Um chuveiro a gás inovador, de menor custo e de baixo impacto
Chuveiro a gás NC: de pequeno porte, equipamento dispensa a necessidade de instalação complicada
Uma boa ideia surge, muitas vezes, da necessidade. Foi assim com o casal de empreendedores e inventores Jorgea Marangon e Mauro Serra, sócios da microempresa ATA – AguaTerraAr. Há cerca de cinco anos, quando moravam em uma casa de campo nos arredores de Paraty, com rede elétrica de baixa capacidade, eles não conseguiam obter energia suficiente para fazer o chuveiro elétrico funcionar. Da necessidade cotidiana de tomar um banho quente surgiu uma inovação que hoje já está patenteada e fazendo sucesso no mercado: o chuveiro a gás NC, de pequeno porte e disponível em modelo portátil.
De fácil manuseio e instalação, já que dispensa qualquer tipo de obra, o chuveiro NC só precisa ser pendurado, exatamente como um quadro. “Ele vem pré-instalado e funciona perfeitamente com água vinda por gravidade, ou seja, não precisa de pressão de água e nem de altura de caixa pré-determinada”, explica Jorgea Marangon. A novidade, que conta com recursos do edital de Apoio ao Desenvolvimento de Modelos de Inovação Tecnológica Social – 2010, da FAPERJ, é ideal para ser utilizada em residências na zona rural sem energia elétrica, acampamentos, ambulâncias nas zonas urbanas, traillers ou mesmo em embarcações. “Já atendemos pedidos via internet para 15 estados de todas as regiões do País, de pequenas comunidades, consumidores isolados e mesmo habitantes de grandes centros”, conta a empreendedora e engenheira mecânica.
A praticidade do produto está alinhada com o compromisso com o meio ambiente, já que a tecnologia do chuveiro a gás viabiliza o uso de energia alternativa limpa. “O chuveiro não emite gases queimados ao meio no ambiente, pois foi desenvolvido e patenteado segundo um sistema de resfriamento de gases interno”, diz o inventor e técnico mecânico Mauro Serra. Trocando em miúdos, o sistema de resfriamento faz com que os gases emitidos no processo de combustão, especialmente o monóxido de carbono, se precipitem e fiquem retidos no interior do aparelho, dentro de uma serpentina, na forma líquida. “O grande diferencial do sistema é o reaproveitamento térmico visando à baixa temperatura da superfície externa do equipamento”, completa.
Outras vantagens do chuveiro, de acordo com os fabricantes, são a redução do consumo energético e a segurança. “O consumo do botijão de gás, no padrão de 13 kg, é baixíssimo. Ele dura, em média, de 120 a 150 dias com banhos diários de uma hora, economizando 150 kwh por mês em uma residência de quatro pessoas, se comparado ao chuveiro elétrico tradicional. Ele é 94% mais econômico que os chuveiros elétricos disponíveis no mercado”, detalha Mauro. E prossegue: “Enquanto o chuveiro elétrico de 5500W tem o custo de R$ 3,20 por hora, o chuveiro NC tem o custo de R$ 0,30 a hora. O equipamento também é bem mais seguro que os aquecedores convencionais, pois tem queima perfeita. Isso torna a chama dele sempre azul”, explica o inventor, lembrando que o produto tem preço acessível e é fabricado em material reciclável – contém 95% de material inoxidável.
A adequação do produto – que dispensa água fria para regulagem de temperatura – a um padrão ecologicamente correto, além do resfriamento de gases interno, rendeu a vitória da empresa no 4° Prêmio Brasil de Meio Ambiente 2009/2010, na categoria pequena e microempresa, com patrocínio da Petrobras e da Firjan. Foi a única microempresa premiada, no meio de tantas outras de grande porte. “Diante de tantas grandes empresas, é uma conquista uma micro receber um prêmio dessa relevância. Isso ressalta o valor do produto e aumenta a confiabilidade dele no mercado”, recorda Jorgea.
Para Mauro, o apoio da FAPERJ foi fundamental para expandir a produção do chuveiro, inicialmente, e até diversificar mais a linha de produtos da empresa, que hoje fabrica outros produtos interessantes, como uma máquina higienizadora para a lavagem de áreas de produção de leite, em propriedades rurais, e até uma versão automática do chuveiro NC, que abre e fecha sem necessidade de manusear o registro. “Ganhamos mais credibilidade e mais qualidade e velocidade de produção, devido à aquisição de maquinário mais adequado”, conclui Mauro. (EcoDebate)
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