Autoridades
e entidades querem transformar autoprodutores de energia em fornecedores de
energia no mercado livre.
Associações e membros do governo estudam modelo de
venda do excedente da geração distribuída no Ambiente de Contratação Livre.
Autoridades
de governo e representantes de entidades do setor elétrico querem transformar
os autoprodutores de energia em fornecedores de energia para o mercado livre. A
ideia, inédita no Brasil, foi discutida durante evento promovido em São Paulo,
no dia 5 de novembro deste, pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) em
parceria com a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia
(Abraceel).
A
proposta, defendida também por representantes do Ministério de Minas e Energia
(MME), do Operador Nacional do Sistema (ONS) e da Câmara de Comercialização de
Energia Elétrica (CCEE), é criar mecanismos regulatórios que possibilite a
venda do excedente da geração distribuída, proveniente em especial da fonte
solar fotovoltaica, no Ambiente de Contratação Livre (ACL) via as
comercializadoras de energia.
Com
mais de 200 empresários e agentes do setor elétrico, o debate foi coordenado
por Reginaldo Medeiros, presidente da Abraceel, e por Rodrigo Sauaia,
presidente da ABSOLAR, e contou com as presenças de Rui Altieri, presidente da
CCEE, de Igor Alexandre Walter, do MME, e de Luiz Eduardo Barata, diretor-geral
do ONS, além de representantes da Abrace, Anace e Abiape.
“Tanto
a geração solar distribuída quanto as usinas centralizadas são muito bem-vindas
no Operador Nacional do Sistema, já que são pouco voláteis e possuem alta
previsibilidade, o que, por si, é um fator decisivo e um grande diferencial na
análise de risco e de investimento”, comentou Barata. “O ONS tem grande
interesse em colaborar para intensificar a entrada de novos empreendedores do
setor de energia solar, seja para o mercado livre ou seja para o ambiente
regulado. Assim, vamos atuar de forma decisiva para eliminar os atuais
obstáculos que impedem o avanço ainda maior desse segmento no País”,
acrescentou.
O
presidente da Abraceel, Reginaldo Medeiro, lembrou, todavia, que a entrada do
chamado “preço-horário” no sistema de cálculo do setor elétrico, previsto para
2020, será um avanço regulatório para o País. “Certamente, a entrada em vigor
do ‘preço-horário’ vai favorecer ainda mais a fonte solar no mercado livre de
energia”, disse. “Nossa perspectiva é que a solar será, em pouco tempo, fator
determinante para a expansão da oferta em todo o Ambiente de Contratação
Livre”, completou.
A
mesma opinião foi compartilhada pelo presidente da CCEE, Rui Altieri. Segundo
ele, há um espaço enorme para o avanço da fonte solar no mercado livre. “A
energia solar no Brasil é altamente competitiva e configura-se como uma
realidade de fato, haja visto o preço negociado no último leilão com as usinas
de grande porte”, apontou. “No caso da geração
solar distribuída, basta apenas alguns poucos ajustes regulatórios
para viabilizar que o autoprodutor venda o excedente para as comercializadoras
no mercado livre”, disse.
“Porque
não permitir que milhares de famílias e empresários brasileiros encontrem na
energia solar não só uma forma de reduzir a conta de luz, mas também de gerar
receita para sua família e empresas?”, indagou Rodolfo Meyer, CEO do Portal
Solar. “Permitir que os autoprodutores possam vender o excedente de energia
para comercializadoras de energia é uma inciativa alinhada com as melhores
práticas internacionais”, acrescentou.
De
pequenas a grandes companhias, como OI e MRV, criam soluções para driblar o
aumento de custo da energia elétrica e garantir um modelo sustentável de
operação, com 30% de economia.
Segundo
Meyer, o Brasil possui um potencial mapeado de 164GW de energia solar em
telhados que deve ser amplamente aproveitado. “Essa medida deveria preceder os
investimentos em grandes parques solares, que
beneficiam poucos empresários e que normalmente utilizam dinheiro de bancos de
fomento. A energia do futuro é livre. Esta é a forma mais rápida de aumentar a
oferta e a consequente redução de preço”, conclui. (portalsolar)
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