BNEF: maioria da capacidade
de energia limpa veio dos países em desenvolvimento.
Climatescope 2018 mostra que
fatores como custos de equipamentos e apoio de instituições de fomento
motivaram avanço. Brasil tem destaque e segue como líder na América Latina.
A maioria da capacidade nova
em energia limpa vai vir de nações emergentes, fazendo com que essa liderança
saia dos países ricos, de acordo com a pesquisa Climatescope 2018, elaborada
pela Bloomberg New Energy Finance. O estudo diz que esses países fora os que
mais empregaram novos recursos com essa finalidade em 2017, comandando a
redução dos custos associados à energia limpa. O estudo completo pode ser
acessado aqui.
No ano passado, esses países
acrescentaram 114 GW em capacidade de geração com zero emissão de carbono,
sendo 94 GW somente em projetos eólicos e solares, o que é considerado um
recorde. Ao mesmo tempo, a capacidade nova adicionada nesses países para
geração a carvão é a menor desde pelo 2006. Os novos projetos de carvão
diminuíram 38% em 2017 para 48 GW — metade da capacidade adicionada em 2015, de
97 GW. De acordo com Dario Traum, associado sênior da BNEF e gerente do projeto
Climatescope, foi uma grande virada, já que há pouco tempo, dizia-se que nações
menos desenvolvidas não poderiam ou nem deveriam expandir a geração de energia
por fontes zero carbono porque eram muito caras. Hoje em dia, esses países
lideram o movimento em termos de desenvolvimento, investimento, inovação de
políticas públicas e redução de custos.
A
virada a que Traum se refere foi impulsionada motivada pela rápida melhora na
economia das tecnologias de energia limpa, especialmente eólica e solar. Com a
queda nos custos dos equipamentos, os preços competem diretamente com os de
novos projetos fósseis – mesmo sem subsídios. Nesse novo ambiente, mais de 28
GW foram contratados através de leilões em países emergentes em 2017. Nos
lances, os interessados chegaram a prometer energia eólica por US$ 17,7/MWh e
energia solar por US$ 18,9/MWh.
Foto aérea do projeto
Droogfontein Solar Power, instalado na África do Sul. São 168,720 painéis
solares em 100 hectares.
O estudo usa sistema
exclusivo de pontuação que mede o quanto os países são favoráveis a investir e
instalar energia limpa. Todo ano, é elaborado um ranking com base nesse
critério. O Chile foi o campeão, com bom desempenho nos três principais tópicos
avaliados: políticas públicas robustas, histórico comprovado de investimentos
em energia limpa e compromisso com a descarbonização, apesar das restrições de
infraestrutura de transmissão. Índia, Jordânia, Brasil e Ruanda conquistaram
desde a segunda até a quinta colocação, respectivamente.
No trabalho mais recente, o
Chile se saiu campeão, com bom desempenho nos três principais tópicos avaliados
pelo Climatescope: políticas públicas robustas, histórico comprovado de
investimentos em energia limpa e compromisso com a descarbonização, apesar das
restrições de infraestrutura de transmissão. Índia, Jordânia, Brasil e Ruanda
conquistaram desde a segunda até a quinta colocação, respectivamente. A China,
que teve a melhor pontuação no ano passado, terminou em sétimo lugar desta vez.
Bancos de desenvolvimento,
agências de crédito à exportação e outras instituições que tradicionalmente
apoiam projetos em mercados emergentes continuam com papel importante na
expansão da energia limpa. Mas agentes privados, como players internacionais do
setor — também se tornaram grandes investidores.
Brasil é o segundo país com
crescimento de energia limpa.
No Brasil, definido como
principal mercado de energia renovável da região, o Climatescope aposta que
leilões e net metering vão continuar a ser fundamentais para desenvolver o
setor. O país já atraiu quase US$ 57 bilhões em novos financiamentos de ativos
para usinas de energia limpa no período 2010-17, a maior quantia na América
Latina no período. Com apenas 6%, a tendência é que a fonte solar aumente de
forma considerável a sua participação, já que nos últimos dois anos foram
contratados cerca de 2 GW. (canalenergia)
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