sábado, 12 de setembro de 2009

Etanol: Motor diesel convertido pode estar disponível em 2010

Projeto terá como público alvo as usinas de cana-de-açúcar.
Uma multinacional do grupo Fiat, a FPT Powertrain Technologies, está desenvolvendo no Brasil um motor a propulsão que utiliza etanol no lugar de óleo diesel. Previsto para o mercado brasileiro entre o final de 2010 e início de 2011, o equipamento poderá ser usado em caminhões, tratores e motobombas.
Segundo informações da empresa, o projeto terá como público alvo as usinas de cana-de-açúcar. Acreditamos que os clientes potenciais são os produtores de açúcar e etanol, por terem a vantagem de produzir o próprio combustível utilizado neste motor, o que simplifica a logística de produção, informa a companhia.
Alfred Szwarc, assessor de Emissões e Tecnologia da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), informa que a FPT já vem trabalhando com o conceito de alimentação etanol-diesel há mais de um ano e em junho, por ocasião do Ethanol Summit 2009, anunciou que desenvolveria um motor 100% etanol.
“A perspectiva de que em cerca de um ano já tenhamos à disposição do setor sucroenergético um motor para máquinas agrícolas, operando exclusivamente com etanol, é uma excelente noticia. Não somente por permitir que o produtor possa utilizar o seu próprio produto em vez do combustível fóssil, mas também por avançar na autossuficiência energética e ajudar na redução de gases de efeito estufa", avalia o assessor da Unica.
De acordo com Franco Ciranni, superintendente da companhia para o MERCOSUL, o objetivo do projeto é ajudar a tornar o processo produtivo do etanol totalmente carbono neutro. Quando utilizamos combustíveis fósseis retiramos o carbono do solo e, ao queimá-lo, o despejamos na atmosfera aumentando assim o efeito estufa.
Tecnologia
O motor Cursor 8 E-100 movido a etanol é uma variante de modelo a diesel e gás fabricado pela empresa na Europa. Para a conversão do motor foi realizada a aplicação dos sistemas de ignição e injeção indireta Otto (combustão de ignição por centelha) em motores do Ciclo Diesel, sendo necessária a modificação do cabeçote, tampa que fecha a parte superior do bloco de cilindros, para instalação desses sistemas.
Foi feito ainda um trabalho de adequação de componentes para resistir às características específicas do etanol. Todas as modificações garantiram a manutenção do torque original, mesmo com a substituição do combustível, de acordo com informações fornecidas pela FTP.
A FPT possui 16 fábricas e 11 centros de pesquisa e desenvolvimento em oito países. No Brasil, possui unidades em Betim e Sete Lagoas, ambas em Minas Gerais, e em Curitiba, no Paraná.

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