2012 é o Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos, segundo a ONU. E não poderia ser de outra forma já que a energia é o centro de tudo, desde suprir a economia até o combate à miséria, passando pelas mudanças climáticas e o equilíbrio da vida na Terra.
O governo diz que a matriz energética brasileira, que é o conjunto de fontes que geram energia, é a mais limpa do mundo comparativamente aos países ricos. E que ela é sustentável, pois considera que 45,3% vêm de fontes renováveis contra 7,2% dos mais ricos e 12,9% da média mundial. Será que é verdade?
Esses 45,3%, em teoria, de “fontes renováveis”, incluem a geração das hidrelétricas e biomassa. Hidrelétricas criam impactos ambientais, deslocamento compulsório de dezenas de milhares de pessoas e os reservatórios produzem o gás metano [1] um dos mais potentes causadores do aquecimento global. Essa chamada matriz energética mais “limpa e renovável” do mundo foi responsável também pelo aumento das importações de carvão mineral e gás natural no ano de 2009.
Para o Balanço Elétrico Nacional (BEN), o Brasil tem 86% de fontes renováveis enquanto os países ricos juntos têm 17%. É uma constatação no mínimo duvidosa, pois esse rótulo de campeão em energia sustentável não combina em nada com os atuais fatos que povoam a mídia, sobre os conflitos nas hidrelétricas do PAC. Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira, são palco de greves e violências, além de impactos não estudados da destruição das margens do rio. Porto Velho é o retrato do inchaço urbano desordenado, de caos instalado nos serviços públicos em decorrência das obras das usinas, e a Altamira de Belo Monte, no Pará, remonta à Idade Média.
Mas para onde vai uma boa parte de toda essa energia que o governo planeja gerar? Não parece ser para suprir os rincões miseráveis isolados, ou para diminuir a desigualdade, ou para fortalecer as comunidades e reforçar a sua autoconfiança. Vai para os grandes consumidores de energia que têm prioridade e privilégio concedidos pelo governo que quer bancar um crescimento insustentável para ter competitividade na globalização. Para tanto, optou-se pelo oportunismo da política de produção de energia estagnada no modelo hidrelétrico: insustentável, cara e suja.
Exemplos desse oportunismo não faltam. Os autoprodutores [2] são as grandes indústrias eletrointensivas que usam energia como seu principal insumo e que vendem o excedente no mercado livre. É legal que empresas autoprodutoras comercializem energia elétrica, como mercadoria, quando lhes convém, ou seja, quando o preço do MWh está na alta?
Cerca de 80% dessa energia vêm de hidrelétricas que na fase de construção (os consórcios têm autoprodutores na sua composição) se beneficiam de financiamentos de bancos públicos com juros abaixo do mercado, isenção de PIS/COFINS durante as obras (Reidi), carência no recolhimento de IR, sobre preços e aditivos em contratos de concessão. Pode não ser ilegal, mas é um “negócio” imoral.
No dia 15 de abril, uma nota discreta do Valor informou que “as perspectivas de demanda [de energia elétrica], feitas no passado, não se concretizaram”. Demanda criada artificialmente. O Plano Decenal de Expansão de Energia (PDEE) está errando na previsão, pois continua incentivando, induzindo ou estimulando demanda e, ao mesmo tempo, disponibilizando oferta. Ora, como fazer florescer programas de eficiência energética, consumo consciente, energias alternativas quando na verdade a sociedade tem “tanta” energia disponível? O argumento do governo tem sido o do “apagão nunca mais” e “podemos consumir como nunca”.
Seja qual for a constatação, a verdade é que a “indústria” de hidrelétricas continua a todo vapor sem considerar que só os programas de conservação e eficiência energética podem possibilitar uma economia no consumo de 10%, no mínimo.
[1] O gás metano está presente em lagos naturais e pântanos da Amazônia, mas nos reservatórios hidrelétricos em que a água passa pelas turbinas e vertedouros liberando-o na atmosfera em quantidades muito maiores, é onde ele se mostra mais letal.
[2] Autoprodutor: Pessoa física ou jurídica ou empresas reunidas em consórcio que recebem concessão ou autorização para produzir energia elétrica destinada ao seu uso exclusivo. (EcoDebate)

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Exploração de gás de xisto nos EUA

Ecologistas denunciam impactos e riscos ambientais de exploração de gás de xisto nos EUA
O aumento espetacular da exploração de gás de xisto nos Estados Unidos preocupa os defensores do meio ambiente, que denunciam seu impacto na água e no ar, como é o caso no pequeno povoado de Waynerburg, na Pensilvânia (leste).
“Comprei minha fazenda em 1988. Tanto a minha família quanto os meus animais sempre beberam a água da fazenda sem problemas. Mas desde que começaram as perfurações de gás na minha propriedade, só tenho problemas”, explica Terry Greenwood, pecuarista de 64 anos.
Greenwood participa de uma reunião da associação ecologista “H2O Know” em Waynesburg. De barba grisalha e olhos azuis, ele conta que a empresa Dominion Gas chegou à região em 2007.
“Perfuraram dois poços. Na primavera de 2008, morreram dez das minhas vacas. Não bebemos mais água da minha propriedade”, afirma.
“Os representantes da agência governamental de proteção do meio ambiente (EPA) me disseram que tinha que demonstrar que era resultado de infiltrações da perfuração. Disseram, ‘Procure um advogado’, e já tenho três”, conclui.
Desde 2008, a perfuração horizontal e a fratura hidráulica permitiram explorar os vastos recursos de gás de xisto dos depósitos de Marcellus, na Pensilvânia.
O gás natural costuma se apresentar como um recurso ecológico porque sua queima gera menos CO2 do que os combustíveis clássicos, mas é muito mais nocivo para a camada de ozônio e mais tóxico quando respirado.
Além disso, a fratura hidráulica usa milhões de litros d’água misturados com aditivos químicos, como o amoníaco.
Os representantes do setor asseguram que tomam todas as precauções.
“Diz-se que o setor não está regulamentado, mas é mentira. Há muitas regras para, por exemplo, a proteção da água potável, e as respeitamos todas”, afirma Jeff Boggs, encarregado das perfurações da Consol Energy, grupo que explora as jazidas de gás de xisto na região.
Jill Kiresky, pesquisadora de saúde pública da Universidade de Pittsburgh, destaca que os grupos energéticos estão isentos das leis federais sobre “a proteção da água, do ar, as indenizações, etc”.
Boggs admite que o setor tem tido “provavelmente certa responsabilidade” em alguns casos. A justiça condenou a Consol a pagar mais de 200 milhões de dólares quando a água que se infiltrou de suas minas de carvão contaminou o rio Dunkart Creek em setembro de 2009, provocando a morte da fauna aquática ao longo de 60 quilômetros.
“Não deixamos mais água residual em nossas jazidas”, assegura. A água das perfurações é armazenada durante todo o período de exploração nos locais de extração, em lagoas artificiais, separadas do solo por uma espessa camada de plástico.
Essas águas, tão tóxicas que não podem ser deputadas, são transferidas depois em caminhões-tanque para poços especiais que, com frequência, ficam fora da Pensilvânia.
A associação ecologista IWLA tem feito testes nos aquíferos próximos às jazidas de gás e encontrou taxas de brometo extremamente elevadas que, garantem, são os vestígios químicos da perfuração por fratura.
A IWLA assegura ter casos “muito documentados” e acrescenta que um estudo recente mostra um importante risco de câncer para os moradores da região devido às emanações de metano procedentes das jazidas de gás. (EcoDebate)

Os custos ocultos dos combustíveis fósseis

Será que estamos tão viciados em combustíveis fósseis que iremos nos submeter cada vez mais à indústria de petróleo, colocando em perigo os nossos ecossistemas?
Este mês marca o segundo aniversário da exploração da plataforma de petróleo da Deepwater Horizon no Golfo do México, que matou 11 trabalhadores e derramou 4,9 milhões de barris de petróleo, causando grandes danos aos habitats marinhos e de vida selvagem, e à pesca e à indústria do turismo da região. O impacto local do derramamento ainda está se desenrolando.
Agora, o país está no meio de um debate sobre a energia em ano eleitoral – principalmente com um foco exclusivo sobre o aumento dos preços na bomba –, ou seja, à luz do desastre do Golfo, um debate lamentavelmente míope. Isso é enfatizado por um recente relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
A organização calcula que o consumo de energia mundial está a caminho de aumentar em 80% até meados do século, com 85% da energia proveniente de combustíveis fósseis. As emissões de carbono irão dobrar até 2050, o que provavelmente irá provocar um aumento das temperaturas globais acima da meta de dois graus Celsius, para além dos quais os cientistas dizem que as mudanças climáticas poderão ser extremamente perigosas. A poluição do ar também irá aumentar, juntamente com a incidência de doenças cardiovasculares, asma e outras consequências para a saúde.
A organização sugere que se coloque um custo sobre as emissões poluentes e de gases de efeito estufa, junto com os impostos de carbono e as práticas cap and trade [mecanismos que criam limites para as emissões de gases de um determinado setor]. Dados os perigos à nossa frente, esses mecanismos de comércio orientados ao mercado parecem ser uma opção melhor do que a microgestão federal – a atual política de ambos os partidos políticos [dos EUA].
Além de uma confissão honesta de que nós realmente não podemos “perfurar uma saída” para continuar tendo combustíveis mais baratos, o que está faltando no debate atual é um reconhecimento do aumento dos custos ocultos de cada litro de gasolina na bomba. O tipo de perfuração offshore de risco a quilômetros de profundidade que precipitou no vazamento do Golfo
Golfo é um caso em questão.
Depois de uma moratória, a Casa Branca pôs em ação exigências de perfuração mais duras e depois abriu novas áreas para o desenvolvimento no Golfo e em partes remotas do Ártico, que estão a 1.000 milhas da base mais próxima da Guarda Costeira. Os republicanos têm pressionado através de uma legislação que acelera os planos de revisão das perfurações e abre ainda mais novas áreas.
“Os republicanos e a indústria do petróleo estão mantendo a mentalidade ‘velocidade acima da segurança’ que levou ao desastre da BP em primeiro lugar”, disse o deputado Edward Markey, democrata de Massachusetts que tem sido um crítico à resposta do presidente ao derramamento da plataforma alugada da BP. Além disso, os republicanos estão pressionando até agora para que se abram as costas do Atlântico e do Pacífico para a perfuração, politicamente sem limites desde o derramamento de óleo em Santa Barbara em 1969.
Será que estamos tão desesperadamente viciados em combustíveis fósseis que iremos nos submeter cada vez mais à indústria de petróleo, colocando em perigo o frágil Ártico, as nossas outras duas costas e até mesmo arriscando o coração do país se os proponentes dos oleodutos de Keystone prevalecerem?
Um sucesso em outra frente da política energética demonstra como algumas gestões da poluição podem preparar o caminho para uma mudança construtiva.
No dia 27 de março, a Agência de Proteção Ambiental propôs os primeiros limites históricos de emissões de gases de efeito estufa para as novas usinas. A norma – chamada de Carbon Pollution Standard – não se aplicaria a cerca de 15 usinas que se esperada que iniciem seus trabalhos no próximo ano, mas, depois disso, as usinas movidas a carvão teriam que capturar e armazenar algumas de suas emissões de dióxido de carbono. Sendo uma medida onerosa, essa prática não está em uso em nenhum lugar atualmente.
“Esses primeiros padrões históricos de poluição de carbono para novas usinas significam que a ‘mesmice’ das maiores fontes de poluição de carbono e das empresas sujas de queima de carvão do país acabou”, disse o diretor-executivo do Sierra Club Michael Brune.
A Ir. Karen Donahue, coordenadora de justiça das Irmãs da Misericórdia das Américas, de Michigan, disse: “Nós elogiamos a Agência de Proteção Ambiental por dar esse passo importante para reduzir as emissões que estão alimentando o aquecimento global e as catastróficas mudanças climáticas”.
A medida da Agência de Proteção Ambiental estabelece bases para os esforços para encontrar formas mais limpas e sustentáveis para gerar energia.
Cada vez mais desses tipos de esforços irão resultar em uma nação de energia limpa. Fazer isso irá nos apresentar um desafio igual a outros grandes projetos da nossa história – a ferrovia transcontinental, o Canal do Panamá, o sistema de rodovias interestaduais, o projeto espacial Apollo. Esses empreendimentos exigiram que se expandissem os limites do desenvolvimento tecnológico e também estimularam uma oportunidade de negócios, criando muitos novos empregos e indústrias totalmente novas.
Ir rumo à independência energética das fontes limpas e para longe de um estilo de vida baseado na emissão de gases de efeito estufa, na queima de combustíveis fósseis, no nivelamento e terraplenagem de terrenos e na poluição do ar pode nos unir em um esforço comum e garantir que as zonas úmidas gravemente danificadas e o sofrimento econômico na nossa Costa do Golfo não foram em vão. (EcoDebate)

terça-feira, 24 de abril de 2012

Veículos Elétricos: isenções em votação

Tramita em caráter conclusivo na Câmara dos Deputados a proposta que isenta a comercialização de automóveis elétricos e híbridos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), do PIS/PASEP e da COFINS. A medida, aprovada na última semana pela Comissão de Minas e Energia, está prevista no projeto de lei 2092/11, do deputado Irajá Abreu (PSD-TO). O PL também isenta do PIS/PASEP e da COFINS a venda e a importação de peças e partes desses veículos.
A proposta foi aprovada na forma de substitutivo do relator, deputado Ronaldo Benedet (PMDB-SC). O texto original não previa as isenções para carros híbridos. O substitutivo também inclui a concessão dos benefícios às empresas que executarem projetos de incentivo à fabricação de veículos elétricos ou híbridos no país. Para ter direito às isenções, as empresas deverão submeter seus projetos à análise do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O objetivo da medida, segundo Benedet, é estimular a instalação de fábricas de veículos híbridos no Brasil.
Também está prevista no PL descontos de 50% nas tarifas comerciais de energia quando houver recarga de baterias de veículos elétricos ou híbridos em estacionamentos coletivos. Essa perda de receita, de acordo com a proposta, será compensada pelo aumento das tarifas de consumidores finais, excluídos aqueles de baixa renda. O substitutivo mantém o aumento progressivo do percentual de veículos elétricos na frota oficial, previsto no projeto original. Esses automóveis deverão somar 20% do total de carros comprados ou alugados pelo governo num prazo de dez anos, a contar da publicação da lei.
A proposta ainda será analisada pelas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. (ambienteenergia)

domingo, 22 de abril de 2012

Barragem: segurança para usos múltiplos

De acordo com a Política Nacional de segurança de Barragens (PNSB), é necessário haver um Plano de Segurança para cada barramento do Brasil. Nesse sentido, a Agência Nacional de Águas (ANA), responsável por fiscalizar a segurança de barragens para usos múltiplos de recursos hídricos de domínio da União, editou a Resolução nº 91/2012, que estabelece a periodicidade de atualização, a qualificação do responsável técnico, o conteúdo mínimo e o nível de detalhamento tanto do Plano de Segurança da Barragem quanto da Revisão Periódica de Segurança da Barragem. A Resolução foi publicada no Diário Oficial da União de 11/04/12l.
O Plano de Segurança da Barragem é um instrumento da PNSB e deve ser obrigatoriamente implantado pelo empreendedor – agente privado ou governamental com direito real sobre as terras onde se localizam a barragem e o reservatório ou que explore o barramento para benefício próprio ou da coletividade. O objetivo do Plano é auxiliar o empreendedor na segurança da barragem e o documento deve conter dados técnicos de construção, operação e manutenção do empreendimento.
Segundo a PNSB, O Plano de Segurança da Barragem deverá ser atualizado em decorrência das inspeções regulares e especiais e das revisões periódicas de segurança da barragem, incorporando suas exigências e recomendações. Para elaborar o Plano, o empreendedor deverá contar com um responsável técnico com registro no respectivo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA) e que tenha atribuições profissionais para projeto, construção, operação ou manutenção de barragens.
Antes de apresentar o documento, os empreendedores das barragens fiscalizadas pela ANA deverão enviar à Agência o Relatório de Implantação do Plano de Segurança da Barragem, o qual terá que conter o cronograma de implantação do Plano e que estará disponível no site da ANA (www.ana.gov.br) a partir de 2 de maio. A elaboração do Plano de Segurança da Barragem deverá ser concluída em até um ano após a primeira Revisão Periódica de Segurança de Barragem.
Barragens fiscalizadas pela ANA
A ANA é a responsável pela fiscalização das barragens de usos múltiplos que ela tenha outorgado o direito de uso dos recursos hídricos, ou aquelas que sejam outorgáveis pela instituição, em corpos hídricos de domínio da União – aqueles que passam por mais de uma unidade da Federação e os transfronteiriços. Para o mesmo tipo de barragem, mas em recursos hídricos de domínio estadual, quem é responsável pela fiscalização são os órgãos gestores estaduais. Acesse a página da ANA sobre segurança de barragens: http://www2.ana.gov.br/Paginas/servicos/cadastros/cnbarragens.aspx
De acordo com a Política Nacional de Segurança de Barragens, a ANA tem as atribuições de organizar, implantar e gerir o Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB), de promover a articulação entre os órgãos fiscalizadores de barragens, e de coordenar a elaboração do Relatório de Segurança de Barragens, encaminhando-o, anualmente, ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), de forma consolidada, além de fiscalizar a segurança das barragens por ela outorgadas. (ambienteenergia)

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Alternativas para reduzir emissão

Biocombustíveis: alternativas para reduzir emissão
Um estudo da Coppe/UFRJ aponta que o uso de 100% de biodiesel em caminhões-tanque pode reduzir em 78% as emissões de CO2. A proposta depende do aumento da oferta de biodiesel no mercado. O estudo visa a melhora da ecoeficiência no transporte rodoviário de combustíveis líquidos e fornece indicações que podem contribuir para aumentar a competitividade do etanol brasileiro, em relação ao etanol norte-americano no mercado externo e em relação à gasolina no mercado interno.
O trabalho mostrou que as rodovias, que respondem por 96% da movimentação do etanol pelo território nacional, são o pior meio entre nove alternativas possíveis, quando se levam em conta os impactos econômicos e ambientais. As melhores alternativas incluem o uso de transportes intermodais.
No entanto, o estudo ressalta que o Brasil ainda não tem infraestrutura suficiente para deslocar o combustível por esses outros modos. Por isso, a necessidade de se aperfeiçoar o transporte rodoviário, reduzindo os custos econômicos e ambientais com medidas como a diminuição do número de acidentes rodoviários, alterações nos valores de frete e utilização de até 100% de biodiesel no abastecimento dos caminhões-tanque que transportam o etanol.
De acordo com o levantamento, o Brasil tem uma grande diferencial que precisa ser aproveitado. O país produz por hectare quase o dobro da produção norte-americana e praticamente pela metade do custo. Enquanto a produção brasileira é, em média, de 6,4 mil litros por hectare, a um custo de US$ 137 por tonelada, os Estados Unidos produzem 3,3 mil litros, que custam U$ 235 por tonelada. Mas 60% do produto norte-americano é transportado até os portos por ferrovias, 10% por hidrovias e 30% por rodovias.
O estudo da Coppe também mostra a necessidade de redução de pelo menos 40% no número de acidentes nas estradas. Cada acidente de transporte rodoviário no Brasil custa em média R$ 65.350,00. Somente o estado de São Paulo registra uma média anual de 135 acidentes com transportadoras de líquidos inflamáveis.
“Se esses números forem reduzidos, o custo do transporte pode cair na mesma proporção e, como consequência, teremos queda também no preço do etanol”, calcula o professor Ilton Curty, que realizou a pesquisa junto com o professor Marcio D’Agosto. Ambos integram o Programa de Engenharia de Transportes da Coppe. (ambienteenergia)

quarta-feira, 18 de abril de 2012

UE pede compromisso com energia renovável

UE pede que países assumam compromisso com energia renovável
Comissão Europeia quer que o bloco tenha um plano válido até 2030 para o setor em até dois anos.
Connie Hedegaard, comissária de Ação pelo Clima, afirma que é preciso estabelecer estratégias europeias para o setor.
Turbinas da Thanet Offshore Wind Farm, na costa sudeste da Inglaterra
'A bola está nas mãos dos estados-membros, os investimentos valem o esforço' destacou a Comissão Europeia.
A Comissão Europeia pediu em 07/02/12 aos países da União Europeia que se comprometam com o desenvolvimento de energias renováveis em um prazo de dois anos, quando será realizado o próximo Conselho de Ministros comunitários de Energia.
'Queremos estabelecer objetivos comuns e talvez alguns não vinculativos para 2030, e queremos fazer isto durante o mandato desta Comissão (que termina em 2014)', defendeu o comissário de Energia europeu, Gunther Oettinger, durante sua participação em uma conferência sobre o setor em Bruxelas.
O puxão de orelhas de Oettinger aquece os motores para a reunião de titulares do ramo da União Europeia, que será realizada na capital comunitária.
'A bola está nas mãos dos estados-membros, os investimentos valem o esforço', garantiu a comissária europeia de Ação pelo Clima, Connie Hedegaard, que também respaldou neste mesmo fórum a necessidade da UE assumir novos compromissos vinculativos.
Tanto Oettinger quanto Hedegaard insistiram na necessidade de estabelecer estratégias europeias sobre energia e para o desenvolvimento do setor das fontes renováveis em longo prazo, que ofereçam segurança aos investidores.
A redução das emissões de dióxido de carbono (CO2) é o 'denominador comum' sobre o qual os países membros devem trabalhar, ressaltou Oettinger, explicando que estes podem escolher diversas estratégias para cumprir os objetivos europeus.
Hedegaard advertiu sobre as consequências de a Europa manter a sua dependência de petróleo no futuro, pois esta matéria-prima irá alcançar preços de 'três dígitos' no futuro.
A comissária defendeu a importância da economia verde na criação de empregos e garantiu que nos últimos cinco anos esta gerou 300 mil novos postos de trabalho na União Europeia, um número que poderia chegar a 2 milhões em 2020, segundo suas estimativas.
'Dizem que os empregos verdes são os mais caros, mas onde está a prova disto? Em nível mundial, o setor dos combustíveis fósseis recebe sete vezes mais apoio que o das renováveis', destacou Hedegaard.
A comissária exemplificou as ajudas estatais que recebem os setores pouco rentáveis, como o do carvão espanhol, onde cada posto de trabalho está subvencionado com € 73 mil por ano.
'Continuar como está até agora não sairá de graça', advertiu a comissária. (exame)

As alternativas da energia

Quais são as fontes de energia e quando elas poderão substituir o petróleo e outros combustíveis fósseis.
A procura por formas limpas e renováveis de gerar energia nunca recebeu tanta atenção – e investimento – como agora. Essas iniciativas cresceram mais de 15% entre 2007 e 2008 em todo mundo, movimentando US$ 120 bilhões, e este crescimento superou pela primeira vez foi maior que a expansão do uso combustíveis fósseis na Europa e nos Estados Unidos. Embora algumas técnicas já estejam em estágio avançado, como a do etanol, boa parte dos projetos são apostas em tecnologias experimentais e ainda sem viabilidade econômica.
Nesse campo, porém, o Brasil larga na frente. O país tem 87% de sua energia proveniente de fontes renováveis, enquanto no resto do mundo a média é de 18%. O país domina como nenhum outro a geração de álcool combustível, além de ter grande experiência com usinas hidrelétricas, de onde vêm mais de dois terços da eletricidade nacional. Embora tenha condições climáticas para avançar em outras tecnologias, como as energias eólica e solar, os resultados ainda são modestos e, com a descoberta das gigantescas reservas de petróleo do pré-sal, especialistas temem que elas fiquem em segundo plano.
No resto do mundo, a queda do preço do petróleo também preocupa os ambientalistas, que advertem para a redução nos investimentos nas energias renováveis. Ainda assim, os maiores poluidores do mundo, Estados Unidos e China, têm puxado a expansão dos combustíveis renováveis. O país asiático duplicou, pelo quinto ano consecutivo, sua capacidade de gerar energia eólica. Os americanos apostaram em novas tecnologias de etanol e em outras menos tradicionais, como a Bloom Box, uma espécie de pilha que usa o ar para gerar energia continuamente, que abriu uma nova perspectiva no setor. (ultimosegundo)

Energias renováveis crescerão até 2050

Energias renováveis devem crescer até 2050 e ficarão mais baratas
Estudo da ONU aponta que o setor pode se expandir de três a 20 vezes até metade deste século.
Energias renováveis, como eólica ou solar, têm tendência de crescimento até 2050, e os esperados avanços em tecnologia devem trazer importantes reduções de custos, mostrou um estudo da Organização das Nações Unidas divulgado em 04/04/12.
O mais abrangente panorama do setor da ONU diz que a energia renovável, excluindo-se bioenergia --que consiste basicamente na queima de madeira por países em desenvolvimento para cozinhar ou aquecimento--, pode se expandir de três a 20 vezes até metade deste século.
"O custo da maioria das tecnologias de energia renovável recuou, e significativos avanços técnicos adicionais são previstos", mostrou o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC, na sigla em inglês) em um estudo obtido pela Reuters, baseado na revisão de 164 cenários.
"Mais reduções de custos são previstas, resultando em maior potencial de diminuição das mudanças climáticas e na redução da necessidade de medidas para garantir uma rápida implantação", disse o comitê. O IPCC se reunirá em Abu Dhabi de 5 a 13 de maio.
O IPCC disse ainda que muitos cenários apontaram para um "substancial aumento na implantação de energia renovável até 2030, 2050 e além disso."
Em 2008 a produção de energia renovável foi calculada em cerca de 12,9% do suprimento global de energia primária e foi dominada pela bioenergia, com 10,2%, seguido pela geração hidrelétrica, eólica, geotérmica, solar e energia dos oceanos.
A expansão projetada deve continuar mesmo sem novas medidas para promover uma transição de combustíveis fósseis, como parte de uma luta liderada pela ONU contra a mudança climática, disse o IPCC. (ultimosegundo)

EUA supera a China em energia limpa

EUA superam a China como maiores investidores em energia limpa
Americanos investiram US$ 48 bilhões em energia limpa no ano passado, um aumento de 42% em relação a 2010.
Parque eólico de La Veleta, na Espanha: energias limpas ganham impulso.
Os Estados Unidos voltaram a assumir a liderança na corrida por energia limpa, investindo US$ 48 bilhões no ano passado, superando a China, que detinha o título de maior investidor desde 2009, revelou um estudo publicado em 11/04/12.
O aumento de investimentos privados no país foi de 42% com relação a 2010, assegurando a liderança mundial americana tanto em investimentos de "venture capital" (capital de risco), como de pesquisa e desenvolvimento, revelou o relatório anual da Pew Charitable Trusts sobre energia limpa.
No entanto, o 'boom' americano foi amplamente impulsionado pela caducidade de incentivos fiscais, chamando a atenção para "um fenômeno persistente no qual o país fracassa em inserir no mercado as inovações em energia limpa que cria em laboratório", destacou o informe.
A China, que caiu para a segunda colocação, investiu US$ 45,5 bilhões no ano passado, um aumento de 1% com relação a 2010, mas manteve a liderança global em investimentos de energia eólica e fabricação de componentes para a solar.
Especialistas dizem que uma diferença importante entre os Estados Unidos e a China está na forma como os dois países atraem investimentos: a China, por adotar políticas verdes sólidas e reassegurando os investidores, e os Estados Unidos por oferecer cortes de impostos para investimentos.
"A China conseguiu impulsionar seu crescimento com políticas de longo prazo muito consistentes que realmente indicam aos investimentos que há uma oportunidade de ganho para eles", explicou Phyllis Cuttino, diretor do Programa de Energia Limpa do Instituto Pew.
"Os Estados Unidos não têm meta de energia renovável, mas decidiram tentar e incentivar os investimentos em energia limpa através de uma variedade de incentivos fiscais, créditos, subsídios, garantias de empréstimo", disse à AFP.
Alguns destes programas foram instituídos durante o governo de George W. Bush e alguns sob o governo do presidente Barack Obama, acrescentou.
"O que vimos este ano foi que investidores realmente correram para os Estados Unidos para tirar vantagem destes créditos fiscais antes que expirassem", acrescentou.
O relatório Pew, que tem como foco o investimento primário nos países do Grupo dos 20 (G20), também demonstrou que o investimento total privado em nível mundial subiu 6,5% com relação a 2010 chegando a um nível recorde de US$ 263 bilhões.
"Alemanha, Itália, Reino Unido e Índia também estavam entre os países que foram mais bem sucedidos em atrair investimentos privados no ano passado", acrescentou.
A Alemanha apareceu na terceira posição em 2011, depois de ter subido para o segundo lugar em 2010, intensificando os investimentos nas energias solar e eólica. Os investimentos privados caíram 5% no ano passado em comparação com 2010.
"A Alemanha agora obtém mais energia de fontes renováveis do que de energia nuclear, de carvão ou gás natural", destacou o relatório, acrescentando que a Itália também teve alta, superando a produção alemã de 7, gigawatts (GW) de fonte solar.
A Itália instalou 8 GW de geradores solares em todo o país e os investimentos cresceram 38% para US$ 28 bilhões, equilibrando declínios em outras partes da Europa à medida que a região luta contra a crise da dívida.
"A Europa tem sido um líder tradicional em termos de atrair investimento privado. No ano passado, atraiu US$ 99 bilhões em investimento privado como região", afirmou Cuttino.
"Mas Ásia e Oceania são regiões do mundo que estão em rápido crescimento, portanto continuamos pensando que o centro da economia da energia limpa esteja se mudando para a região. Foram as segundas do mundo, ao atrair US$ 71 bilhões", continuou.
A Índia teve a taxa mais elevada de crescimento entre os países do G20, com investimentos que cresceram 54% para US$ 10,2 bilhões, amplamente conduzidas por sua Missão Solar Nacional, que visa a instalar 20 GW até 2020. (ultimosegundo)

Corrida de Energia Limpa?

Quem está ganhando a corrida de Energia Limpa?April 13, 2012
 
EUA recupera liderança, atraindo US $ 48 bilhões em financiamento privado e do investimento.
Financiamento global de energia limpa e investimento cresceu para US$ 263 bilhões em 2011, um aumento de 6,5% em relação ao ano anterior, de acordo com uma nova pesquisa divulgada pelo The Pew Charitable Trusts.
Entre Grupo dos Vinte (G-20) países, os Estados Unidos recuperaram o primeiro lugar a China, que liderou a corrida global de energia limpa desde 2009. Alemanha, Itália, Reino Unido e Índia também estão entre as nações que mais sucesso atraiu investimentos privados no ano passado.
"Investimento em energia limpa, excluindo pesquisa e desenvolvimento, cresceu 600% desde 2004, com base em políticas nacionais eficazes que criam segurança mercado", disse Phyllis Cuttino, diretor do Programa Pew de energia limpa.
"Este aumento foi devido, em parte, o número de países que implementaram políticas nacionais eficazes para apoiar o mercado de energia limpa. Nos Estados Unidos, que atraiu US$ 48.000 milhões ano passado, os investidores aproveitaram os programas do país de estímulo antes de expirado no final de 2011, bem como o crédito fiscal de produção de eletricidade a partir de energia renovável, que é para acabar em dezembro."
"As empresas e os países têm altos e baixos experientes na corrida mundial de energia limpa nos últimos anos, e 2011 não foi exceção. Para os consumidores, no entanto, a raça de energia limpa tem sido consistentemente positiva, derrubando os preços e interpondo novas opções de energia renovável em um mercado dominado por centenárias tecnologias."
Entre as tecnologias renováveis, solar aumentaram globalmente em 44%, atraindo US$ 128.000.000.000 e representando mais de metade de todos os investimentos em energia limpa entre os membros do G-20. Quedas de preços dramáticos, com o custo dos módulos solares deixam cair pela metade nos últimos 12 meses, alimentada a atividade. Preços de energia eólica também foram menores em 2011.
A combinação da queda dos preços e investimentos crescentes acelerou a instalação de capacidade de geração de energia limpa por um recorde de 83,5 gigawatts (GW) em 2011. Quase 30 GW de energia solar nova e 43 GW de energia eólica foram implantados. Energia renovável capacidade de geração, em 565 GW a nível mundial, foi de quase 50% mais de capacidade instalada de geração nuclear em 2010.
"O setor de energia limpa recebeu o dólar trilionésimo de investimento privado pouco antes do final de 2011, demonstrando crescimento significativo nos últimos oito anos", disse Michael Liebreich, CEO da Bloomberg New Energy Finance, sócio Pew de Pesquisa.
"Instalações solares levou a maioria da atividade no ano passado, a queda do preço dos módulos fotovoltaicos, agora 75% menor do que há três anos, mais do que compensou o enfraquecimento de mecanismos de apoio energéticas limpas em várias partes do mundo."
China atraiu US$ 45,5 bilhões em investimentos em energia limpa, que estimulou a implantação de 20 GW de energia eólica, mais do que qualquer nação. Alemanha em terceiro lugar entre o G-20 com US$ 30,6 bilhões e 7,4 GW de energia solar instalada.
Itália recebeu US$ 28 bilhões em financiamento de energia limpa no ano passado, um aumento de 38,4% a partir de 2010, permitindo a implementação de um recorde de quase 8 GW de capacidade de geração solar. Nos últimos cinco anos, nenhum país do G-20 tem experimentado taxas de crescimento mais elevadas do que a Itália, o que levou o mundo com níveis de investimento em relação ao tamanho de sua economia.
Setor de energia limpa da Índia continuou a florescer em 2011, com investimento de 54% para US $ 10,2 bilhões. Da Índia "Missão Solar Nacional", com uma meta de 20 GW de potência instalada até 2020, ajudaram a impulsionar o salto sete vezes neste tipo de energia, para US$ 4,2 bilhões. Vento recebeu US$ 4,6 bilhões, e um adicional de 2,8 GW de capacidade foi instalada durante o ano.
"Embora os preços diminuíssem e aumentaram o investimento global, 2011 foi um ano de resultados mistos de todo o G-20, com tantos países experimentando perdas como ganhos. Aumenta o investimento de 42% nos Estados Unidos e 15% no Brasil compensar as quedas no México e Argentina e permitiu que a região das Américas a crescer mais de 21%, para US$ 63,1 bilhões a maior taxa de crescimento em qualquer região do mundo."
O crescimento do investimento na Itália, Espanha e Reino Unido compensam as quedas em outras partes da União Europeia, ajudando a manter a região Europa, Médio Oriente e África como o líder global em investimentos em energia limpa, com 99,3 bilhões registrados em 2011.
Da mesma forma, o crescimento do investimento na Índia, Austrália e Japão compensar um ano plana na China e declínio no mercado de investimentos da Coréia do Sul. Em geral, a região da Ásia/Oceania realizado o segundo lugar para investimentos em energia limpa em US $ 75 bilhões em 2011.
Quem está ganhando a corrida de Energia Limpa? examina como as nações estão se saindo na competição cada vez mais forte para o investimento privado entre as principais economias do mundo. Investimento em países do G-20 representam mais de 95% do total global. Os valores estão expressos em dólares norte-americanos.
Outras conclusões importantes do relatório incluem:
• Led de 42% de crescimento nos Estados Unidos e 15% no Brasil, o investimento na região das Américas cresceu mais de 21%, para US$ 63,1 bilhões, mais rápido do que qualquer outra região.
• O setor de energia limpa na região da Ásia/Oceania aumentou mais de 10% para US$ 75 bilhões. Investimento relativamente plana na China foi atenuado pelos ganhos acentuados na Índia, Japão e Indonésia, que estavam entre os de mais rápido crescimento mercados de energia limpa no mundo.
• O setor de energia limpa na região europeia cresceu 4% por um modesto, mas continua a ser o principal destino desses investimentos, em US$ 99,3 bilhões. Crescimento do investimento significativo na Itália, o Reino Unido, Espanha e ajudou a compensar as quedas nos demais estados membros da União Europeia. Alemanha e Itália continuam a liderar o mundo na implantação de pequenas, distribuídos instalações solares fotovoltaicas, respondendo por mais de 50% de todo o mundo adições de capacidade de energia solar, e 38% do G-20 os investimentos em tecnologia de energia solar.
• Os Estados Unidos continua a ser o líder em financiamento de capital de risco, uma importante medida de inovação energética, atraindo US$ 6 bilhões, ou 70% do G-20 total. Alemanha e China eram seguidores distantes, com US$ 635 milhões e US$ 458 milhões, respectivamente, em investimentos de capital de risco.
Ações financeiras e pequenos investimentos em capacidade distribuídos contabilizados US$ 212 bilhões e de US$ 225 bilhões em não governamentais, não investigação investimentos em energia limpa em 2011, sinalizando a prioridade que os investidores têm colocado sobre a implantação de tecnologias existentes sobre o desenvolvimento ou intensificação de novas tecnologias e empresas na G-20. (globe-net.com)

Renovável: Brasil no top 10

Uma pesquisa divulgada pela Pew Charitable Trusts, entidade que desenvolve estudos e análises sobre políticas públicas, colocou o Brasil entre os 10 países que mais investem em fontes renováveis de energia.
Segundo o estudo “Quem esta ganhando a corrida da energia limpa”, o país, em 2011, teve investimentos de US$ 8 bilhões em fontes como biomassa, pequenas centrais hidrelétricas e biodiesel.
Ainda de acordo com a pesquisa o volume de investimento cresceu 15% de 2010 para 2011, o que posicionou o Brasil em novo lugar.
O país ficou em terceiro lugar quando o quesito é evolução de capacidade instalada.
Acesse a íntegra do relatório Who´s winning the clean energy race? (Quem está ganhando a corrida da energia limpa) (ambienteenergia)

Energias renováveis: vale tudo por elas?

Às vésperas da Rio+20 cujo tema central será a Economia Verde, se discutirá como um dos objetivos para as próximas décadas a mudança na matriz energética mundial de combustível fóssil para energia limpa.
Já é notório, no entanto, que as energias renováveis vêm ganhando cada vez mais importância no cenário mundial. Os investimentos saltaram de US$ 162 bilhões em 2009 para US$ 240 bilhões em 2011. A China, até outrora o maior poluidor mundial em razão de suas inúmeras termelétricas, é hoje a maior investidora em energia limpa do mundo.
O Brasil, por sua vez, cuja matriz energética já é limpa, será em 2013 o décimo maior investidor em eólicas e continuará, ainda, ampliando suas fontes hidrelétricas com projetos na região Norte e através de parcerias com países sul-americanos como Argentina e Peru. Inclusive, foi considerado junto com Nicarágua e Panamá em recente estudo elaborado pela Bloomberg New Energy Finance – Climascópio 2012 – a pedido do Fundo Multilateral de Investimentos, membro do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), como um dos países com maior capacidade para atrair investimentos em energia limpa da América Latina e Caribe.
É importante e salutar este investimento brasileiro em renováveis. Já somos a sexta maior economia mundial e precisamos de energia para continuar progredindo. Mas o caminho que estamos trilhando, aparentemente sustentável, vem sendo realizada de forma tirânica, atentando contra os princípios republicanos e democráticos. O Poder Público vêm impondo a construção de empreendimentos independente de consultas públicas à população nacional e local. Quando discutimos sustentabilidade, pensamos no tripé social, econômico e ambiental. Contudo, estão sendo flexibilizados em nome do desenvolvimento nacional.
Vemos a vertente social ser violada quando minorias não são consultadas no processo licenciatório, quando são desalojadas por uma pequena indenização em detrimento de um interesse coletivo, quando as compensações sociais exigidas são descumpridas, quando a mão-de-obra utilizada na construção não é local. Nestes momentos há uma violação brutal pelo Poder Público aos princípios constitucionais da dignidade humana e democrático.
Já na vertente econômica, apesar de propiciar certo desenvolvimento econômico regional, observamos grande desperdício da verba pública. Por exemplo, ao comparamos as usinas hidrelétricas de Belo Monte e Itaipu, percebe-se a diferença abissal do investimento em ambas. Enquanto a primeira está orçada em R$ 30 bilhões de reais (preço atual estipulado e que fatalmente será maior), Itaipu custou míseros 11,8 bilhões de dólares, sendo construída há 40 anos, isto é, sem as tecnologias que dispomos hoje. Embora tenha capacidade instalada de 11 mil MW, o que a tornará a segunda maior hidrelétrica do país, Belo Monte tem energia firme (que pode ser assegurada já prevendo os períodos de seca) de 4,4 mil MW ou 40% de sua capacidade, enquanto Itaipu, a maior usina do país, tem 14 mil MW de capacidade e energia firme de 61%.
Na segunda maior atualmente, Tucuruí – que futuramente perderá a posição para Belo Monte – o percentual é de 49%. Se não considerássemos a hipótese da construção de usinas menores nesta região como a mais indicada, comparemos o custo com outras fontes de energia limpa. Nos Estados Unidos, dois projetos desenvolvidos na Califórnia de aproveitamento da energia térmica utilizando espelhos para a concentração de calor, Ivanpah e Blythe, têm a previsão da geração de 370 MW de energia firme ao custo de R$ 3,4 bilhões e 960 MW ao custo de R$ 9,6 bilhões, respectivamente.
Multiplicando o custo para geração de um megawatt nesses dois projetos de matriz solar por 4 mil megawatts médios (quantidade indicada de Belo Monte) teriam um total de R$ 38 bilhões, para o projeto de Ivanpah, e de R$ 36,7 bilhões para o Blythe. São dois projetos que teriam equivalência, ao menos em teoria, em investimento e geração de energia à Belo Monte, mas com um impacto socioambiental muito menor.
Já a vertente ambiental, tratando-se de energia renovável, é por óbvio a mais vantajosa em razão da não emissão de dióxido de carbono. Ressalta-se, no entanto, que qualquer energia renovável não está livre de impacto ambiental. Há desmatamentos, desvios de rios, impacto na fauna e flora, impacto visual e sonoro etc. Fora isso, observa-se ainda violações no campo político, violando o regime democrático, quando processos licenciatórios são acelerados por mero interesse político, despendendo menos tempo do que se faz necessário para a análise dos impactos ambientais gerados por determinado empreendimento. Sabemos que o processo licenciatório brasileiro é moroso, mais em razão da ausência de mão- de-obra especializada do que pela complexidade da análise. Mas, ainda assim, não se justifica acelerar além do necessário para cumprir metas políticas.
A verdade é que o Poder Público deve ponderar e analisar o custo-benefício nas três vertentes, independente do interesse político e particular. Não existe energia renovável perfeita e livre de impacto. Devemos utilizar o princípio do equilibro nesta análise, de modo a analisar a melhor alternativa, optando por aquela que terá o menor impacto nas três esferas.
Pensar em impacto zero ou em desenvolvimento zero é não ponderar, é não ser realista. Se desenvolver e progredir é necessário sim, mas de forma racional e sustentável. (ambienteenergia)

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Utilização da energia solar para aquecer água

A utilização da energia solar para o aquecimento de água.
Resumo: O objetivo deste artigo é analisar através da utilização da energia solar, a possibilidade de realizar o aquecimento da água. Sabe-se pelos conceitos empregados na física qual o tamanho do sol e a radiação que essa estrela propaga pelo espaço em direção a Terra. Os materiais utilizados na elaboração de nossa maquete, portanto, do projeto físico tiveram como cerne aproveitar materiais recicláveis viabilizando sua realização a um custo acessível. Essa proposta foi concebida como uma resposta diante da degradação ambiental e o consumismo desenfreado que vemos todos os dias em nosso planeta, especificamente aqui no Brasil.
Introdução
O sol é a principal fonte de energia para a vida na Terra. As civilizações antigas tinham um grande fascínio por ele a ponto de adorarem essa estrela. De acordo com a ciência o sol tem sua origem a partir do evento conhecido como BIG-BANG. Deste momento em diante todas as estrelas, astros, planetas, galáxias e etc., passaram a ocupar seu lugar no espaço. Com o advento da tecnologia, iniciada na Revolução Industrial do século XVIII, o ser humano começa a fazer uso cada vez mais frequente dos combustíveis fósseis para obter energia térmica, elétrica, mecânica e etc. Não se preocupa mais com o planeta dando início a uma série de degradações ambientais. Foi a partir desta percepção humana da grande devastação causada pela ação antrópica pelo uso dos combustíveis fósseis, que se começou a pensar em fontes alternativas de energias renováveis. O sol propaga sua radiação pelo espaço chegando a Terra. Na maioria das cidades brasileiras a possibilidade do bom aproveitamento do sol é um fator significativo para a redução do custo, pois a utilização da energia solar para aquecimento de água irá causar um impacto positivo e direto na quantidade de Kilowatt hora utilizada por mês.
Objetivo
O objetivo principal é mostrar que através de matérias recicláveis podemos obter recursos para melhor aproveitamento da energia solar como fonte de energia térmica para o aquecimento de água.
Metodologia
Utilizaremos materiais recicláveis e pesquisa bibliográfica, sobretudo a literatura brasileira ainda não concentra uma quantidade significativa de informações publicadas a esse respeito e que esteja a disposição do corpo discente. Por enquanto a maior parte dessas informações circula no campo da internet. Será feita a pesquisa bibliográfica não para justificar a utilização dos materiais recicláveis e sim para demonstrar, por meio dos conceitos, que esse projeto é viável.
Resultados e Discussão
1. Matriz energética brasileira
Nossa matriz energética ainda não considera a energia solar como um produto rentável e algo a ser explorado. Recentemente foi anunciada pelo governo brasileiro a descoberta do Pré-Sal. O planeta dá evidências de que uma das causas do aquecimento global gira em torno da queima de combustíveis fósseis, mas parece que o Brasil descobriu sua mina de ouro no quintal de casa. Os grandes investimentos estão concentrados no petróleo e nas hidrelétricas. É verdade que uma hidrelétrica não polui tanto quanto os combustíveis fósseis, porém a degradação ambiental de uma hidrelétrica é, sem dúvida alguma, um impacto significativo e na maioria das vezes esse impacto é irreversível ao meio ambiente pela devastação causada na fauna e flora.
2. Historia do aquecimento solar
O uso da energia solar para aquecimento pode ser rastreado de volta à Antiguidade. Arquimedes comprovadamente utilizou espelhos para direcionar os raios solares e atacar uma frota hostil, em 212 a.C., incendiando suas velas a uma distância de algumas centenas de pés. Mais de cem mil anos atrás os índios Anasazi, do sudoeste norte-americano, construíram suas casas nos lados de penhascos a fim de usar a baixa altitude do sol para o aquecimento solar passivo no inverno e as saliências dos penhascos para fornecer proteção contra os raios solares no verão. Nos séculos XVII e XVIII, cientistas concentraram os raios solares em espelhos ou lentes para derreter metais. Antoine Lavoisier (1743-1794), frequentemente chamado e pai da química moderna, atingiu temperaturas próximas a 1700ºC (3100ºF) usando o sol, temperaturas essas mais altas do que as obtidas por qualquer um naquela época. Uma das fornalhas solares mais potentes em uso atualmente se encontra em Sandia, Novo México onde temperaturas de 4000ºF são obtidas.
3. Termodinâmica e Transmissão de calor
 O ramo da ciência que trata da relação entre calor e outras formas de energia chamam-se termodinâmica. Seus princípios, como todas as leis da natureza, são baseados em observações, e foram generalizados em leis julgadas verdadeiras para todos os processos que ocorrem na natureza, porque nenhuma exceção foi verificada. O primeiro desses princípios, a primeira lei da termodinâmica, estabelece que a energia não pode ser criada ou destruída, mas apenas modificada de uma forma para outra. Desta forma a radiação solar desempenha um importante papel em muitos processos ambientais. Todas as fontes de energia usadas pelo homem derivam do sol, e as plantas dependem da energia solar para a fotossíntese e o crescimento. Embora ela ainda não seja utilizada para fins industriais, existe um crescente interesse na utilização direta da energia solar para aquecimento de residências e dessalinização da água do mar. A quantidade de energia solar que incide, por unidade de tempo, numa superfície de área unitária colocada perpendicularmente ao Sol, nos limites externos da atmosfera terrestre, a chamada constante solar, é cerca de 1200 Kcal/h m2. A quantidade de energia solar recebida por uma superfície na Terra depende da localização, hora do dia, época do ano, condição do tempo e inclinação da superfície.
4. Impactos Ambientais
O ano de 1859 é considerado um marco histórico na chamada era do petróleo: foi quando o coronel Edwin L. Drake furou o primeiro poço de petróleo em Titusville, Pensilvânia (EUA). Até então a extração rudimentar, praticamente baseada na coleta do petróleo que aflorava a superfície, permitia um rendimento mínimo. Com a invenção dos motores a explosão e dos carros a gasolina, no final do século XIX, a utilização do petróleo assumiu novas proporções, passando a representar uma das maiores riquezas da sociedade moderna, originando verdadeiros impérios econômicos. O início do século XX presenciou igualmente o desenvolvimento no uso da energia elétrica. A invenção dos motores elétricos, transformando a energia elétrica em mecânica, tornou possível a construção tanto de motores potentes para as grandes indústrias emergentes, como de pequenos motores contidos nos aparelhos eletrodomésticos. A eletricidade pode ser obtida de várias maneiras: nas usinas termoelétricas, usando-se combustíveis fósseis (não-renováveis); nas usinas nucleares, que utilizam como matéria-prima minerais radioativos; e nas usinas hidroelétricas, aproveitando-se um recurso abundante e renovável na natureza – a energia das quedas-d’água e das marés.
As emissões oriundas das indústrias e dos meios de transporte – principalmente veículos automotivos – impõem altos custos à saúde e também ao trabalho humano. Se não houver mudanças drásticas na política energética mundial nos próximos quarenta anos, a poluição decorrente, por exemplo, da produção de energia elétrica a partir de combustíveis fósseis será dez vezes maior e a de veículos aumentará de cinco vezes. O efeito estufa é o aquecimento gradual do planeta, causado pela presença de dióxido de carbono e de outros gases na atmosfera, como metano, clorofluorcaboneto e dióxido de nitrogênio. Ao absorverem os raios infravermelhos, eles se aquecem e com isso auxiliam no aquecimento do planeta – se suas concentrações aumentam, aumenta também a quantidade de raios infravermelhos absorvidos e, portanto, a temperatura do planeta. A queima de combustíveis fósseis em automóveis e nas usinas está entre as principais causas do acúmulo de dióxido de carbono na atmosfera, sendo que a geração de eletricidade nas usinas termoelétricas movidas a carvão, petróleo ou gás contribui com cerca de 15%.
A legislação brasileira de proteção ambiental teve início, fundamentalmente, nas atividades da Secretaria de Meio Ambiente (SEMA), em 1973, como uma das consequências tiradas de sua participação na Conferência de Estocolmo-UNEP em 1972. Todavia existem leis brasileiras, que, anteriormente, já regulamentavam aspectos ambientais, tais como:
Código de Águas, de 1934,
Código Florestal, de 1934,
Código de Pesca, de 1938,
Estatuto da Terra, de 1964,
Código de Caça, de 1967.
Em 1981 foi atendida a reivindicação mais importante da política ambiental, com a decretação da uma lei federal para a política de proteção ambiental. Essa lei estabelecia também, entre outras medidas, a estruturação de competências. Uma das consequências foi que, em 1989, a SEMA foi reorganizada e incorporada ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (IBAMA). O Licenciamento no Brasil segue por três vias: Licença Prévia, Licença de Instalação e Licença de Operação. É o órgão ambiental que decide sobre a necessidade de se elaborar um EIA-RIMA (Estudo de Impacto Ambiental) ou um RAP (Relatório Ambiental Preliminar).
5. Conclusão
Mesmo que a matriz energética brasileira ainda não considere a energia solar como um aspecto significativo para um investimento tanto na geração de eletricidade quanto na sua aplicação para o aquecimento da água, constatou-se que os povos antigos faziam uso da radiação para atender suas necessidades sejam ela quais fossem.
De acordo com a inclinação da Terra, hora do dia e época do ano a possibilidade de aproveitamento da radiação solar poderá ser bem aproveitada pelo homem com uma eficiência plausível na utilização de aquecimento de água. A grande questão que tem promovido os encontros nas conferências mundiais sobre o meio ambiente está justamente nos impactos ligados à ação antrópica e a queima dos combustíveis fósseis. Nosso projeto é mais uma alternativa para mostrar que existem possibilidades de se minimizar os impactos ambientais existentes utilizando a energia solar para aquecer a água ao invés de combustíveis fósseis ou da hidroeletricidade. Com capacidade para 100 litros d’água e a um custo de R$160,00 em um dia normal onde a meteorologia divulgava através dos meios de comunicação uma variação entre 19ºC e 25ºC a temperatura inicial de nosso reservatório estava em 22ºC. Verificou-se que durante o dia, que inicia por volta das 06h00 da manhã, após um período mínimo de exposição à radiação solar de 360 minutos a saída de água apresentava uma temperatura de 28ºC. Ao final do dia fizemos uma nova medição e a temperatura final apresentava 38,5ºC após 12 horas de exposição à radiação solar. Vale ressaltar que esse dia esteve nublado e mesmo assim apresentou uma temperatura significativa. Essa é uma forma prática, rápida, ambientalmente sustentável e de baixo custo para aquecimento da água. O impacto desse projeto será sentido na conta de luz (energia elétrica medida em kWh) e na preservação do meio ambiente. Dentre as vantagens do projeto podemos destacar que ele não polui durante seu uso; a energia utilizada é renovável e existe em abundância; baixa manutenção e fácil instalação; é aplicável em lugares de difícil acesso; não gera resíduo; baixo custo e reduz o consumo de energia elétrica. Já as desvantagens seriam pela variação na quantidade de energia solar captada pelo coletor em função das condições climáticas e por não aquecer a água no período noturno. (EcoDebate)

Energia Termosolar

Energia Termosolar: A usina Gemasolar, na Andaluzia, funciona até de noite
A usina Gemasolar possui painéis que refletem os raios do sol numa grande intensidade.
Na usina Gemasolar, ninguém se preocupa quando o céu está nublado: graças a uma tecnologia única no mundo, a energia acumulada quando o sol brilha permite produzir eletricidade mesmo à noite ou em dias chuvosos.
A central, que entrou em operação em maio passado, não passa despercebida na planície andaluza, no sul da Espanha.
Já na autoestrada, entre Sevilha e Córdoba, percebe-se sua torre iluminada, na qual estão colocados 2.650 painéis solares de 120 metros quadrados cada, dispostos em um imenso círculo de 195 hectares.
“É a primeira usina solar do mundo que trabalha 24 horas por dia, sendo assim funciona tanto de dia quanto de noite!”, explica Santiago Arias, diretor técnico da Torresol Energy, que administra a instalação.
Seu mecanismo é “muito fácil de ser explicado”, garante: os painéis, ao refletir a luz do sol sobre a torre, transmitem a ela “uma concentração de energia equivalente a 1.000 vezes a que recebemos em terra”.
A energia é armazenada em um enorme recipiente de sais dissolvidos, a uma temperatura superior a 500 graus. Os sais vão servir, em seguida, para produzir vapor e este aciona uma turbina, gerando assim a eletricidade, como numa usina termelétrica solar clássica.
É esta capacidade de estocar energia que torna a Gemasolar tão diferente, permitindo que “à noite continuemos a produzir eletricidade com a energia acumulada durante o dia”, precisa Santiago Arias.
Assim, “utilizo esta energia da forma que interessa a mim, não a ditada pelo sol”.
O balanço é muito positivo: a usina “produz 60% a mais de energia, em relação a outra que não possui este sistema de armazenamento”, podendo funcionar 6.400 horas por ano, contra as 1.000 e 2.000 horas produzidas por uma central comum.
- Máquina de dinheiro -
“A quantidade de energia que produzimos por ano é equivalente ao consumo médio de 30.000 lares na Espanha, portanto, de cerca de 90.000 pessoas”, explica Santiago Arias, proporcionando uma economia anual de 30.000 toneladas de CO2.
Encorajadas por um generoso sistema de ajuda pública, a geração de energia renovável vem sendo estimulada na Espanha, número dois no mundo em termos de aproveitamento da luz solar e primeiro na geração de energia eólica da Europa, à frente da Alemanha.
Em 2011, o país cobriu um terço de sua demanda de eletricidade com as energias renováveis, principalmente a eólica (16%), enquanto que a solar, embora não tão importante (4%), dobrou em um ano, segundo a administradora da rede de transmissão elétrica REE.
Para o projeto Gemasolar, foi preciso, também, a contribuição de investidores estrangeiros: a Torresol Energy é formada pelo grupo espanhol de engenharia Sener (60% do conjunto) e a empresa de energias renováveis Masdar, financiada pelo governo de Abu Dhabi.
Mas “uma usina deste tipo custa caro, não pela matéria-prima utilizada, que é gratuita, mas pelos enormes investimentos exigidos”, reconhece Santiago Arias. A conta ultrapassa os 200 milhões de euros.
Mas, “no dia em que o empreendimento começar a trazer lucros aos bancos (em 18 anos, calcula), a usina se transformará em máquina de fabricar notas de 1.000 Euros!”, brinca, lembrando que o preço do barril de petróleo, que era de 28 dólares em 2003, beira, agora, os US$ 130.
Em termos imediatos, a crise econômica projeta, no entanto, uma sombra nos projetos deste tipo: a Espanha, à beira da recessão e comprometida com um programa de austeridade, acaba de suspender os subsídios concedidos a novas centrais de produção de energia renovável.
“Temos três projetos parados” devido a esta suspensão, comenta Santiago Arias, admitindo, também em um contexto de desaceleração mundial, não ter conseguido ainda vender para outros países a tecnologia Gemasolar, apesar do grande interesse despertado fora da Espanha. (EcoDebate)