Afinal, do que não se consegue biocombustível?
O fruto dá álcool e óleo, as matérias-primas essenciais do biodiesel. Desafio para extração é falta de tecnologia adequada.
O Brasil é o terceiro produtor mundial de abacate, com cerca de 500 milhões de unidades por ano. Cultivado em quase todos os estados, mesmo em terrenos acidentados, a produção se dá o ano inteiro, com 24 espécies que frutificam a cada três meses.
Só esses dados já seriam mais que suficientes para que se pensasse a respeito do assunto: produzir biodiesel a partir do óleo da polpa e álcool a partir do caroço do fruto.
Segundo pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (UNESP), o abacate apresenta vantagem em relação a outras oleaginosas estudadas ou usadas para a produção de biocombustível, como a soja. “O objetivo principal da pesquisa era a extração do óleo para produção de biodiesel. Mas, ao tratarmos o resíduo, que é o caroço, conseguimos obter álcool etílico. Isso, por si só, é uma grande vantagem, já que da soja é extraído somente o óleo e a ele é adicionado o álcool anidro”, explica Manoel Lima de Menezes, professor do Departamento de Química da Faculdade de Ciências da UNESP, em Bauru, e coordenador da pesquisa que teve apoio da FAPESP na modalidade Auxílio a Pesquisa – Regular.
Não são todos os óleos vegetais que podem ser utilizados como matéria-prima para produção de biodiesel, pois alguns apresentam propriedades não ideais, como alta viscosidade ou quantias elevadas de iodo, que são transferidas para o biocombustível e o tornam inadequado para o uso direto em motor de ciclo diesel.
De acordo com Menezes, o teor de óleo do abacate varia de 5% a 30%. As amostras coletadas na região de Bauru (SP) apresentaram, no máximo, 16% de teor de óleo. “Esse índice é similar ao teor de óleo da soja que, na mesma região, é de 18%”, compara.
Teoricamente, é possível extrair de 2,2 mil litros a 2,8 mil litros de óleo por hectare de abacate. O número é considerado elevado pelos especialistas quando comparado com a extração de outros óleos: soja (440 a 550 litros/hectare), mamona (740 a 1 mil litros/hectare), girassol (720 a 940 litros/hectare) e algodão (280 a 340 litros/hectare).
Já o caroço do abacate tem 20% de amido. Com base nesse percentual, estima-se que seja possível extrair 74 litros de álcool por tonelada de caroço de abacate. Valor próximo ao da cana-de-açúcar, que possibilita a extração de 85 litros por tonelada, enquanto a mandioca fornece 104 litros por tonelada.
A viabilidade econômica do biodiesel de abacate não foi foco dessa etapa do estudo nem é a especialidade desse grupo de pesquisa, segundo o coordenador. O custo do biodiesel ainda é alto. Produz-se óleo de soja a um custo de R$ 1,20 o litro. O álcool anidro para adicionar é comprado a R$ 0,74 o litro. O abacate tem a vantagem de oferecer as duas matérias-primas e, por enquanto, a um custo mais baixo que o da soja, segundo Menezes.
A extração do óleo e álcool do abacate ainda demanda investimentos em equipamentos. De acordo com o professor da UNESP, é necessário estudar o desenvolvimento de um despolpador – para separar a polpa do caroço – e produzir a centrífuga para obter máximo rendimento. O estudo resultou na apresentação de quatro trabalhos em congressos nacionais.
O fruto dá álcool e óleo, as matérias-primas essenciais do biodiesel. Desafio para extração é falta de tecnologia adequada.
O Brasil é o terceiro produtor mundial de abacate, com cerca de 500 milhões de unidades por ano. Cultivado em quase todos os estados, mesmo em terrenos acidentados, a produção se dá o ano inteiro, com 24 espécies que frutificam a cada três meses.
Só esses dados já seriam mais que suficientes para que se pensasse a respeito do assunto: produzir biodiesel a partir do óleo da polpa e álcool a partir do caroço do fruto.
Segundo pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (UNESP), o abacate apresenta vantagem em relação a outras oleaginosas estudadas ou usadas para a produção de biocombustível, como a soja. “O objetivo principal da pesquisa era a extração do óleo para produção de biodiesel. Mas, ao tratarmos o resíduo, que é o caroço, conseguimos obter álcool etílico. Isso, por si só, é uma grande vantagem, já que da soja é extraído somente o óleo e a ele é adicionado o álcool anidro”, explica Manoel Lima de Menezes, professor do Departamento de Química da Faculdade de Ciências da UNESP, em Bauru, e coordenador da pesquisa que teve apoio da FAPESP na modalidade Auxílio a Pesquisa – Regular.
Não são todos os óleos vegetais que podem ser utilizados como matéria-prima para produção de biodiesel, pois alguns apresentam propriedades não ideais, como alta viscosidade ou quantias elevadas de iodo, que são transferidas para o biocombustível e o tornam inadequado para o uso direto em motor de ciclo diesel.
De acordo com Menezes, o teor de óleo do abacate varia de 5% a 30%. As amostras coletadas na região de Bauru (SP) apresentaram, no máximo, 16% de teor de óleo. “Esse índice é similar ao teor de óleo da soja que, na mesma região, é de 18%”, compara.
Teoricamente, é possível extrair de 2,2 mil litros a 2,8 mil litros de óleo por hectare de abacate. O número é considerado elevado pelos especialistas quando comparado com a extração de outros óleos: soja (440 a 550 litros/hectare), mamona (740 a 1 mil litros/hectare), girassol (720 a 940 litros/hectare) e algodão (280 a 340 litros/hectare).
Já o caroço do abacate tem 20% de amido. Com base nesse percentual, estima-se que seja possível extrair 74 litros de álcool por tonelada de caroço de abacate. Valor próximo ao da cana-de-açúcar, que possibilita a extração de 85 litros por tonelada, enquanto a mandioca fornece 104 litros por tonelada.
A viabilidade econômica do biodiesel de abacate não foi foco dessa etapa do estudo nem é a especialidade desse grupo de pesquisa, segundo o coordenador. O custo do biodiesel ainda é alto. Produz-se óleo de soja a um custo de R$ 1,20 o litro. O álcool anidro para adicionar é comprado a R$ 0,74 o litro. O abacate tem a vantagem de oferecer as duas matérias-primas e, por enquanto, a um custo mais baixo que o da soja, segundo Menezes.
A extração do óleo e álcool do abacate ainda demanda investimentos em equipamentos. De acordo com o professor da UNESP, é necessário estudar o desenvolvimento de um despolpador – para separar a polpa do caroço – e produzir a centrífuga para obter máximo rendimento. O estudo resultou na apresentação de quatro trabalhos em congressos nacionais.
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