Um grupo de cientistas da
Universidade Ben-Gurion do Neguev, em Israel, desenvolveu um método para
converter excrementos humanos em um tipo de biocombustível renovável. De acordo
com eles, a solução poderia ser utilizada para resolver problemas como falta de
saneamento básico e energia.
Em estudo publicado no
periódico científico Journal
of Cleaner Production, os pesquisadores explicam que processo
se chama “carbonização hidrotermal” e consiste no aquecimento dos dejetos em
três temperaturas diferentes (180ºC, 210ºC e 240ºC) por períodos de 30, 60 e
120 minutos.
O calor esteriliza os
excrementos humanos e os converte em uma substância sólida rica em carbono
chamada hidrochar, que é segura e pode ter diferentes aplicações, desde
aquecimento até fertilizante rico em nutrientes.
“Os excrementos humanos são
considerados perigosos por seu potencial de transmitir doenças”, afirmou Amit
Gross, pesquisador do Departamento de Hidrologia e Microbiologia Ambiental da
Universidade Ben-Gurion, em anúncio.
“Ao mesmo tempo em que é rico
em matéria orgânica, com nutrientes como nitrogênio, fósforo e potássio, os
dejetos humanos também contêm micro poluentes que podem causar problemas
ambientais se não forem descartados ou reutilizados de forma correta.” Para o
cientista, o método que desenvolveu com seus colegas resolveria esses dois
problemas.
No Brasil
Segundo a Agência Nacional do
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), os dois principais
biocombustíveis líquidos usados no país são o etanol da cana-de-açúcar e o biodiesel
de óleos vegetais e gorduras animais. Por volta de 45% da energia e 18% dos
combustíveis consumidos no Brasil são renováveis.
Apesar de crescer no âmbito
dos biocombustíveis, o país ainda tem dificuldades em lidar com o saneamento
básico: dados recentes do Instituto Trata Brasil mostram que 55% dos
excrementos são despejados na natureza, o equivalente a 5,2 bilhões de m3.
Fezes não são algo de que a
maioria das pessoas goste de falar. Ainda assim, é algo que todos produzimos em
grande quantidade.
Cada pessoa gera cerca de 135
a 180 litros de esgoto por dia - uma estimativa que inclui a água descartada em
nossos banheiros, pias e máquinas de lavar, além de fezes e urina.
O país tem como meta
universalizar serviços de saneamento até 2030. (ubrabio)
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